Por causa dessa memória, Duna foi o primeiríssimo filme que eu comprei em DVD. Eu ainda nem tinha um DVD player quando o vi vendendo em uma banca de jornal. Não vou dizer que "não pensei duas vezes" antes de comprá-lo porque, na verdade, pensei tantas vezes se deveria comprá-lo ou não que quase acabei não conseguindo, só optando por finalmente comprá-lo quando só restava um, largado no fundo da banca porque ninguém quis.
Para falar a verdade, quando assisti ao DVD, não achei o filme nada dessas coisas. Logicamente, me emocionei ao reencontrar a abertura e ao ouvir novamente a voz de Virginia Madsen falando Arrakis, mas achei o filme um tanto confuso, como se estivesse faltando um pedaço. O DVD foi para a minha estante, e não mais o assisti.
Recentemente, porém, foi lançada em DVD uma edição estendida do filme - e com 40 minutos a mais. Quando a vi, a primeira coisa que pensei, logicamente, foi que "taparam o buraco" que eu imaginava haver no filme. Sem muita vontade de comprar pela segunda vez um filme que eu não gostava tanto assim, decidi procurar pela internet para saber se os 40 minutos adicionais realmente tornavam o filme menos confuso. Sem conseguir descobrir, e já curioso para saber, decidi comprar de uma vez essa versão estendida. Antes de chegar em casa, imaginei que fosse me arrepender, e que Duna entraria para a história como o único filme que eu não gosto a aparecer duas vezes na minha coleção. Felizmente, me enganei.
Não sei se foram os minutos a mais no filme ou os anos a mais na minha maturidade, mas o fato é que, dessa vez, já não achei o filme tão ruim assim. É claro que também não o adorei ao ponto de incluir na minha lista de favoritos, mas, como assunto no átomo é sempre bem-vindo, e eu estou mesmo com Duna na cabeça, decidi escrever este post.
Além de um filme, Duna é um dos livros de ficção científica mais famosos do mundo. Escrito por Frank Herbert e publicado em 1965, ele ganhou o Hugo Award e o Nebula Award de Melhor Romance, os dois mais importantes prêmios da ficção científica literária. Duna também foi o primeiro livro de ficção científica a se tornar um best seller, e hoje é considerado o romance de ficção científica mais vendido da história. O enorme sucesso do livro levou Herbert a escrever nada menos que cinco sequências, todas bem-sucedidas financeiramente. Hoje, Duna é uma das franquias mais famosas do mundo, com milhares de fãs em todo o planeta, e novas histórias lançadas todos os anos, atualmente escritas pelo filho de Frank, Brian Herbert.
Duna é ambientado em um futuro muitíssimo distante, no qual o universo conhecido é controlado por um regime feudal, onde cada planeta ou grupo de planetas é controlado por uma das casas nobres, que devem lealdade a um Imperador. O livro original acompanha a saga de Paul Atreides, herdeiro da Casa Atreides, que segue com seus pais para um planeta totalmente deserto, chamado Arrakis. Apesar de seu clima inclemente e de seus vermes gigantes subterrâneos, Arrakis é de importância estratégica para o Império, pois é a única fonte conhecida da especiaria Melange, a substância mais cobiçada do universo, fundamental para as viagens interplanetárias, além de usada para estender a vida e propiciar uma espécie de percepção extra-sensorial a quem a ingerir.
A Melange é importante não só para a Guilda Espacial, que detém o monopólio das viagens interplanetárias, mas também para as Bene Gesserit, uma ordem de mulheres com poderes telepáticos adquiridos através de um ritual envolvendo a especiaria, e para os Mentat, homens cujas mentes são capazes de avançadas proezas cognitivas e analíticas graças a ela, e que substituem os computadores, proibidos desde que as máquinas tentaram dominar a humanidade. Curiosamente, os "nativos" de Arrakis, os Fremen, pouco se importam com a especiaria, e querem mais serem deixados em paz por todos aqueles que cobiçam seu planeta.
O conflito da história é causado exatamente pela cobiça da Casa Harkonnen pelo controle de Arrakis, que faz com que Paul se perca no deserto, onde acabará descobrindo que é uma espécie de Escolhido, que trará paz ao universo. Ao longo do livro, Herbert toca em temas como ecologia, política, religião, perigos da tecnologia e relações humanas, temas profundos que sem dúvida contribuíram para seu sucesso.
Herbert teve a ideia do livro quando escrevia um artigo sobre um experimento do governo norte-americano no Oregon, que usava grama para impedir o avanço de dunas que começavam a comprometer não só as plantações próximas, mas também os rios, lagos, estradas e casas, com seu avanço inclemente. O artigo jamais foi publicado, mas Herbert passou cinco anos pesquisando sobre ecologia, dunas e experimentos científicos envolvendo a natureza, que resultaram em dois contos, O Mundo de Duna e O Profeta de Duna, publicados na Analog Magazine em 1963 e 1965, respectivamente. Estes contos seriam refeitos e expandidos para se tornarem o texto do livro, que foi rejeitado por mais de vinte editoras até ser aceito e publicado pela pequena Chilton Books, cujas principais publicações eram manuais de instruções de automóveis.
Rapidamente, o livro se tornou um grande sucesso não só de público, mas também de crítica, arrematando, inclusive, alguns fãs famosos, como o renomado autor Arthur C. Clarke, de 2001: Uma Odisséia no Espaço, que chegou a declarar que a única obra literária que se comparava ao livro de Herbert era O Senhor dos Anéis. Graças ao sucesso, as edições subsequentes de Duna foram publicadas por editoras maiores, incluindo algumas das que o haviam rejeitado inicialmente. Hoje, um exemplar publicado pela Chilton chega a custar 10 mil dólares - sendo que, na época do lançamento, custava $5,95.
A transição do livro para as telas do cinema seria bastante atribulada. A primeira tentativa ocorreria em 1971, apenas seis anos após seu lançamento, quando o produtor Robert Greenhunt convenceu a companhia Apjac International, de propriedade de Arthur P. Jacobs, a comprar direitos de adaptação válidos por dez anos. Greenhunt planejava escrever ele mesmo um roteiro baseado no livro, mas, na época, a Apjac já estava produzindo De Volta ao Planeta dos Macacos, o que deixou o projeto de Duna em suspenso. Por fim, ficou acertado que, com roteiro de Rospo Pallenberg (de O Exorcista 2), o filme começaria a ser rodado em 1974. Infelizmente, porém, Jacobs faleceria em 1973, a Apjac fecharia suas portas, e o filme seria cancelado.
Em dezembro de 1974, um consórcio francês liderado por Jean-Paul Gibon comprou os direitos do filme do espólio da Apjac, e selecionou o diretor Alejandro Jodorowsky para dirigi-lo. Jodorowsky decidiu escalar Salvador Dalí para o papel do Imperador, seu próprio filho, Brontis Jodorowsky, para intepretar Paul Atreides, e mais Orson Welles, Gloria Swanson, David Carradine, Geraldine Chaplin, Alain Delon, Mick Jagger e Hervé Villechaize (o Tattoo da Ilha da Fantasia) para completar o elenco, além de trilha sonora do Pink Floyd, criaturas criadas por Moebius, e cenários desenhados por H.R. Giger. No total, o consórcio francês destinou 9 milhões e meio de dólares para o orçamento do filme, dos quais dois milhões foram gastos apenas com a pré-produção. Em 1976, as filmagens não haviam nem começado, e Herbert decidiu viajr para a França para descobrir o porquê. Acabou descobrindo foi que o roteiro de Jodorowsky (do tamanho de um catálogo telefônico, segundo ele) resultaria em um filme de 14 horas de duração. Gibon também descobriu, e fechou a torneira do financiamento, o que fez com que o filme fosse cancelado mais uma vez.
Em 1978, os direitos do filme foram mais uma vez vendidos, desta vez para o produtor Dino de Laurentiis, que imaginou que o melhor seria que o próprio Herbert escrevesse o roteiro do filme. De Laurentiis também contratou o diretor Ridley Scott, à época filmando Alien: O Oitavo Passageiro, que, curiosamente, tinha roteiro de Dan O'Bannon, contratado por Jadorowsky para cuidar dos efeitos especiais de seu nunca realizado filme. O roteiro escrito por Herbert foi considerado muito longo, e Rudolph Wurlitzer foi contratado para enxugá-lo, mas Scott, sem querer mutilar a obra original, pensou que o melhor seria fazer não um, mas dois filmes. Scott também pediu que De Laurentiis mantivesse na equipe Giger, que havia desenhado o alienígena de Alien.
A pré-produção de Duna, porém, caminhava a passos de cágado - sete meses chegaram a se passar sem nenhuma novidade. Scott então começou a se envolver com as filmagens de Blade Runner, e, quando seu irmão Frank faleceu vítima de câncer, ele desistiu do projeto.
Em 1981, os direitos originais do filme estavam prestes a expirar, mas de Laurentiis conseguiu com Herbert uma renegociação com validade de mais dez anos, e possibilidade de adaptação não somente do livro original, mas também de todas as suas sequências, já lançadas na época ou não. Após assitir O Homem Elefante, Raffaella de Laurentiis, filha de Dino, decidiu que David Lynch era o diretor que eles estavam procurando para o projeto, e entrou em contato com ele. Lynch não somente aceitou como decidiu ele mesmo escrever o roteiro, apesar de jamais ter lido o livro. Após seis versões do roteiro serem escritas, Duna finalmente começou a ser filmado, em março de 1983.
O filme começa com uma conspiração entre o Imperador (José Ferrer) e a Guilda Espacial para destruir a Casa Atreides, pois o Imperador teme a popularidade do Duque Leto Atreides (Jürgen Prochnow), bem como suas armas experimentais que transformam o som da voz em rajadas destruidoras de energia (e que não existiam no livro). O plano do Imperador é dar o controle de Arrakis para os Atreides, e fazê-los cair em uma armadilha, onde serão destruídos por seus maiores rivais, os Harkonnen. A Guilda concorda, e dá instruções explícitas para que Paul (Kyle MacLachlan), o filho do Duque, seja morto no processo. Ouvindo a conversa entre o Imperador e o representante da Guilda, a Reverenda Madre Gaius Helen Mohiam (Siân Phillips), líder das Bene Gesserit, que atua como conselheira do Imperador, imagina que Paul pode ser o Escolhido, pois ele mesmo é filho de uma Bene Gesserit, Lady Jessica (Francesca Annis), concubina do Duque.
Sem saber da armadilha, Paul parte para Arrakis com seus pais e seus fiéis companheiros, o Mentat Thufir Hawat (Freddie Jones), o guerreiro Gurney Halleck (Patrick Stewart) e o médico Wellington Yueh (Dean Stockwell). Em Arrakis, o Duque logo se torna popular entre a população local, fazendo, inclusive, um aliado entre os Fremen, Dr. Kynes (Max Von Sydow). Antes que ele possa governar direito, porém, o Barão Vladimir Harkonnen (Kenneth McMillan), auxiliado por seus dois sobrinhos, Glossu Rabban (Paul Smith) e Feyd Rautha (o cantor Sting), e pelo Mentat Piter de Vries (Brad Dourif), lança seu ataque, durante o qual o Duque é morto, e Paul e Jessica são levados para o deserto para morrer.
Paul e Jessica, porém, conseguem escapar, e encontram os Fremen, que os acolhem. Dentre os Fremen, Paul encontrará o amor de sua vida, Chani (Sean Young), e aprenderá mais sobre o que significa ser o Escolhido, liderando os Fremen a uma vitória contra as tropas do Império e trazendo, finalmente, a paz à galáxia. Completam o elenco Linda Hunt como a serviçal Shadou Mapes, e Alicia Witt como Alia, irmã mais nova de Paul, além da já citada Virginia Madsen como a Princesa Irulan, filha do Imperador.
Lynch filmou, filmou e filmou, até que tivesse quatro horas de material. O diretor não pretendia lançar um filme tão longo, porém; sua versão final do roteiro (a sétima), previa por volta de três horas, tempo de projeção que seria alcançado após a edição e pós-produção. Mas a Universal, que financiava o projeto, não concordou, e exigiu que o filme tivesse, no máximo, 140 minutos. Lynch então se reuniu com Dino e Raffaella de Laurentiis, e, após muita discussão entre os três, ficou acertado que, para alcançar o tempo de projeção exigido pelo estúdio, algumas cenas seriam descartadas, outras seriam condensadas em cenas mais curtas filmadas posteriormente, e uma narração em off feita por Virginia Madsen seria adicionada. Após todos estes acertos, o filme ficou com 137 minutos de projeção. Lynch não ficou satisfeito com a decisão dos produtores, se afastou do projeto pouco antes do lançamento do filme, e em diversas entrevistas culpou os de Laurentiis por interferir em sua visão artística e a Universal por negar que ele editasse o filme da forma que gostaria.
Duna estreou nos cinemas dos Estados Unidos em dezembro de 1984, antecedido por uma maciça campanha de marketing, que incluía documentários exibidos na televisão e brinquedos à venda nas principais lojas. O filme atraiu muita atenção não somente por ser a adaptação do mais vendido livro de ficção científica de todos os tempos, mas também por ser o novo filme de David Lynch. Os críticos porém, o detestaram, considerando-o feio e confuso, de efeitos especiais pobres, incapaz de ser compreendido pelos que não haviam lido o livro, e até mesmo longo demais, o que foi irônico dado a insatisfação de Lynch em não poder fazer uma versão de três horas. Curiosamente, o crítico Harlan Ellison gostou do filme, escreveu uma resenha favorável, e ainda declarou que os demais críticos estavam de má vontade com o filme, já que a Universal havia negado a tradicional exibição prévia aos críticos antes da estreia, o que teria feito com que eles já fossem assisti-lo dispostos a encontrar defeitos.
Em parte devido às críticas negativas, em parte pelas muitas diferenças entre o filme e o livro, Duna também se tornou um fracasso de público, rendendo dez milhões de dólares a menos do que custou. Esse fracasso nas bilheterias fez a Universal cancelar os planos de adaptação de todas as suas sequências, inclusive O Messias de Duna, que já estava em pré-produção. Entretanto, o filme não é universalmente (trocadilho não-intencional) considerado ruim: muitos fãs do livro o adoram - embora muitos outros o detestem - e, alguns anos após seu lançamento, ele se tornou cult, com uma legião de fãs fiéis, incluindo muitos que jamais leram o livro. O Duna de Lynch também se tornou a referência visual para todas as adaptações do livro subsequentes a ele, principalmente os games, que, embora nada tenham a ver com o filme, usam a mesma estética.
Em 1988, notando o status de cult que o filme havia ganhado, a Universal resolveu tentar faturar mais alguns trocados, e entrou em contato com Lynch para conversar sobre a possibilidade dele trabalhar em uma Versão do Diretor do filme, que seria relançada nos cinemas. Ainda revoltado com a interferência do estúdio nas filmagens, Lynch se negou, e disse que a versão original já era sua "versão do diretor", mesmo sem ser a versão que ele havia imaginado para o filme. A Universal, porém, resolveu preparar a nova versão assim mesmo, inserindo aproximadamente 40 minutos de cenas que haviam ficado de fora da versão original, que poderiam ser reincluídas sem alterar o resultado final, e mais uma nova abertura de dez minutos, que substituía a abertura narrada por Virginia Madsen, e contava os eventos anteriores ao início do filme com mais detalhes, usando pinturas para retratar os personagens e acontecimentos. Madsen também foi substituída como narradora por uma voz masculina não creditada.
Esta nova versão, de 176 minutos, acabou não sendo lançada nos cinemas, mas exibida na televisão em duas metades de 95 minutos cada (a segunda metade repetia os créditos iniciais e finais, além de conter uma recapitulação da primeira, por isso o tempo total é de 190 minutos, e não 176). Ao saber que a Universal havia preparado uma nova versão do filme sem sua autorização, Lynch entrou com uma representação na Guilda dos Diretores da América para que seu nome não fosse vinculado ao novo filme; graças a isso, o diretor dessa "edição estendida" é creditado como Alan Smithee (um pseudônimo usado entre 1968 e 2000 por todos os diretores que não quisessem ter seus nomes associados a filmes que fossem modificados sem sua permissão) e o roteirista como Judas Booth (nome que Lynch escolheu para representar a "traição" da Universal na primeira versão do filme).
Estas duas versões de Duna, a original e a estendida, são as duas únicas que existem, apesar de circularem rumores de que existiria uma versão de quatro horas e vinte minutos, composta de todo o material filmado originalmente por Lynch. Este material, porém, jamais passou pela pós-produção, e suas cenas não-aproveitadas não possuem quaisquer efeitos especiais, tratamento de imagem ou efeitos sonoros, de forma que seria impossível fazer um filme com elas. Alguns fãs que tiveram acesso a este material tentam, há alguns anos, criar a "verdadeira versão de David Lynch", combinando as cenas não aproveitadas com as versões original e estendida, mas, se algum dia ela ficará pronta, se será lançada, ou se realmente ficará igual ao que Lynch imaginou, ninguém sabe. Como curiosidade, vale registrar que o DVD da edição estendida ainda traz 17 minutos de cenas inéditas, já com pós-produção, que a Universal optou por não utilizar, incluindo um novo final, no qual Paul exige se casar com a Princesa para se tornar o novo Imperador - algo que, de fato, ocorre no final do livro.
No ano 2000, Duna voltou à televisão, mas na forma de uma minissérie do Sci Fi Channel, estrelada por William Hurt. Bastante elogiada, e considerada mais fiel ao livro que o filme de Lynch, a minissérie, conhecida como Duna 2000 ou Frank Herbert's Dune, é até hoje um dos três programas mais assitidos da história do Sci Fi Channel. Duna 2000 também chegou a ser lançada em DVD, compilada como um único filme de aproximadamente quatro horas de duração.
Em 2008, a Paramount anunciou o interesse em fazer um novo filme de Duna para o cinema, fiel ao livro, e que seria dirigido por Peter Berg, escrito pelos mesmos roteiristas de Duna 2000, e com Brian Herbert como consultor. Como sempre, isso tudo acabou sendo alterado, e atualmente o roteiro é de Josh Zeturner e a direção de Peter Morel. A Paramount já orçou o filme em 175 milhões de dólares, e sua tentativa é de lançá-lo até o final deste ano. Vamos ver no que vai dar.
Quem diria que uma imensa novela de ficção científica também renderia uma imensa novela nos bastidores de filmagem. Não sei dizer se gosto ou desgosto de Duna, mas a versão de David Lynch tem lá seus encantos, principalmente pelo visual. Acho que o maior pecado da versão do cinema foi justamente ser bagunçado. Sobre a refilmagem, tenho minhas dúvidas, dado que ultimamente as refilmagens (não só elas, muitos lançamentos também) têm sido muito apelativas (muitos efeitos, ação estilo montanha russa, pouca estória). Hoje o perfil de quem vai ao cinema e enche o bolso dos estúdios é bem diferente do nosso tempo.
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