Em vídeo, a situação não era muito melhor. Além de um ou outro hentai, que meus pais, muito apropriadamente, não me deixavam assistir, eu só lembro de Lupin - que realmente era bem mal-desenhado - e Robotech. Robotech, aliás, foi o primeiro anime no qual eu prestei atenção: os do parágrafo aí de cima eu assistia descompromissadamente, sem me preocupar em obter um sentido da história, assim como eu fazia com os desenhos norte-americanos - cujos episódios são "fechados", sem muita continuidade de um para outro mesmo. Como Robotech vinha "direitinho", com os episódios sendo alugados por meu pai na ordem, tentei compreender o que se passava. Não consegui, e acabei não gostando.
Como eu também já disse aqui uma vez, o primeiro anime que eu me lembro de ter gostado foi Zillion, que passava na Globo aos domingos. E, somente depois dos Cavaleiros do Zodíaco, quando muitos animes começaram a aparecer na TV e em vídeo, é que eu fui conquistado, principalmente pelos que via em vídeo. Infelizmente, jamais pude rever os clássicos da minha infância, à exceção de Speed Racer, porque nenhum deles jamais foi reexibido ou lançado em DVD por aqui. Então sigo sem tirar a prova, sem saber se ainda os acharia feios e confusos se os assistisse depois de velho.
O título do post e o negrito há dois parágrafos já entregaram que o post de hoje é sobre Robotech, um desses animes que eu jamais pude assistir novamente. Eu já venho querendo fazer um post sobre Robotech desde junho do ano passado, quando descobri que ele existe em DVD, completo, na Argentina, lançado pela Warner. Por que a Warner não resolveu lançá-lo também por aqui, não me perguntem, mas Thundercats já existe por lá desde 2010, e só recentemente ela começou a lançar aqui - e aos pedaços.
Enfim, esse post sobre Robotech é um daqueles que eu fui adiando, adiando e adiando, e agora finalmente resolvi fazer. Mesmo já o tendo assistido há mais ou menos um quarto de século (cruzes, estou ficando velho), e sem poder incluí-lo dentre meus animes favoritos, acho que será um excelente assunto para um post - porque Robotech tem uma história curiosíssima, que vocês conhecerão a partir de agora.
Assim como Speed Racer, Robotech era a distribuição norte-americana de um anime - ou seja, o estúdio Harmony Gold comprou os direitos da japonesa Tatsunoko, que produzia o desenho no Japão, dublou do japonês para o inglês e lançou o anime nos Estados Unidos, aí a Globo comprou os direitos da Harmony Gold, dublou do inglês para o português e lançou aqui. Aliás, somente em meados da década de 1990 é que negociar direitos de animes diretamente com os estúdios japoneses se tornou comum no Brasil, tendo sido esses mais antigos todos negociados com estúdios dos Estados Unidos e da América Latina - não era por acaso que Los Caballeros del Zodiaco aparecia na tela de abertura...
Originalmente, entretanto, Robotech não chegaria ao mercado norte-americano como um anime, mas na forma de kits da Revell, aqueles modelos em escala de carros, aviões e outros veículos que vêm desmontados, precisando de cola, tinta e adesivos em decalques para assumir sua forma final. Nos Estados Unidos, os kits costumavam apresentar apenas veículos "reais", mas, no início da década de 1980, a Revell decidiu inovar e lançar veículos de filmes - como as naves de Star Wars - e importar do Japão kits de veículos e robôs de animes, que lançou com o nome de Robotech Defenders. A linha Robotech Defenders trazia robôs de três animes diferentes, The Super Dimension Fortress Macross, Super Dimension Century Orguss e Fang of the Sun Dougram.
Além disso, em uma parceria com a DC Comics, a Revell produziu uma série em quadrinhos também chamada Robotech Defenders, para chamar a atenção sobre os kits - tática muito comum na época quando um brinquedo não era relacionado a uma mídia pré-existente, e usada, por exemplo, com o He-Man. Essa série, lançada em 1984, originalmente consistiria de uma trilogia lançada para testar o mercado, seguida de uma série regular caso a trilogia fosse bem sucedida. O primeiro número da trilogia, entretanto, seria tão criticado e teria uma vendagem tão baixa que a DC decidiria juntar as duas edições seguintes em uma só, e cancelar a série após apenas duas edições.
Pois bem, enquanto a Revell negociava com o Japão e com a DC e lançava seu Robotech Defenders, a Harmony Gold, sem saber disso, em busca de um anime para lançar no mercado norte-americano, começou a negociar com a Tatsunoko os direitos de The Super Dimension Fortress Macross. Somente depois de pagar à Tatsunoko foi que eles descobriram que robôs dessa série constavam da linha da Revell e apareciam nos quadrinhos da DC. Os executivos da Harmony Gold se desesperaram, e com razão: efetivamente, isso fazia com que eles não pudessem lançar merchandising associado sem serem acusados pela Revell e pela DC de uso inapropriado dos personagens.
Ao invés de tentar cancelar o negócio com a Tatsunoko, a Harmony Gold decidira negociar com a Revell, buscando um acordo pelo qual ambos pudessem lucrar com a venda de produtos associados à série nos Estados Unidos. Em 1984, as duas empresas chegaram a um acordo, cujo um dos termos era, justamente, que o desenho fosse lançado nos Estados Unidos com o nome de Robotech, para que a Revell não precisasse mudar o nome de sua linha de kits - que, então, já contava com uma segunda série, com mais robôs de Macross e Orguss, e chamada Robotech Changers.
Mesmo após garantir os direitos, a Harmony Gold tinha outro problema nas mãos: The Super Dimension Fortress Macross, exibido originalmente no Japão no canal MBS entre 3 de outubro de 1982 e 26 de junho de 1983, teve 36 episódios, exibidos semanalmente. Só que esse número era extremamente incomum para o mercado norte-americano, que, para desenhos semanais, costumava produzir em torno de 13 episódios. A Harmony Gold, aliás, não planejava lançar Robotech como um desenho semanal, mas sim com episódios exibidos diariamente, de segunda a sexta, como He-Man ou Thundercats. Para que pudesse lançar Robotech nesse formato, a Harmony Gold precisava de no mínimo 65 episódios - o tamanho padrão de uma temporada de desenho diário, exibida ao longo de 13 semanas de 5 episódios cada.
Um dos executivos da Harmony Gold, Carl Macek, considerado um dos pioneiros do anime nos Estados Unidos, encontraria uma solução, no mínimo, curiosa: orientada por ele, a Harmony Gold negociou com a Tatsunoko os direitos de duas outras séries, Super Dimension Cavalry Southern Cross - exibida originalmente pela TBS entre 15 de abril e 30 de setembro de 1984, com 23 episódios - e Genesis Climber MOSPEADA - exibida originalmente pela TV Fuji entre 2 de outubro de 1983 e 23 de março de 1984, com mais 25 episódios. Em comum, essas três séries tinham a presença de robôs gigantes que se transformavam em jatos e batalhas espaciais contra inimigos alienígenas.
Macek, então, fez uma série de mudanças no roteiro, alterando diálogos e mudando a ordem de cenas e episódios, e simplesmente transformou as três séries em uma só, de 85 episódios. Pois é, Robotech não é a versão norte-americana de Macross, e sim uma mescla de Macross, Southern Cross e MOSPEADA, três séries criadas por pessoas diferentes, que não possuíam nenhum enredo ou personagem em comum, mas que, graças ao milagre da edição, ganharam uma continuidade.
Para justificar por que não somente os arcos de história mudavam, mas também os personagens, a aparência de veículos, roupas e equipamentos, e até mesmo o estilo do traço, Macek determinou que Robotech cobre três guerras dos humanos contra povos alienígenas, conhecidas como Guerras Robotech, que, ao todo, duraram mais de três décadas. Evidentemente, cada uma das três Guerras Robotech corresponde a uma das três séries originais japonesas.
A Primeira Guerra Robotech corresponde ao primeiro arco de história (baseado em Macross), que durou os 36 primeiros episódios, e ganhou o apelido de A Saga Macross. Ela começa em 1999, quando uma nave alienígena cai na fictícia ilha de Macross, no Oceano Pacífico. Durante a década de 1990, os países da Terra se envolveram em uma sangrenta guerra mundial, que perigava escalar para um conflito nuclear, mas, diante da ameaça de invasão alienígena, os povos decidiram se unir e usar engenharia reversa para criar nossa própria espaçonave. Depois de dez anos, essa espaçonave, tão grande quanto uma cidade e batizada SDF-1 Macross, foi concluída, e preparativos foram feitos para seu lançamento e sua primeira viagem espacial.
Os humanos não sabiam, entretanto, que, esse tempo todo, uma raça alienígena de humanoides gigantescos, os Zentraedi, singravam o espaço procurando pela nave, pois desejavam recuperar sua fonte de energia, chamada Protocultura. Os Zentraedi chegaram ao nosso Sistema Solar bem no dia do lançamento da SDF-1, e foram recebidos com chumbo: através de um sistema de defesa automático, que seus comandantes não conseguiram evitar, a SDF-1 destruiu as duas naves de reconhecimento dos Zentraedi, que tomaram o ato como uma declaração de guerra.
Comandados por Breetai, os Zentraedi lançaram um ataque brutal, bombardeando a Terra e invadindo a SDF-1. Incapaz de responder corretamente à ameaça, e temendo pelo futuro da espaçonave e do planeta, o comandante da SDF-1, Capitão Henry J. Gloval, deu ordem para que um salto de hiperespaço fosse utilizado. Sua intenção era levar a SDF-1 para a órbita da Lua, estacionada sobre seu Lado Escuro, mas, como o sistema de salto jamais havia sido utilizado e a nave estava sob a influência da gravidade da Terra, algo saiu errado, e a SDF-1 foi parar na órbita de Plutão. Começaria, então, uma longa viagem de volta, com muitos ataques dos Zentraedi pelo meio do caminho.
Além de Gloval e Breetai, os principais personagens dessa Primeira Guerra Robotech são o protagonista Rick Hunter, piloto civil de 19 anos logo recrutado para pilotar um dos jatos que se transformam em robô icônicos da série, os VF-1 Valkyrie; a primeiro-oficial da SDF-1, Lisa Hayes, madura e de personalidade forte, que forma um triângulo amoroso com Rick e com a famosa cantora pop Linn Minmei; Max Sterling, um dos mais habilidosos pilotos de Valkyrie da frota; Ben Dixon, também piloto, mas brincalhão e mulherengo; Claudia Grant, oficial de comunicações da SDF-1, melhor amiga de Lisa e ex-namorada de Roy Fokker, piloto de testes dos Valkyrie enquanto a SDF-1 estava sendo construída; Khyron Kravshera, Zentraedi sádico, insubordinado e mentalmente instável que comanda um dos batalhões de sua frota; Miriya Parina, piloto Zentraedi considerada a melhor de sua raça; e Dolza, comandante supremo das forças Zentraedi.
Por fim, a SDF-1 retorna à Terra, e, com a ajuda de Zentraedi renegados, dentre os quais Breetai e Miriya, os humanos derrotam Doval e, em 2011, encerram a Primeira Guerra Robotech. A ela se seguiria um período de paz de 18 anos, até que, em 2029, começaria a Segunda Guerra Robotech, correspondente ao segundo arco de história (baseado em Southern Cross), que durou do episódio 37 ao 60, e ganhou o apelido de Os Mestres Robotech.
Com o fracasso de Dolza em capturar a Protocultura, os tais Mestres Robotech, verdadeiros comandantes do exército Zentraedi, decidiram eles mesmos vir à Terra. Para detê-los, o Almirante Rick Hunter e a Almirante Lisa Hayes partiriam com uma nova nave, a SDF-3 Pioneer, levando consigo, muito convenientemente, todos os personagens principais do primeiro arco de história. Em sua ausência, o Exército da Cruzeiro do Sul (ASC, de Army of the Southern Cross), liderado pelo Comandante Supremo Anatole Leonard, ficaria responsável pela defesa da Terra.
Após a Primeira Guerra, a Terra mudou consideravelmente, sua população reduzida de bilhões a menos de cem mil pessoas, o que causou uma reversão a um estado feudal, controlado na prática pelo ASC, que faz uso de jatos e tanques que se transformam em robôs. A Segunda Guerra começa quando um esquadrão dos Mestres Robotech chega ao nosso planeta, obrigando a ASC a levar todos os seus soldados para a batalha, inclusive uma turma de recém-formados que inclui Dana Sterling, híbrida de humano e Zentraedi, filha de Max e Miriya (e que, no original japonês, era uma personagem sem nenhuma ligação com Macross).
Outros personagens de destaque são o General Rolf Emerson, principal comandante das tropas da ASC, que sempre busca soluções pacíficas para os conflitos; Bowie Grant, sobrinho de Claudia Grant e afilhado do General Emerson, jovem que se sente deslocado e luta para encontrar um lugar no mundo; Nova Satori, a mais jovem policial da capital, Monument City; e Marie Crystal, piloto rival de Dana, que acaba se envolvendo romanticamente com o soldado Shawn Phillips.
No início, os Mestres Robotech dominam a batalha facilmente, usando duas poderosas armas para eliminar cidades inteiras da face da Terra. Os humanos, entretanto, não desistem, e, conforme as reservas de Protocultura dos alienígenas se esgotam, suas naves, armas e até mesmo seus soldados começam a falhar, o que os obriga a tomar medidas ainda mais drásticas para tentar destruir nosso planeta. Sob a liderança de Leonard, todos os sobreviventes de Monument City se reúnem e se preparam para a batalha final - que, felizmente, termina com a vitória dos humanos.
A Segunda Guerra Robotech duraria um ano e meio, e se encerraria com a auto-destruição da Nave-Mãe dos Mestres Robotech - o que lançaria esporos de Protocultura na atmosfera da Terra. Esses esporos chamariam a atenção de uma nova raça alienígena, os Invid, que chegariam ao nosso planeta no ano seguinte, também buscando tomar a Protocultura para si. Sua chegada daria início à Terceira Guerra Robotech, correspondente ao terceiro e último arco de história (baseado em MOSPEADA), que durou os 25 últimos episódios e ganhou o apelido de A Nova Geração.
Infelizmente, após a Segunda Guerra, a Terra ficaria muito debilitada. Sem a liderança de um governo forte, as poucas cidades restantes se converteram em cidades-estado, onde a sobrevivência é difícil, a lei pouco representa e o poder muda de mãos com frequência. A constante guerra entre as cidades-estado fez com que a tecnologia involuísse, com os avanços causados pela engenharia reversa da Macross se perdendo, e o nível tecnológico voltando ao que era próximo ao final do século XX. Esse cenário permitiu que os Invid, assim que chegassem, derrotassem as defesas do planeta facilmente, destruindo o ASC, dominando o mundo e passando a usar os humanos para trabalho escravo e experimentos científicos, matando qualquer um que se opusesse.
A Terceira Guerra Robotech seria a mais longa de todas, durando nada menos que 13 anos. Personagens dessa Guerra são o jovem piloto Scott Bernard, alçado à condição de líder da resistência humana mesmo sem estar preparado para o papel; o Tenente Lancer Belmont, outro piloto que, para evitar ser capturado pelos Invid, se disfarçou de mulher, adotando a alcunha de Dançarina Amarela e atuando como espião para a resistência; Ariel, uma Invid alterada geneticamente para ficar com aparência humana, que atuaria como espiã dentro da resistência, mas, devido a um acidente, perdeu a memória e passou a lutar ao lado dos humanos; Corg, comandante supremo das tropas Invid; sua irmã, Sera, que no decorrer da série se apaixona por Lancer e também passa a lutar ao lado dos humanos; Rook Bartley, uma adolescente revoltada ex-membro de gangue que decide usar sua raiva para enfrentar os Invid; Rand, chileno membro da resistência que atua como figura paterna para Annie LaBelle, apelido Mint, jovem órfã criada pela resistência; e Jim Austin, apelido Lunk, engenheiro biomecânico que também faz parte da resistência.
Embora a Terra esteja totalmente dominada, o planeta ainda conta com muitas naves no espaço (que, originalmente, acompanharam a SDF-3 na batalha contra os Mestres Robotech). São essas naves que são capazes de manter a batalha mais ou menos equilibrada, dando chance à resistência para agir - caso os Invid pudessem usar seu poder total contra a resistência, provavelmente eles não dariam nem para o começo. A vitória na Terceira Guerra, aliás, só ocorrem em 2044 com a chegada da SDF-4 Izumo, sob o comando do General Gunther Reinhardt. Uma imensa batalha no espaço ocorre, que termina com a fuga dos Invid de nosso planeta, que, sem a influência dos alienígenas, terá a chance de se reconstruir.
Os 85 episódios de Robotech seriam exibidos entre 4 de março e 28 de junho de 1985, após um filme feito diretamente para a TV, chamado Codinome: Robotech, exibido em 1o de março e que atuou como episódio piloto. Na verdade, esse filme era uma versão estendida do episódio 14, que, por sua vez, era um clip show - aquele tipo de episódio formado por flashbacks dos episódios anteriores, que formam uma espécie de resumo da série. Exibido já em regime de syndication - vendido pela Harmony Gold a vários canais, ao invés de bancado por um único, Robotech se tornaria um dos desenhos de maior sucesso na TV norte-americana na década de 1980, e seria um dos principais responsáveis por acender o interesse dos jovens de lá por anime. Esse sucesso todo, evidentemente, motivaria a Harmony Gold a investir ela própria em sequências. Quase todas as planejadas acabariam canceladas por diversos motivos, à exceção de três filmes, um lançado diretamente em video e dois nos cinemas.
O primeiro desses filmes, chamado simplesmente Robotech: O Filme, seria lançado nos cinemas em 25 de julho de 1986, e sua origem teria uma história tão bizarra quanto a da série. Originalmente, ele seria uma versão do anime Megazone 23, lançado diretamente em vídeo em quatro volumes. A intenção de Carl Macek era juntar as quatro partes e mudar todos os diálogos para fazer um filme ambientado logo após a ida da SDF-1 para Plutão, renomeando o protagonista para Mark Landry e fazendo com que ele fosse um parente de Rick Hunter, lutando para revelar a verdade sobre o destino da nave, que o governo da Terra deseja esconder. Na época, entretanto, a Tatsunoko planejava lançar seu próprio filme de Macross, e pediu para que a Harmony Gold não fizesse referências a essa série em seu filme, para evitar confusão. A saída foi adicionar um monte de cenas não usadas de Southern Cross e ambientar o filme durante o arco de história dos Mestres Robotech. Por ter uma ligação tão tênue com a série - e por ser muito mais adulto, incluindo uma cena de estupro e um assassinato a sangue frio com direito a tiro na cabeça - o filme foi um imenso fracasso, ficando em cartaz pouco mais de um mês. Para piorar a onda de má-sorte, os negativos originais foram perdidos durante uma enchente, o que faz com que um relançamento em video seja pouco provável.
O segundo filme, Robotech 2: Os Sentinelas, seria lançado diretamente em video, em setembro de 1988. Originalmente, o projeto da Harmony Gold era fazer uma segunda temporada para a série, contando as aventuras vividas por Rick, Lisa e o resto da tripulação da SDF-3 no espaço, durante os eventos da saga dos Mestres Robotech. A produção começaria logo após o encerramento da "primeira temporada", pois a Harmony Gold planejava lançar a segunda em março de 1986. Dos 65 episódios previstos, entretanto, apenas três foram produzidos antes de o projeto ser considerado inviável financeiramente e cancelado. Em 1988, buscando ganhar um dinheirinho com o que já estava pronto, Macek reuniria todo o material produzido para esses três episódios e montaria o filme, que seria lançado em VHS pela Palladium Books.
O terceiro filme é também o mais bem sucedido dos três. Robotech: The Shadow Chronicles (que não tem título em português) foi produzido em parceria entre a Harmony Gold e a Tatsunoko para comemorar os 20 anos da estreia de Robotech nos Estados Unidos, mas um atraso na produção fez com que ele só chegasse aos cinemas em 25 de agosto de 2006. Continuação direta do último episódio da série, o filme mostra a SDF-4 liderando uma batalha contra um novo inimigo, que planeja destruir todos os usuários de Protocultura do universo, incluindo os humanos. Como prólogo para o filme, a DC lançaria uma minissérie em quadrinhos em cinco partes, chamada Robotech: Prelude to the Shadow Chronicles.
Após o falecimento de Macek, em 2010, a Harmony Gold começou a produção de um novo filme, ainda não se sabe se para lançamento nos cinemas ou em video, com título provisório de Robotech: Love Live Alive, que seria uma adaptação de uma série OVA (lançada diretamente em video) de MOSPEADA, incluindo algumas cenas totalmente novas produzidas especialmente para o filme. Desde 2007, graças ao sucesso de The Shadow Chronicles também se fala em um filme com atores de carne e osso, produzido pela Warner, mas este se encontra desde 2009 em pré-produção, e ainda nem tem elenco definido. Uma sequência animada para The Shadow Chronicles também ainda não foi descartada, embora tenha perdido força após o falecimento de Macek.
Até hoje, nos Estados Unidos, Robotech é considerado um grande fenômeno, tanto que gerou, além das séries, filmes e revistas em quadrinhos, um RPG, um card game, vários romances, uma série de álbuns de trilhas sonoras, três games e a onipresente linha de brinquedos. Enquanto isso, aqui no Brasil, ficou perdido lá nos anos 80, sem nenhuma reprise ou lançamento em DVD.
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