Até agora. Não sei se foi porque já se passou um ano e meu subconsciente disparou algum alarme, mas outro dia eu me peguei pensando que poderia fazer um terceiro post falando sobre os desenhos Marvel da década de 2000 - que, afinal, também são legais, e nem são tantos assim. Diante disso, ei-lo!
A década de 2000 começaria como a de 1990: com um desenho dos X-Men. Chamado X-Men Evolution, ele seria uma parceria da Marvel não com a Fox, mas, curiosamente, com a Warner (dona da DC, rival da Marvel), e teria dois propósitos: aproveitar a popularidade trazida pelo filme dos X-Men, lançado no mesmo ano, e apelar ao público infanto-juvenil. Por causa disso, diferentemente do desenho da Fox, que trazia uma equipe adulta, em X-Men Evolution quase todos os X-Men eram adolescentes.
A série seria criada por Robert N. Skir e Marty Isenberg, que queriam trazer de volta o clima das histórias originais dos X-Men, lá da década de 1960, na qual eles eram adolescentes ainda tentando controlar seus poderes. Por causa disso, no início, X-Men Evolution é ambientado em um mundo no qual os mutantes ainda não são de conhecimento público, e se escondem em meio às pessoas normais. Nesse cenário, os X-Men são os alunos do Professor Charles Xavier, ele mesmo um mutante, que deseja ensiná-los a controlar seus poderes e usá-los para o bem da humanidade. Além de estudarem sob a tutela de Xavier, os X-Men também frequentam uma escola regular, e possuem atividades próprias de todo adolescente, como praticar esportes e passear no shopping.
No início da série, a equipe dos X-Men é composta apenas por Tempestade, Wolverine (que não são adolescentes e também atuam como professores), Ciclope e Jean Grey. Nos primeiros episódios, Noturno, Kitty Pride, Spyke (um personagem novo criado especialmente para a série, sobrinho de tempestade e com o poder de criar protusões ósseas de seu corpo) e Vampira também se unem à equipe. Vampira, aliás, é uma espécie de vira-casaca, já que, antes de se unir aos X-Men, fazia parte da "equipe rival", a Irmandade, um grupo de mutantes com poderes bizarros que acredita não ter lugar na sociedade, e acha que a história de que os X-Men têm de se integrar a ela e protegê-la é uma grande besteira. A Irmandade é liderada secretamente por Magneto - que só se revela como seu líder no último episódio da primeira temporada - e abertamente por Mística - que, sem que ninguém saiba, também é a diretora da escola regular onde estudam os X-Men. Seus outros membros são Grouxo, Avalanche, Blob e Mercúrio.
O sucesso da primeira temporada daria origem a uma segunda, que traria muitos outros mutantes dos quadrinhos para a série, como o Fera, que se tornaria mais um professor; a Feiticeira Escarlate, que também se uniria à Irmandade; e até mesmo uma versão da equipe Novos Mutantes. A partir do final da segunda temporada, o desenho começaria a ficar mais sério, com os mutantes sendo revelados ao público em geral, que os trataria com desconfiança e preconceito. Na terceira temporada, portanto, os episódios trariam histórias mais ao estilo tradicional dos X-Men, que têm de proteger uma sociedade que os odeia. Aparentemente isso não agradou muito ao público, já que a audiência começou a cair; ainda assim, seria produzida uma quarta temporada, de apenas nove episódios, na qual o vilão principal era não Magneto, mas Apocalipse. A quarta temporada termina com um final de certa forma aberto, que pode anteceder um futuro sombrio caso os X-Men não triunfem.
No geral, X-Men Evolution seria extremamente bem sucedida, e se tornaria a terceira série animada mais longa da Marvel, com um total de quatro temporadas e 52 episódios (ficando atrás dos desenhos da Fox do Homem-Aranha, que teve 65 episódios, e dos X-Men, que teve 76, ambos com 5 temporadas cada), exibidos no canal Kid's WB entre 4 de novembro de 2000 e 25 de outubro de 2003. Um de seus maiores méritos foi o grande número de referências à cultura pop - um dos programas criados por Wolverine para a Sala de Perigo, por exemplo, se chamava Logan's Run, mesmo nome de um filme de ficção científica cult da década de 1970 - e aos próprios quadrinhos Marvel - Kitty Pride tem um dragão roxo de pelúcia e o prédio do Clarim Diário faz parte da paisagem de Nova Iorque, dentre outras. Outro de seus méritos foi introduzir um personagem novo que fez tanto sucesso que acabou migrando para os quadrinhos, justamente como a Estrela de Fogo de Homem-Aranha e Seus Amigos. Não, não foi Spyke, para quem aparentemente ninguém ligou muito, e sim a menina X-23, um clone de Wolverine adolescente e do sexo oposto, criada a partir de uma amostra danificada do DNA do mutante para ressucitar o programa Arma X. X-23 é hoje uma das principais personagens dos X-Men, e possui, inclusive, sua própria revista.
O desenho seguinte também teria a ver com um filme, e seria uma produção bastante curiosa. Spider-Man: The New Animated Series (exibido aqui simplesmente como Homem-Aranha) foi encomendado pela Mtv, e foi o primeiro desenho Marvel totalmente feito por computação gráfica. Mas a curiosidade ficou por conta do fato de que, originalmente, ele seria uma adaptação da revista Ultimate Spider-Man, acompanhando as aventuras do Homem-Aranha do Universo Ultimate, tanto que Brian Michael Bendis, que escrevia a revista, foi chamado para ser o produtor do desenho; porém, com o sucesso do filme do Homem-Aranha, lançado em 2002, a Sony, que detinha os direitos do personagem para cinema e TV, mudaria de ideia, e decidiria fazer do desenho uma continuação direta do filme.
Assim, o desenho acompanha Peter Parker (que tem a voz de Neil Patrick Harris, de How I Met Your Mother), Mary Jane Watson (voz da cantora Lisa Loeb) e Harry Osborn (Ian Ziering, de Barrados no Baile) retomando suas vidas logo após o ataque do Duende Verde e a morte de Norman Osborn. Peter tenta retomar seu romance com Mary Jane sem sucesso, principalmente por causa de suas atividades como Homem-Aranha, e Harry tenta a todo custo se vingar do aracnídeo, achando que ele foi o responsável pela morte de seu pai. Vários vilões famosos do Aranha, como o Lagarto, Kraven, Electro e o Rei do Crime, fizeram participações, alguns com adaptações - Electro, por exemplo, é um colega de Peter na universidade - mas a maioria dos episódios tem vilões novos, criados especialmente para a série. Um fato curiosíssimo sobre esse desenho é que não existe Tia May - segundo a Mtv, "a presença de um idoso na série poderia afastar o público-alvo".
O desenho teve apenas uma temporada de 13 episódios, exibidos entre 11 de julho e 10 de outubro de 2003. A audiência foi boa e as críticas foram favoráveis, mas a Mtv não ficou satisfeita, e acabou não renovando o contrato para uma segunda temporada. Como os custos de produção eram altos, a Sony optaria por não oferecê-lo a outro canal.
Depois de X-Men Evolution e do Homem-Aranha da Mtv, a Marvel ficaria três anos sem licenciar um desenho, voltando em 2006 com Quarteto Fantástico: Os Maiores Heróis da Terra (Fantastic Four: World's Greatest Heroes no original). Mais uma vez, o desenho sofreria grande influência do filme, lançado em 2005 - Alicia Masters, por exemplo, é negra no desenho como no filme, embora nos quadrinhos seja branca - mas, dessa vez, desenho e filme não têm uma relação direta, com os eventos do filme não sendo levados em conta nos episódios do desenho. Curiosamente, porém, o desenho já começa tendo o Quarteto Fantástico como um grupo de heróis já estabelecido, sem que haja um "episódio de origem" - a origem dos poderes do grupo é contada apenas em uma narração durante a abertura.
Ao todo, o desenho teve 26 episódios. Os 13 primeiros seguem o mesmo arco de história, com o Dr. Destino tentando controlar o poder da Zona Negativa em proveito próprio, enquanto os heróis tentam detê-lo. A segunda metade da série é composta de episódios soltos nos quais o Quarteto enfrenta vilões variados, como o Homem-Toupeira, o Mestre dos Bonecos e os Skrulls. Embora façam referências a diversas histórias dos quadrinhos, os episódios não são baseados diretamente nelas, tomando várias liberdades criativas.
Produzido pela Fox, o desenho seria originalmente exibido pelo Cartoon Network, e um dos motivos que o levaram a só ter uma temporada foi a enorme bagunça que o canal faria na hora da exibição: estreando no bloco Toonami em 2 de setembro de 2006, o desenho teria apenas os oito primeiros episódios exibidos antes de ser tirado do ar sem qualquer explicação. Ele retornaria em 9 de junho de 2007, pouco antes da estreia do filme Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado, mas, além da reprise dos oito primeiros, apenas os nove seguintes seriam exibidos antes de sair do ar de novo. No final de 2007, o desenho estrearia no canal Boomerang, mas apenas os 17 episódios exibidos no Cartoon Network seriam reprisados. Os nove episódios restantes só iriam ao ar quando a Fox desistisse do Cartoon e negociasse o desenho com a Nickelodeon, que finalmente exibiria a série completa no canal Nicktoons Network, entre julho e dezembro de 2009 - um ano depois da série completa já ter sido até lançada em DVD.
Quando acontecem bagunças desse tipo, é normal tentar retornar ao modelo vencedor. Marvel e Sony, portanto, decidiriam investir em um desenho do Homem-Aranha no mesmo estilo de X-Men Evolution, com personagens adolescentes frequentando a escola. Chamado O Espetacular Homem-Aranha (The Spectacular Spider-Man), esse desenho condensaria vários fatos da carreira do herói, fazendo com que todos ocorressem durante sua adolescência, ao invés de ao longo de sua vida - Gwen Stacy e Mary Jane, por exemplo, são ambas colegas de Peter na escola. Peter acabou de ganhar seus poderes e perder seu tio, e tem de conciliar os estudos com a carreira de fotógrafo, que iniciou para ganhar um dinheirinho extra e ajudar sua tia; um estágio no laboratório da Empire State University, trabalhando ao lado do Dr. Connors; e, é claro, suas aventuras como Homem-Aranha - cujos problemas parecem ser todos causados por um misterioso homem que, com a ajuda de Norman Osborn e Otto Octavius, planeja criar um exército de supervilões para dominar o crime da cidade. Esses supervilões, desnecessário dizer, são os tradicionais das histórias do Aranha.
O desenho estrearia no canal The CW em 8 de março de 2008; sua primeira temporada, de 13 episódios, fez grande sucesso de público e crítica, e uma segunda temporada foi confirmada antes mesmo da primeira terminar. Aí, entretanto, começaram a acontecer coisas estranhas: primeiro, a segunda temporada, de mais 13 episódios, estrearia não no CW, mas no Disney XD. Antes de seu término, em 31 de agosto de 2009, a Disney anunciaria estar comprando a Marvel - parece até que a mudança de canal foi um prenúncio do que estava por vir. No dia seguinte, a Sony, não se sabe se por vontade própria ou pressionada, optaria por devolver todos os direitos de televisão do Homem-Aranha para a Marvel, mantendo apenas os de cinema. Como os direitos do desenho ainda pertenciam à Sony, mas os direitos dos personagens agora pertenciam à Disney (que passou a ser dona da Marvel), os produtores ficaram em um beco sem saída, incapazes de produzir uma terceira temporada. Assim, mesmo com boa audiência e críticas extremamente favoráveis - alguns críticos chegariam a considerá-lo a melhor representação do Aranha fora dos quadrinhos, e o segundo melhor desenho de super-heróis de todos os tempos, atrás apenas do Batman de Bruce Timm e Paul Dini - o desenho encerraria sua carreira televisiva com apenas 26 episódios, o último exibido em 18 de novembro de 2009.
Antes de a Marvel ser comprada pela Disney, outros dois desenhos seriam lançados. O primeiro seria Wolverine e os X-Men, produzido pela própria Marvel e exibido no Nicktoons Network, entre 23 de janeiro e 29 de novembro de 2009, para um total de 26 episódios. Não relacionado a X-Men Evolution, o desenho traz os X-Men novamente adultos (exceto Kitty Pride) e parte de uma premissa curiosa: após um ataque à Escola Xavier, o Professor X e Jean Grey desaparecem, e os X-Men, desiludidos com a destruição de seu lar e desaparecimento de seu mentor, se separam e vão viver suas vidas em cantos diferentes do planeta. Um ano depois, uma agência governamental chamada MRD começa a capturar, registrar e isolar mutantes, o que leva Wolverine e Fera a se unir e a tentar formar uma nova equipe de X-Men para localizar o Professor X e deter a MRD. Essa equipe, inicialmente formada por Wolverine, Fera, Ciclope, Emma Frost, Kitty Pride, Homem de Gelo, Tempestade, Anjo e Noturno, começa, então, a combater a MRD enquanto busca reunir o maior número de ex-X-Men (?) possível. Em dado momento, eles descobrem que não somente o presente, mas todo o futuro está em jogo, pois, se a equipe liderada por Wolverine fracassar, os Sentinelas assumirão as rédeas da MRD, condenando o planeta a uma era de escravidão.
Graças a uma maciça campanha de marketing da Nickelodeon, Wolverine e os X-Men teve uma audiência gigantesca, se tornando um dos mais assistidos desenhos da Marvel. A crítica também elogiaria bastante, considerando-o um dos melhores desenhos baseados nos personagens da editora. Satisfeita, a Marvel até usaria seu título para uma revista, de enredo semelhante, na qual Wolverine também lidera os X-Men.
Mas, se era tão bom assim, por que foi cancelado após apenas 26 episódios? Na verdade, esse é um assunto meio nebuloso. Uma segunda temporada até estava em planejamento, e o último episódio até acaba com um senhor cliffhanger, dando a entender que, embora tenham evitado a ascenção dos Sentinelas, os X-Men acabaram abrindo caminho para um futuro muito mais sombrio - a Era do Apocalipse, uma das mais famosas e populares sagas dos mutantes nos quadrinhos. Antes de começar a produção da segunda temporada, porém, tudo foi interrompido e a série foi cancelada. Somente em meados de 2010 a Marvel daria um motivo, e não foi um muito concreto: tudo o que foi divulgado foi que um dos "parceiros financeiros" da produção enfrentava "grandes dificuldades", e que, sem seu financiamento, não havia como a Marvel Animation dar prosseguimento à série. Apesar de protestos dos fãs, nada mais foi dito, e, até hoje, a segunda temporada não saiu do papel.
O segundo desenho lançado antes da compra da Marvel pela Disney seria mais um produzido sob encomenda após o sucesso de um filme. Iron Man: O Homem de Ferro (Iron Man: Armored Adventures no original) seguia o mesmo estilo de X-Men Evolution e O Espetacular Homem-Aranha, trazendo um Tony Stark adolescente - o que é bastante curioso, já que, nos quadrinhos, ele só inventou a armadura do Homem de Ferro depois de velho, e praticamente nada de sua adolescência é conhecido - que usa sua inteligência acima da média para inventar uma grande variedade de equipamentos tecnológicos, dentre eles a armadura do Homem de Ferro, buscando usá-los para encontrar seu pai, desaparecido após um misterioso acidente aéreo. A tecnologia criada por Tony, porém, atrai a atenção de vários vilões, a maior parte deles também de temática tecnológica, que visam adicionar suas invenções a seu arsenal de maldades, o que faz com que ele seja constantemente interrompido por eles em sua missão - ou tenha de interrompê-la para combatê-los e salvar inocentes. Finalmente, como todo adolescente, Tony frequenta a escola e passa por várias mudanças físicas e psicológicas, as quais tem de concliliar com sua carreira de herói. Felizmente, ele não está sozinho, contando com a ajuda de seus melhores amigos, James Rhodes e Pepper Potts, também adolescentes na série.
Assim como Wolverine e os X-Men, Iron Man foi produzido pela Marvel e exibido pela Nicktoons Network - e, assim como o Homem-Aranha da Mtv, era totalmente feito por computação gráfica. Ao todo, o desenho teve duas temporadas de 26 episódios cada, para um total de 52, com a primeira estreando em 24 de abril de 2009 e concluindo em 18 de janeiro de 2010. Nessa primeira temporada, Tony e seus amigos procuram, junto com Gene Khan (uma versão adolescente do Mandarim), por cinco anéis místicos de grande poder, que podem auxiliá-lo a desvendar o mistério do desaparecimento de seu pai. A primeira temporada seria um grande sucesso de público - seu episódio de estreia quebraria o recorde de audiência do Nicktoons - mas a crítica ficaria dividida, com alguns elogiando os roteiros e a arte, outros reclamando que Tony estava parecido demais com Peter Parker, e que apostar em um Homem de Ferro adolescente era um retrocesso em relação ao sucesso do filme, lançado no ano anterior. De qualquer forma, o sucesso junto ao público garantiria a produção da segunda temporada.
Graças à compra da Marvel pela Disney, porém, problemas de logística acabariam adiando essa produção, e a segunda temporada estrearia apenas mais de um ano após o final da primeira, em 13 de julho de 2011. A segunda temporada focaria mais na rivalidade entre Tony e Obadiah Stane, antigo sócio de seu pai e suspeito de tramar sua morte (e adulto também na série), e colocaria a vida do herói em perigo quando sua tecnologia seria roubada pelo vilão Fantasma e vendida para Stane e para o empresário Justin Hammer, que a usariam para construir suas próprias armaduras. Apesar da boa audiência, a segunda temporada não seria tão bem sucedida quanto a primeira, e, como a produção dos episódios era bastante cara, a Disney optaria por não produzir uma terceira, encerrando a série em 25 de julho de 2012.
E assim chegamos ao último desenho Marvel da década, Esquadrão de Heróis (The Super Hero Squad Show). Produzido em parceria pela Marvel, a Film Roman e a Ingenious Media, e exibido no Cartoon Network entre 14 de setembro de 2009 e 14 de outubro de 2011, esse desenho era inspirado em uma linha de brinquedos da Hasbro, chamada Marvel Super Hero Squad. Voltados para crianças pequenas, os brinquedos traziam os principais heróis e vilões Marvel com aparência de desenhos infantis e em versão super deformed - aquele estilo nos quais os personagens se parecem com adultos em miniatura, com cabeça, mãos e pés desproporcionalmente grandes.
Seguindo o mesmo estilo, o desenho é voltado para crianças pequenas - e não deixa de ser curioso que o primeiro desenho Marvel lançado após a empresa ser comprada pela Disney seja um justamente desse tipo - o que significa que não somente os personagens são bonitinhos e coloridos, mas também que as histórias têm um tom de comédia e galhofa. Nele, o Dr. Destino, que quer dominar o universo, reúne os principais vilões do mundo e forma uma equipe conhecida como Legião Letal, comandada por MODOK e pelo Abominável. Para combatê-los, o Homem de Ferro reúne os principais heróis, criando o Esquadrão de Heróis, cujos membros permanentes são ele, o Hulk, Wolverine, Thor, Falcão, o Surfista Prateado e Réptil - um novo personagem criado especialmente para o desenho, porque, aparentemente, todo desenho com uma equipe de heróis Marvel tem de ter um criado especialmente para ele - tendo como "membros associados" o Capitão América e Miss Marvel.
Na primeira temporada, de 26 episódios, o objetivo da Legião Letal é reunir fractais que se espalharam pela cidade durante a última luta do Dr. Destino contra o Homem de Ferro, que, se reunidos, formarão a Espada Infinita, que dará ao Dr. Destino o poder necessário para dominar o universo. Vários vilões famosos se envolvem nessa busca, como o Homem-Toupeira, a Gangue da Demolição, o Fanático, Garra Sônica, Dormammu, Loki, os Skrulls e mutantes como Magneto e Mística. Por sua vez, o Esquadrão de Heróis não os enfrenta sozinhos, contando com a ajuda de vários X-Men, do Quarteto Fantástico, dos Heróis de Aluguel e de alguns Vingadores, como a Vespa, a Viúva Negra e o Homem-Formiga - infelizmente, o Homem-Aranha ficaria de fora, por decisão da Sony. A comédia é onipresente - a boca do Homem de Ferro se mexe quando ele fala, Hulk é infantilizado e tem problemas para controlar sua agressividade, e o Surfista Prateado age e fala como um estereótipo de surfista, por exemplo. Um dos melhores episódios é o no qual Wolverine decide deixar o Esquadrão de Heróis e é convidado pelo Capitão América a se unir ao Esquadrão de Capitães como Capitão Canadá - atuando ao lado de Capitão Britânia, Capitão Austrália, do anãozinho Capitão Liechtenstein e da Capitã Brasil.
Na segunda temporada, o vilão principal é Thanos, que busca as Joias do Infinito para - adivinhem - dominar o universo. O Surfista Prateado decide se unir a Galactus, e é substituído no Esquadrão de Heróis pela Feiticeira Escarlate - decisão tomada após as críticas de que o Esquadrão não tinha nenhum membro permanente feminino. O Esquadrão de Heróis viaja por vários locais famosos do Universo Marvel para impedir Thanos de alcançar seu objetivo, interagindo com "personagens cósmicos" como Adam Warlock e Nebula. A segunda temporada seria mais uma vítima da confusão de horários do Cartoon Network, que exibiu 14 dos 26 episódios antes de tirar a série do ar, disponibilizando os restantes para vendas no iTunes. Após protestos dos fãs, o canal anunciou que a série retornaria, mas, seis meses depois de tirá-la do ar, exibiu um único novo episódio e a tirou do ar novamente. Somente após mais três meses é que os 11 episódios restantes seriam exibidos. Irritada, a Marvel tiraria do Cartoon Network os direitos de exibição, impedindo-o de exibir reprises. Diante disso, a Marvel também optaria por não produzir uma terceira temporada, decidindo investir em novas séries. O que foi uma pena, pois, além de bastante divertido, o Esquadrão de Heróis já estava se tornando uma espécie de franquia da Marvel, com revistas em quadrinhos e games de igual sucesso.
E aqui chegamos ao final de mais um post sobre os desenhos da Marvel. Como a década de 2010 ainda nem chegou à metade, é pouco provável que eu faça mais um. Mas não é bom afirmar com certeza categórica. Vai que vem uma vontade.
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Década de 2000 |
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