segunda-feira, 25 de março de 2013

Escrito por em 25.3.13 com 0 comentários

Desenhos Marvel (I)

Alguns posts do átomo acabam sendo adiados indefinidamente, por uma variedade de motivos. Alguns se perdem para sempre, outros, de repente, quando menos se espera, ressurgem. É o caso do post de hoje.

Desde que eu fiz o post sobre o Thor que eu venho querendo falar sobre The Marvel Super Heroes. Outros assuntos mais cotados acabaram entrando na frente, porém, e somente hoje eu resolvi tirá-lo da minha cabeça. Bom, antes tarde do que nunca.

Para quem não está ligando o nome à pessoa, The Marvel Super Heroes é aquele desenho nem um pouco animado que passava nas manhãs, quase madrugadas, dos anos 80 na TV, não me lembro bem em qual canal. Eu lembro que eu tinha uns 6 ou 7 anos de idade e estudava de manhã, o que fazia com que eu tivesse de acordar bem cedo, algumas vezes até tendo de acender as luzes para tomar café, pois o sol ainda nem havia nascido, e, mesmo assim, quando eu ligava a televisão, lá estavam os Heróis Marvel combatendo o crime. Sempre me perguntei por que resolviam passar aquele desenho tão cedo, e sempre achei que fosse para as crianças que acordavam cedo como eu.

Confesso que, na época, eu não achava o desenho lá essas coisas. Era feio e esquisito, e a concorrência - o desenho dos Super Amigos, da DC - passava na mesma época, em horário mais acessível e era melhor produzido. Ainda assim, foi um desenho que marcou a minha infância - até hoje me lembro de alguns trechos de alguns episódios, em especial uma luta do Thor contra o Homem-Absorvente - além de ter sido o responsável para que eu conhecesse os Heróis Marvel - mais tarde, quando tive meu primeiro contato com eles nos quadrinhos, já os conhecia, ao passo que alguns amigos meus só conheciam os da DC.

The Marvel Super Heroes foi produzido pela Grantray-Lawrence Animation, fundada pelos publicitários Grant Simmons, Ray Patterson e Robert Lawrence. Inicialmente criada em 1954 para fazer peças publicitárias em animação, a empresa decidiria se aventurar pelo mundo dos desenhos animados para tentar ganhar um dinheiro extra em 1965, e, para isso, procuraria o então diretor da Marvel, Martin Goodman. Animado com a possibilidade de levar os personagens Marvel para a televisão, Goodman fecharia o contrato, deixando a cargo de Lawrence escolher os heróis que estrelariam o desenho. Goodman também apontaria Stan Lee, à época diretor de arte da Marvel e criador ou co-criador de quase todos os personagens da editora, para ser diretor de arte do desenho. Lee não se animou muito, e, para convencê-lo, Lawrence alugou uma cobertura no centro de Nova Iorque, próxima ao estúdio, onde ele e sua esposa poderiam morar enquanto a série estivesse sendo produzida.

O problema foi que, ao contrário do que possa parecer, a Grantray-Lawrence Animation não estava exatamente nadando em dinheiro - The Marvel Super Heroes era, justamente, uma tentativa desesperada de fazer caixa. O resultado foi que o orçamento para os desenhos era quase inexistente, o que levou à criação de uma técnica, no mínimo, inusitada: o estúdio pegava arte já pronta dos quadrinhos Marvel, recortava os personagens que interessavam, juntava todos para fazer uma cena, tirava xerox, coloria e filmava com a câmera de animação. Por um lado, isso cortou imensamente os custos, já que nenhum animador precisou ser contratado, por outro, fez com que o desenho não fosse exatamente animado - as únicas coisas que se moviam eram os lábios dos personagens quando eles falavam, um eventual braço ou perna, ou uma silhueta totalmente preta, desenhada pelo próprio Lawrence. Os desenhistas responsáveis pela arte dos quadrinhos Marvel "pirateados", especialmente Jack Kirby, Steve Ditko e Don Heck, jamais receberam um tostão, mas, como eram outros tempos, também jamais se importaram com isso.

The Marvel Super Heroes não foi produzida como uma série animada de um só herói, mas como cinco séries distintas, cada uma indo ao ar um dia da semana: segunda-feira era o dia do Capitão América, terça-feira era o Hulk, quarta-feira o Homem de Ferro, quinta-feira o Thor e sexta-feira era a vez de Namor, o Príncipe Submarino (Nota do Guil: o nome da quinta-feira em inglês, Thursday, vem de Thor's Day, o "Dia de Thor" - quem programou o desenho do Thor para as quintas-feiras ou teve uma sacada genial ou proporcionou uma bizarra coincidência). Além desses heróis, também fizeram participações especiais os X-Men originais (Anjo, Fera, Homem de Gelo, Ciclope e Garota Marvel) em um dos episódios de Namor - mas identificados como "Aliados pela Paz" ao invés de X-Men - e alguns dos Vingadores (Gigante, Vespa, Gavião Arqueiro, Mercúrio e Feiticeira Escarlate) em alguns episódios do Capitão América.

Por alguma razão bizarra, cada dia era composto não de um, mas de três episódios de sete minutos cada, que, juntos, formavam uma mesma história. Além dos comerciais, completavam os 30 minutos de exibição na TV uma abertura genérica, que passava todos os dias - cada super-herói tinha também sua própria abertura, que passava logo depois da genérica - um encerramento com os créditos, e propagandas dos heróis dos outros dias, que exibiam seus poderes e anunciavam em qual dia da semana as crianças poderiam vê-los. Apesar da "pirataria", os episódios não eram cópias das histórias dos quadrinhos, e sim roteiros originais inspirados por elas - o episódio de Namor que conta com a participação dos X-Men, por exemplo, foi inspirado em uma história do Quarteto Fantástico, e os X-Men substituíram o Quarteto por razões de licenciamento, já que a Marvel já estava negociando com a Hanna-Barbera para fazer um desenho só deles.

Originalmente, The Marvel Super Heroes foi ao ar entre 1o de setembro e 1o de dezembro de 1966, já em esquema de syndication - vendida para vários canais ao mesmo tempo, ao invés de passar primeiro em um para depois ser oferecida aos demais. Ao todo, foram produzidos 39 episódios de cada herói, que, exibidos de três em três, foram o suficiente para manter cada um no ar durante 13 semanas - e, multiplicando 13 por 5, que é o número de heróis, temos 65, que, como os leitores do átomo sabem, é o número padrão de episódios por temporada para uma série animada norte-americana que vai ao ar de segunda a sexta.

Após sua exibição original, The Marvel Super Heroes foi bastante reprisado, inclusive desmembrado, com seus curtos episódios servindo até para que alguns canais ocupassem o espaço entre um desenho e outro em sua programação. A Marvel ficou satisfeita com o sucesso do desenho, e confiou à Grantray-Lawrence Animation a produção de mais um desenho, dessa vez do Homem-Aranha.

Esse desenho, que estreou em 9 de setembro de 1967 e teve Stan Lee e John Romita como consultores, mostrava Peter Parker apenas como fotógrafo do Clarim Diário, tendo de aturar as maluquices de J. Jonah Jameson ou cantando a secretária Betty Brant, até que algum crime acontecia e ele se transformava no Homem-Aranha para impedir os vilões. Curiosamente, praticamente nada da vida de Peter fora do Clarim era sequer mencionado.

O orçamento do desenho do Homem-Aranha foi um pouco maior, já que a Marvel conseguiu negociá-lo com o canal ABC, que já exibia o desenho do Quarteto Fantástico produzido pela Hanna-Barbera, ao invés de oferecê-lo em syndication; mesmo assim, a animação era bastante precária, com os personagens tendo poucos movimentos e muitas cenas, como a de Peter vestindo a máscara ou a do Homem-Aranha se balançando entre os prédios, sendo repetidas a cada episódio. Apesar disso, o desenho fez um imenso sucesso, principalmente graças à musiquinha da abertura, até hoje associada ao personagem.

Infelizmente, o grande sucesso do desenho não livraria a Grantray-Lawrence Animation de um triste destino: a falência. Os problemas financeiros que fizeram com que o estúdio procurasse a Marvel só fizeram aumentar e, no final de 1967, eles finalmente tiveram de fechar as portas. Como a ABC encomendou uma segunda temporada do desenho, a Grantray-Lawrence Animation indicou a Krantz Films, com quem já havia trabalhado em duas outras produções, para substituí-la.

A Krantz Films, entretanto, não fez um bom trabalho. Para começar, cortaria ainda mais o orçamento, tornando a animação ainda mais precária. Em segundo lugar, enquanto os episódios da primeira temporada contavam com praticamente todos os vilões de sucesso dos quadrinhos do Homem-Aranha, a Krantz optaria por usar na segunda vilões genéricos criados por ela mesma, quase todos com poderes de origem mágica, um artifício para que ela pudesse reaproveitar cenas de outros desenhos seus - dois dos episódios, por exemplo, eram cópias fiéis de episódios de Rocket Robin Hood, que apenas substituíam o protagonista pelo Homem-Aranha. Lee e Romita também deixariam seus cargos de consultores, ficando a criação das histórias totalmente a cargo da Krantz. Finalmente, na segunda temporada Peter quase não apareceria no Clarim, com sua parte das histórias sendo ambientada na faculdade, onde ele tinha problemas com esportes e valentões e sempre tentava convidar belas colegas para encontros, sem sucesso.

Apesar de todos os problemas, a ABC ainda encomendaria uma terceira temporada, na qual a Krantz traria de volta os vilões clássicos, mas com vários erros de continuidade, principalmente em sua aparência. Uma queda vertiginosa na audiência fez com que não houvesse uma quarta.

No total, o desenho teve 77 episódios, sendo 38 na primeira (exibidos em 20 dias de segunda a sexta; 36 desses episódios tinham 12 minutos cada e foram exibidos dois a dois, enquanto os outros dois tinham 25 minutos cada), 19 (de 25 minutos cada) na segunda e 20 na terceira (16 deles com 12 minutos e exibidos dois a dois, mais cinco de 25 minutos, para um total de 13 semanas). O último foi ao ar dia 14 de junho de 1970.

O desenho do Quarteto Fantástico não teve melhor sorte. Com animação igualmente precária e vilões com visual bem diferente dos quadrinhos - especialmente Galactus - o desenho não fez muito sucesso, sendo cancelado após apenas 20 episódios de 22 minutos cada, que foram ao ar semanalmente (e bem espaçados entre si) entre 9 de setembro de 1967 e 21 de setembro de 1968.

O insucesso dos desenhos do Homem-Aranha e do Quarteto Fantástico fariam com que a Marvel passasse praticamente toda a década de 1970 sem investir em desenhos. Somente em 1978 ela decidiria abrir seu próprio estúdio de animação, a Marvel Comics Animation, fazendo uma parceria com a DePatie-Freleng Enterprises, conhecida pelos desenhos da Pantera Cor-de-Rosa e do Mr. Magoo, para um segundo desenho do Quarteto Fantástico. Bizarramente, nesse desenho a equipe não contava com a presença do Tocha Humana, substituído pelo robô Herbie. Na época, houve um rumor de que o canal que exibiria o desenho, a NBC, havia exigido a mudança, temeroso de que as crianças que o assistissem quisessem imitar o Tocha Humana e ateassem fogo às próprias roupas, mas a verdade é que a Marvel já estava negociando o Tocha Humana para estrelar um filme solo para a TV produzido pela Universal, que jamais sairia do papel, e a Universal impediria a DePatie-Freelang de usar o personagem. Com qualidade de animação melhor que o desenho anterior, mas deixando a desejar nos roteiros, o segundo desenho do Quarteto teria apenas 13 episódios de 22 minutos cada, exibidos entre 9 de setembro e 16 de dezembro de 1978.

No início de 1979, a Marvel seria procurada mais uma vez pela ABC, interessada em um novo desenho. Dessa vez, ao invés de apostar em seus heróis mais populares, a Marvel decidiria por um personagem novo, a Mulher-Aranha, que havia estreado nos quadrinhos em fevereiro de 1977 - e cuja origem, curiosamente, está ligada aos desenhos animados: em 1976, a Filmation, que na década de 1980 se tornaria famosa pela produção do desenho do He-Man, anunciou que seu próximo lançamento seria o desenho de uma super-heroína chamada Web Woman (a "Mulher-Teia"). Ao tomar conhecimento da notícia, Stan Lee decidiu que a Marvel precisava garantir os direitos sobre o nome "Mulher-Aranha" antes que outra companhia qualquer o fizesse. Já rolava um certo atrito entre a Marvel e a DC por causa dessa troca de gêneros desde 1964, quando a Marvel lançou o Magnum (cujo nome em inglês é Wonder Man) e foi acusada pela DC de plágio do nome da Mulher Maravilha (Wonder Woman); por sua vez, em 1976, a DC lançaria a Poderosa (Power Girl), e seria acusada pela Marvel de plágio do nome de Luke Cage (que em inglês, na época, usava o codinome Power Man). Como o Homem-Aranha era o herói Marvel mais popular, Lee ficou com medo de que alguém lançasse uma Mulher-Aranha, e quis garantir logo o nome.

O desenho, portanto, seria uma boa oportunidade para aumentar a popularidade da personagem e trazer mais leitores para os quadrinhos. Criado mais uma vez em parceria com a DePatie-Freleng Enterprises, ele seria exibido entre 22 de setembro de 1979 e 3 de janeiro de 1980, com um total de 16 episódios semanais de 25 minutos cada, e acompanharia a vida de Jessica Drew, que, quando criança, foi mordida por uma aranha venenosa. Para salvá-la, seu pai a injetou um soro experimental, que acabaria dando à menina super-poderes. Já adulta, Jessica trabalha como editora da revista Justice, ao lado do fotógrafo Jeff e de seu sobrinho adolescente Billy. Quando a necessidade surge, ela assume o manto de Mulher-Aranha, usando seus poderes para combater o mal. Curiosamente, essa história tem muito pouco a ver com a dos quadrinhos - nos quais Jeff, Billy e a revista Justice nem existiam, e os poderes da Mulher-Aranha eram completamente diferentes, por exemplo - mas acabou funcionando bem.

Diferentemente dos imediatamente anteriores, o desenho da Mulher-Aranha seria um grande sucesso. Aproveitando a crista da onda, David DePatie e Friz Freleng, que já vinham mais uma vez sofrendo com problemas financeiros, ofereceriam vender a companhia para a Marvel, que aceitaria e mudaria seu nome para Marvel Productions. Freleng voltaria para a Warner Bros, de onde havia saído para fundar a empresa, mas DePatie ficaria na Marvel e se tornaria presidente da Marvel Productions. Sua primeira decisão seria não fazer uma segunda temporada da Mulher-Aranha, e sim um novo desenho do Homem-Aranha.

Mais uma vez contando com a supervisão de Stan Lee, esse novo desenho teria arte inspirada nas tirinhas do herói publicadas em jornais da época, desenhadas por John Romita. Nele, o Homem-Aranha enfrentava vilões clássicos dos quadrinhos - a maioria de sua própria série, mas alguns "emprestados", como Magneto e o Dr. Destino - enquanto Peter Parker tentava conciliar sua vida de herói com seu emprego no Clarim Diário, seus estudos na Universidade e os cuidados com sua idosa Tia May. O desenho teria um total de 26 episódios de 25 minutos cada, exibidos semanalmente entre 12 de setembro de 1981 e 30 de março de 1982 em regime de syndication.

Enquanto o desenho estava em produção, porém, aconteceu um fato curioso: a NBC procuraria a Marvel, interessada em um desenho para competir com o dos Super Amigos, então exibido pela ABC. A NBC não queria, porém, um desenho dos Vingadores (a "versão Marvel" da Liga da Justiça), e sim um desenho no qual o Homem-Aranha liderasse um grupo de heróis, todos amigos uns dos outros, contra famosos vilões da Marvel.

Foi o próprio Stan Lee quem teve a ideia para o nome desse desenho, Homem-Aranha e Seus Amigos (Spider-Man and His Amazing Friends no original), bem como para a formação da equipe - ao invés de um bando de heróis Marvel, apenas três: o Homem-Aranha, o Homem de Gelo dos X-Men e o Tocha Humana do Quarteto Fantástico. Mas a NBC, aparentemente, não ia muito com a cara do Tocha Humana, já que, assim como não ligou de ele não estar presente no desenho do Quarteto, não o queria nesse. Além disso, a emissora não ficou muito satisfeita com um trio masculino, e pediu à Marvel que a equipe tivesse pelo menos uma mulher. Para manter o tema aranha-gelo-fogo, Stan Lee inventaria uma personagem totalmente nova, a Estrela de Fogo, uma mutante que, no desenho, é amiga do Homem de Gelo e membro dos X-Men, e que faria tanto sucesso que estrearia também nos quadrinhos, em Uncanny X-Men 193, de maio de 1985.

No primeiro episódio, o Homem-Aranha, o Homem de Gelo e a Estrela de Fogo se encontram por acaso durante uma luta contra o Besouro, e, após descobrirem acidentalmente suas identidades secretas e que estudam todos na mesma universidade, decidem dividir um apartamento e atuar juntos na luta contra o mal. Estreando no mesmo dia em que o desenho solo do Homem-Aranha, Homem-Aranha e Seus Amigos teria uma primeira temporada de 13 episódios semanais de 25 minutos, e faria tanto sucesso que acabaria eclipsando o outro desenho - muita gente acha que Homem-Aranha e Seus Amigos é a segunda temporada do desenho do Homem-Aranha, ou que ambos fazem parte de uma mesma série, com o Homem-Aranha atuando sozinho em alguns episódios e acompanhado em outros.

Satisfeita com o desempenho do desenho, a NBC encomendaria não somente uma segunda temporada, mas também um segundo desenho, com o qual faria um bloco de uma hora somente com heróis Marvel. A Marvel decidiria que esse novo desenho seria do Hulk, para aproveitar a popularidade da série com Bill Bixby e Lou Ferrigno, exibida pela CBS, e que em 1982 chegaria à sua última temporada. Bem mais fiel aos quadrinhos que a série de TV, esse novo desenho do Hulk formaria com Homem-Aranha e Seus Amigos um bloco chamado The Incredible Hulk and the Amazing Spider-Man, que, assim como The Marvel Super Heroes, teria uma abertura e créditos comuns, com cada um dos dois desenhos também mantendo sua abertura no início de cada episódio. O bloco estrearia em 18 de setembro de 1982.

A produção do desenho do Hulk sofreria vários problemas, a maioria envolvendo preocupações da NBC em relação à reação dos pais das crianças que assistissem o desenho - por exemplo, nenhum soldado podia portar armas que lembrassem armas reais, apenas armas futuristas, e o Hulk não podia machucar nenhum humano, apenas destruir objetos inanimados para atrasar seus perseguidores. Muitas dessas mudanças acabaram sendo pedidas de última hora, o que levaria a atrasos na produção. O resultado foi que a primeira temporada do Hulk teria 9 episódios, mas a segunda de Homem-Aranha e Seus Amigos acabaria apenas com três, que contavam, cada um, as origens dos heróis do trio. Os outros seis episódios de Homem-Aranha e Seus Amigos necessários para fechar o bloco seriam reprises da primeira temporada, com a adição da narração de Stan Lee - a narração na primeira temporada de Homem-Aranha e Seus Amigos havia ficado a cargo de Dick Tufeld, mas, como Stan Lee havia sido contratado para narrar o desenho do Hulk, e, para manter a coerência, como ambos fariam parte do mesmo bloco, a segunda temporada de Homem-Aranha e Seus Amigos, por conseguinte foi necessário que ele dublasse a narração dos episódios reprisados também. Essa nova narração foi adicionada apenas aos episódios exibidos pela NBC, não existindo nos que depois foram vendidos em syndication nem nos lançados em DVD.

No ano seguinte, o nome do bloco, que estrearia em 17 de setembro de 1983, seria invertido, mudando para The Amazing Spider-Man and the Incredible Hulk - talvez para refletir que aconteceu justamente o contrário do ano anterior: enquanto a terceira temporada de Homem-Aranha e Seus Amigos teve oito episódios, a segunda do Hulk teve apenas quatro, com quatro reprises completando o bloco. Na verdade, ao invés de preparar episódios novos, a Marvel apenas finalizaria os que não ficaram prontos a tempo no ano anterior, o que desagradou a NBC, que preferiu reprisar os episódios antigos em 1984 e 1985 ao invés de encomendar novas temporadas. Na contagem geral, Homem-Aranha e Seus Amigos teve 24 episódios e The Incredible Hulk 13, ambos encerrando sua exibição em 5 de novembro de 1983.

E é isso. Comecei querendo falar só sobre The Marvel Super Heroes, acabei falando sobre todos os desenhos Marvel das décadas de 1960, 1970 e 1980. E vou parar por aqui, pois agora vêm os da década de 1990, que são muitos. Não garanto nada, mas quem sabe um dia eu não fale sobre eles também?

Série Desenhos Marvel

Décadas de 1960 a 1980

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