Ainda assim, como eu acabei de dizer, tenho meus atores preferidos. Alguns por motivos inexplicáveis, outros por estarem presentes em vários filmes que assisti, outros porque são talentosos mesmo. Dentre eles, há uma mulher que supera todas as minhas expectativas, que é um grande incentivo para que eu assista um filme, não só por sua beleza, mas pelo incrível talento. Cate Blanchett.
Não sou daquelas pessoas que rejeitam um filme por causa de uma interpretação ruim, ou que ficam xingando os velhinhos da Academia porque tal ator ganhou o Oscar e outro não. Mas Cate Blanchett tem alguma coisa que me faz diferenciá-la das minhas outras atrizes preferidas. Não sei bem o que é, mas eu definitivamente adoro todos os personagens que ela faz. Quer dizer, menos quando Galadriel falou com voz grossa e ficou azul, mas isso é mais um problema de roteiro do que de interpretação.
Nascida Catherine Elise Blanchett em 14 de maio de 1969, em Melbourne, Austrália, Cate começou a interpretar desde o colégio, quando fazia parte de um grupo de artes dramáticas. Ao terminar a faculdade, ela decidiu viajar pelo mundo, conhecer diferentes países e aperfeiçoar sua interpretação. Quando ela estava na Inglaterra, porém, seu visto venceu, e, sem querer retornar para a Austrália, ela decidiu ir para o Egito. Para conseguir um dinheiro extra, ela decidiu entrar como figurante em um filme árabe sobre boxe. Esta foi a primeira vez em que ela pisou em um set de filmagem, e esta experiência foi determinante para seu futuro profissional.
Ao retornar para a Austrália, ela decidiu se matricular no prestigiado National Institute of Dramatic Arts de Sydney, onde se formou em 1992. Seu primeiro papel no teatro após formada foi o de Carol, na peça Oleanna, montada pela Companhia de Teatro de Sydney, dirigida por David Mamett, e estrelada por Geoffrey Rush. Ineditamente, este primeiro papel lhe rendeu o Rosemont Award de melhor atriz, um dos principais prêmios do teatro australiano.
Cate ainda trabalhou em várias peças, como Sweet Phoebe e The Tempest, da Companhia de Teatro de Sydney; e Hamlet e The Blind Giant is Dancing, da Companhia de Teatro de Rua de Belvoir. Sua interpretação de Ophelia em Hamlet lhe rendeu outra indicação ao Rosemont, que ela infelizmente não venceu. Após fazer teatro, Cate rumou para a TV, onde atuou nas séries Heartland, Bordertown, G.P. e Police Rescue, todas da Australian Broadcasting Company (ABC).
Sua estréia no cinema foi no filme Paradise Road, de 1997, do diretor Bruce Beresford, no papel de uma enfermeira australiana capturada pelos japoneses na Segunda Guerra. Ainda em 1997, ela fez o papel principal de Thank God He Met Lizzie, de Cherie Nowlan. Esta interpretação lhe rendeu o prêmio de melhor atriz do Australian Film Institute, e um convite para o papel principal do criticamente aclamado Oscar and Lucinda, do famoso diretor australiano Gillian Armstrong. Sua interpretação de Lucinda Leplastrier só recebeu elogios de todos os críticos.
Ainda em 1997, Cate se casou com o roteirista Andrew Upton, que havia conhecido no ano anterior. Logo depois, ela começou as filmagens de Elizabeth, o filme que a projetou mundialmente, lançado em 1998. Dirigida por Shekhar Khapur, Cate fazia o papel da Rainha Elizabeth I, um papel dificílimo, de uma mulher que começava inocente e doce, e aos poucos se tornava uma governante dura e fria. Sua interpretação magistral lhe rendeu críticas altamentes favoráveis, e transformou o filme em um sucesso de público. Elizabeth rendeu a Cate um Globo de Ouro de melhor atriz em um papel dramático, e indicações aos prêmios de melhor atriz da Broadcast Film Critics Association, da Chicago Film Critics Association, do London Critics Circle, do Golden Satellite Awards, da Toronto Film Critics Association, e da Online Film Critics Society. Ela ainda recebeu indicações para o Screen Actors Guild Best Actress Award, e para o Oscar de melhor atriz.
Com a carreira alavancada pelo sucesso de Elizabeth, em 1999 Cate trabalhou em O Talentoso Ripley, e nas comédias Um Marido Ideal e Alto Controle. Neste último, Cate era apenas coadjuvante, mas sua interpretação roubou a cena, e lhe rendeu elogios de toda a crítica especializada. No início de 2000, ela retornou ao teatro, para uma apresentação especial beneficente de Os Monólogos da Vagina, junto com Kate Winslett, Julianne Moore, Melanie Griffith e Gillian Anderson.
2000, aliás, foi mais um ano brilhante para Cate, que atuou em O Dom da Premonição. No papel de uma médium que tem uma visão do responsável por um assassinato, Cate foi mais uma vez aclamada pelo público e pela crítica. Em 2001 ela continuou em alta com Vida Bandida, onde contracenava com Bruce Willis e Billy Bob Thornton, no papel de uma dona-de-casa entediada que foge com dois assaltantes de banco. Para mim, este é o melhor filme dela.
Quando do início das filmagens de O Senhor dos Anéis, Cate foi convidada pelo diretor Peter Jackson para o papel de Galadriel, a Rainha dos Elfos. Era um papel pequeno, mas uma nova experiência para a atriz, que nunca havia filmado em Chroma Key (aquela tela azul onde depois são inseridos personagens e cenários de computador). Galadriel aparece em pequenas participações nos três filmes, A Sociedade do Anel, de 2001, onde, inclusive, narra o prólogo; As Duas Torres, de 2002; e O Retorno do Rei, de 2003.
Em 2001 e 2003, Cate também fez o papel de duas mulheres fortes da História: Charlotte Grey, uma escocesa que se alistou na Resistência Francesa durante a Segunda Guerra para salvar seu namorado, que era piloto da RAF; e Veronica Guerin, uma jornalista irlandesa que escreveu uma série de reportagens sobre traficantes de drogas, e acabou morta por eles. Como de costume, dois papéis difíceis, duas excelentes interpretações.
Atualmente, Cate pode ser vista no cinema em O Aviador, novo filme de Martin Scorcese, onde faz o papel de Katherine Hepburn, uma das mais famosas atrizes de Hollywood, papel este que lhe rendeu um merecidíssimo Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Ainda não vi o filme, mas tenho certeza de que ela está ótima.
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