segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Escrito por em 13.2.12 com 2 comentários

High School of the Dead

Faz muito tempo que eu não atualizo me perfil, ali na coluna da esquerda. Para falar a verdade, desde junho de 2010, quando mudei o template do blog pela última vez. Um dos motivos para isso foi que, no template anterior, o perfil era bem maior, tinha mais destaque, e eu dava mais importância a ele - vide a série de posts que fiz com o único intuito de falar sobre todos os assuntos que eu tinha listado lá. Quando mudei o template, porém, tive de resumi-lo, e acabei largando ele pra lá. Principalmente porque não conheci nada novo que me impressionasse a ponto de entrar para a minha lista de favoritos.

Pelo menos até o fim do ano passado. De vez em quando, eu resolvo assistir a um anime novo, e a maioria não me chama muita atenção. Em dezembro, entretanto, enquanto procurava por um, achei High School of the Dead. Eu já tinha lido sobre High School of the Dead - oficialmente abreviado HOTD - no início do ano na Dragonslayer, a revista de RPG que coleciono, mas, na época, não dei muita bola. Mas, ao encontrá-lo, decidi dar uma chance. E não me arrependi.

HOTD é, para todos os efeitos, um anime de horror. Como o nome sugere, o horror, nesse caso, fica por conta de zumbis. Minha irmã não suporta zumbis. Minha mãe também não gosta muito. Eu, por outro lado, não reclamo. De fato, embora não sejam meus monstros preferidos, zumbis pelo menos têm uma vantagem sobre os demais: são os últimos verdadeiros representantes do horror. Afinal, vampiros, lobisomens, fantasmas e até múmias podem ser romantizados, zumbis não - um monte de gente gostaria de ser um vampiro, mas eu aposto que ninguém gostaria de ser um zumbi; sem falar que, se um dia alguém fizer uma história de amor na qual uma menina se apaixona por um zumbi, algo estará muito errado.

Mas, apesar de ser um anime de horror, HOTD não tem o clima típico dos anime de horror mais recentes, e que já não anda me agradando mais. Está mais para um anime de ação, com uma certa pitada de discussão social, temperado com algum erotismo, como costumavam ser os filmes B de horror de antigamente. Essa mistura acabou, surpreendentemente, me agradando bastante. Na verdade, me agradando muito. Hoje, se eu tivesse que listar meus anime preferidos, diria que HOTD é o número 3, depois de Cowboy Bebop e Lodoss, e imediatamente antes de Fullmetal Alchemist. O suficiente para que eu decidisse alterar meu perfil para incluí-lo, e, logicamente, escrevesse um post sobre ele.

Assim, estoquem comida e água, preparem as escopetas e mirem na cabeça. Hoje, pela segunda vez em seis meses, é dia de zumbis no átomo!

em cima: Hirano, Takashi, Shizuka; em baixo: Zeke, Alice, Saya, Rei, Saeko


HOTD foi criado pelos irmãos Daisuke e Shoji Sato; Daisuke é um designer de jogos de tabuleiro, romancista e escritor de mangá, enquanto Shoji é um ilustrador famoso por seu trabalho em hentai - também conhecidos como os mangá pornôs. É importante salientar, entretanto, que HOTD não é um hentai, mais um ecchi (pronuncia-se "êtchi"); fazendo uma comparação com filmes eróticos norte-americanos, o hentai seria o hardcore, enquanto o ecchi seria o softcore, ou seja, nos ecchi não há a representação de genitais ou sexo explícito, embora exista sensualidade e um eventual peitinho ou calcinha.

Pois bem, os irmãos se uniram e tiveram a ideia de criar um mangá que retratasse colegiais gostosas em uniformes escolares (um fetiche no Japão) lutando contra mortos-vivos durante um apocalipse zumbi, mostrando seus belos corpos enquanto metiam a porrada nos monstros. Em outras palavras, um sucesso instantâneo. Para não ficar só nisso, eles ainda incluíram alguns personagens masculinos interessantes, e, acreditem ou não, uma discussão filosófica sobre a decadência da moral em uma sociedade que está se desfazendo.

O protagonista de HOTD é Takashi Komuro, aluno do segundo ano da Fumiji High School, o primeiro a notar que algo estava errado na escola. Takashi é apaixonado desde criança por Rei Miyamoto, sua amiga de infância, uma menina impulsiva filha de um policial. Ao perceber a ameaça zumbi, Takashi salva Rei e o namorado dela, Hisashi Igo, que é mordido durante a fuga, sendo morto por Takashi quando vira zumbi. Rei a princípio não se conforma e culpa Takashi, dizendo que ele matou seu namorado por ciúmes, mas depois decide se unir a ele para sobreviver.

Enquanto isso, em outra parte da escola, Saya Takagi, uma menina rica e absurdamente inteligente, filha de um político e amiga de Takashi desde o jardim de infância, também consegue sobreviver ao ataque inicial dos zumbis, e escala o colega Kohta Hirano para ser seu guarda-costas. Um ano mais novo que os demais - embora também esteja no segundo ano - e apaixonado por Saya, Hirano é um otaku (simplificando muito, um nerd japonês) gordinho, com aparência de medroso, mas fanático por armas, o que se mostra extremamente importante na hora de sobreviver ao ataque dos zumbis. Como curiosidade, vale citar que Hirano foi inspirado no desenhista Hirano Kouta, criador de Hellsing, também gordinho, de óculos e fanático por armas.

Em uma terceira parte da escola, Saeko Busujima, aluna do terceiro ano - portanto um ano mais adiantada que os outros quatro, o que lhe garante o título de senpai - lutadora de kendo e extremamente hábil com sua espada de madeira, usa essa habilidade para abrir caminho entre as legiões de mortos-vivos, até encontrar a professora Shizuka Marikawa, a enfermeira da escola. Avoada, inocente e infantilizada apesar de seus seios imensos - constantemente usados como piada - Shizuka-sensei é tanto o apoio cômico da série quanto uma espécie de mãezona dos personagens, já que é o único adulto do grupo.

Os seis improváveis sobreviventes - bem, talvez exceto por Busujima-senpai, de fato muito boa em matar zumbis - acabam se encontrando, e traçam planos para fugir da escola e ir até a cidade, encontrar suas famílias e descobrir se eles estão em segurança. Isso, contudo, se mostra extremamente difícil - talvez até impossível - já que o apocalipse zumbi aconteceu no mundo inteiro e as ruas estão infestadas de mortos-vivos, que impedem não só a locomoção livre do grupo, mas também sua própria entrada na cidade, possível apenas cruzando um rio cujas pontes estão bloqueadas e entupidas de outros sobreviventes barrados pelas autoridades policiais, que temem que a infestação se alastre mais ainda.

Ainda assim, eles tentam pelo menos chegar à casa de Saya, a mais próxima, e acabam até salvando Alice, uma menininha de sete anos, e seu cachorro Zeke no caminho, adotando-os como mascotes do grupo. Enquanto viajam, são confrontados com questões morais, como se matar alguém que já está morto ainda é assassinato, e psico-sociais, como carência afetiva e rejeição. E, de vez em quando, os movimentos das meninas revelam suas calcinhas.

HOTD começaria a ser publicado na revista Monthly Dragon Age em julho de 2006. 17 histórias seriam publicadas até novembro de 2008, quando a série faria uma pausa de mais de um ano. Duas histórias inéditas seriam publicadas em março e abril de 2010, e outras dez entre julho de 2010 e janeiro de 2011, quando a série entraria em um novo hiato, do qual ainda não saiu. A partir de março de 2007, as histórias começariam a ser relançadas no formato tankobon - o mangá conhecido dos brasileiros, que se parece com um livro pequeno - em um total de 7 edições, publicadas até abril de 2011. Após o lançamento dos tankobon, foram publicadas três histórias curtas inéditas, conhecidas como Bonus Chapters. Como é tradicional em se tratando de mangá, todas essas histórias foram originalmente publicadas em preto e branco; a partir de fevereiro de 2011, na mesma Monthly Dragon Age, elas passariam a ser republicadas em cores, com o nome de High School of the Dead: Full-Color Edition. Até agora, 17 histórias já foram republicadas em cores, reunidas em quatro tankobon. Rolam boatos de que, depois que todas forem relançadas em cores, serão publicadas histórias inéditas, mas até agora nada de oficial foi confirmado.

A adaptação para anime seria feita pela Madhouse, e iria ao ar originalmente no canal por assinatura AT-X, uma subsidiária da TV Tokyo especializada em anime, entre julho e setembro de 2010, sendo então reprisado em pelo menos outros sete canais de todo o Japão, além de nos Estados Unidos, Canadá, Grã-Bretanha, Austrália e Nova Zelândia - embora nos Estados Unidos os episódios tenham sido censurados para não mostrar mamilos. Ao todo, o anime conta com 12 episódios, que correspondem às 17 primeiras histórias do mangá - vale citar como curiosidade que a música de abertura é sempre a mesma, cantada por Kishidakyodan and the Akeboshi Rockets, mas cada episódio possui uma música de encerramento diferente, todas cantadas por Maon Kurosaki. De vez em quando surgem boatos de uma "segunda temporada", que adaptaria as 12 histórias restantes, mas, assim como com as histórias inéditas do mangá, nada de oficial ainda foi divulgado.

O que é, no mínimo, estranho, já que HOTD foi um imenso sucesso, com seu sexto e sétimo tankobon entrando para o Top 5 dos mais vendidos do Japão, o anime tendo excelente audiência e os DVDs e Blu-rays da série (no Japão, foram lançados seis de cada, cada um com dois episódios) vendendo bem. Nos Estados Unidos, o DVD e o Blu-ray não venderam tão bem (lá só foi lançado um duplo de cada, com a série completa), mas a segunda edição do mangá chegou à segunda posição dos mais vendidos, e o anime foi extremamente bem recebido pela crítica, que elogiou, inclusive, a forma como os zumbis são usados, sem as tentativas de torná-los irônicos, pós-modernos ou cômicos que vêm se tornando comuns nos roteiros norte-americanos.

Mesmo assim, por enquanto, a única coisa que saiu inédita de HOTD depois de o mangá entrar em hiato foi um OVA - um episódio lançado diretamente em video - chamado Drifters of the Dead (algo do tipo "o naufrágio dos mortos"), no qual os sete heróis e seu cachorro vão parar em uma ilha deserta, e as garotas aproveitam para curtir o mar e o sol com biquinis minúsculos enquanto os rapazes vão procurar comida. Esse episódio, por enquanto, está disponível apenas no Japão, onde veio em um Blu-ray oferecido de brinde com uma edição especial do sétimo tankobon.

2 comentários:

  1. Hmm, aproveite os zumbis enquanto pode, Guil-san :lol: http://omelete.uol.com.br/sangue-quente-warm-bodies/cinema/sangue-quente-veja-primeira-foto-do-filme-romantico-de-zumbis/

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  2. Como eu disse, algo está muito errado...

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