segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Escrito por em 19.9.11 com 0 comentários

Basquete

Como eu já contei aqui, quando eu era criança e estava na escola, o currículo da educação física, pelo menos para os meninos, consistia de quatro esportes, um por bimestre: futebol (de salão), basquete, vôlei e handebol. Por causa disso, na minha cabeça, esses quatro esportes sempre foram vistos como os "principais", enquanto outros, como beisebol e hóquei, eram "exóticos".

Também como eu já contei aqui, quando eu resolvi começar a escrever sobre esportes no átomo, eu decidi começar pelos "exóticos" - um desdobramento de um pensamento que eu tinha no início, de que não valia a pena falar sobre coisas que muita gente conhecia, sendo preferível escolher assuntos mais obscuros. E, mesmo após esse pensamento ser abandonado, ainda demorou um pouco para que um dos quatro esportes "principais", no caso o futebol, aparecesse por aqui.

Esse ano, eu resolvi fazer justiça aos esportes famosos, que têm tanto direito de ganhar um post quanto os exóticos, e escrevi sobre vôlei e handebol. Para fechar o grupo dos big four, portanto, faltava o basquete. Não falta mais. Pois hoje é dia de basquete aqui no átomo!

O basquete foi inventado em dezembro de 1891, em Springfield, Massachusetts, Estados Unidos, pelo canadense James Naismith, professor de educação física na Associação Cristã de Moços (AMC, ou, em inglês, YMCA) local. Naismith queria inventar um esporte que mantivesse seus alunos ocupados durante um dia chuvoso, e essa ideia acabou evoluindo para a criação de um esporte de intensa atividade física, que pudesse ser disputado durante os rigorosos invernos da Nova Inglaterra. Após diversas tentativas, ele escreveria um conjunto de regras até bastante parecidas com as do esporte que conhecemos hoje, usando bolas de futebol (o nosso, não o americano, evidentemente) e cestas do tipo usado para vender pêssegos, afixadas na grade superior da arquibancada do ginásio, a três metros de altura.

O jogo consistia de dois times de nove jogadores cada, que deveriam carregar a bola com as mãos, mas devendo passá-la para um companheiro sempre antes de tirar o pé de apoio do chão. Para marcar pontos, a bola deveria ser arremessada para a cesta e entrar nela; cada cesta valia um ponto. Originalmente, as cestas tinham fundo, e a bola deveria ser recuperada após cada ponto por alguém que ficasse na parte superior da arquibancada durante o jogo. Como isso era ineficiente, Naismith decidiu remover o fundo da cesta. Não era o suficiente para a bola passar direto, mas, depois que ela "entalasse" na cesta, podia ser retirada com uma vara comprida. Como acertar a cesta (basket, em inglês) era o objetivo do jogo, Naismith decidiu batizá-lo de basketball, nome que acabaria corrompido em português para basquetebol, e, mais tarde, basquete.

O basquete se espalharia rapidamente pelos Estados Unidos e Canadá. Em 1892, ele se tornaria o primeiro esporte a ser disputado em larga escala por mulheres nos Estados Unidos, após Senda Berenson, professora de educação física do Smith College, adaptar suas regras e incluí-lo no currículo de suas alunas. Embora a YMCA tenha sido responsável por sua propagação e popularização, em 1895 ela decidiu parar de investir no esporte, que começava a apresentar contatos físicos violentos e a atrair torcidas arruaceiras, coisas que se distanciavam dos princípios pregados pela entidade. Para preencher o vazio deixado pela saída da Associação, diversos clubes e universidades começaram a organizar jogos e torneios de basquete. Em 1898, o esporte já era o mais popular entre universitários, e ganharia sua primeira liga com jogadores profissionais, a NBL.

Com a popularização do esporte, diversas modificações começaram a ser feitas para garantir a lisura das competições. Em 1898, foram estabelecidas as dimensões preferenciais da quadra, e times de cinco jogadores começaram a se tornar padrão, o que deixava o jogo mais veloz e mais emocionante do que com nove de cada lado. Em 1901, bolas próprias para basquete começaram a ser fabricadas; em 1906, foi a vez de cestas próprias, compostas de um anel de aço pelo qual a bola deveria passar, acabando com a necessidade da vareta de recuperação de bolas. Esse anel de aço era afixado em uma placa de madeira que se tornaria conhecida como tabela, e que permitiria que os jogadores mirassem nela para que a bola batesse na tabela antes de cair na cesta, o que tornaria os pontos bem mais fáceis. Curiosamente, este foi um efeito colateral: o verdadeiro motivo da criação da tabela foi que espectadores engraçadinhos ficavam mexendo na cesta ou colocando a mão na bola durante o jogo; a tabela foi criada para "proteger" a cesta e impedir que eles alterassem o resultado da partida.

Com o início da Primeira Guerra Mundial, o basquete chegaria à Europa, levado por soldados norte-americanos. O próprio Naismith serviria na França, onde se encarregaria de apresentar seu esporte aos jovens de Paris. Com o fim da guerra, soldados estrangeiros que serviram junto aos americanos retornariam a seus países de origem levando consigo as regras do esporte. Na década de 1920, o basquete já era um esporte popular na Europa, China, Índia, Japão, Pérsia e Argentina, e se via mais popular que nunca nos Estados Unidos, com o surgimento de times como os New York Renaissance Five e os Harlem Globetrotters, que viajavam pelo país disputando centenas de jogos por ano contra equipes das cidades que visitavam. Para ter um maior controle sobre as regras do jogo, e garantir que ele se expandiria pelo mundo sem ser desfigurado, em 1932 as Federações Nacionais de Basquete de Argentina, Tchecoslováquia, Grécia, Itália, Letônia, Portugal, Romênia e Suíça se reuniram em Genebra e fundaram o órgão máximo do esporte no planeta, a Federação Internacional de Basquetebol Amador, ou FIBA.

Devido a um acordo firmado quando de sua criação, originalmente a FIBA regularia apenas partidas disputadas por jogadores amadores, ficando as partidas disputadas entre profissionais a cargo das respectivas associações, federações e ligas de cada país, como a norte-americana NBA, criada em 1946. Entretanto, muitas das inovações dos amadores seriam aproveitadas pelos profissionais e vice-versa, como a introdução dos dribles - o quique da bola que permite que o jogador se movimente com ela, não precisando mais passar a bola para um companheiro toda vez que quiser dar um passo - possível graças a novos materiais usados na confecção da bola a partir de 1950; o reposicionamento da cesta em um poste dentro da quadra, ao invés de afixá-la na arquibancada, determinado em 1951, e a adição de uma redinha sob o aro da cesta, para facilitar aos espectadores saber quando foi ponto ou não, em 1958; a adoção das substituições ilimitadas em 1945 e do tempo técnico em 1949; e a introdução da linha dos três pontos - já desde 1901 cada cesta valia dois pontos ao invés de um, mas, acreditem ou não, apenas em 1984 a FIBA decidiu acrescentar a linha dos três pontos à quadra, fazendo com que arremessos de mais longe fossem recompensados com um ponto a mais.

Em 1989, a FIBA faria uma alteração em seu estatuto, e passaria a regular também as partidas entre profissionais. Isso não fez com que ela passasse a interferir nos campeonatos nacionais, mas permitiu que jogadores profissionais participassem de eventos como as Olimpíadas e o Campeonato Mundial. Hoje, a FIBA é uma das maiores federações esportivas do planeta, com 213 membros, incluindo o Brasil, membro desde 1935.

Embora a FIBA seja a autoridade máxima em relação às regras do baquete, os Estados Unidos gozam de certa autonomia em seus campeonatos, podendo alterar as regras de forma doméstica sem que isto interfira em sua posição dentro da Federação - e, quando as equipes norte-americanas disputam torneios internacionais, evidentemente o fazem seguindo as regras da FIBA. As regras que eu vou apresentar aqui são as da FIBA, portanto, se você costuma assistir jogos da NBA ou do campeonato universitário, não estranhe, elas são diferentes mesmo.

O basquete é disputado em uma quadra de 28 metros de comprimento por 15 m de largura. O material preferencial para a superfície da quadra é a madeira, e jogos internacionais devem obrigatoriamente ser disputados em quadras de madeira; muitos clubes e associações esportivas, entretanto, possuem quadras de concreto. A quadra possui uma linha cheia que a divide ao meio, cortada por um círculo central de 3,60 m de diâmetro. Em cada lado da quadra, centralizado com cada linha de fundo e afixado sobre ela, fica um poste de 3 metros de altura, no alto do qual está a cesta. A cesta é um anel de metal de 45,72 cm de diâmetro, com uma redinha de tecido pendurada. As regras não fazem referência ao comprimento da rede, mas ela costuma ser comprida o suficiente para facilitar a visualização da cesta sem atrapalhar as jogadas. A cesta é presa por uma haste de 10 cm à tabela, um retângulo de madeira de 1,80 m de largura por 1 metro de altura. No centro da tabela, logo acima da cesta, há um retângulo de 45 cm de altura por 60 cm de largura, o qual os jogadores podem usar como "mira". O centro da cesta deve ficar a 1,575 m da linha de fundo, o que faz com que o topo do poste seja curvo, se projetando para dentro da quadra.

Debaixo de cada cesta, na quadra, é pintado um "garrafão", uma área que consiste de um retângulo de 4,9 m de largura por 5,8 m de comprimento, na frente do qual, centralizado com o retângulo, há um semicírculo de 1,8 m de raio. Dentro do garrafão e à frente do poste da rede, há outro semicírculo, este com centro no centro da rede e 1,25 m de raio. À frente do garrafão fica a linha dos três pontos, um semicírculo também centralizado no centro da rede, com 6,75 m de raio. Duas linhas retas se prolongam desse semicírculo até o final da quadra, a 90 cm de distância de cada linha lateral.

A bola de basquete é inflada, feita de borracha coberta com couro natural ou sintético, e normalmente é de cor laranja, para facilitar sua visualização por parte do público. Tradicionalmente, a bola possui um desenho conhecido como "costelas", originalmente formado pelas costuras das placas de couro usadas em sua confecção quando as técnicas de manufatura ainda não eram tão avançadas. Como quicar a bola é uma parte essencial do jogo, as regras da FIBA determinam que a bola deve ser capaz de quicar a uma altura de 1,3 m quando derrubada de uma altura de 1,8 m, e deve ser capaz de quicar 20 mil vezes antes de precisar ser novamente calibrada. A bola deve ter entre 75 e 78 cm de circunferência e pesar entre 567 e 650 gramas.

O basquete é um jogo no qual o cronômetro possui um papel muito importante - e também engana muito os espectadores, já que para constantemente, fazendo com que três segundos às vezes demorem meia hora para passar. Uma partida completa dura quatro quartos de 10 minutos cada, sendo que o relógio só anda quando a bola está em jogo; entre o primeiro e o segundo e entre o terceiro e o quarto quartos há um intervalo de dois minutos, enquanto entre o segundo e o terceiro quartos o intervalo é de 15 minutos. É impossível um jogo de basquete terminar empatado: se, ao final do jogo, ambas as equipes tiverem o mesmo placar, são jogadas sucessivas prorrogações de 5 minutos de duração cada, com 2 minutos de intervalo entre elas, até que haja um vencedor. O basquete, aliás, foi o primeiro esporte a usar uma prorrogação para resolver um empate, inventando-a mais ou menos na hora quando uma partida entre duas universidades do Canadá terminou empatada em 1904.

O jogo começa com um ato chamado "bola ao alto", no qual um dos árbitros joga a bola para cima, e um jogador de cada time tenta pegá-la ou passá-la para um de seus companheiros. Uma vez que um jogador tenha a posse de bola em seu próprio campo, possui oito segundos para levá-la até o campo adversário, e não pode retornar com ela após o fazer. Além disso, um time que tenha a posse de bola possui 24 segundos para arremessá-la para a cesta; esse tempo só "reseta" quando a bola é arremessada e toca no aro da cesta, ou seja, se ela for arremessada, passar direto e for parar com outro jogador do mesmo time, o relógio continua de onde estava. Finalmente, nenhum jogador pode permanecer mais de três segundos seguidos dentro do garrafão adversário. Durante o jogo, cada técnico tem direito a até cinco pedidos de tempo - dois na primeira metade do jogo e três na segunda, mais um em cada prorrogação, que não entram nessa conta - para orientar seus jogadores; cada tempo técnico dura um minuto, e pode ser pedido a qualquer momento no qual o relógio estiver parado, exceto durante uma cobrança de lances livres (veja adiante). Caso o tempo seja pedido nos dois últimos minutos de um quarto, a posse de bola retorna da metade da quadra, e não do local onde a bola estava quando o tempo foi pedido.

Os jogadores devem conduzir a bola com as mãos, mas não podem tirar o pé de apoio do chão antes de quicá-la ou passá-la para um companheiro; mantendo um dos pés no chão, um jogador segurar a bola por quanto tempo quiser, sendo limitado apenas pelos 24 segundos do arremesso. Para quicar a bola, o jogador deve usar apenas uma das mãos, não podendo segurá-la com ambas entre um quique e outro - uma violação conhecida como double dribble. O passe para um companheiro pode ser feito pelo alto ou quicando a bola, não havendo qualquer diferença em termos de regras entre eles. Um jogador pode pular - tirando ambos os pés do chão - caso vá arremessar a bola para a cesta, mas, nesse caso, a bola deve sair de suas mãos antes de seus pés tocarem novamente o chão.

Como já foi dito, cada cesta vale dois pontos, exceto se a bola for arremessada de antes da linha dos três pontos; nesse caso, a cesta valerá três - se o jogador pisar na linha antes de arremessar, entretanto, ela só valerá dois. Após cada cesta, o relógio para, e recomeça assim que a bola é posta novamente em jogo. O time que sofreu a cesta recebe a posse de bola atrás de sua linha de fundo, e a bola entra em jogo assim que o jogador com a posse a passa para um companheiro dentro de quadra. Se, a qualquer momento, a bola sair dos limites da quadra, a posse de bola irá para a equipe que não tocou nela por último, no local onde ela saiu. No basquete, as linhas que limitam a quadra são consideradas fora, ou seja, se a bola quicar na linha, ela saiu. Curiosamente, se o jogador que tiver a posse de bola sair, a bola sai junto, ou seja, se o jogador conduzindo a bola pisar na linha ou fora da quadra, se considera que a bola saiu, mesmo que ela ainda esteja sendo quicada dentro da quadra. Também curiosamente, a bola só sai se ela ou o jogador que a está tocando tocarem o chão fora dos limites da quadra, o que resulta em saltos acrobáticos que tentam colocar a bola para dentro quando ela está saindo pelo alto.

O basquete também possui um sistema curioso para lidar com as faltas e infrações. Em se tratando de faltas leves - tirar o pé de apoio do chão antes de quicar a bola, voltar a bola para seu próprio campo, estourar os limites de três, oito ou 24 segundos - a punição é apenas a posse de bola para o adversário, na lateral da quadra, no local mais próximo a onde a falta ocorreu. Caso seja uma falta mais grave - normalmente contato físico excessivo, agarrões e empurrões - o sistema é o seguinte: cada time tem um "limite" de quatro faltas por quarto - nesse caso, as prorrogações contam como continuação do quarto quarto. Até a quarta falta, a punição é a mesma das faltas leves, posse de bola para o adversário na lateral mais próxima onde ela ocorreu. A partir da quinta falta coletiva, cada falta é punida com cobrança de lances livres: o jogador que sofreu a falta se posiciona sobre a linha onde o retêngulo do garrafão encontra o semicírculo, com todos os demais jogadores devendo ficar fora do garrafão até a bola deixar suas mãos, e a arremessa para a cesta. Cada cesta marcada durante um lance livre vale apenas um ponto; o normal é que sejam cobrados dois lances livres, mas há exceções: se a falta ocorrer depois que a bola deixou as mãos do jogador em direção à cesta, e a cesta for efetuada, o jogador que sofreu a falta cobrará apenas um lance livre; e se a falta ocorrer durante um arremesso de três pontos, e a cesta não for efetuada, o jogador poderá cobrar três lances livres. Ao receber a bola do árbitro, um jogador tem dez segundos para cobrar o lance livre; se estourar esse tempo, ou se arremessar a bola e não acertar nem a cesta, nem o aro, nem a tabela, a posse de bola passa para o adversário na linha de fundo.

Além das faltas leves e graves, há a falta dupla - quando dois jogadores cometem falta um no outro ao mesmo tempo - que resulta em bola ao alto; a bola presa - quando dois jogadores agarram a bola sem que seja possível saber de quem é a posse - que resulta em posse de bola na lateral alternadamente - se agora foi para o time A, a próxima é para o time B; a bola na descendente - se a bola iria entrar na cesta mas um jogador a tirou, a cesta vale; a falta técnica - um ato faltoso cometido por alguém que não seja um jogador, como, por exemplo, o técnico xingar o árbitro ou a torcida arremessar um objeto em quadra - punida da mesma forma que uma falta grave; e a falta antidesportiva - qualquer conduta entendida como atentatória à moral e lisura do jogo pelo árbtiro - punida com lances livres e mais a posse de bola para o time que sofreu a falta. Além de anotar as faltas coletivas - o somatório de todas as faltas cometidas pelo time - os árbitros anotam também as faltas individuais. Um jogador que cometa cinco faltas ao longo da partida é eliminado, e não pode mais jogar naquela partida.

Para oficiar o jogo e prestar atenção nessas faltas todas, são usados três árbitros, um deles considerado o principal, embora, para todos os efeitos, os três tenham a mesma autoridade. Os árbitros são auxiliados por uma mesa composta de dois oficiais responsáveis pelo placar, um pelo relógio e um pelo cronômetro de 24 segundos. Diferentemente do que muita gente pensa, não é permitido usar o videotape em situações polêmicas, apenas no caso excepcional de se precisar determinar se uma última bola decisiva do jogo foi ou não arremessada após o relógio ter zerado - motivo que gerou o quiproquó da final das Olimpíadas de 1972.

Um time de basquete é composto de cinco jogadores. Existem cinco posições clássicas, embora algumas vezes não haja exatamente um jogador de cada posição em quadra: o armador é o responsável por tramar as jogadas, conduzindo a bola até o campo oponente e então distribuindo-a de acordo com a configuração da defesa; o ala-armador é, normalmente, o que faz o maior número de arremessos, além de ser responsável por marcar o melhor jogador oponente; o ala é um jogador rápido, que costuma entrar no garrafão antes de arremessar a bola, além de ser o responsável por roubar a bola quando ela estiver com o outro time; o ala-pivô, no ataque, normalmente joga de costas para a cesta, e, na defesa, se posiciona o mais perto possível dela; e o pivô, normalmente o maior e mais forte jogador do time, é o responsável por pegar rebotes, proteger a cesta e usar sua força para marcar pontos. Cada time possui sete reservas, sendo as substituições ilimitadas - um jogador que sai pode voltar quantas vezes forem necessárias, a menos que tenha sido eliminado. Uma substituição só pode ser feita, entretanto, com o relógio parado, e deve ser informada a um dos árbitros.

Os dois principais torneios do basquete mundial são as Olimpíadas e o Campeonato Mundial. O basquete foi esporte de demonstração nas Olimpíadas de 1904, em Saint Louis, com um torneio que reiniu cinco times, quatro dos Estados Unidos e um do Canadá. Sua primeira aparição como esporte oficial seria em 1936, com a estreia do torneio masculino. De lá para cá, os Estados Unidos conquistaram todas as medalhas de ouro exceto quatro, o que resulta no número absurdo de 13. A primeira derrota dos Estados Unidos em uma final olímpica aconteceria em Munique, 1972, em um jogo bastante polêmico contra a União Soviética: os norte-americanos acusam o árbitro da partida de favorecimento, e se recusam até hoje a receber suas medalhas de prata, que descansam em um cofre do COI. A União Soviética também seria medalha de ouro em 1988, mas em 1980, em casa, perderia para a Iugoslávia. Além desses três países, somente a Argentina seria campeã, em Atenas 2004. No feminino, que estreou no programa olímpico em 1976, os Estados Unidos têm seis ouros, enquanto a União Soviética ficou com os outros três - o mais recente deles, em 1992, sob o nome de Equipe Unificada, após o colapso que decretou o fim daquele país.

Já o Campeonato Mundial, disputado atualmente a cada quatro anos, sempre intercalado com as Olimpíadas, começou a ser disputado no masculino em 1950 e no feminino em 1953. No feminino o domínio dos Estados Unidos ainda é brutal: as norte-americanas possuem oito ouros, enquanto a União Soviética tem seis, e Austrália e Brasil têm um ouro cada - o do Brasil tendo sido conquistado em Cuba, 1994, com uma atuação de gala de Hortência, Paula e companhia. No masculino, acreditem ou não, o domínio dos Estados Unidos não é total: a Iugoslávia é a maior vencedora, com cinco ouros, tendo os norte-americanos quatro, a União Soviética três, o Brasil dois (conquistados em 1959 e 1963), e Argentina e Espanha um ouro cada. O basquete é o único esporte coletivo no qual o campeão mundial já tem vaga assegurada na próxima Olimpíada e vice-versa. Embora as Olimpíadas chamem mais atenção, para os jogadores ambas as competições possuem a mesma importância.

Desde 2007, a FIBA regula também uma modalidade do basquete conhecida como 3x3, que surgiu nas ruas dos Estados Unidos como passatempo, até evoluir para um esporte dinâmico e competitivo. O 3x3 é jogado em apenas uma das metades da quadra, com ambas as equipes arremessando em direção à mesma cesta, e com apenas três jogadores de cada lado (por isso o nome); as regras são as mesmas do basquete, exceto pelo seguinte: a linha de 3 pontos se chama "arco", com cestas arremessadas de "fora do arco" (antes da linha de 3 pontos) valendo 2 pontos, e as de "dentro do arco" valendo apenas 1 ponto; o jogo começa com um cara ou coroa, com o time que vence podendo escolher se quer começar com a bola ou na defesa; cada equipe possui apenas um reserva; após cada cesta, um dos jogadores do time que sofreu a cesta se posiciona no semicírculo sob a tabela, e, para reiniciar o jogo, deve passar a bola para um dos dois outros, que deverão ficar fora do arco, assim como os três do outro time; quando a posse de bola muda de time dentro do arco, a bola primeiro precisa ser passada para um companheiro de fora do arco (não podendo ser imediatamente arremessada de dentro do arco); cada time tem 12 segundos, e não 24, para arremessar a bola; nenhum jogador é excluído por número de faltas, exceto no caso de faltas antidesportivas, sendo o jogador excluído se fizer duas na mesma partida; cada time só tem direito a um pedido de tempo por partida; faltas cometidas dentro do arco resultam em um lance livre, faltas cometidas fora do arco resultam em dois lances livres, e faltas antidesportivas resultam em dois lances livres e posse de bola para o adversário, exceto se um time cometer mais de seis faltas, com as faltas 7, 8 e 9 resultando em dois lances livres e as faltas 10 em diante resultando em dois lances livres e posse de bola para o adversário, independentemente de sua gravidade e do local onde foram cometidas. Uma partida de 3x3 dura 10 minutos, mas, se um time fizer 21 pontos, ela termina imediatamente, independentemente do tempo restante; caso a partida termine empatada após os 10 minutos, é disputada uma prorrogação "infinita", na qual o vencedor será aquele que conseguir fazer dois pontos seguidos (valendo tanto duas cestas seguidas de um quanto uma de dois), mesmo que passe dos 21 pontos; a bola na prorrogação começa sempre com o time que começou o jogo na defesa.

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