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domingo, 28 de janeiro de 2024

Escrito por em 28.1.24 com 0 comentários

Uma Equipe Muito Especial

Embora eu goste de deixar a TV ligada pra fazer outras coisas enquanto está passando um jogo, e, quando me lembro, goste de ver o último jogo da World Series, não considero beisebol um dos meus esportes preferidos. Por causa disso, não costumo me animar a assistir filmes sobre beisebol - nunca assisti Campo dos Sonhos nem O Homem que Mudou o Jogo, só pra citar dois famosos. Existe um filme sobre beisebol, porém, que eu adoro, talvez por nostalgia, por ter assistido no início da adolescência e ter memórias boas dele, ou talvez por não ser um filme sobre beisebol convencional, e sim sobre uma parte da história do esporte que eu achei muito interessante. Esse filme recentemente foi reimaginado como uma série, e, desde que eu terminei de assistir a série, penso em fazer um post sobre ele. O dia desse post será hoje, e o nome desse filme, em português é Uma Equipe Muito Especial.


Uma Equipe Muito Especial, cujo título original é A League of Their Own ("uma Liga só delas"), partiu de uma ideia da atriz e diretora Penny Marshall, famosa por ter interpretado a personagem Laverne na série de comédia Laverne & Shirley, entre 1976 e 1983, e por ter dirigido Quero Ser Grande, com Tom Hanks, primeiro filme dirigido por uma mulher a render mais de 100 milhões de dólares na bilheteria. Em 1989, Marshall assistiria a um documentário de 1987 sobre a AAGPBL, a primeira liga esportiva profissional feminina dos Estados Unidos, e, mesmo sem nunca ter ouvido falar sobre a Liga, achou que sua história daria um excelente filme, entrando em contato com as realizadoras do documentário (que também se chamava A League of Their Own), Kelly Candaele e Kim Wilson. Das conversas entre as três surgiria uma sinopse, que Marshall apresentaria à 20th Century Fox em 1990. A Fox deu luz verde e contratou os roteiristas Babaloo Mandel e Lowell Ganz para o projeto; como também não conheciam a AAGPBL, os dois decidiriam também pedir ajuda a Cadaele e Wilson, com o filme acabando sendo creditado a Mandell e Ganz a partir de uma história de Candaele e Wilson. No fim do ano, entretanto, a Fox desistiria do projeto; como o roteiro já estava quase pronto, Marshall procuraria outro estúdio, e acabaria fechando com a Sony, que o produziria através da Columbia Pictures.

O filme é o que atualmente é chamado de "ficção histórica": a AAGPBL realmente existiu, a forma como ela foi criada é retratada no filme, e os nomes dos times do filme são os mesmos da liga real; os nomes das jogadoras e os eventos pelos quais elas passam durante o filme, por outro lado, são inventados, nenhum deles tendo ocorrido daquela maneira. A reunião das jogadoras em 1988 para a inauguração de uma seção sobre a AAGPBL no Hall da Fama do Beisebol, ponto de partida do filme, foi um evento real, embora as fotos em exibição no Hall da Fama do filme sejam das atrizes, tendo sido tiradas durante as filmagens, e não das jogadoras reais - algumas das jogadoras reais, entretanto, participam como figurantes no filme, e jogam uma partida de beisebol durante os créditos. No geral, o filme não serve para contar a história da AAGPBL, mas tem o mérito de resgatar e preservar a memória da Liga, uma parte importantíssima do beisebol norte-americano, que, por várias razões, não é muito divulgada ou conhecida.

A história da AAGPBL começa em 1943, em plena Segunda Guerra Mundial. O serviço militar nos Estados Unidos é opcional, mas, em época de guerra, os homens em condições de lutar podem ser convocados, sendo obrigados a se apresentar, em um processo chamado draft; o draft mais famoso e conhecido fora de lá, por causa dos inúmeros protestos de jovens que não queriam ir para a Guerra, incluindo o famoso boxeador Muhammad Ali, foi o da Guerra do Vietnã, mas, na Segunda Guerra Mundial, também houve um draft, no qual foram convocados muitos jogadores de beisebol. Com pouca gente para colocar em campo, a maioria dos times sofria para conseguir continuar disputando os campeonatos, e muitas Ligas pensavam em encerrar suas atividades ou suspendê-las enquanto os jogadores não retornassem da Guerra.

Para tentar mitigar o prejuízo que seria causado por uma suspensão da MLB, a principal liga de beisebol dos Estados Unidos, o executivo Philip K. Wrigley, dono dos Chicago Cubs e filho de William Wrigley Jr., magnata da indústria do chiclete, de quem Philip havia herdado a presidência da Wrigley Company, na década de 1940 uma das maiores fabricantes de doces do país, teve uma ideia, digamos, inusitada: os homens estavam indo lutar na Guerra, mas um monte de mulheres estava sem fazer nada, só cuidando de suas casas enquanto esperava que eles voltassem - então por que não criar uma liga feminina, colocando essas mulheres para jogar beisebol?

Na reunião que criaria a liga feminina também estariam presentes o executivo da MLB Paul V. Harper e o ex-jogador Branch Rickley, uma das figuras mais importantes do beisebol norte-americano, que, após uma carreira sem muito destaque nos St. Louis Browns e New York Highlanders entre 1905 e 1907, se tornaria diretor executivo dos Browns, passando depois para os St. Louis Cardinals (que não são o mesmo time; os Browns se mudariam para Baltimore em 1953 e mudariam de nome para Baltimore Orioles) e então para os Brooklyn Dodgers, onde seria o responsável por "quebrar a barreira da cor" e contratar o primeiro jogador negro da MLB, Jackie Robinson, em 1947. Rickley também seria um dos criadores do atual farming system, sistema pelo qual cada time da MLB possui contratos com alguns times de ligas menores, para que os jogadores peguem experiência antes de ir para a liga principal, e pela criação do capacete usado pelos rebatedores, então criar uma liga feminina estava de acordo com as inovações que ele gostava de fazer.

Evidentemente, as mulheres que jogariam na liga não viriam do nada, jogando beisebol pela primeira vez. Na época, o beisebol era considerado um esporte inapropriado para mulheres, mas seu parente próximo, o softbol, já era bastante popular entre as moças, com várias ligas amadoras femininas de softbol estando a pleno vapor principalmente no Meio-Oeste. Na reunião que criou a liga, ficaria definido que a Wrigley seria a patrocinadora do torneio, criando os times e determinando as cidades nas quais eles jogariam, e que as jogadoras seriam recrutadas principalmente dessas ligas de softbol, com olheiros da MLB sendo enviados para assistir os jogos e convidar as melhores para um teste. Além disso, mesmo com o esporte sendo considerado inadequado, havia mulheres que jogavam beisebol por diversão, algumas se apresentando aos olheiros, outras aparecendo por conta própria nos dias dos testes. Infelizmente, assim como a MLB, a liga feminina seria "informalmente segregada" - não havia nada no regulamento que dizia que negros não podiam jogar, mas nenhum time contratava jogadores negros - o que significou que os olheiros não selecionaram nenhuma jogadora negra, e as poucas que apareceram nos dias dos testes foram proibidas de participar.

Os testes ocorreram ao longo de uma semana no Wrigley Field, estádio dos Chicago Cubs. Cerca de 200 jogadoras foram testadas, das quais 60 foram contratadas para formar quatro equipes. Seguindo o modelo dos esportes americanos, cada equipe teria o nome da cidade que ela representaria seguido por um apelido; duas das equipes seriam sediadas no estado do Wisconsin (Kenosha Comets e Racine Belles), uma no Illioins (Rockford Peaches) e uma no Indiana (South Bend Blue Sox) - para cortar custos de viagem, já que a gasolina estava caríssima, dentre outros motivos, por causa da Guerra, Wrigley decidiria que todas as equipes estariam localizadas dentro de um raio de 100 milhas a partir de Chicago, onde ficaria a sede da Liga. A comissão técnica de cada time era totalmente masculina, e os técnicos eram ex-jogadores da MLB, os mais famosos sendo Jimmie Foxx e Max Carey.

Os uniformes seriam criados por Otis Shepard, responsável pelos uniformes dos Chicago Cubs e considerado "o estilista-chefe do beisebol na metade do século". Shepard, que também criaria todos os elementos visuais da Liga, incluindo os emblemas dos times, cada um baseado no brasão da cidade que o time representava, e todo o material promocional, seria auxiliado na criação dos uniformes por sua esposa, Helen, e pela jogadora Ann Harnett, primeira a assinar contrato com a Liga, e se inspiraria nos uniformes usados no tênis, no hóquei e na patinação artística da época: uma túnica com botões e um cinto que, quando abotoada e afivelada, se parecia com uma camisa de mangas curtas com uma saia na altura dos joelhos, com o escudo do time bem no meio do peito - muitas jogadoras protestariam contra o uniforme, alegando que era muito mais difícil jogar com ele do que com um uniforme de softbol. Completavam o uniforme um boné de beisebol, meias na altura dos joelhos e uma bermudinha para evitar acidentes. Cada time receberia uma cor, com os bonés, botões, cintos, meias e bermudas sendo de um tom mais escuro dessa mesma cor: verde para Kenosha, azul para South Bend, amarelo para Racine e pêssego para Rockford. Conforme mais times fossem adicionados à liga, a preferência era que cada um tivesse uma cor diferente; uniformes "reserva", de cores diferentes para jogos entre times de cores parecidas, só seriam introduzidos em 1948.

Uma bizarrice a respeito da seleção nos testes foi que a habilidade das jogadoras não foi o fator principal para que elas fossem aprovadas: a habilidade era fundamental e a falta dela levava ao corte, mas o critério principal para uma jogadora ser selecionada ou não era a "feminilidade". Assim, se uma jogadora fosse extremamente habilidosa, mas fosse considerada "feia", "masculinizada" ou tivesse qualquer atributo que não a tornasse atraente para o público masculino, seria cortada. Todas as jogadoras tiveram aulas de etiqueta e comportamento com ninguém menos que Helena Rubinstein, dona de uma das maiores empresas de cosméticos do mundo, e cada time tinha uma chaperone, uma mulher mais velha que as policiava, cuidava para que andassem na linha, e as punia caso as regras fossem desrespeitadas - dentre outras restrições, as jogadoras não podiam cortar o cabelo curto, e, quando estivessem em público, não podiam beber ou fumar, nem vestir calças compridas, e deveriam estar sempre usando batom. As punições eram uma multa pela primeira ofensa, multa em dobro pela segunda e suspensão pela terceira - sendo que pelo menos uma jogadora foi demitida por cortar o cabelo curto. Isso jamais seria admitido oficialmente, mas a escolha das jogadoras por sua feminilidade, o código de conduta e o uniforme faziam parte de uma estratégia da Wrigley para atrair o público masculino, garantindo o sucesso da Liga.

A primeira temporada começaria em 30 de maio de 1943; a primeira fase teria 216 jogos, com cada time enfrentando cada um dos outros três 18 vezes no primeiro turno e mais 18 no segundo turno, com o campeão de cada turno se classificando para a World Series, disputada em melhor de cinco jogos. Nessa primeira temporada, as regras não seriam as do beisebol, mas regras híbridas entre as do beisebol e as do softbol, sendo usada a mesma bola e estilo de arremesso do softbol, mas a distância entre as bases ficando entre as do beisebol e as do softbol, dentre outros detalhes; por causa disso, o primeiro nome da Liga foi All-American Girls Softball League (AAGSBL) - como o intuito era vender o torneio como uma liga de beisebol, entretanto, um pouco antes do fim do primeiro turno o nome seria alterado para All-American Girls Baseball League (AAGBBL). As primeiras campeãs foram as Racine Belles, campeãs do primeiro turno, que, na World Series, derrotaram as Kenosha Comets, campeãs do segundo turno, por 3 jogos a 0. Somando todos os jogos, a temporada venderia 176 mil ingressos, quase nada para hoje, mas o suficiente para que a Liga fosse considerada um grande sucesso e as jogadoras tivessem seus contratos renovados para 1944.

Para a temporada de 1944, a Liga começaria a usar o nome All-American Girls Professional Baseball League (AAGPBL), pelo qual ficaria conhecida até hoje, embora em 1945 ele tenha voltado a ser All-American Girls Baseball League (AAGBBL), e em 1950 tenha mudado para American Girls Baseball League (AGBL). A inclusão da palavra professional no nome da Liga visava deixar claro que as jogadoras eram pagas para jogar, o que dava ao torneio um ar sério, diferenciando-o das ligas regionais amadoras de softbol; a partir de 1944 as regras também passariam a ficar cada vez mais parecidas com as do beisebol, com a distância entre as bases e a entre o montinho do arremessador e o home plate aumentando e a bola diminuindo a cada ano, embora o arremesso ao estilo do beisebol só tenha passado a ser permitido em 1948 e bolas idênticas às do beisebol só tenham sido usadas em 1954.

Dois novos times estreariam em 1944, as Milwaukee Chicks (do Wisconsin) e as Minneapolis Millerettes (de Minnesota), que ganharam esse nome porque a cidade tinha um time masculino chamado Minneapolis Millers. O regulamento continuaria com dois turnos, com as campeãs de cada turno se enfrentando na World Series, mas agora cada time só faria 11 ou 12 jogos contra cada uma das adversárias, para um total de 59 jogos por turno, e a World Series seria em melhor de sete jogos - tendo como campeãs as Milwaukee Chicks, vencedoras do segundo turno, que derrotariam as Kenosha Comets, vencedoras do primeiro, por 4 jogos a 3.

O sucesso da AAGPBL também levaria à criação de uma segunda liga feminina, a National Girls Baseball League, fundada por Emery Parichy, dono da Metropolitan League, liga amadora feminina de softbol somente com times da Grande Chicago, que perdeu suas principais jogadoras para a AAGBPL, Charles Bidwill, dono do time de futebol americano Chicago Cardinals, e o político Ed Kolski. A NGBL contaria com seis times (Bloomer Girls, Bluebirds, Chicks, Queens, Music Maids e Sparks), todos sediados em cidades da Grande Chicago e todos de propriedade de Parichy, também usaria regras híbridas entre as do beisebol e as do softbol, embora com algumas diferenças em relação às regras da AAGPBL, e teria uniformes parecidos, mas com shorts ao invés de saias. Uma das principais atrações da NGBL era o Comissário da Liga, Red Grange, um dos mais famosos jogadores de futebol americano da época; ex-jogadores famosos da MLB, como Buck Weaver e Woody English, atuariam como team managers, o que também contribuiria para que a NGBL se tornasse notícia.

A NGBL seria um sucesso ainda maior que a AAGBPL, com média de 500 mil ingressos vendidos por ano, com alguns jogos chegando a ter mais público que os dos Chicago White Sox pela MLB, e os principais jogos eram em estádios famosos como o Parichy Stadium, o Soldier Field e o Wrigley Field, mas o fato de todos os times serem da mesma região fazia com que ela fosse menos noticiada no restante do país. Como ela pagava salários maiores que a AAGPBL, e as distâncias viajadas para jogar fora de casa eram menores, muitas jogadoras da AAGPBL decidiriam mudar de liga e assinar contrato com a NGBL, às vezes no meio da temporada; para tentar compensar, a AAGPBL abordava as jogadoras de NGBL que pudessem estar insatisfeitas com a reserva e as ofereceria titularidade. Em 1946, a situação ficaria tão insustentável que os dirigentes da NGBL e da AAGPBL se reuniriam e firmariam um acordo segundo o qual a troca de jogadoras entre as ligas só poderia ser feita fora de temporada. No final da temporada de 1952, as melhores jogadoras da AAGPBL e da NGBL seriam convidadas para jogar um torneio em Miami chamado International Girls Baseball League, que visava criar uma nova liga na Flórida. Elas foram divididas em quatro times (Miami Maids, Miami Beach Belles, Hollywood Queens e Fort Lauderdale Rockettes), que deveriam jogar 120 jogos cada, entre dezembro de 1952 e abril de 1953; entretanto, em janeiro de 1953, quando cada time só tinha jogado entre 12 e 16 jogos, a IGBL foi cancelada sem uma conclusão.

Uma das principais estratégias de Wrigley para popularizar a AAGPBL seria investir na publicidade, contratando o publicitário Arthur E. Meyerhoff para fazer toda a campanha, que incluía anúncios pagos nas revistas Time, Life, Seventeen, Newsweek e American Magazine, em jornais das cidades onde os times eram sediados, e pequenos curtas exibidos nos cinemas - esses um tanto cômicos, já que, ao mesmo tempo em que elogiavam as habilidades atléticas das jogadoras, deixava claro que elas eram "mulheres exemplares", exaltando "habilidades" como fazer tricô ou passar café. No final da temporada de 1944, a Wrigley, passando por dificuldades financeiras, pensaria em encerrar a Liga, mas a agência de Meyerhoff assumiria a organização, com a Wrigley passando a ser um patrocinador secundário. Meyerhoff seria "dono da Liga" até 1950, quando um novo contrato estipularia que cada time poderia ter seu próprio dono e patrocinadores.

Em 1945, os dois times que entraram em 1944 mudariam de cidade, as Milwaukee Chicks indo para Michigan e se tornando as Grand Rapids Chicks, e as Milwaukee Millerettes indo para Indiana e se tornando as Fort Wayne Daisies. O regulamento também mudaria, com a primeira fase tendo turno único e cada time fazendo 110 jogos, 22 contra cada adversário; os 4 primeiros se classificariam para as semifinais, em melhor de cinco jogos, e as vencedoras das semifinais fariam a World Series em melhor de sete. As Rockford Peaches ganhariam seu primeiro título ao derrotar as Fort Wayne Daisies. Esse regulamento seria mantido para 1946, que teria dois times novos, as Muskegon Lassies (esse nome, caso alguém esteja pensando, não tem nada a ver com o cachorro; lass, em inglês, significa "moça", então as lassies são as "mocinhas"), de Michigan, e as Peoria Redwings, do Illinois; cada time, na primeira fase, fez 112 jogos, 16 contra cada adversário, e as campeãs foram as Racine Belles, que derrotaram as Peaches para ganhar seu segundo título. Regulamento e times permaneceriam inalterados para 1947, que veria o primeiro título das Grand Rapids Chicks, derrotando as Belles na World Series.

1948 seria o auge da AAGPB, com 910 mil ingressos vendidos somando toda a temporada - mesmo após o fim da Segunda Guerra Mundial e o retorno dos principais jogadores da MLB. Pelo segundo ano consecutivo, os treinos de pré-temporada foram realizados em Cuba, visando a criação de uma liga internacional de beisebol feminino, que jamais se concretizou. Dois novos times foram adicionados, aumentando, o total para 10, ambos de Illinois, as Chicago Colleens e as Springfield Sallies; ambos tiveram público muito abaixo dos outros oito e terminaram em último em seus respectivos grupos, então para 1949 passaram a ser "times de desenvolvimento", fazendo vários amistosos pelos Estados Unidos para que as novas jogadoras adquirissem experiência antes de serem designadas para os demais times. Sim, eu falei grupos, porque, com 10 times, a AAGPBL decidiu usar o sistema de Divisão Oeste (com Racine, Rockford, Peoria, Kenosha e Springfield) e Divisão Leste (Grand Rapids, Muskegon, South Bend, Forth Wayne e Chicago); cada time fazia 15 jogos contra cada adversário de sua própria divisão e 13 contra cada da outra divisão, para um total de 125 jogos, e os 4 primeiros se classificavam para as semifinais de divisão, em melhor de três jogos. As vencedoras das semifinais faziam as finais de divisão, em melhor de cinco jogos, e as vencedoras das finais se enfrentavam na World Series, em melhor de sete. As campeãs foram as Peaches, ganhando seu segundo título ao vencer as Daisies.

Em 1949, com o retorno a oito times, a Liga voltaria ao grupo único com 112 jogos por time, mas com os seis primeiros se classificando para a segunda fase, que tinha um esquema muito doido: os times que terminaram da quarta à sexta posição se enfrentaram na primeira rodada em melhor de três, e os vencedores fizeram uma das semifinais em melhor de cinco; enquanto isso, os times que terminaram em primeiro e segundo fizeram a outra semifinal, em melhor de sete - e os vencedores das semifinais fizeram a World Series, em melhor de cinco, com as Peaches, que terminaram em segundo na primeira fase, vencendo as Chicks, que terminaram em terceiro, para ganhar seu terceiro título. Esse regulamento não fez muito sucesso, e a temporada de 1950 decidiu repetir o de 1946 e 1947; as Lassies mudaram de cidade para Kalamazoo, Michigan (virando as Kalamazoo Lassies), e as Peaches ganharam seu quarto e último título, estabelecendo um recorde, ao vencer mais uma vez as Daisies. Em 1951, seria a vez de as Belles se mudarem para Battle Creek, Michigan (virando as Battle Creek Belles), mas o regulamento seguiria o mesmo, apenas com a diferença de que as semifinais seriam em melhor de três jogos e a World Series em melhor de cinco, com as Blue Sox finalmente ganhando seu primeiro título ao derrotar as Peaches - esses dois times, aliás, foram os únicos que jogaram todas as 12 temporadas da AAGPBL sem mudar de cidade nem de nome.

Na década de 1950 a renda da AAGPBL e da NGBL cairia drasticamente: com a MLB voltando a funcionar em pleno vapor, os jogos femininos cada vez tinham menos público, e com Meywerhoff passando por problemas financeiros, cada time teve de arrumar seu próprio patrocínio. Incapazes de se manter, os times de Chicago, Springfield, Kenosha e Peoria seriam debandados ao final do ano, o que deixaria a AAGPBL apenas com seis para 1952. Cada time faria 110 jogos, 22 contra cada adversário, com os 4 primeiros se classificando para as semifinais, em melhor de três jogos, e os vencedores fazendo a World Series, em melhor de cinco. A World Series teria os mesmos times e o mesmo resultado do ano anterior, com as Blue Sox ganhando seu segundo título ao derrotar as Peaches; ao final da temporada, as Belles se mudariam para Muskegon (virando as Muskegon Belles). A temporada de 1953 teria mais uma vez o mesmo regulamento, mas com a World Series em melhor de três; as Chicks conseguiriam seu terceiro título ao derrotar as Lassies.

As Belles desistiriam de jogar ao final da temporada, e a de 1954 teria apenas cinco times, que fariam 96 jogos cada, 24 contra cada adversário, com as quatro primeiras se classificando para as semifinais - apenas as Peaches não se classificariam - em melhor de três, e a World Series sendo disputada em melhor de cinco e vencida pelas Lassies após derrotar as Daisies. Sem conseguir mais pagar seus próprios custos, tanto AAGPBL quanto NGBL encerrariam suas atividades ao final da temporada de 1954.

Mas esse post era pra falar sobre o filme, que estreou em 1 de julho de 1992 e foi um grande sucesso - com orçamento de 40 milhões de dólares, rendeu 107,5 milhões só nos Estados Unidos, sendo 13,2 milhões somente no primeiro fim de semana; curiosamente, no restante do mundo, talvez por ser um filme sobre beisebol, rendeu apenas 25 milhões. A crítica também receberia bem o filme, elogiando o elenco e as interpretações, e o fato de ser um filme leve e divertido em um ano cheio de lançamentos densos como Instinto Selvagem, Questão de Honra e Um Sonho Distante. Em 2012, Uma Equipe Muito Especial seria escolhido para preservação na biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, por ser considerado "culturalmente, historicamente ou esteticamente significativo".

A protagonista do filme é Dottie Hinson (Geena Davis), que mora em uma fazenda no Oregon, e cujo marido, Bob (Bill Pullman), foi convocado para lutar na Segunda Guerra Mundial. Dottie e sua irmã caçula, Kit Keller (Lori Petty, que nos anos 1990 estava em todas), jogam pelo time de softbol da empresa de laticínios para a qual trabalham, mas, enquanto Dottie é bonita, alta e excelente rebatedora e catcher, Kit é baixinha, se acha feia, e é uma arremessadora razoável, mas uma rebatedora com problemas. Um dia, o olheiro Ernie Capadino (Jon Lovitz) assiste a um jogo das irmãs, e convida Dottie para fazer o teste da AAGPBL; ela não tem interesse, mas esse é o sonho da vida de Kit, na qual é Capadino que não está interessado. Para agradar a irmã, Dottie acaba fazendo um trato de que, para ter uma, ele tem de levar as duas, que embarcam num trem para Chicago, para fazer o teste no Wrigley Field - no meio do caminho parando para Capadino ver outra jogadora, Marla Hooch (Megan Cavanagh).

Dottie, Kit e Marla passam no teste e são escaladas para as Rockford Peaches, time para o qual também são selecionadas a ex-dançarina Mae Mordabito (Madonna); sua melhor amiga, Doris Murphy (Rosie O'Donnell); Evelyn Gardner (Bitty Schram), que não tem com quem deixar o filho, Stillwell (Justin Scheller), que passa a acompanhar o time como mascote; Shirley Baker (Ann Cusack), que é tímida e analfabeta; a ex-Miss Geórgia Ellen Sue Gotlander (Freddie Simpson); Betty "Spaghetti" Horn (Tracy Reiner), que, assim como Dottie, tem um marido lutando na Guerra; e mais Helen Haley (Anne Ramsey), Alice Gaspers (Renée Coleman), Linda "Beans" Babbitt (Robin Knight) e Beverly Dixon (Kelli Simpkins). O time terá como técnico o ex-jogador dos Chicago Cubs Jimmy Dugan (Tom Hanks), que, após ter a carreira abreviada por um problema de saúde, se tornou alcóolatra, e é praticamente obrigado a treinar o time por Walter Harvey (Gary Marshall), magnata do chocolate responsável pela criação da Liga. Outros personagens de destaque são o publicitário Ira Lowenstein (David Strathairn), que acredita mais no sucesso da Liga que o próprio Harvey; Charlie Collins (Don S. Davis), técnico das Racine Belles, principais rivais das Peaches; a Srta. Cuthburt (Pauline Brailsford), chaperone das Peaches; e Dave Hooch (Eddie Jones), pai de Marla. Vale citar também a presença de Téa Leoni como uma das jogadoras das Belles.

No início, Dugan vê tudo como um truque publicitário, e não leva o trabalho a sério, aparecendo bêbado para os treinamentos, não dando atenção às jogadoras e odiando cada momento de seu trabalho, o que faz com que Dottie assuma não-oficialmente como técnica. O time passa por muitos percalços, incluindo a desconfiança do público, uma deterioração do relacionamento entre Dottie e Kit, que pede para ser trocada para as Belles, e a volta de Bob da Guerra, o que faz Dottie considerar abandonar o time, mas supera todos os obstáculos e consegue chegar à World Series - que, no filme, é disputada em melhor de sete jogos entre as Peaches e as Belles. Embora a maior parte do filme seja ambientada em 1943, o início e o final são ambientados em 1988, e mostram Dottie comparecendo à inauguração da seção do Hall da Fama do Beisebol e reencontrando suas companheiras, que não via desde o fim da Liga - todas interpretadas por atrizes mais velhas.

Davis não seria a primeira escolha de Marshall para o papel de Dottie; inicialmente, o papel ficaria com Demi Moore, que teria de recusar por engravidar antes de as filmagens começarem, e então com Debra Winger, que faria doze semanas de preparação treinando com os Chicago Cubs, mas desistiria após Madonna ser anunciada - apesar de a personagem de Madonna ter pouco destaque, ela estaria no cartaz do filme, que seria chamado por muitos de "o novo filme da Madonna", e, segundo alguns, Winger, com três indicações ao Oscar de Melhor Atriz, não aceitaria dividir os holofotes com a cantora. Durante as filmagens, as atrizes realmente jogariam beisebol, e sofreriam vários acidentes: Ramsay quebraria o nariz ao ser atingida enquanto tentava pegar uma bola que estava caindo em sua luva, e Coleman faria um machucado feio na coxa ao deslizar pelo campo para chegar à base. No filme, os testes são realizados no fictício Harvey Field, mas as filmagens ocorreriam no Wrigley Field; os jogos das Peaches seriam filmados no League Stadium, em Huntingburg, e os das Belles no Bosse Field, em Evansville, ambos em Indiana. Vale dizer também que, diferentemente do que ocorreu na AAGPBL real, no filme a Liga joga com todas as regras do beisebol, sem nenhuma alteração.

O grande sucesso do filme animaria a CBS a encomendar à Sony uma série, também chamada A League of Their Own, que estrearia em 10 de abril de 1993. Marshall, Cavanagh, Reiner, Simpson e Lovitz repetiriam seus papéis, mas Dottie seria interpretada por Carey Lowell, Dugan por Sam McMurray, Kit por Christine Elise, Evelyn por Tracy Nelson, Mae por Wendy Makkena, e Doris por Katie Rich. A série seria uma sitcom com episódios de meia hora, também escritos por Ganz e Mandel, com o piloto dirigido por Marshall e o terceiro episódio por Hanks, mas teria baixa audiência e não agradaria desde o início - talvez porque o primeiro episódio já começa com uma história absurda na qual Bob é chamado de volta pra guerra. Por causa do pouco sucesso, dos 13 episódios previstos, apenas seis seriam produzidos, três indo ao ar nos dias 10, 17 e 24 de abril, dois em 13 de agosto e um permanecendo inédito.

Em 2017, o diretor e roteirista Will Graham, que havia assistido ao filme quando criança e o considerava um de seus favoritos, conversou com a atriz e também roteirista Abbi Jacobson sobre a possibilidade de escreverem um reboot, mas que abordasse temas como racismo e homossexualidade, deixados de fora do filme porque, bom, era 1992, e era um filme "para toda a família". Graham e Jacobson conversariam com Marshall, que infelizmente faleceria em 2018, e com Geena Davis, buscando não tanto permissão, mas uma espécie de bênção, já que o novo filme recontaria a história do original, mas tocando em temas delicados. Com tudo certo, a dupla ofereceria o projeto à Sony, que também o aprovaria. Graham e Jacobson, então, iniciariam uma extensa pesquisa sobre a AAGPBL, conversando com as jogadoras sobreviventes - através das quais descobririam que a maior parte das jogadoras da Liga era homossexual ou bissexual, mas isso não podia ser divulgado na época ou a Liga seria um fracasso - pesquisando também sobre jogadoras negras que haviam sido impedidas de fazer o teste - algumas delas, inclusive, jogavam profissionalmente em times masculinos das chamadas Negro Leagues, ligas cujos times contavam apenas com jogadores negros.

Durante essa pesquisa, Graham e Jacobson concluiriam que seria melhor produzir não um filme, mas uma série, pois a história que queriam contar não caberia em duas horas. Isso atrasaria o projeto, já que a Sony não estava disposta a financiar uma série; somente em março de 2018 eles conseguiriam com que a Amazon fizesse uma parceria com os Sony Pictures Television Studios, segundo a qual a série seria produzida e exibida com exclusividade no Prime Video, o serviço de streaming da Amazon. Após alguns entraves burocráticos, a Amazon finalmente daria autorização para a produção de oito episódios de cerca de uma hora cada, em agosto de 2020 - mas aí Graham e Jacobson tiveram de esperar o pior da pandemia passar para poder começar as filmagens. A série, mais uma vez chamada A League of Their Own, acabaria estreando em 12 de agosto de 2022.

A série segue duas histórias intercaladas mas distintas; a primeira é a do filme, protagonizada por Carson Shaw (Jacobson), que, assim como Dottie, é a catcher do time; mas, enquanto Dottie é alta, bonita e desenvolta, Carson é baixinha e um tanto atrapalhada, e decide por conta própria deixar sua pequena cidade no interior do Idaho para seguir seu sonho de jogar beisebol profissional quando seu marido, Charlie (Patrick J. Adams), é convocado para lutar na Guerra. Chegando em Chicago, onde ocorrerão os testes para a Liga, Carson conhece e faz amizade com duas outras jogadoras, Greta Gill (D'Arcy Carden), essa sim bonita, alta e desenvolta, e Jo DeLuca (Melanie Field), que ganha o apelido de Bazuca por causa da força de suas rebatidas; Greta é bissexual, Jo é homossexual, e ambas são melhores amigas, fazendo tudo juntas desde que eram crianças em Nova Iorque, e planejando seguir, após o fim da temporada da Liga, para Los Angeles, onde Greta tentará uma carreira de atriz - Greta e Carson, porém, acabam se envolvendo romanticamente, o que fará a catcher questionar sua vida e seu casamento.

Carson, Greta e Jo passam no teste e são escaladas para o time das Rockford Peaches, tendo como colegas a espevitada Maybelle Fox (Molly Ephraim), que faz sucesso dentre os homens com seu jeito de loira fatal; a filha de mexicanos Lupe García (Roberta Colindrez), arremessadora do time, de personalidade forte, que desenvolve uma certa rivalidade com Carson; a canadense super competitiva Jess McCready (Kelly McCormack), que não gosta de se vestir ou agir como mulher, sendo constantemente multada; a ansiosa e um tanto paranoica Shirley Cohen (Kate Berlant), colega de quarto de Carson; e a cubana de 18 anos Esti González (Priscilla Delgado), que não fala inglês; além da catcher reserva Ana (Lil Frex) e da arremessadora reserva Terri (Rae Gray). O técnico do time é Casey Porter (Nick Offerman), apelido Dove ("pomba" em inglês, adquirido após ele supostamente matar uma pomba com uma bolada durante um jogo), que teve de encerrar prematuramente a carreira devido a um problema no joelho, e vê o trabalho como uma oportunidade de conseguir algo melhor nas grandes ligas, exigindo demais das jogadoras e não levando os jogos a sério, o que faz com que Carson se torne a técnica de fato do time. Outros personagens de destaque são a chaperone das Peaches, a ex-fuzileira naval Beverly (Dale Dickey), que tem um papel muito maior que no filme; o criador da Liga, Morris Baker (Kevin Dunn); seu sobrinho e herdeiro, Alan (Don Fanelli); o team manager das Peaches, Marshall (Nat Faxon); Vivienne Hughes (Nancy Lenehan), dona de uma das mais famosas marcas de cosméticos do mundo e responsável pelo "treinamento de feminilidade" das jogadoras; e Vi (Rosie O'Donnell), dono de um bar gay clandestino.

A segunda história é a de Maxine Chapman, apelido Max (Chanté Adams), que mora em Rockford e desde criança sonha em ser jogadora de beisebol, tem um arremesso acima da média, mas não consegue lugar no time da cidade - o dos trabalhadores da fábrica de parafusos convertida em fábrica de equipamentos militares para ajudar nos esforços de guerra - porque ninguém a leva a sério por ser mulher, e é impedida de fazer o teste para a AAGPBL por ser negra. O pai de Max, Edgar (Alex Désert), apoia a filha e a estimula a seguir seus sonhos, mas a mãe, Toni (Saidah Arrika Ekulona), dona de um salão de beleza que só conseguiu financiar porque o banco achou que Toni Chapman era um homem, acha que ela se dedicar ao beisebol é besteira, e prefere que a filha a ajude no salão que vai herdar um dia. Max tem uma melhor amiga, Clance Morgan (Gbemisola Ikumelo), que desenha histórias em quadrinhos mas também não consegue fazê-lo profissionalmente por ser mulher e negra, e é casada com um cozinheiro, Guy (Aaron Jennings). Max e Clance também são inseparáveis desde a infância, uma sempre apoiando os sonhos da outra. Max é secretamente homossexual; sua mãe desconfia mas reluta em aceitar, porque seu irmão, tio de Max, Bert Hart (Lea Robinson), é um homem trans, que teve de deixar a cidade devido ao preconceito, e Toni teme que a filha tenha o mesmo destino. Outros personagens de destaque do núcleo de Max são Gary (Kendall Johnson), garçom no restaurante de Guy, que quer namorar Max; Gracie (Patrice Covington), esposa de Bert; Cheryl (Latrisha Talley), colega meio maluquete de Max e Clance; Leah (Marinda Anderson), esposa do pastor da igreja local, com quem Max tem um romance; Esther (Andia Winslow), arremessadora da Negro League; e Red Wright (Marquise Vilsón), que tem um time de jogadores negros que viaja pelos Estados Unidos fazendo amistosos.

Embora tenha sido impedida de entrar na AAGPBL, Max se torna amiga de Carson, com as duas se encontrando para treinar e conversar com frequência, e uma aprendendo muito com a outra. Assim como no filme, a Liga joga usando as regras do beisebol, sem nenhuma modificação; a série reproduz várias cenas do filme, embora algumas delas ocorram com personagens diferentes ou de forma um pouco diferente, e alguns diálogos do filme estão na série de forma idêntica. Uma das cenas mais famosas do filme, na qual uma mulher negra (a jogadora de softbol DeLisa Chinn-Tyler, que não foi creditada) arremessa uma bola para Dottie na entrada do estádio antes de um jogo das Peaches, é reproduzida com Max e Carson quando Max é impedida de fazer o teste. Na série, a World Series é disputada entre as Rockford Peaches e as South Bend Blue Sox.

A série seria um grande sucesso de crítica, com a forma como o racismo e as questões de gênero e sexualidade foram tratadas sendo amplamente elogiadas, e ganharia três prêmios dedicados a obras que retratam mulheres em papéis de destaque (o Critics Choice Association Women's Committee Seal of Female Empowerment in Entertainment), personagens LGBTQIA+ sem estereótipos ou preconceitos (o Human Rights Campaign National Visibility Award) e roteiristas que escrevem histórias com esses dois elementos (o National Council of La Raza Voice and Visibility Award, para Jacobson). Em março de 2023, a série seria renovada para uma segunda temporada, mas, em agosto, seria cancelada; a Amazon colocaria a culpa no atraso no início da produção causado pela greve dos roteiristas, o que Jacobson classificaria como "uma covardia". Embora toda a temporada de 1943 da Liga tenha sido coberta na série, a primeira temporada termina em um cliffhanger, então fãs ainda têm a esperança de que uma segunda temporada seja produzida.

Para terminar, vale dizer que, embora não conte atualmente com uma liga profissional em atividade nos Estados Unidos, o beisebol feminino hoje é uma realidade, sendo praticado em vários países, com a Copa do Mundo de Beisebol Feminino sendo realizada a cada dois anos desde 2004, desde 2016 contando com 12 times - o Japão tem seis títulos, os Estados Unidos têm dois, Canadá, Austrália, Venezuela e Taiwan também já subiram ao pódio. O beisebol feminino também já fez parte do programa dos Jogos Panamericanos de 2015, disputados em Toronto, Canadá.
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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Escrito por em 24.11.14 com 0 comentários

Beisebol (II)

Essa semana eu tive uma ideia legal para um post: existem, pelo mundo, vários esportes semelhantes ao beisebol, no qual o objetivo é atingir uma bola com um bastão e sair correndo; quando eu fiz o post sobre beisebol, entretanto, eu só falei sobre beisebol e softbol - depois eu também fiz um sobre críquete, mas isso não vem ao caso. Essa semana, pensei em fazer um novo post falando sobre mais esportes desse tipo, mais ou menos como eu fiz quando escrevi o post sobre hóquei. O post é esse aqui, e, por falta de nome melhor, ele se chamará Beisebol (II).

pesäpalloVamos começar pelo que é considerado o que deu origem ao beisebol, o rounders. Curiosamente, a primeira referência escrita ao jogo de rounders, que data de um livro de 1744, o chama de base-ball, nome pelo qual suas variações, criadas nos Estados Unidos, é que se tornariam conhecidas (falando nisso, o beisebol que existe hoje é uma de duas variações, a outra tinha regras um pouco diferentes, e acabou extinta). A primeira menção ao nome "rounders" data de outro livro, de 1828, o primeiro a trazer a descrição de suas regras. A codificação das regras do rounders seria feita alguns anos mais tarde, em 1884, na Irlanda, pela Associação Atlética Gaélica (GAA), que existe até hoje e, na falta de uma federação internacional, é considerada o órgão máximo, além do rounders, de três outros esportes, o handebol gaélico, o hurling e o futebol gaélico (sendo que esses dois últimos também já ganharam um post aqui no átomo). As regras da GAA eram um pouco diferentes das adotadas na Inglaterra - onde, por exemplo, os bastões, as bolas e o campo eram de tamanho menor - por isso, em 1943, foi fundada a Rounders England, responsável por codificar o jogo no Reino Unido. Atualmente, a versão da GAA é mais famosa, sendo jogada também em países com número significativo de imigrantes irlandeses (inclusive na Inglaterra), enquanto a versão da Rounders England é jogada apenas na Inglaterra, Escócia e País de Gales.

Pelas regras da GAA, o campo de rounders é um quadrado de 70 metros de lado. Em um dos vértices desse quadrado fica a home plate, sobre a qual o rebatedor se posiciona. Seguindo as linhas do quadrado, à direita do rebatedor fica a primeira base, e, à esquerda, a terceira, ambos a 25 metros da home plate. A 25 metros da primeira e da terceira, bem de frente com a home plate, fica a segunda base - em outras palavras, o circuito das bases forma um quadrado menor, de 25 metros de lado, que compatilha o vértice da home plate com o quadrado maior, de 70 metros. A bola é feita de couro, cheia de tecido ou espuma, e tem entre 22,7 e 25,5 cm de circunferência; o bastão, cilíndrico, é feito de madeira, plástico ou metal, e pode ter entre 70 e 110 cm de comprimento e até 7 cm de diâmetro, de acordo com a preferência do jogador. As bases são almofadas quadradas de 46 cm de lado, exceto a home plate, que tem 68 cm. Diferentemente do que ocorre no beisebol, no rounders nenhum jogador usa luvas.

Um time de rounders possui nove jogadores, mais três reservas que podem substituir qualquer um deles enquanto a bola não estiver em jogo, mas com a condição de que um substituído não pode mais voltar. Quando o time estiver atacando, todos os nove atuarão como rebatedores, seguindo uma ordem estabelecida pelo técnico, que deve ser mantida durante todo o jogo. Quando o time estiver defendendo, um dos jogadores será o catcher, e ficará ajoelhado atrás do rebatedor para pegar as bolas que ele não conseguir rebater. Outro será o arremessador, e ficará dentro de um quadrado de 64 cm de lado a 12 metros de distância da home plate, em uma linha reta na direção da segunda base. Os outros sete ficarão espalhados pelo campo, nas seguintes posições: um ao lado de cada base (primeira, segunda e terceira), um dentro do quadrado menor entre a segunda e a terceira base, e os outros três além das linhas do quadrado menor, um próximo de cada linha lateral e um próximo ao vértice de frente com a home plate.

Cada rebatedor tem três chances para acertar uma bola lançada pelo arremessador, que deve arremessar a bola por baixo como no softbol. Diferentemente do beisebol, quando o rebatedor acerta a bola, não é obrigado a correr. Se o rebatedor acertar a bola mas não correr, se a acertar mas ela cair fora dos limites laterais do campo (além das linhas à direita e à esquerda da home plate; exceto se for a última chance), ou se o arremessador lançar a bola em um local que seria impossível para ele acertar ou atingi-lo com a bola, ele ganha uma nova chance (ou aquela não é deduzida de suas três, o que dá no mesmo). Se o rebatedor não conseguir acertar uma bola nessas três chances, ele é eliminado. Se conseguir e decidir correr, ele deve ir para a primeira base, e, se houver um jogador lá, deve ir para a segunda, e assim sucessivamente. Um jogador que passe pelas três bases e chegue à home plate marca um ponto (chamado "rounder" como o jogo). Um jogador não é obrigado a passar pelas bases uma por uma; se ele sentir segurança, pode tentar ir para a base seguinte após alcançar a anterior na mesma jogada.

Também diferentemente do beisebol, o rebatedor deve correr levando o bastão - aliás, se ele deixar o bastão cair durante a corrida, estará eliminado. Além de ser eliminado por largar o bastão ou por não acertar a bola em três chances, um jogador pode ser eliminado por rebater a bola além das linhas laterais na terceira e última chance, por não sair de uma base antes de um companheiro chegar lá, ou por atrapalhar de propósito qualquer jogador adversário, incluindo o catcher. Depois que o rebatedor rebate a bola, os jogadores do time defendendo também podem pegá-la e tentar fazer com que ela chegue à base antes do rebatedor que está correndo; se o jogador que pegou a bola pisar na base antes do que está correndo, ou se encostar a bola nele, ele também está eliminado. Uma vez que três jogadores tenham sido eliminados, os times trocam de posição, com o que estava atacando passando a defender e vice-versa. Uma vez que ambos tenham atacado e defendido, termina uma entrada. Uma partida é composta de cinco entradas, sendo entradas extras disputadas caso o jogo não possa terminar empatado.

Pelas regras da Rounders England, o campo tem apenas 36 metros de lado, e o quadrado menor apenas 12 metros. A bola tem entre 18 e 20 cm de circunferência, e o bastão deve ter no máximo 46 cm de comprimento, 5,5 cm de diâmetro e pesar no máximo 370 gramas. Ao invés de almofadas, as "bases" são marcadas com pequenos postes de madeira de 50 cm de altura e 5 cm de diâmetro. Curiosamente, se o arremesso for válido (se o arremessador não lançar a bola fora do alcance do bastão nem atingir o rebatedor), o rebatedor será obrigado a correr, tendo acertado a bola ou não - e levando o bastão. Um jogador que complete o circuito das bases após ter acertado a bola marca um ponto (rounder), enquanto um que o complete sem ter acertado a bola marca meio ponto (half-rounder). Se um jogador receber duas bolas inválidas seguidas, for atrapalhado na corrida entre as bases por um adversário ou alcançar duas bases com uma mesma corrida, independentemente de ter acertado a bola ou não, também marca meio ponto. Um rebatedor é eliminado se um defensor pegar uma bola rebatida por ele antes que ela toque o chão, se um defensor pegar a bola e fizer com que ela chegue à base antes dele, se largar o bastão, tocar na metade de cima do poste que demarca a base, ou se não sair da base antes que um colega chegue até lá - nesse caso, ambos são eliminados. Após nove jogadores serem eliminados, os times trocam de função, e, após mais nove eliminações, termina uma entrada. Uma partida é composta de duas entradas, mais entradas extras caso seja necessário um desempate. Mas a característica mais curiosa eu deixei para o final: nas regras da Rounders England, a home plate é apenas o local onde se posiciona o rebatedor; para completar o circuito das bases, o rebatedor deve correr da terceira para a quarta base, que se localiza em ângulo reto em relação à terceira e à home plate, a 12 metros de cada.

campo de rounders, regras da Rounders EnglandA Rounders England não foi a primeira entidade a codificar o rounders na Inglaterra. Bem antes dela, em 1892, uma outra, chamada English Baseball Association, já havia codificado o esporte. Curiosamente, porém, ao fazê-lo, ela decidiu não usar o nome rounders, e sim o nome beisebol. Essa versão do rounders também existe até hoje, mas é conhecida como beisebol britânico. Atualmente, apenas Inglaterra e País de Gales possuem federações e torneios desse esporte, que é até bem parecido com o rounders da Rounders England, com as únicas diferenças sendo a ausência da quarta base (servindo a home plate como quarta base como de costume), o fato de que cada time tem 11 jogadores (e cada entrada só termina com 11 eliminados) e que a bola é idêntica à do beisebol, mas o bastão é chato como o de críquete, com entre 50 e 60 cm de comprimento. No beisebol britânico, o jogador só corre quando atinge a bola, e ganha um ponto para cada base na qual pisa (completar o circuito de bases, portanto, vale 4 pontos). Assim como no rounders da GAA, cada jogador tem três chances para acertar a bola, sendo eliminado se não conseguir.

Vamos agora para a Finlândia, lar do pesäpallo, único dos esportes de hoje a já ter feito parte do programa olímpico - foi esporte de demonstração em Helsinque, 1952, com uma partida disputada entre dois times finlandeses. O pesäpallo (que significa "bola no ninho" em finlandês) foi inventado em 1922 por Lauri Pihkala, atleta e fanático por esportes, que chegou a competir nas provas do salto em altura e do arremesso de disco nas Olimpíadas de 1908 e nos 800 metros nas de 1912. O objetivo de Pihkala era criar um jogo que combinasse características dos esportes tradicionais finlandeses de bola e bastão com as do beisebol norte-americano, do qual gostava, mas achava pouco dinâmico. O esporte rapidamente ganhou popularidade, com a Pesäpalloliitto (a Associação Finlandesa de Pesäpallo) sendo fundada em 1931 e o primeiro campeonato nacional masculino sendo disputado em 1932.

O campo de pesäpallo pode ser de terra batida, gramado ou de grama sintética. Seu formato é o de um triângulo sobre um retângulo, mais ou menos como uma casa desenhada por uma criança. No vértice do triângulo, que tem um ângulo de 45 graus e 32 metros de lado (com as linhas que delimitam os lados delimitando também a área válida de jogo), fica a home plate, um semicírculo de 7 metros de raio, com um menor, de 5 metros dentro, e uma almofada redonda, de 60 cm de diâmetro e entre 3 e 5 cm de altura, bem no meio, sobre a qual ficará o rebatedor. dos outros dois vértices do triângulo se unem às linhas do retângulo, que tem no mínimo 60,5 e no máximo 96 metros de comprimento. Seguindo pela linha do triângulo à direita do rebatedor, a 20 metros da home plate, fica a primeira base, um semicírculo de 3 metros de raio. A segunda e a terceira bases também são semicírculos de 3 metros de raio, e ficam uma de cada lado do retângulo, a 3,5 metros de cada ponto onde ele se encontra com o triângulo. As três bases não possuem almofadas, sendo apenas marcações no campo.

A bola é feita de material sintético, é de cor amarela, bastante dura, tem entre 21,6 e 22,2 cm de circunferência e pesa entre 160 e 165 g para os homens e entre 135 e 140 g para as mulheres. Os bastões são cilíndricos, feitos de uma mistura de fibra de vidro e fibra de carbono, e devem ter no máximo 1 metro de comprimento, 5,6 cm de diâmetro, e pesar entre 580 e 620 gramas. Todos os jogadores do time que está atacando devem usar capacetes, e todos os do time defendendo devem usar luvas, que são bem diferentes das do beisebol, menores, mais acolchoadas e mais curvas.

O arremessador não fica posicionado de frente com o rebatedor, e sim a seu lado, dentro do círculo menor da home plate. O arremesso, no pesäpallo, é feito na vertical, ou seja, com a bola sendo lançada para cima e sendo atingida pelo rebatedor quando estiver caindo. Para que um lançamento seja considerado válido, a bola deve subir pelo menos um metro acima da cabeça do rebatedor, e, se não for rebatida, cair dentro do círculo menor da home plate. Cada rebatedor tem três arremessos válidos para conseguir acertar a bola, mas, se acertar, não é obrigado a correr, podendo optar por gastar uma dessas três tentativas e continuar tentando. Se o rebatedor rebater mas optar por não correr, não conseguir rebater um arremesso válido, ou rebatê-lo para fora da área de jogo, ele gasta uma das tentativas; gastando as três, ele é eliminado. Um arremesso que não seja válido não conta como tentativa, e, se não houiver ninguém na primeira base, o rebatedor pode andar até lá "de graça"; se houver, ele só pode andar se ocorrerem dois arremessos inválidos seguidos - nesse caso, quem já está na primeira passa para a segunda e assim sucessivamente. Uma vez que rebata a bola e decida correr, o rebatedor tem que largar o bastão e chegar na primeira base antes da bola, que será pega por alguém do time defendendo e passada pelos companheiros até chegar até lá. Da mesma forma, quem estava na primeira corre para a segunda, e assim sucessivamente, devendo chegar nas bases antes da bola para não ser eliminado.

Para marcar um ponto, o jogador tem que percorrer todo o circuito das bases, voltando ao círculo maior da home plate; curiosamente, ele não faz esse circuito em linha reta como no beisebol, e sim ziguezagueando pelo campo - com o trajeto da terceira base até a home plate sendo bem mais comprido que os outros três. Se um mesmo jogador percorrer todo o trajeto de uma vez só (no que, no beisebol, seria um home run), ele marca o ponto, mas tem o direito de retornar à terceira base para tentar marcar mais um ponto na jogada seguinte. Uma regra curiosa é que, se a bola for pega no ar, sem tocar o chão antes, o jogador que a rebateu não estará eliminado; todos os jogadores que não estejam em uma base, porém (como, por exemplo, os que estão correndo de uma base para outra), deverão retornar para a fila dos rebatedores, perdendo seus lugares nas bases.

campo de pesäpalloUma equipe de pesäpallo tem doze jogadores. Quando o time está defendendo, um deles será o arremessador, e outros oito assumirão posições de defesa no campo, normalmente um em cada base, dois no meio do caminho entre as bases, um bem do lado da segunda base e dois no fundo do campo, embora as posições mudem de acordo com o tipo de jogada que o ataque está aparentando tentar executar. Os outros três jogadores, conhecido como jokers (palavra inglesa que significa "piadista" ou "bufão", mas aqui é usada no sentido de "curinga" por causa do nome em inglês da carta do curinga no baralho), jamais entram em campo quando o time está defendendo. Quando o time está atacando, os nove jogadores que atuam quando o time está na defesa formam uma fila, e devem rebater na ordem dessa fila; os três jokers não precisam respeitar a ordem da fila, podendo "furá-la" para rebater a qualquer momento. Como é muito difícil errar uma rebatida, a estratégia do jogo consiste em diferentes configurações de ataque e defesa, com os jogadores sendo bastante especializados em algumas funções - por isso o uso dos jokers no ataque, que tenta surpreender o adversário. Uma das características mais curiosas do pesäpallo é que o capitão de cada time pode passar instruções referentes à estratégia para os demais jogadores através de um código de cores, usando papeletas coloridas que são seguradas como um leque. Cada time tem seus próprios códigos, e o uso dos leques é para que um não decifre a estratégia do outro.

Uma partida de pesäpallo dura dois sets de quatro entradas cada; ao final da quarta entrada de cada set, o time com mais pontos ganha aquele set, e o seguinte começa zerado. Se o jogo terminar empatado, com um set para cada equipe, é jogada uma nona entrada de desempate, e, se o empate persistir, uma disputa na qual os times, alternadamente, começam no ataque já com um jogador na terceira base, sendo perdedor o time que não conseguir completar a corrida para a home plate após a rebatida sem seu jogador ser eliminado. Cada entrada é dividida em duas metades, sendo que o time que ataca em uma defende na outra. Uma metade termina quando três jogadores do time atacando são eliminados, ou se todos os 12 rebatedores do time atacando já tiverem rebatido pelo menos uma vez e esse time não tiver marcado pelo menos dois pontos nessa entrada.

A Finlândia possui um campeonato profissional de pesäpallo, com times fortes e bastante populares, chamado Superpesis. Levado por imigrantes, o pesäpallo chegou a países como Suécia (onde se chama boboll), Alemanha, Austrália, Japão, Suíça e Canadá, sendo que os três primeiros também possuem federações nacionais e até campeonatos amadores ou semi-profissionais, o que permitiu a criação da Copa do Mundo de Pesäpallo (organizada pela Pesäpalloliitto, já que ainda não existe uma federação internacional). Já foram organizadas três edições da Copa do Mundo, em 2006, 2009 e 2012, com a seguinte prevista para 2015; todas as edições contaram apenas com Finlândia, Alemanha, Suécia e Austrália (embora Japão e Estônia tenham manifestado interesse em participar da próxima), sendo que a Finlândia, evidentemente, ganhou todas.

Da Finlândia vamos para a vizinha Suécia, onde existe um esporte chamado brännboll. Criado na cidade de Umea a partir das regras do beisebol, o brännboll tira seu nome do termo usado para indicar que um jogador está eliminado, bränna (que, em sueco, significa "queimado"). O brännboll é um esporte exclusivamente amador, não contando com federações nacionais nem com regras unificadas, e sendo jogado, em sua maioria, por estudantes, já que faz parte do programa de educação física de muitas escolas; ainda assim, o esporte saiu da Suécia e se espalhou pelos vizinhos, sendo hoje também praticado na Noruega (onde se chama slaball), Dinamarca (rundbold) e Alemanha (brennball). Por não ter regras unificadas, fica meio difícil determinar quais seriam as "oficiais", já que cada um joga como quer; eu optei por comentar aqui as regras usadas em Umea, onde, uma vez por ano, acontece um festival chamado Brännbollscupen, o mais próximo que existe de um campeonato de brännboll.

O campo de brännboll não tem uma medida fixa. Seu ponto mais importante é o local onde o rebatedor se posiciona; esse local será o vértice de um ângulo reto, cujas linhas imaginárias determinam a área válida de jogo - ou seja, a área na qual a bola tem que cair para que a rebatida seja considerada válida. A mais ou menos dois metros à direita dessa posição fica a primeira base, e, a mais ou menos oito metros à esquerda, fica a quarta base. Com a segunda e terceira bases elas formarão um quadrado de mais ou menos dez metros de lado.

Um time de brännboll possui sete jogadores. Quando o time está no ataque, todos farão uma fila, rebatendo a bola de acordo com a ordem em que entraram nela. Quando o time está defendendo, os jogadores se posicionam um na diagonal entre a primeira e a terceira base, um entre a segunda e a terceira base, um entre a terceira e a quarta base, e três além da linha entre a segunda e a terceira bases, nas posições que julgarem melhor; o que sobra fica próximo à primeira base, sobre uma base de cor diferente chamada "base de eliminação".

campo de brännbollNo brännboll não existe arremessador; o próprio rebatedor joga a bola para cima ou a quica no chão e, então, a rebate. A bola usada normalmente é uma bola de tênis, ou outra que quique de forma semelhante; o bastão pode ser um bastão de beisebol, de críquete ou até mesmo uma raquete, dependendo do nível de experiência do jogador. Uma vez que o rebatedor rebata a bola, se ela for em direção à área de jogo válida (se a bola não for em direção à área de jogo válida após ser rebatida, ele tenta de novo), ele larga o bastão e corre para a primeira base. O objetivo dos jogadores de defesa será pegar a bola e jogá-la para o que está na base de eliminação. Como vocês devem estar imaginando, se a bola chegar na base de eliminação antes de o jogador chegar na base, o jogador será queimado - não eliminado, queimado. O rebatedor não precisa parar na primeira base; se tiver segurança, pode continuar correndo até a segunda, terceira ou quarta, mas, se a bola chegar na base de eliminação enquanto ele estiver no meio do caminho, será queimado. Outra curiosidade é que um jogador não é obrigado a trocar de base só porque outro está se encaminhando para a base na qual ele está, não existindo um limite para o número de jogadores que pode ocupar uma mesma base.

Uma das razões para essa regra é que, ao contrário do que vocês estão imaginando, um jogador queimado não sai do jogo, e sim retorna para a base que estava antes (como a primeira base fica a dois metros do local da rebatida, é praticamente impossível ele ser queimado antes de chegar à primeira base, mas, se acontecer, ele rebate de novo). Um jogador que consiga chegar à quarta base marca pontos para seu time, e entra no final da fila dos rebatedores. Após um intervalo de tempo pré-determinado, normalmente 15 minutos, acaba uma entrada, independentemente de quantos jogadores tenham sido queimados ou tenham pontuado. Na entrada seguinte, os times inverterão os papéis, com o time que estava defendendo agora rebatendo e vice-versa. Normalmente, um jogo dura quatro entradas, com o time com mais pontos ao final da quarta sendo vencedor, e entradas extras sendo jogadas para desempatar se necessário.

No brännboll, ambos os times podem pontuar a cada entrada: cada jogador do time atacando que pise na quarta base marca um ponto para o time atacando, mas cada jogador queimado vale um ponto para o time defendendo. Se a fila de rebatedores se esgotar - ou seja, se todos os jogadores estiverem nas bases, sem nenhum para rebater - o time defendendo ganha cinco pontos, e a entrada termina automaticamente. E, caso três jogadores ou mais do time atacando alcancem a quarta base com uma mesma rebatida, o time atacando ganha seis pontos de bônus.

Vamos agora para a Romênia, onde existe um esporte chamado oina. E um esporte muito antigo: a primeira referência escrita ao oina data de 1370, em um tratado sobre a região da Valáquia. Ninguém sabe ao certo, porém, como o jogo teria surgido, sendo aceitas duas teorias, a de que ele teria sido criado por pastores, no campo, como passatempo, e a de que teria sido criado por soldados para treinar para a guerra. Seja lá como for, no século XIX houve um forte movimento para transformar o oina no esporte nacional da Romênia, que culminou em 1899, quando o Ministro da Educação da época determinou que ele deveria ser incluído em todas as aulas de educação física das escolas romenas, e organizou o primeiro torneio intercolegial nacional de oina. Graças a isso, o esporte começou o século XX com uma popularidade crescente, que levou ao surgimento da Federação Romena de Oina, em 1932, e dos primeiros clubes profissionais. Hoje, o oina é um dos esportes mais populares da Romênia, e é jogado profissionalmente também na vizinha Moldova. Aliás, esses são os dois únicos países do mundo com federações nacionais desse esporte, mas o sonho da Federação Romena é criar uma Federação Internacional; para isso, ela está dando suporte para a criação de times e campeonatos de oina na Bulgária e Sérvia, países vizinhos de grande população de ascendência romena, e na Suécia, que demonstrou interesse no esporte.

Em termos de regras, o oina é bastante diferente dos demais esportes desse post. Para começar, seu campo é retangular, com 70 metros de comprimento por 32 de largura. A 5 metros de cada linha de fundo, é traçada uma linha conhecida como linha de jogo, que determina as três áreas do campo: de um lado, a zona de rebater, do outro, a zona de fundo, e, entre as linhas, a área de jogo. Centralizados na linha que divide a zona de rebater da área de jogo temos dois semicírculos: um de 3 metros de raio, dentro da zona de rebater, com duas pequenas linhas de 1 metro de comprimento cada se prolongando a partir dos locais onde ele toca a área de jogo para dentro desta, e um de 1 metro de raio, dentro da área de jogo. O rebatedor, que pertence ao time que está atacando, ficará dentro do semicírculo de 3 metros.

campo de oinaE ainda não acabou: a área de jogo é dividida ao meio, no sentido do comprimento, por uma outra linha, que separa a área de jogo em uma área de avanço (à esquerda do rebatedor) e uma área de retorno (à direita). A cada 15 metros, a área de jogo é novamente dividida, por linhas paralelas às de fundo. Nas interseções entre essas linhas paralelas e a linha e central, e nos pontos onde essas linhas paralelas tocam as linhas de lado, existem nove círculos de 2 metros de diâmetro cada, dentro dos quais ficarão os jogadores do time que está defendendo. Finalmente, na zona de rebater, a 1 metro da linha de fundo, do lado direito do rebatedor, é traçada uma linha de 10 metros de comprimento chamada linha de espera, onde se posicionarão os rebatedores que esperam por sua vez.

No início do jogo, dois dos jogadores do time atacando se posicionarão dentro do semicírculo de 3 metros, cada um no espaço entre a linha que o delimita e a que delimita o de 1 metro. O primeiro da fila de rebatedores (o qual chamaremos de Jogador A) será o rebatedor, enquanto o segundo (Jogador B) será o arremessador. O arremessador jogará a bola para o rebatedor, que a rebaterá com o bastão, tentando jogá-la o mais longe possível, e então largará o bastão e sairá correndo pela área de avanço, tentando chegar à zona de fundo. O jogador do time defendendo mais próximo da bola, então, correrá para pegá-la, voltará para sua posição (dentro de um dos círculos de 2 metros) e a jogará para um companheiro. Esse companheiro poderá jogá-la para outro companheiro (sem limite de vezes em que isso pode ser feito) ou arremessá-la na direção do rebatedor que agora está correndo para a zona de fundo. Se acertá-lo, o time defendendo ganha dois pontos, a menos que a bola acerte as palmas das mãos do rebatedor; nesse caso, ele continua correndo, e outro jogador do time defendendo pode ir lá pegar a bola e repetir o processo. Sendo acertado ou não, o rebatedor continua correndo em direção à linha de fundo até chegar lá; a única diferença é que, se ele for acertado, o time defendendo, como já foi dito, faz dois pontos (sendo que ele só pode ser acertado uma vez), e, se não for, o time defendendo não faz ponto. Também é importante notar que os jogadores de defesa podem sair de dentro dos círculos para pegar a bola, mas só podem tentar acertar os oponentes se estiverem com os dois pés dentro do círculo.

Uma vez que o Jogador A chegue à zona de fundo, o Jogador B se torna o rebatedor, e o Jogador C se torna o arremessador. O processo é repetido, sendo que, agora, o Jogador A deve voltar correndo pela área de retorno, e também pode ser acertado no meio do caminho pelos jogadores do time defendendo (que farão dois pontos se o acertá-lo). O Jogador B, que está correndo pela área de avanço, também pode ser acertado normalmente. Mais uma vez, sendo acertado ou não, o Jogador A só termina sua corrida na zona de rebater, quando sai do jogo. O processo se repete até que todos os rebatedores tenham rebatido (no último deles, o Jogador A volta a campo apenas para atuar como arremessador). Uma vez que todos os rebatedores tenham alcançado a zona de rebater após correr para lá e para cá, uma das metades do jogo, chamada repriza, termina, e, após um intervalo de 15 minutos, o jogo retorna para a segunda repriza com as posições invertidas (o time que estava atacando agora está defendendo e vice-versa). Ao final da segunda repriza, o jogo termina, e o time com mais pontos é declarado o vencedor. É possível um jogo terminar empatado, sendo marcado um jogo-desempate caso seja um jogo eliminatório.

Mas não é só o time defendendo que pode marcar pontos; dependendo de onde caiu a bola após ser rebatida, o time atacando também os marca: se a bola passar pela linha que divide a área de jogo da zona de fundo, o time atacando marca dois pontos; se ela cair entre a última linha paralela e a linha que divide a área de jogo da zona de fundo, o time atacando marca um ponto. Um jogador que marque ponto não é obrigado a correr, podendo se posicionar fora do semicírculo, de frente com a área de avanço; a regra permite que até dois jogadores se posicionem desa forma, correndo juntos assim que o rebatedor seguinte rebater, para confundir o time adversário. Da mesma forma, um jogador que alcance a zona de fundo sem ser acertado pode optar por não correr na jogada seguinte, "correndo em dupla" na próxima.

Cada time de oina possui onze jogadores. Quando o time está atacando, todos começam na linha de espera, se tornando rebatedores e arremessadores de acordo com a ordem da fila. Quando o time está defendendo, nove deles se posicionam nos círculos de 2 metros, um por círculo, ficando o capitão do time (normalmente o jogador mais experiente) no círculo do meio; os outros dois ficam um na zona de rebater, ao lado do arremessador, e um na zona de fundo, em frente à linha central, para que os dos círculos não precisem correr muito para pegar bolas que caiam nessas zonas. A partida é oficiada por dois árbitros, um posicionado à direita da zona de rebater e um à esquerda da zona de fundo. Cada time pode ter cinco reservas, sendo que as substituições podem ser feitas a qualquer momento em que a bola não esteja em jogo, mas um jogador substituído não pode mais voltar ao jogo. A bola é feita de couro, tem 8 cm de diâmetro, e é cheia de pelo de cavalo, porco ou boi, pesando 140 g. O bastão é feito de madeira, parece o do beisebol, mas é mais curto, com 80 cm de comprimento, e mais fino, com 3,5 cm de diâmetro.

Para terminar, vamos ao lapta, o representante da Rússia. Na época da União Soviética, o lapta (que se pronuncia "laptá") era um dos esportes mais populares do país, com mais de 40 campeonatos regionais e um forte campeonato nacional; atualmente, embora alguns desses campeonatos ainda existam na Rússia, o lapta perdeu grande parte de seu prestígio, sendo praticado, em sua maioria, por crianças nas escolas.

O lapta é jogado em um campo gramado com entre 40 e 55 metros de comprimento por entre 25 e 40 metros de largura, podendo, inclusive, ser quadrado (40x40), embora o retangular seja bem mais comum. Em um dos lados do campo, centralizado, fica um círculo de 50 cm de diâmetro; a 10 metros da linha de fundo do lado onde está esse círculo há uma linha, chamada kon. O objetivo é rebater a bola para além dessa linha, soltar o bastão e sair correndo, até alcançar a linha de fundo do outro lado, e então, se possível, voltar correndo até a linha do lado do círculo. Atualmente, a bola usada é uma bola de tênis, mas o bastão é próprio, feito de madeira, com 60 cm de comprimento e 10 cm de largura, com uma empunhadura de 3 cm de diâmetro, chato como o do críquete, e não cilíndrico como o do beisebol.

diagrama de um campo de laptaUm time de lapta é composto de seis jogadores. No time que está atacando, os seis formarão uma fila, e rebaterão a bola na ordem em que a formaram, se posicionando dentro do círculo para fazê-lo; no time que está defendendo, eles se posicionarão além da kon, e terão como objetivo pegar a bola rebatida e atingir o jogador oponente que está correndo com ela. Assim como no oina, o rebatedor seguinte da fila atua como arremessador, se posicionando ao lado do círculo e jogando a bola para cima com um movimento característico, dobrando os joelhos e com o braço totalmente esticado. O rebatedor tem duas chances para rebater a bola para além da linha, e, se conseguir, corre. Se alcançar a linha de fundo do outro lado sem ser atingido pela bola, marca um ponto; se conseguir voltar sem ser atingido, marca mais dois (para um total de três). A pegadinha é que, se ele correr até o outro lado sem ser atingido, resolver voltar, e for atingido na volta, não marca nenhum - nem mesmo o que marcaria por ter alcançado o outro lado. Em compensação, se ele achar que não é seguro voltar, ele pode ficar parado do lado de lá, garantindo o ponto, e voltar (obrigatoriamente) quando o rebatedor seguinte rebater a bola; nesse caso, porém, ele só marcará um ponto no retorno se não for atingido (para um total de dois) ou nenhum se for (mas continuará com o ponto da ida, para um total de um). Jogadores que retornem para o lado onde são feitas as rebatidas entram no final da fila de rebatedores. Um jogador que erre suas duas chances para rebater a bola também volta para o final da fila.

Uma partida de lapta dura dois tempos de 30 minutos cada. Ao final do primeiro tempo, os times trocam de posição, com o que estava atacando passando a defender e vice-versa. Ao final, quem tiver mais pontos é o vencedor. Se o jogo não puder terminar empatado, é jogada uma prorrogação de dois tempos de 10 minutos cada. Como só o time atacando pode marcar pontos, se o time no segundo tempo ultrapassar a pontuação que seu rival fez no primeiro, o jogo termina automaticamente.

O lapta é o mais antigo de todos os esportes de bola e bastão, tendo registros escritos datados da Idade Média, com bastões e bolas do século XIV podendo ser encontrados em vários museus russos. Segundo os russos, foi ele quem deu origem ao beisebol, ao críquete, ao rounders e ao oina, ao ser levado por imigrantes russos para os Estados Unidos, Inglaterra e Romênia. Estudiosos desses países, evidentemente, não consideram essa versão como verídica.
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quarta-feira, 11 de junho de 2008

Escrito por em 11.6.08 com 1 comentário

Beisebol (I)

Já não deve ser surpresa para ninguém que eu adoro esportes. Assim, também não surpreende o fato de que, sempre que possível, eu gosto de falar sobre um esporte por aqui. De preferência, esportes que não sejam muito conhecidos do público em geral - afinal, por mais que eu goste de futebol, basquete e vôlei, creio que poucas novidades serão ditas se eu escrever sobre eles. O tema de hoje é um esporte que até é bastante popular no Brasil, mas permanece desconhecido da maioria da população, principalmente porque muitos consideram suas regras complicadas. Hoje é dia de falar sobre beisebol.

Por mais que eu goste de beisebol, não costumo assistir a muitas partidas, por um motivo bem simples: elas demoram muito. Tudo bem que se possa argumentar que futebol americano também demora muito, mas aí é diferente, porque eu não gosto tanto de beisebol quanto de futebol americano, então ficar quatro horas na frente da tv vendo um sujeito tentando acertar uma bolinha com um taco não é tão divertido quanto ficar quatro horas na frente da tv vendo um bando de brutamontes tentando levar uma bola oval até o outro lado do campo. Apesar disso, como eu já disse, eu gosto de beisebol, e quando eu acho um jogo passando, ou na época dos play-offs, costumo assistir vários pedaços de partidas. Acho que os únicos jogos de beisebol que eu assisti inteiros foram os do Brasil na época do Pan.

Mas não é a duração excessiva das partidas, ou o fato da ESPN ser praticamente o único canal a transmitir beisebol por aqui, que impede este esporte de se popularizar no Brasil; dois outros fatores costumam ser citados pelos que ainda não gostam de assisi-lo: o primeiro, que as regras são muito complicadas, o que não é absolutamente verdade - as regras do beisebol são surpreendentemente simples, só que não dá para deduzi-las só assistindo a um jogo, é preciso uma "ajuda externa" para aprendê-las; o segundo é que o beisebol está fortemente ligado à cultura dos Estados Unidos, então o preconceito anti-americano acaba fazendo com que muitos queiram distância de tacos, luvas e bases.

De fato, talvez nenhum outro esporte esteja tão ligado à imagem dos Estados Unidos quanto o beisebol, talvez nem mesmo o futebol americano. O beisebol é o esporte que tem o maior número de praticantes na Terra do Tio Sam, desde o século XIX é considerado o esporte nacional de lá, tem o curioso apelido de "o passatempo americano", e apenas recentemente perdeu o status de esporte mais popular da América para o futebol americano. Mas engana-se quem pensa que só por lá este esporte é popular: segundo uma estimativa da Federação Internacional, em 2005 o beisebol era o sétimo esporte mais popular do mundo, e em países como Cuba, Venezuela e Japão, ele é mais popular do que qualquer outro. No Brasil, apesar de praticado desde 1850, o esporte ainda está engatinhando, e é praticado principalmente por descendentes de imigrantes japoneses. Ainda assim, pode-se dizer que o esporte está em ascenção, pois vários jogadores brasileiros já foram contratados por times do Japão e dos Estados Unidos, e, principalmente sob influência da popularidade da liga nacional norte-americana, a cada dia o beisebol consegue mais fãs em todos os cantos do país.

Ninguém sabe com certeza quando o beisebol foi inventado, mas praticamente todos concordam que ele é uma evolução de um jogo chamado rounders, que por sua vez era similar ao críquete, um dos esportes mais populares da Inglaterra, e que também não era um esporte inédito: registros de jogos onde o objetivo é acertar uma bola arremessada usando um bastão existem desde 1300, e, como todos os esportes tão antigos, existiam milhares deles com apenas pequenas variações nas regras. Estes esportes chegaram aos Estados Unidos trazidos por imigrantes ingleses e irlandeses, e lá teriam sofrido mais alterações, até resultar no jogo que temos hoje. A primeira menção registrada ao nome baseball data de 1791, quando uma lei da cidade de Pittsfield, Massachusetts, proibiu a prática do jogo a menos de 70 metros da câmara de vereadores da cidade; mas o primeiro registro de um jogo de beisebol data de 4 de junho de 1838, em Beachville, Canadá. As regras do esporte foram codificadas em Nova Iorque em 1845, e o primeiro jogo oficial aconteceu em 19 de junho de 1846 em Nova Jérsei, quando o New York Nine derrotou o New York Knickerbockers por 23 a 1.

Os primeiros clubes de beisebol começaram a surgir nos Estados Unidos por volta de 1860. O primeiro clube totalmente profissional, o Cincinnati Red Stockings, foi fundado em 1869, e o primeiro torneio entre times profissionais foi realizado em 1871. Até o início do século XX, o beisebol era um esporte restrito a Estados Unidos, Canadá e Cuba (que na época era uma espécie de colônia dos EUA, mais ou menos como Porto Rico), mas a partir da década de 1920 começou a se espalhar pelo mundo, com a criação das Ligas de Beisebol da Holanda (1922), Austrália (1934) e Japão (1938). A Federação Internacional de Beisebol (IBAF) foi fundada em 1938, e hoje conta com 112 países dos cinco continentes, incluindo o Brasil, membro desde 1946.

Agora que já vimos um pouco sobre a história do beisebol, vamos detonar o mito de que suas regras são complicadas. É claro que, como ocorre com qualquer esporte, existem algumas nuances, mas o básico que apresentarei aqui é perfeitamente suficiente para qualquer um aprender o jogo, e conseguir assistir a uma partida na tv sem ficar boiando.

Um estádio de beisebol costuma ser conhecido como ball park. O campo tem o formato de um quarto de círculo. Em volta de seu ângulo reto há um círculo de 8 metros de diâmetro, todo de terra batida, sem grama. No centro deste círculo fica a home plate, um pentágono de borracha cuja base tem 43 cm, e os outros lados 22 cm. Partindo das linhas diagonais da home plate, é traçado um losango de 27,4 metros de lado, chamado diamante. Em cada um dos outros três vértices desse losango fica uma base, uma "almofada" quadrada de lona de 43 cm de lado e 13 cm de altura, de onde o jogo tira seu nome, e numeradas como primeira, segunda e terceira em sentido anti-horário a partir do home plate. A área em volta do diamante é feita de terra batida, e conhecida como infield; para além do diamante, o campo é gramado, e conhecido como outfield. A área interior do diamante também é gramada, mas não tem nome; em seu centro, a 18,39m do home plate, fica um montinho de terra batida, de 5,47 metros de diâmetro e 25 cm de altura, no topo do qual fica o arremessador. Curiosamente, o tamanho do outfield não é estabelecido nas regras, mas normalmente, do home plate até a cerca que separa o campo das arquibancadas, em linha reta, a distância varia entre 118 e 133 metros. Os lados do losango que tocam o home plate se prolongam até o final do outfield, e só é considerado área válida de jogo o que está dentro destas linhas.

O uniforme do beisebol é bastante tradicional e característico, composto de uma camisa de mangas compridas abotoada na frente, uma calça comprida com cinto, sapatilhas próprias para beisebol, e um boné na cabeça. Os jogadores que estão no ataque usam uma espécie de capacete ao invés do boné, e são munidos de um bastão, feito de madeira ou alumínio, dependendo das regras adotadas e da preferência do jogador. O bastão é cilíndrico, com 1 metro de comprimento, 2,5 cm de diâmetro na empunhadura e 5 cm na outra ponta, e pesa 1 Kg. Os jogadores que estão na defesa usam uma luva especial, feita de couro, com dedos grandes e uma membrana entre o indicador o polegar, para facilitar na hora de pegar a bola. A bola tem 23 cm de circunferência, pesa 142 gramas, é feita de um núcleo de cortiça envolto em borracha e enrolado com sisal e lã, coberta com couro branco costurado com linha vermelha de algodão - e, diga-se de passagem, a bola é muito dura, podendo até quebrar um braço se atingi-lo após um arremesso suficientemente forte.

Um time de beisebol é formado por nove jogadores. Quando o time está na defesa, eles tomam posições pré-determinadas no campo: três deles, conhecidos como outfielders, ficam, evidentemente, no outfield, um na direção entre a primeira e a segunda base (o right field), um entre a segunda e terceira base (o left field) e um bem na direção da segunda base (o center field). Outros quatro jogadores ficam no infield, e são conhecidos como infielders: um marcando a primeira base (e que também se chama primeira base), um entre a primeira e a segunda base (o segunda base), um entre a segunda e a terceira base (o short stop), e um marcando a terceira base (o terceira base). Além destes temos o catcher, que fica agachado atrás do home plate para pegar os arremessos que passam pelo rebatedor, e usa um equipamento especial, incluindo uma proteção de couro para o torso, joelheiras, um capacete com grade e uma luva própria; e o arremessador ou pitcher, de certa forma o jogador mais importante do time, que arremessará a bola para o catcher, preferencialmente de uma forma que o rebatedor não consiga acertá-la. Quando o time está no ataque, todos os nove jogadores se tornam rebatedores, e um por um tentarão rebater a bola, se posicionando do lado direito ou esquerdo do home plate, de acordo com sua preferência. Alguns torneios permitem a presença de um rebatedor designado, um jogador que não atua na defesa, e só serve para substituir o arremessador durante as rebatidas - isso porque arremessadores são altamente especializados, e costumam ser péssimos rebatedores. A importância do arremessador é tão grande que em alguns jogos ele é o único jogador que tem reservas, normalmente três. Um arremessador pode ser substituído a qualquer momento em que a bola não esteja em jogo, mas, uma vez que saia, não pode mais voltar naquele jogo. Qualquer outro jogador também pode ser substituído quando a bola não estiver em jogo, mas isso raramente acontece.

Uma partida de beisebol não tem um tempo limite pré-estabelecido: ela é dividida em nove períodos conhecidos como innings, ou entradas. Cada entrada é dividida em duas partes, conhecidas como top e bottom, e, em cada uma destas partes, um time rebate enquanto o outro defende - normalmente o time da casa rebate no bottom, ou seja, depois. O objetivo do time que começa defendendo (arremessando) é eliminar três rebatedores do time que está atacando; se conseguir, ele passa então a atacar, e o time que estava atacando passa a defender com o mesmo objetivo. Quando ambos os times tiverem três eliminações, a partida passa para a entrada seguinte. As formas mais comuns de conseguir uma eliminação são o strike out, o fly out, o ground out, o force out e o tag out.

O strike out é, talvez, a forma de eliminação mais característica do beisebol: se o arremessador jogar a bola e o rebatedor não conseguir pegá-la, indo a bola parar na luva do catcher, temos um strike. Três strikes, e o jogador que estava tentando rebater está eliminado. Para que o strike seja válido, porém, a bola deve chegar à luva do catcher passando por um quadrado imaginário chamado zona de strike, que representa a área onde rebater a bola é possível de acordo com a posição do rebatedor. Esta regra foi criada para que o arremessador não jogue a bola longe demais do rebatedor, o que seria injusto, já que ele tem o controle total da bola, e pode até combinar com o catcher, através de sinais secretos, onde e como irá jogá-la. Caso a bola não passe por dentro da zona de strike, ela é considerada bola (isso mesmo, bola). Se um arremessador cometer quatro bolas, o rebatedor ganha um walk, e pode se dirigir para a primera base mesmo que não tenha conseguido rebater - por esse motivo, um rebatedor que tem dois strikes e três bolas está com a "contagem cheia", pois no próximo lançamento ou ele vai andar, ou ser eliminado. Um rebatedor também ganha um strike caso rebata a bola para fora do campo, exceto se ele já tiver dois strikes; nesse caso, o arremesso é invalidado, e o arremessador deverá jogar outro. Finalmente, o rebatedor ganha um walk automático, independente de quantas bolas tenha, se a bola arremessada atingir qualquer parte de seu corpo, mesmo que sem intenção do arremessador.

O fly out também é bastante constante: acontece quando o rebatedor consegue rebater a bola, mas um dos jogadores de defesa (normalmente um outfielder) a pega sem que ela tenha tocado o chão. Neste caso, o rebatedor é eliminado automaticamente. Se a bola tocar o chão antes de tocar a luva de um jogador, ainda assim um dos jogadores de defesa poderá pegá-la, e tentar fazer com que ela chegue à base antes do rebatedor - para isso, basta que o jogador que recebeu a bola esteja pisando sobre a base, e que a bola toque sua luva antes que o rebatedor toque a base. Caso isso aconteça na primeira base, se chama ground out, na segunda ou terceira base ou no home plate, se chama force out. É possível até eliminar os jogadores da segunda e primeira base na mesma jogada, bastando o jogador que recebeu a bola na segunda base pisar nela antes do adversário e depois arremessar a bola para o da primeira antes do rebatedor chegar lá, o que recebe o nome de double play. Finalmente, se o arremessador notar que um dos jogadores do outro time não está exatamente sobre a base, poderá arremessar a bola diretamente para aquela base ao invés de para o catcher, e, se a bola alcançar a base antes do jogador, ocorre um tag out.

Enquanto o time defendendo tem por objetivo conseguir três eliminações, o time atacando (rebatendo) tem como objetivo anotar corridas, o que ocorre da seguinte forma: toda vez que um rebatedor consegue uma rebatida válida (que não vai para fora do campo nem termina em fly out), ele é obrigado a correr para a primeira base. Se chegar lá antes da bola, fica por lá até a próxima jogada. Se já houver um jogador na primeira base, ele é obrigado a correr para a segunda, o da segunda para a terceira, e o da terceira para o home plate - e, toda vez que um jogador do time atacando pisa no home plate antes que a bola o alcance, anota uma corrida. Corridas podem ser anotadas mesmo que não haja uma rebatida válida, caso já haja um jogador em cada base, e o que está rebatendo receba um walk. Por esse motivo, um jogador em cada base é uma situação muito arriscada para o time defendendo, e é conhecida como "bases lotadas". Não há limite para o número de corridas que um mesmo time possa anotar por entrada: enquanto ele não tiver três eliminados, os nove rebatedores vão se alternando e tentando mais.

Um jogador que já esteja em uma base pode tentar "roubar" a base seguinte - ou até mesmo o home plate e anotar uma corrida. Para roubar uma base, o jogador deve sair correndo da base onde está depois que a bola deixa a mão do arremessador, e chegar na seguinte antes da bola - que será arremessada pelo catcher para o jogador que está marcando aquela base. Roubar bases é raro e difícil, mas existem jogadores especializados nesta façanha, e até mesmo alguns truques para consegui-la, como se posicionar a 9 metros da base, distância segura para voltar caso o arremessador perceba e jogue a bola para aquela base, e que dá uma boa vantagem na hora de correr para a próxima. Graças às "roubadas", pode ocorrer de uma base ser "pulada' - ou seja, há um jogador na segunda, mas nenhum na primeira, por exemplo. Neste caso, o jogador que está na base após a "pulada" não é obrigado a correr para a próxima no caso de uma rebatida válida, mas também não se move automaticamente para ela em caso de walk.

Existe um tipo de rebatida onde a bola não cai dentro dos limites do campo, mas não só é considerada válida como também é a rebatida mais desejada pelos rebatedores: o famoso home run. Um home run ocorre quando o rebatedor rebate a bola para além do outfield, para fora do campo ou para algum sortudo da arquibancada (mas dentro do limite estabelecido pelas linhas que partem do home plate). Como o time defendendo não conseguirá pegar a bola mesmo, todos os jogadores atacando podem ir de base em base tranqüilamente para o home plate. Um home run com bases lotadas vale nada menos que quatro corridas de uma vez só, razão mais do que suficiente para ele ser tão cobiçado - mas, desnecessário dizer, também é um evento raro, embora alguns jogadores sejam conhecidos por conseguir muitos deles.

Ao final da nona entrada, o time que tiver anotado mais corridas é declarado vencedor. Caso haja um empate, são jogadas sucessivas novas entradas, até que um dos times tenha mais corridas que o outro. Se, ao final do top da última entrada, o time defendendo estiver ganhando, não será necessário jogar o bottom - já que ele já está ganhando mesmo, não há necessidade de anotar mais corridas.

Uma partida de beisebol pode ter até seis árbitros, chamados umpires. Normalmente, quanto mais importante o jogo, mais árbitros ele terá. O único árbitro "obrigatório" é o que fica atrás do catcher, e diz se a rebatida foi válida, se houve strike, ou se houve bola. Até três outros árbitros podem estar presentes no infield, um ao lado de cada base se todos forem usados, e servem para dizer quem chegou primeiro à base, o rebatedor ou a bola; se houverem menos de três, um deles se desloca para a base mais próxima de onde está quando houver uma jogada relevante. Os dois últimos árbitros quase nunca são usados, e se posicionam no outfield, ao lado das linhas que determinam o limite do campo, para atestar a validade de rebatidas longas, home runs e fly outs.

Atualmente, o torneio de beisebol mais importante do mundo é o da liga profissional norte-americana, a MLB (Major League Baseball), criada em 1903, e que na verdade não é uma liga, mas a reunião de duas: a Liga Nacional, fundada em 1876, que conta com 16 times; e a Liga Americana, de 1901, com 14 times. Curiosamente, existem algumas diferenças entre as regras de uma Liga e de outra - a Liga Nacional, por exemplo, não permite batedores designados - e, quando dois times de Ligas diferentes de enfrentam, são usadas as regras do time da casa. A temporada da MLB vai de março a outubro, e inclui uma primeira fase, onde cada time joga 162 vezes, e os playoffs, compostos de uma primeira fase em melhor de cinco jogos, e a final de cada Liga em melhor de sete. Os campeões da Liga Nacional e da Liga Americana se enfrentam na World Series, também em melhor de sete jogos, sendo o vencedor declarado campeão da MLB.

O beisebol é esporte olímpico "oficial" somente desde 1992 - e, infelizmente, já foi decidido pelo COI que a partir de 2012 ele não fará mais parte do programa - mas participou como esporte de demonstração em 1912, 1936, 1956, 1964, 1984 e 1988. Os Estados Unidos venceram todas as versões de demonstração exceto a de 1984 (vencida pelo Japão), mas, desde que o esporte entrou para o programa olímpico, Cuba venceu três edições, e os EUA apenas uma. Muitos devem este desempenho - e a própria retirada do esporte das Olimpíadas - ao fato de que a MLB se recusa a interromper seu torneio ou ceder seus jogadores durante os Jogos Olímpicos, o que faz com que os Estados Unidos acabem competindo com equipes de jogadores das chamadas Ligas Menores ou universitários. Por este mesmo motivo, a Copa do Mundo de Beisebol, realizada desde 1938, atualmente a cada dois anos sempre nos anos ímpares, e vencida 25 vezes por Cuba contra 3 dos Estados Unidos e Venezuela, jamais conseguiu ser um sucesso de público, e acabou levando a IBAF a criar um "segundo mundial", batizado de World Baseball Classic. Criado por uma parceria entre a IBAF e a MLB, o WBC servirá como o principal torneio internacional do esporte, contando, inclusive, com a participação dos astros da MLB. A primeira edição foi realizada em 2006 nos Estados Unidos, com o Japão derrotando Cuba na final (e o time da casa terminando em oitavo com MLB e tudo...); uma nova edição já está programada para 2009 novamente nos EUA, e a partir de então o torneio será realizado a cada quatro anos em países diferentes.

Antes de encerrarmos, eu gostaria de falar um pouco sobre outro esporte, o softbol. Embora seja considerado - inclusive por boa parte da mídia - como a "versão feminina" do beisebol - principalmente porque o beisebol profissional só é disputado na versão masculina - o softbol é um esporte separado, regulado por sua própria Federação Internacional, a ISF, fundada em 1952, e que hoje conta com 130 países membros, mais até do que a IBAF, dentre eles o Brasil.

O softbol foi inventado em 1887 em Chicago por George Hancock, um membro da Câmara de Comércio da cidade. Seu intuito não era inventar um beisebol feminino, mas uma versão "indoor", que pudesse ser disputada em ambientes fechados durante o inverno. Aos poucos o esporte foi se popularizando, passou a ser jogado em campos de beisebol ao ar livre, se espalhou pelos Estados Unidos, e, durante a Segunda Guerra Mundial, pelas mãos dos soldados canadenses, chegou à Holanda, que já gostava muito de beisebol na época. De lá o jogo se espalhou pelo mundo, e, em alguns países, como a Nova Zelândia, se tornou mais popular até do que o beisebol que lhe deu origem. Embora o softbol feminino seja mais famoso, também existe softbol masculino, com Campeonato Mundial e tudo, disputado a cada quatro anos desde 1966, vencido cinco vezes pela Nova Zelândia, cinco pelos Estados Unidos, e três pelo Canadá. No Mundial Feminino a superioridade dos Estados Unidos é absoluta, com nada menos que oito títulos, sendo os seis últimos seguidos.

O nome "softbol" ("bola macia") vem da bola usada neste esporte, bem maior (30 cm de circunferência), mas mais pesada (200 gramas) que a do beisebol. A bola é feita do mesmo material que a do beisebol, mas é menos densa, e costuma ser amarela ao invés de branca. O bastão de softbol é mais curto, com 86 cm de comprimento, e mais largo, com 6 cm de diâmetro na ponta oposta à empunhadura. O uniforme também é mais despojado, com camisetas e bermudas, mas ainda com o boné na cabeça. As luvas são semelhantes às do beisebol, mas mais largas, já que a bola é maior.

O campo de softbol é um pouco menor - os lados do diamante têm 18 metros cada - e o outfield tem uma distância fixa, 76,2 metros do home plate em linha reta. O arremessador fica a 14 metros do home plate. O campo costuma ter uma "outra" primeira base, de cor diferente e ao lado da "original", usada para evitar colisões entre os jogadores: o rebatedor corre para a "outra", enquanto o Primeira Base defende a "original", estando o rebatedor eliminado se a bola chegar ao defensor antes dele. Se não precisar de desempate, uma partida de softbol tem sete entradas, e não nove. Finalmente, o arremesso do softbol é sempre "por baixo", com o arremessador fazendo um arco com o braço para trás, e arremessando a bola de baixo de sua linha da cintura - enquanto o arremesso do beisebol é "por cima", com a bola normalmente saindo de cima da linha do ombro do arremessador. Tirando essas diferenças, as regras são as mesmas do beisebol.

O softbol é esporte olímpico apenas desde 1996, sendo que os Estados Unidos ganharam os três ouros disputados. Assim como o beisebol, o softbol também já está fora dos Jogos de 2012, por ser considerado um esporte de pouco público. Na minha opinião, o pentatlo moderno tem bem menos público que o softbol, mas como eu não mando em nada mesmo...
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