Por causa disso, eu penso em fazer um post sobre Matrix desde que decidi que o átomo seria um blog para falar sobre as coisas que eu gosto. Nunca fiz por um motivo até meio bobo: quando Matrix Revolutions estreou, eu fiquei meio revoltado com a quantidade de gente reclamando do filme (do qual eu gostei muito) e resolvi escrever um post defendendo-o. Nunca fiquei muito satisfeito com esse post, e isso acabou fazendo com que eu nunca tivesse vontade de fazer um post decente sobre a trilogia. Hoje, porém, nos aproximamos do post 850, e eu acho que um blog sobre as coisas que eu gosto jamais estará completo se eu não fizer um post sobre Matrix. Que é esse que vocês estão lendo agora. Hoje é dia de Matrix no átomo.
Matrix (cujo nome original em inglês tem um artigo, The Matrix) estreou nos cinemas dos Estados Unidos em 31 de março de 1999, e foi um sucesso mega gigantesco: com orçamento de 63 milhões de dólares, rendeu 463 milhões no mundo inteiro, sendo quase 172 milhões apenas nos Estados Unidos. Foi elogiadíssimo não somente pela crítica, mas por vários diretores de cinema e autores de ficção científica, que destacaram principalmente sua ação ininterrupta, seus efeitos especiais de última geração e seu enredo surpreendente, que, apesar de lidar com alguns clichês da ficção e da ficção científica, o faz com uma execução primorosa, fazendo com que o espectador nunca saiba o que está por vir. Claro que nem todo mundo gostou, muita gente torce o nariz e diz que o filme é só tiro, porrada e bomba com efeitos bonitinhos, mas, bem, não existe unanimidade. Além de um sucesso de público e crítica, Matrix ganharia quatro Oscars, todos técnicos: Melhor Edição, Melhor Som, Melhores Efeitos Sonoros e Melhores Efeitos Especiais - prêmio no qual era uma verdadeira barbada, já que nada na época se aproximava do que foi feito nele, nem os derrotados Star Wars Episódio I: A Ameaça Fantasma e O Pequeno Stuart Little.
A ideia do filme foi dos irmãos Wachowski, que, na época, se identificavam com o sexo masculino e se chamavam Andy e Larry - hoje, os dois são mulheres trans, atendem pelos nomes de Lana e Lilly, e gostam de ser conhecidos apenas como "The Wachowskis", já que, em inglês, os artigo the é neutro. Eles escreveriam a sinopse do filme em 1994, e a ofereceriam ao produtor Lorenzo di Bonaventura, que na época era presidente da Warner Bros. Di Bonaventura estava interessado em outro trabalho da dupla, o roteiro do filme Assassinos, que acabaria sendo produzido com Sylvester Stallone, Antonio Banderas e Julianne Moore no elenco, dirigido por Richard Donner e lançado em 1995. Para vender o roteiro de Assassinos para a Warner, os Wachowskis exigiriam que ele incluísse outros dois roteiros seus no mesmo pacote, Ligadas pelo Desejo e Matrix. O produtor não acreditou que esses outros dois fariam sucesso, mas via tanto potencial em Assassinos que não somente aceitou como permitiu que os irmãos dirigissem Ligadas pelo Desejo, que entraria em produção, com orçamento baixíssimo (6 milhões de dólares) junto com o filme de Stallone.
Só que di Bonaventura não contava com um detalhe: estreando em 1996 e estrelado por Jennifer Tilly, Gina Gershon, Joe Pantoliano e John Ryan (e quase ninguém mais, o elenco deve ter umas dez pessoas), Ligadas pelo Desejo seria um grande sucesso de crítica, renderia o suficiente para se pagar e ainda juntar uns trocados (7 milhões) e ganharia vários prêmios nacionais e internacionais, como o Prêmio do Grande Júri do L.A. Outfest, o International Fantasy Film Award e o prêmio de Melhor Atriz (Tilly) no Festival de Porto, em Portugal, uma Menção honrosa no Festival de Estocolmo, uma indicação ao Grande Prêmio do Sindicato dos Críticos de Cinema da Bélgica e uma exibição para convidados no Festival de Veneza. Diante disso tudo, di Bonaventura achou que não faria mal dar luz verde também para o terceiro filme do pacote, Matrix - o qual os irmãos fariam questão de dirigir, não aceitando que ele o desse para outro diretor.
A pré-produção de Matrix começaria ainda em 1996, quando os irmãos convidariam Will Smith para o papel de Neo e Val Kilmer para o papel de Morpheus. Ambos recusariam, Kilmer sem dar maiores motivos e Smith preferindo fazer As Loucas Aventuras de James West; anos mais tarde, Smith declararia em uma entrevista que não conseguiu compreender direito sobre o que era o filme, imaginando que ele seria muito complicado e que não faria sucesso. Sem a presença de nomes de peso garantidos no elenco, os executivos da Warner começariam a torcer o nariz, já que o roteiro realmente era complicado, cheio de ideias filosóficas profundas, e, para realizar os efeitos especiais pedidos pelos diretores, era estimado um orçamento de 60 milhões de dólares, que eles não queriam gastar com um projeto desse tipo. Para fazer os executivos do estúdio mudarem de ideia, di Bonaventura traria o famoso produtor Joel Silver para o projeto, e os Wachowskis contratariam os desenhistas de quadrinhos Geoff Darrow e Steve Skroce para criar um storyboard de 600 páginas com a história do filme. Este storyboard convenceria os executivos, que entretanto exigiriam que as filmagens ocorressem na Austrália, onde era bem mais barato filmar que nos Estados Unidos; depois de acertar isso, para dividir os custos, ficaria acertado que o filme seria uma co-produção da Warner com o estúdio australiano Village Roadshow Pictures.
Os Wachowskis foram, digamos, excêntricos durante a pré-produção. Para começar, eles exigiram que os atores do elenco principal fossem capazes de compreender e explicar o conceito que eles criaram para a Matrix, e, por isso, determinaram que todos deveriam ler o livro Simulacros e Simulação, um tratado filosófico escrito pelo francês Jean Baudrillard que discute a relação entre realidade, símbolos e sociedade, e Out of Control: The New Biology of Machines, Social Systems, and the Economic World, livro de Kevin Kelly que trata de cibernética, negentropia e teoria do caos, antes mesmo de receberem os roteiros (Smith se livrou de boa, pelo visto). Além disso, sendo fãs dos filmes de ação de Hong Kong nos quais os atores praticavam o chamado wire fu - lutas coreografadas enquanto estavam suspensos por cabos (wires), para parecer que estavam voando - os Wachowskis queriam não somente incluí-las em seu filme, mas também que os atores as executassem com perfeição, contratando o coreógrafo Yuen Woo-ping, que começaria a treiná-los quatro meses antes do início das filmagens, que estavam marcadas para começar em março de 1998. Keanu Reeves, o novo escolhido para o papel de Neo, sofreria durante os treinos uma fusão das vértebras do pescoço que quase o deixaria paraplégico, teria de se submeter a cirurgia, e teria de evitar realizar chutes enquanto estava se recuperando - sendo esse o motivo pelo qual Neo quase não usa chutes no filme. Hugo Weaving, o vilão Agente Smith (que não tem esse nome como alfinetada em Will Smith, mas pelo fato de que esse é o segundo sobrenome mais comum nos Estados Unidos - o primeiro é Jones), também sofreria uma lesão, no quadril, e também teria de se submeter a cirurgia. Aparentemente, só quem se beneficiou do treinamento pesado foi a atriz Carrie-Anne Moss, que em Matrix ostenta uma silhueta bem mais em forma do que em seus trabalhos anteriores.
O protagonista do filme é Neo (Keanu Reeves), hacker que vive uma vida infeliz trabalhando em uma grande empresa, cujo nome verdadeiro é Thomas Anderson. Um dia, Anderson é abordado pela misteriosa Trinity (Carrie-Anne Moss), hacker famosa que promete que vai levá-lo para conhecer Morpheus (Laurence Fishburne), que é tipo o hacker mais famoso do mundo inteiro. Ao conhecer Morpheus, porém, Neo acaba exposto a uma dura realidade: o mundo no qual vive não é real, e sim uma simulação de computador, criada por um programa chamado Matrix (que ninguém se deu ao trabalho de traduzir para "matriz"). Alguns anos antes dos eventos do filme, ninguém sabe quando, as máquinas com inteligência artificial se rebelaram contra os humanos, e, para ganhar a guerra, criaram uma espessa camada de nuvens que impede que a luz solar chegue à Terra; sem o Sol, para obter energia, elas decidiram usar os humanos como pilhas, mantendo-os em animação suspensa e colhendo seu calor corporal, enquanto suas mentes, presas na Matrix, pensam que estão vivendo no ano de 1999. Morpheus e Trinity pertencem a um grupo de humanos que conseguiram se libertar do jugo das máquinas, e, buscando sabotar a Matrix e libertar o maior número de humanos possível, navegam na nave Nebuchadnezzar (o nome em inglês do Rei Nabucodonosor, da Babilônia), cuja tripulação é composta, além dos dois, pelo cínico Cypher (Joe Pantoliano), a séria Switch (Belinda McClory), o rude Apoc (Julian Arahanga), o adolescente Mouse (Matt Doran) e os irmãos fortões Dozer (Anthony Ray Parker) e Tank (Marcus Chong), esses dois últimos nascidos fora da Matrix. Com a tecnologia do Nebuchadnezzar, eles conseguem entrar na Matrix usando uma linha telefônica, e, como não estão sujeitos às limitações da programação, conseguem realizar proezas de agilidade e força impossíveis para humanos normais.
Morpheus acredita que Neo seja o Escolhido, que seria a chave para os humanos finalmente derrotarem as máquinas. A chegada do Escolhido foi profetizada pelo programa renegado Oráculo (Gloria Foster), que incumbiu Morpheus da missão de encontrá-lo. Enquanto tenta descobrir se é ou não o Escolhido, Neo participa das missões do grupo, e, quando está dentro da Matrix, tem de lidar com seu arqui-inimigo, o Agente Smith (Hugo Weaving). Os Agentes são programas criados pela Matrix devotados a destruir todos os humanos que conseguem se libertar - quem morre dentro da Matrix morre também no mundo real - e, como são integrados ao programa, são capazes de proezas ainda mais milagrosas, incapazes de serem reproduzidas até mesmo pelos humanos que se libertaram - mas não pelo Escolhido. Os outros dois principais Agentes na perseguição ao grupo de Morpheus são o Agente Brown (Paul Goddard) e o Agente Jones (Robert Taylor), mas Smith parece ter desenvolvido um ódio especial por Neo, sendo capaz até de desrespeitar sua programação para tentar capturá-lo.
No filme, o "código da Matrix" é representado por letras verdes que parecem escorrer sobre um fundo preto, em uma óbvia referência aos antigos monitores de CRT usados em computadores da década de 1980. Esse código foi uma criação do artista Simon Whiteley, que criou sua fonte misturando letras do alfabeto latino, números em algarismos arábicos e kana japoneses - a esposa de Whiteley é japonesa, e ele costuma brincar em entrevistas dizendo que o código da Matrix é composto por receitas de sushi. O código seria responsável por dois prêmios, o Runner-up Award de Melhor Uso de Tipografia em Filmes e o Jesse Garson Award de Melhor Abertura de Filme, com a abertura tendo sida criada por Lynne Cartwright, supervisora do estúdio de efeitos especiais Animal Logic em colaboração com os artistas Lindsay Fleay e Justen Marshall, que se inspirariam na abertura do filme japonês Ghost in the Shell, de 1995.
A equipe de produção, capitaneada por Owen Paterson, usaria alguns truques que passariam despercebidos por muitos espectadores na hora de diferenciar se as cenas do filme se passavam dentro da Matrix ou no mundo real: para começar, todas as cenas dentro da Matrix usam um filtro levemente esverdeado, para refletir a cor do código; além disso, como tudo é criado por computador, os cenários e objetos são mais retos, angulares e ordenados, enquanto no mundo real o caos tem um papel mais presente, com os personagens estando mais despenteados, suas roupas mais amarrotadas e seus objetos tendo formas mais irregulares. Todo o filme tem um aspecto meio decadente, como se tudo estivesse caindo aos pedaços, menos as máquinas que dominam o mundo, que têm aparência de novas, como se tivessem acabado de ser fabricadas. O figurino de cada personagem seria criado pela figurinista Kym Barrett levando em conta sua personalidade, com Neo parecendo que está sempre desconfortável e Trinity se vestindo como se suas roupas fossem sua própria pele, por exemplo. Os óculos escuros, uma das marcas registradas do figurino do filme, seriam fabricados sob encomenda, especialmente para a produção, pela Blinde Design, e suas réplicas seriam vendidas por pequenas fortunas quando o filme se tornasse um sucesso.
Mas o atrativo principal do filme seria o efeito conhecido como bullet time, no qual os personagens parecem parar o tempo, e com o qual Neo consegue se desviar de balas (por isso o nome). Criado para o filme, o efeito usava nada menos que 33 câmeras posicionadas ao redor dos atores, que filmavam as sequências em frente a um chroma key. Quando a cena começava, as câmeras disparavam em rápida sucessão, cada uma gravando apenas um frame por vez, com uma fração de segundo de diferença entre o disparo de uma câmera e a seguinte. Após a filmagem, as imagens das 33 câmeras eram combinadas em computador com o cenário, filmado previamente ou criado por computação gráfica, para parecer que os atores estavam se movendo em câmera lenta enquanto todo o resto estava em velocidade normal. O bullet time se tornaria uma verdadeira febre, sendo imitado e parodiado em diversos outros filmes e programas de TV, a ajudaria a criar novas tecnologias de efeitos especiais que são usadas até hoje - embora ele mesmo tenha caído em desuso, já que hoje, com a computação gráfica, existem formas mais baratas de se obter o mesmo efeito.
A princípio, Matrix era um filme fechado, com início, meio e fim, mas, como sempre, seu enorme sucesso levaria a Warner a pedir que os Wachowskis fizessem uma continuação. Eles aproveitariam para incluir ainda mais temas filosóficos na sequência, e acabariam optando por fazer uma trilogia, filmando os dois filmes seguintes simultaneamente - e fechando definitivamente a história no terceiro.
A produção das duas sequências levaria três anos, com a pré-produção começando em 2000, as filmagens em 2001, e os filmes mesmo só sendo lançados em 2003. O primeiro deles seria Matrix Reloaded (cujo título original, mais uma vez, tem artigo, The Matrix Reloaded; reloaded significa "recarregada", no sentido de que um programa de computador foi carregado para a memória mais uma vez, e não no de que recuperou sua energia, o que seria recharged), lançado em 15 de maio de 2003. Nele, Neo, Morpheus e Trinity tentam chegar ao Arquiteto (Helmut Bakaitis) uma representação dentro da Matrix da máquina que criou a Matrix, e que poderá dar as respostas definitivas sobre o papel do Escolhido e sobre como libertar todos os humanos, enquanto as máquinas preparam um ataque final para erradicar Zion, a cidade onde vivem os humanos libertados. Além do trio de protagonistas, só retornam do primeiro filme o Agente Smith, que persegue Neo com fúria redobrada, ameaçando até mesmo a integridade da Matrix, e a Oráculo. Dos novos personagens, vários representam programas, como o Merovíngio (Lambert Wilson), um traficante de informações; sua esposa, Perséfone (Monica Belucci); o guarda-costas da Oráculo, Seraph (Collin Chou); e o Chaveiro (Randall Duk Kim), que pode acessar qualquer área do programa. Os novos personagens humanos incluem Link (Harold Perrineau), que completa a tripulação do Nebuchadnezzar junto com os três protagonistas; o Comandante Lock (Harry Lennix), responsável pela segurança de Zion; Niobe (Jada Pinkett Smith, esposa de Will Smith na vida real), amiga de Morpheus e capitã da nave Logos; e Bane (Ian Bliss), membro da nave Caduceus que tem um papel fundamental no enredo. Como curiosidade mórbida, vale citar que a personagem Zee, irmã de Tank e Dozer e esposa de Link, seria interpretada pela cantora Aaliyah, que morreu em um acidente de avião durante as filmagens, tendo de ser substituída, com todas as suas cenas tendo de ser regravadas, pela atriz Nona Gaye. Gloria Foster, que interpreta a Oráculo, também faleceria durante as gravações, mas, como havia concluído sua única cena nesse filme, ela seria mantida.
Para capitalizar sobre o sucesso do primeiro filme, os Wachowskis criariam sequências de ação absurdamente complicadas mas visualmente fantásticas, como a da perseguição na auto-estrada e uma na qual Neo enfrenta dezenas de Agentes Smith ao mesmo tempo. A Warner chegaria a criar um estúdio de efeitos especiais especificamente para descobrir como transformar o que os diretores estavam inventando em algo que pudesse ser feito, chamado ESC Entertainment - e que, em um primeiro momento, achou que a tal cena de Neo contra os Smiths seria impossível. O ESC Entertainent inventaria várias novas técnicas de captura de movimentos, substituição de imagens e inserção de personagens virtuais que serviriam de base para muitos dos efeitos especiais que vemos hoje, tendo que escrever alguns softwares do zero porque não havia nada parecido com eles na época.
A trilogia se completaria com Matrix Revolutions (cujo título original, com artigo, é The Matrix Revolutions), lançado em 5 de novembro de 2003 - e que tinha um preview enorme no final dos créditos do filme anterior. Enquanto os humanos se preparam para a batalha final contra as máquinas em Zion, Neo tenta finalmente descobrir o porquê de sua existência, tendo também um combate final contra Smith. Diferentemente dos dois anteriores, nesse a ação ocorre quase que totalmente no mundo real, com as cenas na Matrix sendo poucas e esparsas. Como a Oráculo aparece em várias cenas, Foster seria substituída pela atriz Mary Alice; o filme dá até uma explicação para sua mudança de aparência, e Neo age como se estivesse surpreso quando a reencontra.
Como foram filmados simultaneamente, ambos os filmes dividem um orçamento que nunca foi oficialmente divulgado, mas que estima-se estar entre 127 e 150 milhões de dólares. Matrix Reloaded seria um grande sucesso de bilheteria, rendendo 742 milhões, dos quais 281,5 milhões apenas nos Estados Unidos, e se tornaria o segundo de maior bilheteria no dia da estreia na história até então, perdendo apenas para Homem-Aranha, do ano anterior. A crítica ficaria de certa forma dividida, com alguns considerando-o uma sequência válida, recheada de cenas de ação, e outros achando que o roteiro era pobre, complexo demais e cheio de cenas dispensáveis. Já Matrix Revolutions teve desempenho pior tanto de público quanto de crítica, com bilheteria de 427 milhões, sendo 139 milhões nos Estados Unidos, e a crítica o considerando anticlimático, pobre em termos de emoção e cheio de explicações meia-boca para os problemas que o anterior criou - no geral, a reação de fãs e críticos foi de desapontamento. Diferentemente do primeiro filme, nenhuma das duas sequências recebeu indicações ao Oscar.
Além das duas sequências, para aproveitar o hype, os Wachowskis criariam um projeto paralelo chamado Animatrix (cujo título original, adivinhem, também tem artigo, The Animatrix), uma reunião de nove curta-metragens de animação, quatro deles escritos pelos próprios Wachowskis, ambientados no mesmo universo de Matrix, que expandiam a história do filme, mostrando eventos passados, como a guerra entre os humanos e máquinas, a vida de outros humanos libertos em outras naves, ou a de humanos que ainda estavam integrados à Matrix - alguns deles descobrindo sem querer como burlar a programação. Os únicos personagens do filme que aparecem nos curtas são Neo e Trinity, que também contam com as vozes de Reeves e Moss. Os curtas seriam dirigidos por Shinichiro Watanabe (dois), Mahiro Maeda (dois), Peter Chung (de Æon Flux), Koji Morimoto, Yoshiaki Kawajiri (todos esses também tendo escrito um curta cada), Andy Jones e Takeshi Koike. A ideia de Animatrix surgiria durante uma viagem dos Wachowskis ao Japão, por isso a maior parte dos diretores é japonesa, com seus curtas tendo sido produzidos por famosos estúdios de anime como Madhouse e Studio 4oC. Um dos segmentos escrito pelos Wachowskis, O Voo Final de Osíris, dirigido por Andy Jones, seria produzido pela Square Enix, da série de games Final Fantasy, e liberado gratuitamente parta ser exibido por vários canais de TV, além de ser exibido nos cinemas antes do filme O Apanhador de Sonhos. Animatrix seria lançado diretamente em vídeo, em 3 de junho de 2003, além de ser exibido nos cinemas de vários países durante um curto período de tempo como parte da estratégia de propaganda de Matrix Reloaded.
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