A história da série começa no longínquo ano de 1963, quando a Ed Graham Productions procurou a DC Comics para negociar os direitos do Batman, visando fazer uma série de aventura voltada para o público juvenil, com episódios de meia hora, ao estilo de As Aventuras do Superman e O Cavaleiro Solitário, para ir a ar nas manhãs de sábado no canal CBS. Ao saber da notícia, o executivo Yale Udoff, do canal ABC, fã do Batman desde criança, convenceu a direção do canal a também entrar em contato com a DC, mas oferecendo uma série no horário nobre, para um público mais adulto, misturando ação e comédia ao estilo de O Agente da U.N.C.L.E.. A DC, entretanto, gostaria mais da proposta de Ed Graham, e começaria a discutir valores.
Um ano depois, em 1964, Hugh Hefner, o criador da revista Playboy, também fã do Batman, compraria em um leilão os rolos do seriado Batman, de 1943, produzido pela Columbia Pictures e exibido nos cinemas, e organizaria uma sessão para convidados em sua mansão, onde exibiria todos os 15 episódios em sequência. O evento receberia tanta atenção da imprensa que motivaria a Columbia a relançar o seriado nos cinemas, mas, assim como Hefner, exibindo todos os episódios de uma vez, com o nome Uma Noite com Batman e Robin. A bilheteria seria tão boa que a 20th Century Fox decidiria entrar na jogada e também procurar a DC, visando fazer uma nova série, mas a cores e para exibição na TV. A DC, na época, ainda estava negociando com Ed Graham, mas, ao receber a proposta da Fox, interromperia as negociações e fecharia com a ABC, que manteria sua promessa de exibir a série, que seria produzida pela Fox, em horário nobre.
Para tocar o projeto, a Fox escolheria William Dozier, da Greenway Productions; tanto a ABC quanto a Fox estavam esperando o que constava da ideia original, uma série de ação divertida, mas Dozier jamais havia lido uma história em quadrinhos de super-heróis na vida, e, ao ser apresentado a algumas para saber como deveria ser a série, concluiu que super-heróis só faziam sucesso porque suas histórias eram absurdas e cômicas - o estilo que, em inglês, se chama campy. Ao saber que Dozier iria levar a série nessa direção, o escritor de romances de espionagem Eric Ambler, contratado pela Fox para escrever o roteiro de um filme para a TV que serviria de piloto para a série, pediria demissão. Os executivos da ABC também não ficariam satisfeitos com a ideia de Dozier, mas ele conseguiria convencê-los mostrando-os que as séries de maior sucesso nos EUA em 1965 eram de comédia, enquanto as mais sérias estavam sendo canceladas ou reformuladas.
Após a saída de Ambler, o roteirista Lorenzo Semple, Jr., com poucos créditos na televisão, mas que tinha escrito a comédia The Honeymoon Machine, com Steve McQueen, que fez grande sucesso nos cinemas em 1961, foi escolhido para escrever o piloto e para ser o chefe da equipe de roteiristas, que contava com nomes como Stanley Ralph Ross, Stanford Sherman e Charles Hoffman, todos sem nenhuma intimidade com super-heróis, mas ampla experiência com comédias. A Greenway Productions faria apenas dois testes para os papéis de Batman e Robin: no primeiro, Adam West interpretava o Homem-Morcego, enquanto Burt Ward fazia o Menino-Prodígio; no segundo, o papel de Batman cabia a Lyle Waggoner (que, mais tarde, faria Steve Trevor na série da Mulher Maravilha), e o de Robin a Peter Deyell. West e Ward seriam considerados mais apropriados para o papel, por terem mais química juntos e melhor timing de comédia - com talvez essa tendo sido a única ocasião na história em que justamente esse elemento foi determinante para escolher quem iria interpretar o Batman.
Inicialmente, cada episódio teria uma hora de duração, e a série seria exibida uma vez por semana, às quintas-feiras, a partir de setembro de 1966; no final de 1965, entretanto, a produção estaria bem adiantada, o que motivaria a ABC a marcar a estreia para janeiro de 1966. Como a grade de programação para janeiro não tinha nenhum espaço para um seriado de uma hora, mas tinha dois espaços livres para seriados de meia hora, o canal decidiria dividir cada episódio em dois, sempre terminando a primeira parte com um cliffhanger, e exibir a série duas vezes por semana, com a primeira metade de cada episódio indo ao ar às quartas-feiras e a segunda às quintas-feiras. Cada episódio contava com apenas um vilão, com a história das duas metades envolvendo algum plano desse vilão para executar um roubo, ganhar dinheiro com um sequestro, dominar Gotham City, ou simplesmente se vingar do Batman por ele tê-lo prendido ou prejudicado no passado.
Semple escreveria os quatro primeiros episódios (com dois deles mudando de ordem e sendo exibidos mais à frente), e estabeleceria o que ele decidiu chamar de "Bat-regras", para que a Fox pudesse, se quisesse, contratar roteiristas freelancers, sem que as características da série fossem alteradas. Seria Semple, por exemplo, quem determinaria que a história de cada episódio deveria ser totalmente centrada no vilão da vez, com Batman apenas agindo para detê-lo; que Batman, a cada episódio, deveria retirar de seu cinto de utilidades um novo objeto, que seria essencial para aquela aventura; e aquele que talvez seja o elemento mais característico dessa série: palavras como POW!, BAM! e ZONK! surgindo na tela em enormes letras coloridas, com os metais da trilha sonora sendo acionados cada vez que uma delas aparecia - segundo ele, para que a série mantivesse o estilo das histórias em quadrinhos.
Outra característica que tornaria a série famosa seria que as transições entre as cenas eram precedidas de um símbolo do Batman, aquele morcego estilizado que ele tem no peito, bem colorido girando na tela enquanto uma música curta tocava. Também seria para essa série que seria criado o bordão "Santa não-sei-o-quê, Batman!", dito frequentemente por Robin (sempre substituindo o "não-sei-o-quê" por alguma palavra relevante para a ocasião). E outra coisa da qual muitos fãs se lembram até hoje é a chamada "cena da janela" ou "cena da corda", na qual Batman e Robin usam uma corda para escalar um prédio (filmada de forma que West e Ward estavam andando normalmente no chão, com a corda na horizontal, mas a imagem era virada para que eles parecessem estar na vertical), e, de repente, alguma celebridade da época (como Jerry Lewis ou Sammy Davis, Jr.), fazendo uma participação especial, aparecia em uma das janelas, falava alguma coisa como "oh meu Deus, Batman!" e batia um papinho com os heróis antes que eles seguissem em sua cruzada contra o crime. Apesar de ter se tornado muito marcante, a "cena da janela" só esteve presente em 14 episódios.
Cada episódio seguiria sempre a mesma rotina, com o vilão colocando seu plano em prática; o Comissário Gordon usando o Batfone (um telefone vermelho que conectava a delegacia de polícia diretamente à Mansão Wayne; aparentemente um Bat-Sinal ficaria muito caro, e não funcionaria bem de qualquer forma, já que todos os episódios eram ambientados durante o dia) para entrar em contato com o Batman; Bruce Wayne e Dick Grayson dando alguma desculpa esfarrapada para a Tia Harriet; Wayne usando um interruptor escondido em um busto de Shakespeare para acionar uma porta secreta atrás da qual dois postes daqueles usados pelos bombeiros estão escondidos; os dois descendo por esses postes até a Bat-Caverna, onde já chegam com os uniformes de Batman e Robin; entrando no Batmóvel, que sai por uma antiga mina desativada nos arredores de Gotham City; e chegando até a delegacia, onde são informados do plano do vilão, finalmente partindo para detê-lo.
Também fazia parte da rotina que, no final da primeira parte de cada episódio, aquela exibida às quartas-feiras, Batman e Robin eram invariavelmente derrotados pelo vilão e deixados para morrer em alguma armadilha ao estilo das usadas em filmes de espionagem, que se tornaram famosas com o 007, mas aqui muito mais cômicas e exageradas. No início da segunda parte, na quinta-feira, Batman e Robin conseguiam se livrar dessa armadilha, sempre de forma extremamente improvável, e voltavam para a Bat-Caverna ou para a delegacia para analisar onde erraram e descobrir como derrotar o vilão, o que era feito com a famosa luta das onomatopeias. O final de cada episódio trazia alguma situação cômica na delegacia ou envolvendo a Tia Harriet.
A abertura era feita em desenho animado, e trazia Batman e Robin enfrentando seus principais vilões ao som de uma música composta por Neal Hefti ao estilo das usadas em filmes de espionagem da época - cuja letra era apenas "Batman", repetido onze vezes. A música até hoje é extremamente famosa, com seus primeiros acordes (tan-na-na-na-nan-na-na-na-nan-na-na-na-nan) bastando para que qualquer um que já ouviu falar da série a reconheça. Uma famosa lenda diz que ninguém canta a música, com o "Batman, Batman, Batman" sendo fruto de instrumentos como cornetas e trombones, mas a realidade é que ela foi gravada por um grupo de quatro tenores e quatro sopranos chamado The Ron Hickin Singers.
O Batmóvel era um carro real, criado por George Barris. Originalmente, a Fox contrataria Dean Jeffries, responsável por criar carros customizados para diversas produções de Hollywood, que planejava modificar um Cadillac 1959, mas desistiria quando a Fox o informasse de que o carro precisaria estar pronto em três semanas. Barris pensaria em criar um carro do zero, mas, devido ao prazo apertado, decidiria modificar um carro-conceito Lincoln Futura 1955, criado por Bill Schmidt, Doug Poole e John Najjar para a Ford, para participar de exposições, e não para andar na rua. Barris havia comprado o carro pensando em alugá-lo para produções de Hollywood, mas o único filme para o qual ele conseguiu alugar o carro foi Começou com um Beijo, de 1959, pintado de vermelho - sua cor original nas exposições da Ford era azul claro.
O projeto do Batmóvel seria feito por Herb Grasse, e as modificações mais pesadas ficariam a cargo de Bill Cushenbery. O trio adicionaria asas de morcego à parte traseira do carro, removeria a capota, colocaria vidros em formato de meia-bolha - a característica mais distintiva desse Batmóvel - e faria outras modificações para que o carro ficasse com cara de algo saído de uma história em quadrinhos, como uma turbina meramente decorativa, que soltava fogo quando o carro era ligado, e uma espécie de radar atrás dos bancos dianteiros; segundo Barris, o custo total das customizações ficaria em 30 mil dólares. Curiosamente, quando o carro foi ser mostrado para a Fox, ele estava pintado de branco, somente sendo pintado em suas cores finais - preto com detalhes em vermelho - quando foram começar as gravações. Barris seguiria sendo dono do carro, e o alugava à Fox para cada episódio gravado; ele só seria vendido em 2013, para um colecionador, por 4,2 milhões de dólares.
Além de Adam West como Batman e Burt Ward como Robin, o elenco fixo contava com Alan Napier como o mordomo Alfred, única pessoa que sabia as identidades secretas da Dupla Dinâmica; Neil Hamilton como o Comissário Gordon; Staford Repp como o Chefe O'Hara, criado para a série para que o Comissário Gordon não precisasse falar sozinho quando Batman e Robin não estivessem presentes; e Madge Blake como a Tia Harriet, que era irmã da mãe de Dick Grayson - e, ao contrário do que muita gente acredita, existiu sim nos quadrinhos, onde morou brevemente na Mansão, e foi introduzida para dar a Wayne e Grayson um motivo para esconder suas identidades mesmo quando estavam em casa - e, segundo as más línguas, para que dois homens solteiros não morassem sozinhos com um mordomo em uma mansão. Cada episódio tinha também um narrador, que normalmente apenas criava o clima durante o cliffhanger; o próprio Dozier, não-creditado, faria esse papel.
Todos os vilões eram creditados como ator especialmente convidado - ou melhor, "vilão especialmente convidado" - com seu nome aparecendo após a abertura, e apenas nos episódios em que aquele vilão aparecia. Na primeira temporada, os vilões foram o Coringa (Cesar Romero, um ator de TV já imensamente famoso, mas que costumava interpretar apenas amantes latinos, e que se recusou a tirar o bigode, que era pintado de branco junto com o restante de seu rosto), o Charada (Frank Gorshin, que se ofereceu para o papel por ser fã do personagem desde criança), o Pinguim (Burgess Meredith, também já muito famoso, mas do cinema, onde fazia principalmente filmes de terror), o Sr. Frio (George Sanders), a mágica Zelda, a Grande, (Anne Baxter) e seu parceiro Eivol Ekdal (Jack Kruschen), o Chapeleiro Louco (David Wayne), o mestre dos disfarces Falsa Face (Malachi Throne, também já famoso por seus papéis na TV), o Rei Tut (Victor Buono), o Traça (Roddy McDowall, de O Planeta dos Macacos) e a Mulher-Gato (a lindíssima Julie Newmar).
Zelda, Falsa Face, o Rei Tut e o Traça seriam criados especialmente para a série, porque na época o Batman, nos quadrinhos, não tinha tantos vilões que se adequassem ao estilo da série - os roteiristas tentaram fazer um episódio com o Duas Caras, mas desistiram porque não conseguiram encaixar um vilão tão psicótico em um seriado de comédia; anos mais tarde, o ator Clint Eastwood revelaria ter sido convidado pela Fox para interpretar o vilão. Também vale citar como curiosidade que, no primeiro episódio com o Coringa, o quinto na ordem de exibição, ele tem uma ajudante chamada Queenie (interpretada por Nancy Kovack), muito semelhante em aparência e comportamento com a Arlequina, que seria introduzida no universo do Batman somente em 1992. Isso faria com que muitos fãs imaginassem que a Arlequina (cujo nome original em inglês é Harley Quinn) foi inspirada em Queenie, que na verdade estava na série porque chegou a ser uma personagem coadjuvante em algumas histórias em quadrinhos do Batman envolvendo o Coringa na década de 1940, mas depois acabou esquecida.
Ao todo, a primeira temporada teria 34 episódios (na verdade 17 divididos em duas partes cada), exibidos entre 12 de janeiro e 5 de maio de 1966. A série seria um sucesso jamais visto, e ajudaria a apresentar o Batman e seus vilões a um público que jamais havia lido quadrinhos, transformando-o no super-herói mais popular do planeta na segunda metade dos anos 1960. A audiência era tão grande que a série seria eleita "o maior fenômeno da história da televisão" pelo TV Guide, e até mesmo outras séries decidiriam imitá-la - sendo o exemplo mais notável Perdidos no Espaço, cuja primeira temporada, pré-Batman, seria filmada em preto e branco e teria um tom adulto e sério, mas a segunda, pós-Batman, seria a cores, com tudo extremamente colorido e campy.
Enquanto a primeira temporada estava sendo gravada, Dozier procurou a Fox e sugeriu que fosse produzido um filme para os cinemas, que estrearia em junho, para gerar interesse na série (que estrearia em setembro). A Fox recusaria alegando que não tinha interesse em financiar um filme e uma série simultaneamente, mas, com o sucesso da primeira temporada, enquanto ela ainda estava no ar, daria luz verde para o filme. Escrito por Semple e dirigido por Leslie H. Martinson, o filme colocaria Batman e Robin contra quatro vilões de uma vez, que usam um submarino em formato de pinguim, uma arma que transforma pessoas em pó, e uma gigantesca bomba com a qual planejam destruir toda Gotham City. A Fox reservaria um orçamento digno de uma de suas produções para o cinema, o que permitiria que o filme fosse não somente mais bem cuidado que a série, com imagem melhor e melhores figurinos e objetos de cena (que seriam aproveitados na segunda temporada), mas também que fizesse uso de muitas cenas externas (a série era quase que integralmente filmada em estúdio) e de elementos como o Bat-Cóptero e a Bat-Lancha.
Todo o elenco principal da série - West, Ward, Napier, Hamilton, Repp e Blake - está presente no filme; os vilões são o Coringa, o Charada, o Pinguim e a Mulher-Gato, interpretados, respectivamente, por Romero, Gorshin, Meredith, e Lee Meriwether (de O Túnel do Tempo), substituindo Newmar, que, com uma lesão nas costas, não pôde filmar. Outro personagem de destaque do filme é o Comodoro Schmidlapp, interpretado por Reginald Denny, inventor do raio desidratante e alvo dos vilões. O filme estrearia cerca de um mês após o último episódio da primeira temporada, em 30 de julho de 1966, e seria considerado um sucesso moderado; suas subsequentes exibições na TV e seu lançamento em VHS, porém, o transformariam em um grande sucesso, principalmente porque a série não estava disponível para aluguel nas locadoras, mas ele sim. A crítica também receberia muito bem o filme, considerando-o até melhor que a série.
Com esse sucesso todo, a ABC apressaria a Fox para que ela começasse a produção da segunda temporada, que o canal planejava levar ao ar em setembro de 1966, no horário originalmente pensado para a primeira. Mais uma vez, a ideia era fazer a temporada com episódios de uma hora, mas Dozier convenceria a Fox de que o esquema de episódios em duas partes com um cliffhanger no meio era parcialmente responsável pelo sucesso da série, então, como em time que está ganhando não se mexe, a segunda temporada teve a mesma estrutura que a primeira, com episódios exibidos às quartas e às quintas, sempre com os da mesma semana trazendo a mesma história em duas partes.
Após o sucesso do filme, Semple receberia muitos convites para escrever para estúdios de cinema, e seria substituído na função de chefe dos roteiristas por Ross; Semple ainda escreveria dois episódios e daria ideia para mais um, como freelancer. A segunda temporada seria exibida entre 7 de setembro de 1966 e 30 de março de 1967, e teria nada menos que 60 episódios - na verdade 29, sendo 27 deles divididos em duas partes e os outros dois em três partes. Esses episódios em três partes contariam cada um com dois vilões agindo juntos - no primeiro, o Coringa e o Pinguim, no segundo, o Pinguim e Marsha, a Rainha dos Diamantes - e fariam com que o episódio exibido entre eles, no qual o vilão era a Mulher-Gato, tivesse sua primeira metade exibida na quinta-feira de uma semana e sua conclusão apenas na quarta-feira da semana seguinte.
Para a segunda temporada, os roteiristas prefeririam investir em vilões originais, criados especificamente para a série, com o único vilão novo vindo dos quadrinhos sendo o Rei Relógio (Walter Slezak). Dois desses vilões novos seriam interpretados por grandes celebridades da época, o pianista Chandell (o multiartista Liberace) e o Cabeça de Ovo (a lenda dos filmes de terror Vincent Price), esse último fazendo tanto sucesso que passaria a aparecer também nos quadrinhos; também vale ser citado o caubói caminhoneiro Shame (Cliff Robertson, outro ator de grande sucesso no cinema), uma paródia do pistoleiro solitário Shane, de Os Brutos Também Amam (Shane é um nome próprio, mas shame, em inglês, significa vergonha). Outros vilões criados especialmente para a segunda temporada seriam o Arqueiro (Art Carney), o Ministrel (Van Johnson), Ma Parker (Shelley Winters), a já citada Marsha, a Rainha dos Diamantes (Carolyn Jones, de A Família Addams), e a Viúva Negra (Tallulah Bankhead).
Os seis atores do elenco principal da primeira temporada estariam de volta para a segunda, assim como Romero, Meredith, Buono, Wayne e Newmar, já recuperada da lesão que a tirou do filme - a Mulher-Gato, aliás, seria a vilã que apareceria no maior número de episódios, incluindo uma participação especial no episódio com Ma Parker, um episódio no qual ela tinha uma parceira e aprendiz chamada Pussycat (Lesley Gore), e dois episódios nos quais ela agia em conjunto com outros vilões, o primeiro deles com o ladrão internacional Sandman (interpretado por Michael Rennie, mas sem nada a ver com o Sandman dos quadrinhos), o segundo com o francês Freddy Espadachim (Jacques Bergerac). Também vale citar que Meriwether, a Mulher-Gato do filme, participaria das duas partes de um episódio no qual o vilão era o Rei Tut, como uma amiga de Bruce Wayne sequestrada pelo vilão.
O vilão com o maior número de episódios na primeira temporada havia sido o Charada, mas Gorshin não renovaria seu contrato, pois seria orientado por seu agente a pedir um salário no mínimo igual ao de Romero e Meredith, os dois maiores do elenco; enquanto as negociações estavam em andamento, um dos episódios que originalmente teria o Charada seria filmado, com o vilão sendo substituído por outro quase idêntico chamado Puzzler, interpretado por Maurice Evans (de O Planeta dos Macacos). Quando a Fox se recusou a pagar o aumento, Gorshin foi substituído no papel de Charada por John Astin (de A Familia Addams), no único episódio da segunda temporada que traria o vilão. Outro vilão que teve um intérprete diferente do da primeira temporada - ou melhor, dois - foi o Sr. Frio, já que Sanders tinha compromissos no cinema que o impediram de gravar a série; no primeiro episódio em que o Sr. Frio aparece, ele foi interpretado por Otto Preminger, que faria um monte de exigências no set e acabaria não sendo chamado para o segundo episódio, o último da temporada, no qual o vilão seria interpretado por Eli Wallach.
A segunda temporada também teria um curioso episódio crossover entre Batman e O Besouro Verde, outra série de super-heróis da Fox exibida pela ABC que estava fazendo muito sucesso na época. Nele, o Besouro Verde (Van Williams) e seu ajudante Kato (Bruce Lee, sim, aquele Bruce Lee), vão até Gotham City no encalço do Coronel Gumm (Roger C. Carmel, da série clássica de Jornada nas Estrelas), líder de uma operação de falsificação de selos. No melhor estilo dos crossovers de super-heróis, Batman e Robin entendem errado o que está acontecendo e imaginam que o Besouro Verde é o vilão, com as duas duplas se enfrentando na primeira metade do episódio e só se unindo contra o verdadeiro vilão na segunda. Uma curiosidade desse episódio é que Carmel não é creditado como "vilão especialmente convidado", com seu nome aparecendo apenas nos créditos finais; ao invés disso, Williams e Lee são creditados após a abertura como "herói visitante" e "herói assistente visitante".
No geral, as histórias da segunda temporada seriam consideradas mais fracas que as da primeira; segundo West, isso aconteceria porque a ABC apressaria a produção, o que não daria à equipe de redatores tempo suficiente para selecionar as melhores histórias, com os roteiros sendo escritos a toque de caixa. Embora a crítica continuasse sendo extremamente favorável, a audiência da série cairia a cada episódio, o que levaria a ABC a declarar que talvez não renovasse a série para uma terceira temporada, e com que Dozier começasse a pensar em formas de fazer a audiência subir novamente. Por causa do sucesso da Mulher-Gato na segunda temporada, a principal ideia de Dozier era introduzir uma super-heroína como parte do elenco permanente: a Batgirl.
O que pouca gente sabe é que Dozier inventou a Batgirl. Quer dizer, já existia nos quadrinhos uma personagem chamada Bat-Girl, criada pelo mesmo criador do Batman, Bob Kane, que havia estreado em 1961, mas ela não tinha nada a ver com o Batman, sendo uma espécie de versão feminina e namorada do Robin, além de parceira da Batwoman, personagem criada em 1956 para ser a esposa do Batman (mas não de Bruce Wayne) após Fredric Wertham, autor do livro A Sedução dos Inocentes, alegar que as histórias de Batman e Robin eram alegorias para um relacionamento homossexual entre um adulto e um adolescente - em outras palavras, a Batwoman e a Bat-Girl haviam sido criadas para provar que Batman e Robin eram homens machos e pegadores. Infelizmente, elas também fariam com que as histórias do Batman ficassem meio ridículas, com os quatro heróis agindo como uma família na qual Batman era o pai, Batwoman era a mãe, e Robin e Bat-Girl eram os filhos. Por causa disso, a Batwoman e a Bat-Girl foram abandonadas em 1964, quando Julius Schwartz assumiu como editor da linha Batman, sob a alegação de que elas transformavam as histórias do Batman em uma sitcom, ao invés de histórias de vigilantismo como elas deveriam ser.
Dozier, que não lia quadrinhos, não sabia de nada disso, e decidiu visitar a sede da DC para saber se havia alguma super-heroína feminina no universo do Batman que ele pudesse usar. Lá, ele seria recebido por Schwartz e por Carmine Infantino, desenhista do Batman na época, e, após ter a confirmação de que não havia nenhuma Batgirl nas histórias do Batman no momento, exporia a eles uma ideia que ele tinha tido: a de que, na verdade, a Batgirl seria Barbara Gordon, filha do Comissário Gordon, que trabalharia como bibliotecária na Biblioteca Municipal de Gotham City, mas que, inspirada pelo Batman, toda vez que tivesse a chance vestiria uma roupa de morcego e usaria todo tipo de geringonça tecnológica para combater o crime. Schwartz adoraria a ideia e, quando Infantino desenhasse uma arte conceitual, o produtor Howie Horowitz, da Fox, faria um acordo com a DC: eles poderiam usar a Batgirl nos quadrinhos, usando a ideia de Dozier, desde que a Fox também pudesse usar a personagem na série, sem restrição alguma. Assim, a Batgirl faria sua estreia nos quadrinhos na Detective Comics 359, de janeiro de 1967, enquanto a segunda temporada estava no ar.
Para convencer a ABC a renovar para a terceira temporada, Dozier filmaria um curta estrelando Yvonne Craig, famosa por suas participações em séries como Viagem ao Fundo do Mar e As Loucas Aventuras de James West, como a Batgirl, e Tim Herbert como o vilão Mariposa Assassina - que também seria o primeiro vilão enfrentado pela Batgirl nos quadrinhos. Esse curta não foi filmado com o intuito de ser lançado, servindo apenas para convencer a ABC de que, com a Batgirl na série, a audiência voltaria a subir; ao ser descoberto por fãs, anos depois, surgiria um boato de que ele era "o piloto de uma série da Batgirl", que jamais teria sido produzida porque a série do Batman foi cancelada. A introdução da Batgirl, uma personagem nova e que estava fazendo sucesso nos quadrinhos, convenceria a ABC a renovar a série para mais uma temporada, que acabaria tendo 26 episódios, exibidos entre 14 de setembro de 1967 e 14 de março de 1968 - a terceira temporada elevaria o número total de episódios da série para 120, o suficiente para que Batman fosse detentora do recorde de série de super-heróis com o maior número de episódios por quarenta anos, somente sendo superada por Smallville em 2007.
A ABC faria, entretanto, uma exigência: a de que, na terceira temporada, a série tivesse apenas um episódio, de meia hora, por semana, exibido sempre às quintas-feiras. Isso efetivamente mataria o cliffhanger entre um episódio e outro, e, para substituí-lo, Dozier decidiria que cada episódio terminaria com uma cena que contava com uma pequena participação especial do vilão da semana seguinte. A única exceção a esse esquema seria o segundo episódio, que, no início, mostra o Charada e a Sereia trabalhando juntos, antes de a vilã dizer que tinha "seus próprios planos para o Comissário Gordon" e sair de cena, com o Charada se tornando o único vilão do episódio, e a Sereia retornando no terceiro, que trazia uma história completamente independente; segundo West, a ideia inicial de Ross era fazer mais episódios desse tipo, mas eles acabariam a abandonando para voltar a fazer episódios com uma história dividida em duas ou três partes - ao todo, a temporada tem 15 episódios "sozinhos", com início, meio e fim, quatro episódios em duas partes e um episódio em três partes.
A abertura seria alterada para incluir a Batgirl, que seria a primeira super-heroína da história da TV norte-americana: até então, todas as mulheres seriam namoradas, assistentes, vilãs ou capangas, mas a Batgirl não somente combatia o crime ao lado de Batman de igual para igual como às vezes chegava ao local primeiro e começava a enfrentar os vilões sozinha, ou até mesmo salvava a Dupla Dinâmica de alguma enrascada - falando nisso, como agora os protagonistas eram três, Dozier criaria o termo "Trio Terrível" (palavra que, década de 1960, tinha conotação positiva, significando algo muito bom; até hoje, terrific, em inglês, significa "ótimo"), para substituir Dupla Dinâmica. Craig - e, por consequência, Barbara Gordon - tinha o cabelo curto e preto, mas a Batgirl, assim como sua versão criada para os quadrinhos, tinha cabelos longos e ruivos, o que fazia com que o capuz do uniforme da personagem tivesse uma peruca acoplada, que a ajudava a manter sua identidade secreta - nem mesmo Batman e Robin sabiam a verdadeira identidade da Batgirl, assim como ela não sabia as deles.
Para chegar mais rápido às cenas dos crimes, a Batgirl tinha uma moto, criada pela empresa Kustomotive, que customizou uma Yamaha YDS-5E; segundo Craig, um dos motivos pelos quais ela seria escolhida para interpretar a Batgirl seria que, no teste, perguntariam se ela sabia dirigir moto, e não somente ela sabia como uma moto era seu principal meio de transporte na época, enquanto a maioria das demais candidatas não tinha essa habilidade. A "Batcaverna" da Batgirl era um compartimento secreto atrás de uma parede no apartamento de Barbara, com direito a um elevador para levar a moto até o nível da rua; segundo Craig, a porta desse compartimento tinha a mania de travar, o que fazia com que as cenas de Barbara o abrindo para se transformar na Batgirl tivessem de ser refilmadas várias vezes.
No elenco principal, Craig substituiria Blake, com sérios problemas de saúde, que, aliados a uma dificuldade dos roteiristas em colocar sete personagens mais um ou dois vilões em um episódio de meia hora, fariam com que a Tia Harriet só fizesse participações especiais em dois episódios, o segundo da temporada e aquele que foi a última parte do episódio em três partes. Após Astin ser extremamente criticado na forma como interpretou o Charada na segunda temporada, a Fox decidiria atender o pedido de Gorshin para que ele recebesse o mesmo que Romero e Meredith, e ele retornaria para o elenco de vilões da terceira temporada; Newmar, por outro lado, estava comprometida com as filmagens de O Ouro de Mackenna, filme de faroeste com Gregory Peck que estrearia em 1969, e não poderia voltar ao papel de Mulher-Gato. Como Meriwether também não estava disponível, filmando Um Anjo no meu Bolso, Dozier decidiu ousar e chamar a cantora Eartha Kitt.
A ousadia na escalação de Kitt vinha do fato de que ela era negra, e, mesmo sendo uma cantora razoavelmente conhecida, era 1967, e uma atriz negra com um papel que não fosse de empregada em uma série de TV era algo ainda extremamente raro - de fato, a Mulher-Gato de Kitt é considerada apenas a segunda personagem de destaque em uma série de TV interpretada por uma mulher negra, com a primeira sendo Uhura, de Jornada nas Estrelas, interpretada por Nichele Nichols, que estrearia na TV pouco mais de um ano antes. Kitt não se limitaria a imitar a Mulher-Gato de Newmar, criando seus próprios trejeitos, que incluíam ronronar - algo que acabaria se tornando uma marca da personagem, imitada por todas as suas intérpretes seguintes. Infelizmente, a Mulher-Gato só apareceria em três episódios da temporada; a vilã também faria uma aparição relâmpago no penúltimo episódio, mas sendo interpretada por uma dublê - o que deixaria a cena bastante curiosa, já que a dublê era branca.
Mais uma vez, os roteiristas optariam por usar vilões criados especialmente para a série, ao invés de adaptar novos vilões nos quadrinhos. Os novos vilões da terceira temporada são a Sereia (Joan Collins), Lola Lasanha (Ethel Merman), Louie, o Lilás (Milton Berle), Olga, Rainha dos Cossacos (Anne Baxter, que já tinha interpretado Zelda, a Grande, na primeira temporada), Lord Marmaduke Ffogg e Lady Penelope Peasoup (respectivamente Rudy Vallée e Glynis Johns), Nora Clavícula (Barbara Rush), Verdigris (Richard Balkalyan), a Dra. Cassandra Spellcraft (Ida Lupino) e seu assistente Cabala (Howard Duff), e Minerva (Zsa Zsa Gabor). Além do Coringa, do Pinguim, do Charada e da Mulher-Gato, os vilões das temporadas anteriores que retornam são o Rei Tut, o Cabeça de Ovo, Shame e Freddy Espadachim, ainda interpretados, respectivamente, por Buono, Price, Robertson e Bergerac.
Os episódios em duas partes têm dois vilões cada - o Pinguim e Lola Lasanha, Cabeça de Ovo e Olga (que também são os vilões de um episódio posterior, de uma parte só), o Coringa e a Mulher-Gato, e Shame e Calamity Jan (Dina Merrill) - e Ffogg e Peasoup são os vilões do episódio em três partes, no qual Batman e Robin viajam até "Londinium", na Europa, especialmente para interromper sua carreira criminosa. Os três últimos episódios, apesar de terem uma parte só, também têm dois vilões cada - o Coringa e Verdigris, Spellcraft e Cabala, Minerva e Freddy - e o penúltimo conta com aparições especiais da Mulher-Gato, do Rei Tut, do Coringa, do Pinguim e do Charada, mas, como foi dito, interpretados por dublês. Após o Charada ser o vilão com mais episódios na primeira temporada e a Mulher-Gato na segunda, na terceira, finalmente, foi a vez do Coringa.
Apesar de todos os esforços de Dozier, a série não conseguiu ser salva: a audiência continuou a cair vertiginosamente, e, no final de 1967, a ABC avisaria a Fox que honraria a encomenda dos episódios da terceira temporada, mas não renovaria a série para uma quarta. Em meados de 1968, outro canal, a NBC, procuraria Dozier e se diria disposto a exibir uma quarta temporada, se ela fosse produzida, em 1968. Ao retornar à Fox, entretanto, Dozier descobriria que, assim que as gravações da terceira temporada terminaram, como já se sabia que não seria produzida uma quarta, todos os cenários e figurinos da série haviam sido destruídos ou reciclados, incluindo a moto da Batgirl, somente se salvando o Batmóvel - que, vale lembrar, era alugado. Como fazer tudo de novo representaria um custo de centenas de milhares de dólares, Dozier comunicaria à NBC que seria impossível gravar uma quarta temporada. Até hoje não se sabe de quem partiu a ordem para a destruição dos figurinos e cenários.
Assim como várias outras séries da década de 1960, ao longo dos anos, devido às inúmeras reprises na TV, Batman se tornaria uma série cult, com a segunda e a terceira temporadas fazendo mais sucesso do que quando foram originalmente exibidas. Depois que a Warner Bros. comprou a DC Comics, porém, disputas entre a Warner e a Fox fariam com que o licenciamento da série para novas reprises se tornasse cada vez mais difícil, com praticamente somente as emissoras que já haviam comprado a série podendo exibi-la. O lançamento em home video parecia impossível pelo mesmo motivo, até que, de surpresa, em 2013, Warner e Fox anunciariam ter chegado a um acordo que permitiria não somente o lançamento da série completa em DVD e Blu-ray, mas também que novos produtos usando os personagens da série fossem lançados.
O primeiro desses produtos seria Batman '66, uma série em quadrinhos que mostrava aventuras de Batman, Robin e Batgirl no universo da série de TV, incluindo histórias nas quais eles enfrentavam vilões criados especialmente para a série. Batman '66 teria 30 edições, publicadas entre julho de 2013 e fevereiro de 2016, todas escritas por Jeff Parker, mas desenhadas por vários artistas. A série também teria uma edição especial, Batman '66: The Lost Episode, com roteiro de Len Wein e arte de Jose Luis Garcia-Lopez, adaptando um suposto roteiro escrito para a primeira temporada mas jamais filmado no qual o vilão era o Duas Caras, e renderia cinco minisséries de seis edições cada, todas crossovers: Batman '66 meets the Green Hornet (com o Besouro Verde, entre agosto de 2014 e janeiro de 2015), Batman '66 meets the Man from U.N.C.L.E. (com o Agente da U.N.C.L.E., entre fevereiro e julho de 2016), Batman '66 meets Steed and Mrs. Peel (com a dupla da série britânica Os Vingadores, entre setembro de 2016 e fevereiro de 2017), Batman '66 meets Wonder Woman '77 (com a Mulher Maravilha da série de TV com Lynda Carter, entre março e agosto de 2017) e Archie meets Batman '66 (com a turma do Archie, entre setembro de 2018 e março de 2019).
Em 2016, para comemorar os 50 anos da estreia da série, seria lançada diretamente em DVD e Blu-Ray a animação O Retorno da Dupla Dinâmica, também ambientada no universo da série, na qual, assim como no filme, Batman e Robin enfrentam o Coringa, o Pinguim, o Charada e a Mulher-Gato, com West, Ward e Newmar repetindo seus papéis da série de TV. No ano seguinte, a animação ganharia uma sequência, Batman vs. Duas Caras, mais uma vez com West, Ward e Newmar, com Meriwether interpretando uma personagem secundária, e William Shatner (o Capitão Kirk de Jornada nas Estrelas) interpretando Duas Caras. A Warner planejava lançar pelo menos mais um filme, para fechar uma trilogia, mas West faleceria antes do lançamento do segundo, o que encerraria a série.
0 Comentários:
Postar um comentário