O primeiro site de hospedagem de figuras gratuito que eu arrumei até que durou bastante. Um dia, porém, ele deu xabu, e eu tive de arrumar outro. Este, infelizmente, não durou tanto, dando problema poucas semanas depois de eu transferir todas as figuras para lá. Atualmente estou no terceiro. E espero que último, pois se ter de subir todas as figuras de novo para um novo site de hospedagem é um saco, ter de voltar post a post trocando todos os endereços de todas as figuras é um masoquismo ao qual eu não quero me prestar novamente.
Desta última vez, porém, este ato sacal de ter de editar todos os posts do blog até que produziu um efeito positivo: eu pude aproveitar que estava mudando os endereços das figuras para incluir em meus posts algo no qual eu já estava de olho faz tempo: categorias. Ou "marcadores", como o Blogger os chama. Mas, seja qual nome for, o fato é que eles não existiam nem quando eu criei o blog nem quando tive de trocar as figuras pela segunda vez, mas eu achava o conceito muito interessante, e só não os havia adicionado antes por não querer ter de editar todos os posts de novo um por um.
Eu não sei se alguém reparou, mas, ao criar os marcadores, eu procurei evitar categorias que ficassem com um post só. Por isso, por exemplo, Castlevania é uma categoria, mas Tomb Raider não, embora eu goste muito mais de Tomb Raider que de Castlevania. Uma categoria, porém, não teve jeito: Animais. Um dia eu resolvi fazer um post sobre o rinoceronte, meu animal preferido, e que infelizmente está ameaçado de extinção. Evidentemente, ao criar as categorias, não consegui encaixá-lo em nenhuma outra, então tive de criar uma categoria só para ele.
Esta semana, enquanto imaginava sobre o que poderia ser meu segundo post do ano, acabei tendo a idéia de criar um novo post para a categoria Animais, para que o rinoceronte não ficasse tão sozinho. Pensei em vários animais, dos quais eu gostasse ou que simplesmente eu achasse interessantes, mas acabei não chegando a conclusão nenhuma. Acabei foi tendo outra idéia. Assim como eu havia dedicado um post ao meu animal preferido, eu poderia dedicar um à minha planta preferida, e mudar o nome da categoria para Animais e Plantas. E foi isso que eu fiz. Portanto, graças a esta idéia, hoje vocês serão brindados com um post sobre o girassol, a minha flor preferida!
E antes que alguém aí se manifeste no sentido de insinuar que ter uma flor preferida depõe contra a minha masculinidade, gostaria de dizer três coisas: primeiro, gostar de uma flor não faz com que ninguém deixe de ser homem; segundo, mesmo que fizesse, homofobia é crime, e preconceito é uma coisa muito feia; e terceiro, se rodar por vontade própria para ficar sempre de frente com o Sol não é suficiente para uma flor ser considerada a preferida de alguém, eu sinceramente já não sei mais o que é.
O girassol (helianthus annuus) é uma planta originária da América Central e México, onde, inclusive, era adorada pelos povos nativos como o deus do Sol, tendo sido encontrados vários objetos ornamentais em ouro com a forma de sua flor. É uma das maiores flores do mundo, com o caule podendo chegar a três metros de altura, a raiz alcançar um metro e meio de profundidade, e o miolo da flor ficar com impressionantes 30 cm de diâmetro. Normalmente, porém, somente os girassóis selvagens ficam tão grandes; as variedades encontradas para venda são de uma subespécie anã, a helianthus annuus nanus, que alcança no máximo aproximadamente um terço deste tamanho. Por outro lado, registros de flores maiores ainda também não são incomuns: na Holanda e no Canadá alguns criadores conseguiram girassóis de 8 metros de altura, e um documento de 1567 diz que na cidade de Pádua havia um de 12 metros.
O girassol é uma planta anual, ou seja, do momento em que sua semente germina até o dia em que a planta morre, se passa aproximadamente um ano. Normalmente a planta floresce no Verão, mas pode florescer em qualquer época do ano, desde que a temperatura ambiente esteja entre 18 e 30 graus Celsius. Recomenda-se que o girassol seja plantado em uma mistura de uma parte de terra comum, uma parte de terra vegetal e uma parte de areia, regada sempre que ficar seca, e adubada regularmente. A semente deve ser plantada a 2,5 cm de profundidade, e, caso várias sejam plantadas juntas, cads uma deve ficar a 45 cm das outras. O girassol é uma planta resistente e normalmente não apresenta doenças, mas pode ser contaminada caso seja plantada junto com outras flores. Ataques de lagartas também não são comuns, mas, se acontecer, basta remover os insetos que o girassol se recuperará normalmente.
O girassol também é conhecido como uma planta da qual tudo se aproveita. Suas sementes, que nascem no miolo da flor, podem ser usadas para extrair um óleo que serve para cozinhar, diluir cosméticos, produzir margarina e até biodiesel. O refugo que sobra das sementes após a extração do óleo é processada e transformada em nutritiva ração animal. Ao invés de se extrair o óleo, pode-se torrar as sementes, que se tornam então comestíveis, ou processá-las para fazer "manteiga de girassol", consumida como se fosse geléia ou manteiga de amendoim. Até mesmo cruas as sementes podem ser mascadas, como uma espécie de chiclete, e usadas na alimentação de pássaros, como papagaios e periquitos.
Após a extração das sementes, o miolo também pode ser comido, após ser assado e salgado, sendo um lanche bastante popular na China. Na Alemanha, o miolo é moído e misturado com farinha de trigo para fazer o popular pão-de-girassol. Do caule pode-se extrair um látex, atualmente estudado para ser usado como borracha hipoalergênica. As folhas são alelopáticas, ou seja, quando usadas como adubo, evitam o nascimento de ervas daninas. Além disso tudo, o girassol absorve metais pesados do solo, podendo ser plantado para remover contaminação por chumbo, arsênico e até urânio. Em Chernobyl, girassóis conseguiram "limpar" uma área contaminada por urânio, césio-137 e estrôncio-90 após o acidente com a usina nuclear.
A flor do girassol tecnicamente não é uma flor, mas uma inflorescência, um conjunto de centenas de pequenas flores agrupadas, chamadas floretes, que formam o chamado capítulo, ou miolo, do girassol. Os floretes se agrupam no capítulo em um padrão de espirais intercaladas, com cada florete em um ângulo de 137,5 graus com o seguinte. Este padrão é tão curioso - o número de espirais para a direita é o número de Fibonacci seguinte ao número de espirais para a esquerda - que o matemático H. Vogel criou uma fórmula para representá-lo em 1979, hoje usada para se desenhar girassóis em computação gráfica.
Os floretes mais próximos da borda exterior do capítulo, normalmente chamados de pétalas, são estéreis; os mais para o centro se dividem em floretes femininos e hermafroditas. Os órgãos masculinos dos floretes hermafroditas se abrem antes que os dos femininos, e a polinização deve ocorrer em um espaço de 5 a 10 dias entre as aberturas. A polinização é feita normalmente por insetos, como abelhas, sendo o índice de aproveitamento por outros métodos muito pequeno. Os floretes polinizados então se desenvolvem e dão origem às sementes, que, na verdade, são os frutos do girassol.
Mas eu jamais poderia encerrar um post sobre o girassol sem falar do heliotropismo, que é o que faz do girassol, bem, um girassol. Como vocês devem ter imaginado, heliotropismo é a capacidade de girar para ficar sempre de frente para o Sol. Girassóis jovens são totalmente heliotrópicos, voltando seus capítulos para o Leste no nascer do Sol, e girando lentamente em direção ao Oeste conforme o dia passa, voltando para o Leste durante a noite. Este movimento é realizado por células especiais localizadas na junção entre o capítulo e o caule. Ao chegar a uma determinada idade, o girassol perde o heliotropismo, e fica fixo voltado para uma direção, normalmente para o Leste, embora girassóis selvagens possam ficar fixos em qualquer direção.
Se você estiver pensando em comprar um girassol, preste atenção às características da espécie, como a inflorescência; existem mais de 80 espécies de girassol, todos com as mesmas características, e atualmente, graças a cruzamentos, já são encontrados girassóis na cor laranja ou vermelha, além do tradicional amarelo, mas nem todas as plantas vendidas como "girassol" são a helianthus annuus. Temos, por exemplo, o tupinambo ou girassol batateiro (helianthus tuberosus), que produz uma espécie de batata rica em frutose em sua raiz; o helianthus maximillianii, nativo dos Estados Unidos, e cujas pétalas são levemente fechadas; e o girassol mexicano (tithonia rotundifolia), que, como o nome científico indica, nem é da mesma família, sendo só parecido com o girassol. Mas pior ainda são as florzinhas do gênero heliopsis, bem menores e sem heliotropismo, mas que também costumam ser vendidas como girassóis, ao ponto de já terem sido apelidadas de "falsos-girassóis".
Tradicionalmente, o girassol representa fama, sucesso, sorte e felicidade. Ele é amarelo, roda na direção do Sol e limpa solo contaminado por urânio. E é minha flor favorita.
E esse final ficou parecendo fecho de redação do primário, mas tudo bem.
Gostaria de comunicar a vcs, que colei e copiei a foto tão linda destes girassóis p meu orkut, só por alguns dias, estava sem foto... daí assisti um culto pela internet e vi um bouquet de girassóis no púlpito da Igreja em BH, não poderia pegar a foto sem avisar a vcs, depois retiro ok?
ResponderExcluirBjinhos
Missionária Neusa Lemos