domingo, 8 de janeiro de 2023

Escrito por em 8.1.23 com 0 comentários

Azul (II)

Um dos primeiros jogos que eu comprei quando decidi voltar a comprar jogos de tabuleiro foi o Azul, que acabou ganhando um post aqui no átomo pra comemorar. Nesse post, eu falei também sobre uma segunda versão do jogo (a qual eu não comprei), chamada Vitrais de Sintra. Pois bem, de lá pra cá a Família Azul cresceu, e ganhou dois novos integrantes (dos quais eu só comprei um). Eu queria falar de mais um jogo de tabuleiro antes que chegasse o post 1000, e acabei decidindo que seria legal falar sobre esses dois. Hoje, portanto, pela segunda vez, é dia de Azul no átomo!

O primeiro jogo que veremos hoje é Azul: Pavilhão de Verão (Azul: Summer Pavilion), lançado em 2019. Lá na última linha do meu post original sobe o Azul, eu perguntei: "Resta saber, depois de azulejos e vitrais, o que vão escolher como tema do próximo. Pisos?", e parece que alguém me ouviu, pois, no terceiro jogo da série, é justamente isso que os jogadores vão montar: pisos. Pavilhão de Verão é bem mais parecido com o jogo original do que Vitrais de Sintra, trazendo peças foscas de resina que devem ser dispostas sobre um tabuleiro quadrado; as peças, entretanto, são em forma de losangos, e as casas do tabuleiro formam um padrão de estrelas. Assim como em Vitrais de Sintra, cada jogador possui uma cor, sendo que, em Pavilhão de Verão, as cores disponíveis para os jogadores, curiosamente, são branca, preta, cinza e madeira.

De acordo com a história contada no manual do jogo, após construir os suntuosos palácios de Évora e Sintra (temas dos dois primeiros jogos da série), o Rei Manuel I contratou os mais talentosos artesãos de Portugal para construir um Pavilhão de Verão em homenagem aos mais célebres membros da Família Real. Infelizmente, ele faleceu antes de a obra sequer começar, mas os mestres artesãos, representados pelos jogadores, decidiriam construir o pavilhão assim mesmo, em sua honra. Se isso foi verdade ou não, não consegui descobrir, mas acredito que tenha sido uma historinha inventada pelo criador da série, Michael Kiesling, apenas para justificar um terceiro jogo.

Os componentes de Pavilhão de Verão são quatro tabuleiros dupla-face, um para cada jogador; um tabuleiro comum, que traz o placar e outras informações; nove expositores de fábrica; um indicador de rodada (um cilindro de madeira); quatro marcadores de pontuação, também em madeira, um para cada jogador; quatro fichas de pontuação (de papelão), uma para cada jogador; uma torre de papelão, no estilo da de Vitrais de Sintra; um saco de tecido; e 133 azulejos (na verdade, pisos, mas o manual chama de azulejos), sendo um marcador de primeiro jogador (branco com uma moldura e um número 1 em azul) e 22 de cada uma das seis cores disponíveis (roxo, verde, laranja, amarelo, azul e vermelho).

Cada um dos tabuleiros possui, de um dos lados, o jogo normal, com sete estrelas, sendo uma de cada cor dos azulejos e uma especial, de cor azul marinho, no meio; e, do outro, o jogo alternativo, com seis estrelas bege e a azul marinho no meio. Em ambos os casos, cada estrela é dividida em seis casas, numeradas de 1 a 6. No jogo normal, os jogadores deverão preencher as estrelas coloridas com azulejos da mesma cor que elas, e a azul marinho deve ser preenchida com exatamente um azulejo de cada cor; no jogo alternativo, o jogador pode escolher como vai preencher cada uma das sete estrelas (incluindo a central), sendo que cada estrela ou deverá ter todos os seis azulejos da mesma cor (sendo permitido mais de uma estrela da mesma cor), ou cada um dos seis azulejos de cor diferente. Cada tabuleiro também conta, ligadas às casas das estrelas, casas com pilares, estátuas e janelas; essas casas jamais recebem azulejos, mas rendem bônus se estiverem adjacentes a eles. Também há quatro casas especiais nos cantos do tabuleiro, cuja função veremos em breve.

O tabuleiro comum, que fica no centro da mesa, conta com uma estrela especial de dez casas; lembretes dos bônus das casas com pilares, estátuas e janelas; lembretes de quantos pontos vale cada estrela; um lembrete de em qual rodada está a partida e de qual é a cor-curinga daquela rodada; e a trilha de pontuação, que começa no 1 e vai até o 80 - se o jogador passar de 80 pontos, ele recebe sua ficha de pontuação e segue andando na trilha, somando 80 ao seu resultado final. Todos os jogadores compartilham a mesma trilha de pontuação, usando seus marcadores de pontuação para andar nela. Assim como no jogo original, uma partida para 2 jogadores usa 5 expositores de fábrica, uma partida para 3 jogadores usa 7, e uma para 4 jogadores usa todos os 9.

No início do jogo, após o tabuleiro comum, os expositores de fábrica, o marcador de primeiro jogador e a torre serem colocados no centro da mesa, cada jogador recebe um tabuleiro e coloca seu marcador de pontuação no espaço 5 da trilha de pontuação, e o indicador de rodada é colocado sobre o número 1 do placar de rodada. Um dos jogadores, então, coloca os 132 azulejos no saco de tecido, sorteia 10 e os usa para preencher a estrela central do tabuleiro comum, com o local de cada azulejo nessa estrela sendo indiferente. Esse mesmo jogador coloca exatamente 4 azulejos em cada um dos expositores de fábrica, e será o primeiro a jogar na primeira rodada. No total, o jogo consistirá de seis rodadas, cada uma com uma cor-curinga diferente, sendo vencedor o jogador que tiver mais pontos ao final da sexta rodada.

Cada rodada é composta por três fases, com a seguinte só começando quando todos os jogadores tiverem terminado a anterior. A primeira fase é a de adquirir azulejos, e, nela, começando pelo que sorteou os azulejos para os expositores de fábrica e seguindo em sentido horário, cada jogador terá duas opções: pegar azulejos de um expositor de fábrica ou da mesa. Se escolher pegar de um expositor de fábrica, ele deve escolher uma cor, que não seja a cor-curinga da rodada e pegar todos os azulejos dessa mesma cor em um único expositor de fábrica, passando os demais desse expositor para o meio da mesa; se o expositor escolhido tiver azulejos da cor-curinga, ele deverá pegar, também, apenas um deles - no caso raro de um expositor só ter azulejos da cor-curinga, o jogador pega apenas um deles, e passa os demais para o meio da mesa. Se o jogador escolher pegar do meio da mesa, a regra é semelhante: ele escolhe uma cor, que não seja a cor-curinga, e pega todos os azulejos dessa cor que estiverem no meio da mesa; se houver azulejos da cor-curinga no meio da mesa, ele pega um deles junto com os demais, e, se só houver azulejos da cor-curinga no meio da mesa, pega apenas um.

No início da rodada, o marcador de primeiro jogador estará no meio da mesa, e os azulejos que os jogadores forem deixando nos expositores de fábrica vão se juntando a ele. Se o marcador de primeiro jogador estiver no meio da mesa quando um jogador decidir pegar do meio da mesa - ou seja, se ele foi o primeiro a pegar do meio da mesa naquela rodada - ele deverá pegar, também, o marcador de primeiro jogador, que tem um lado bom e um lado ruim: o bom é que o jogador que tem a posse do marcador de primeiro será o primeiro a jogar na segunda fase, o responsável por sortear azulejos do saco de tecido para os expositores de fábrica na rodada seguinte, e o que começará escolhendo os azulejos na rodada seguinte; o ruim é que um jogador que pegar o marcador de primeiro jogador perderá 1 ponto para cada azulejo que pegou junto com ele, incluindo ele mesmo - ou seja, um jogador que pegou o marcador e três azulejos perde imediatamente 4 pontos. Nenhum jogador pode ficar com menos de 1 ponto, mas um jogador que só tenha 1 ponto pode pegar azulejos junto com o marcador de primeiro jogador normalmente, sem perder mais pontos com isso - assim como um jogador que pegue mais azulejos junto com o marcador do que tinha pontos para perder, ficando apenas com 1.

É importante dizer que, diferentemente do que ocorre com o jogo original, os tabuleiros de Pavilhão de Verão não possuem espaços para os azulejos que o jogador pegar dos expositores e da mesa; esses azulejos, assim como o marcador de primeiro jogador, simplesmente ficarão próximos ao tabuleiro, esperando a fase seguinte, que começa quando não houver mais azulejos nem no meio da mesa, nem em nenhum dos expositores de fábrica.

A segunda fase é a de jogar azulejos. Começando pelo que tem o marcador de primeiro jogador e seguindo em sentido horário, cada jogador poderá colocar um dos azulejos que pegou na fase anterior em seu tabuleiro - cada jogador coloca apenas um e passa a vez para o seguinte; se, quando chegar sua vez de novo, ele ainda tiver azulejos para botar, colocará mais um e passará a vez para o seguinte, e, se não tiver, apenas passará a vez. A segunda fase só termina quando todos os jogadores tiverem passado a vez, ou seja, quando nenhum mais tiver azulejos para colocar no tabuleiro. Em casos raros, um jogador pode passar a vez ainda tendo azulejos que poderia colocar no tabuleiro, para guardá-los para a rodada seguinte; se fizer isso, porém, ele não poderá mais jogar nessa rodada, como se não tivesse mais azulejo nenhum para colocar.

Colocar os azulejos no tabuleiro segue uma regra que parece complicada à primeira vista: cada uma das casas de cada estrela possui uma numeração de 1 a 6. Esse é o número que o jogador deve ter de um determinado azulejo para colocar um deles lá, embora somente um seja colocado, com os demais sendo descartados. Por exemplo, vamos supor que um jogador queira colocar um azulejo na casa 3 da estrela verde; para isso, ele precisa ter 3 azulejos verdes, 2 verdes e 1 curinga, ou 1 verde e 2 curingas - sempre um dos azulejos tem de ser da cor que vai ser colocada, não podendo ser, no exemplo anterior, 3 curingas. Se ele tiver os azulejos necessários, ele coloca um deles no tabuleiro, e os demais dentro da torre - se o jogador do exemplo anterior tivesse 2 azulejos verdes e 1 curinga, ele colocaria um azulejo verde na casa 3 da estrela verde, e o outro azulejo verde e o curinga na torre. Se um jogador quiser, ele pode usar os azulejos da cor-curinga para preencher a estrela da cor deles normalmente, mas, nesse caso, ele deverá usar apenas azulejos dessa cor (já que ela já é a curinga). Também vale lembrar que a estrela do meio deve ter apenas um azulejo de cada cor; fora isso, a regra para colocá-los nela é exatamente a mesma. Desnecessário dizer, um jogador só pode colocar um azulejo numa casa vazia.

Cada azulejo colocado no tabuleiro vale imediatamente 1 ponto. Se houver, na mesma estrela, azulejos conectados ao que o jogador colocou, ele ganha 1 ponto de bônus para cada um - eles não precisam estar tocando o azulejo recém-colocado, basta que formem um grupo contínuo. Além disso, como foi dito, as casas com pilares, estátuas e janelas conferem bônus: cada casa com pilar e cada casa com estátua são cercada por quatro casas das estrelas (duas casas de cada estrela diferente) e cada casa com janela toca as casas 5 e 6 de cada estrela das pontas. Assim que o jogador conseguir cercar uma dessas casas (colocando quatro azulejos em volta de um pilar ou estátua, ou nas casas 5 e 6 de uma mesma estrela), ele ganha o direito a pegar azulejos, à sua escolha, da estrela que está no centro do tabuleiro comum - a quantidade depende do tipo de decoração, sendo 1 azulejo por cercar um pilar, 2 por cercar uma estátua e 3 por cercar uma janela. Esses azulejos podem ou não ser da cor-curinga, inclusive todos eles, sem problema nenhum. Azulejos retirados da estrela do tabuleiro comum devem ser repostos imediatamente com novos azulejos sorteados do saco de tecido pelo jogador que ganhou o bônus, e já podem ser usados ainda nessa rodada.

Quando todos os jogadores tiverem passado a vez, cada jogador poderá escolher até quatro azulejos que irá preservar para a rodada seguinte, colocando-os nas quatro casas que ficam nos cantos do tabuleiro; no início da segunda fase da rodada seguinte, esses azulejos saem dessas casas e se unem aos que ele pegou dos expositores de fábrica e da mesa. Esses azulejos não valem pontos, mas também não são descartados - o que é importante porque, depois de escolhê-los, o jogador deverá descartar todos os azulejos que ainda estiverem fora de seu tabuleiro, colocando-os na torre e perdendo 1 ponto para cada azulejo descartado dessa forma (lembrando que ninguém pode ficar com menos de 1 ponto, embora possa perder a ficha de pontuação por ter ficado com menos de 81).

Quando nenhum jogador tiver mais azulejos fora de seu tabuleiro (porque todos foram colocados nele ou descartados), começa a terceira e última fase, a preparação da rodada seguinte, que é feita pelo jogador que tem o marcador de primeiro jogador. Se o jogo estiver nas rodadas de 1 a 5, esse jogador avançará o indicador de rodada para a rodada seguinte (mudando a cor-curinga), colocará o marcador de primeiro jogador no centro da mesa, e sorteará do saco de tecido 4 azulejos para cada um dos expositores de fábrica. Se o saco de tecido não tiver azulejos suficientes, coloque todos os que estiverem lá, então vire a torre dentro do saco de tecido, misture bem e continue - o mesmo vale para um jogador que estiver repondo os azulejos da estrela do tabuleiro comum, caso não haja azulejos suficientes no saco de tecido. No caso raro de não haver azulejos suficientes no saco de tecido com a torre estando vazia, um ou mais expositores de fábrica podem ficar vazios (ou um deles ficar com menos de 4 azulejos, ou a estrela ficar com menos de dez), mas o jogo segue normalmente.

Se estivermos na sexta rodada, a terceira fase é diferente, e se chama fase de fim de jogo. Nesse caso, os azulejos que estiverem nos cantos do tabuleiro também devem ser descartados (com o jogador perdendo 1 ponto para cada um), e então é somada a pontuação final, com cada estrela valendo uma determinada quantidade de pontos se estiver completa (com todos os seis azulejos); jogadores que tiverem azulejos nas casas 1, 2, 3 ou 4 de todas as sete estrelas também ganham pontos de bônus (tanto as pontuações por cada estrela quanto os bônus por essas casas estão impressos no tabuleiro comum). Após somar todos esses pontos, o jogador com a maior pontuação vence, sendo possível ocorrer empate.

O quarto jogo da série seria lançado em 2021, com o nome de Azul: Jardim da Rainha (Azul: Queen's Garden). Segundo a história do manual, o Rei Manuel I (antes de morrer) contrataria os maiores paisagistas de Portugal para construir um belíssimo jardim em homenagem a sua esposa, a Rainha Maria de Aragão. Nesse jogo, portanto, os jogadores vão utilizar árvores, plantas, flores, viveiros e borboletários - todos representados por peças hexagonais de resina - para criar belos jardins. Esse é o jogo mais diferente da série, contendo vários elementos extras que dão margem para bastante estratégia, mas também o tornam um pouquinho mais complicado.

Mais uma vez, cada jogador pode escolher entre as cores branca, preta, cinza ou madeira, e, no início do jogo, recebe os seguintes componentes: um marcador de pontuação, um tabuleiro de jardim, um tabuleiro de reserva, um quadro de fonte e 3 peças-coringa. Os demais componentes do jogo são um tabuleiro comum dupla-face, uma roleta (que deve ser montada no centro do tabuleiro comum), um marcador de avaliação, 36 expansões de jardim, um marcador de escudo, um marcador de primeiro jogador, uma torre de papelão, oito peças de pontuação (duas para cada jogador), 12 peças-curinga extras, um saco de tecido e 108 peças, 16 de cada cor, nas cores azul claro, verde claro, verde escuro, amarelo, lilás e roxo, que podem ter desenhos de árvore, pássaro, borboleta, flor, planta ou fleur de lys.

No início do jogo, cada jogador coloca seu tabuleiro de reserva ao lado de seu tabuleiro de jardim, seu quadro de fonte no centro de seu tabuleiro de jardim, suas peças-curinga nos locais apropriados em seu tabuleiro de reserva, e seu marcador de pontuação na casa 15 da trilha de pontuação, do tabuleiro comum. O tabuleiro comum, a torre, o marcador de primeiro jogador e as expansões de jardim são colocadas no centro da mesa, sendo que as expansões de jardim são embaralhadas colocadas com o anverso (o lado todo em branco) para cima em quatro pilhas de rodada - em uma partida para 2 jogadores, cada pilha terá 5 expansões, em um jogo para 3 jogadores terá 7, e, em um jogo para 4, terá 8. Uma dessas pilhas será a pilha da primeira rodada, devendo ser sorteadas quatro peças do saco de tecido e colocadas sobre ela. As expansões de jardim que sobrarem são colocadas em um estoque, com a peça de escudo sobre elas. Finalmente, sobre o tabuleiro comum é montada a roleta, posicionada apontando para os bônus da primeira rodada, e o marcador de avaliação é colocado na primeira casa da trilha de avaliação. Um dos lados do tabuleiro comum é usado no jogo básico e o outro no jogo avançado, com a única diferença entre ambos sendo a pontuação e os bônus que os jogadores recebem; os tabuleiros dos jogadores, apesar de também serem dupla-face, têm ambos os lados iguais.

Ao todo, o jogo dura 4 rodadas, sendo cada rodada composta por 3 fases: ação, pontuação e preparação. Na fase de ação, começando pelo primeiro jogador (que, na primeira rodada, é escolhido aleatoriamente) e seguindo em sentido horário, cada jogador pode escolher fazer uma de quatro coisas: adquirir peças e expansões de jardim, colocar uma peça em seu tabuleiro, colocar uma expansão de jardim em seu tabuleiro, ou passar a vez. Quando um jogador passa a vez, ele não pode mais jogar naquela rodada, e, quando todos os jogadores tiverem passado a vez, a primeira fase termina.

Se decidir pegar peças ou expansões, o jogador deverá pegar ou todas as peças e expansões da mesma cor, com desenhos diferentes, ou todas as que tiverem o mesmo desenho, mas forem de cores diferentes - se houver duas ou mais peças idênticas, o jogador pega apenas uma delas. No início do jogo, apenas quatro peças e nenhuma expansão estarão disponíveis; quando um jogador pega peças de uma expansão da pilha que ainda fique com peças sobre ela, ele a coloca ao lado da pilha da rodada (ainda com as peças sobre ela), então pega quatro novas peças do saco de tecido e as coloca sobre a expansão que passou a ser a primeira da pilha. Se um jogador, ao pegar as peças, deixar uma expansão qualquer vazia, ele a vira de forma que seu verso fique para cima. No verso de cada expansão há uma cor e uma figura exatamente como nas peças, o que significa que, a partir daquele momento, um jogador poderá pegar aquela expansão seguindo as mesmas regras - por exemplo, se na expansão há uma árvore de cor amarela, o jogador poderá pegá-la junto com outras peças de árvore ou com outras peças amarelas. É possível um jogador fazer as duas coisas (sortear novas peças para a próxima expansão de cima e virar uma expansão com o verso para cima) em uma mesma jogada, caso deixe a expansão de cima da pilha sem peças, ou caso pegue peças de mais de uma expansão diferentes - sim, porque, para efeitos de "todas as peças com a mesma cor ou mesmo desenho" valem todas mesmo, não importa sobre quais expansões elas estão.

Também é importante dizer que, quando um jogador pega uma peça ou expansão, ele deve colocá-la em seu tabuleiro de reserva, que tem espaços limitados - 12 espaços para peças, 2 para expansões. Se seu tabuleiro de reserva não tiver espaços vazios suficientes para as peças e expansões que o jogador quer pegar, ele não poderá pegá-las, devendo escolher outras, escolher outra ação, ou passar a vez. Também vale dizer que, se a qualquer momento as peças do saco de tecido acabarem, basta virar a torre dentro dele, e, se tanto o saco de tecido quanto a torre estiverem vazios, o jogo prossegue normalmente com peças a menos na expansão de jardim atual.

A segunda coisa que um jogador pode fazer é passar uma peça de seu tabuleiro de reserva para seu tabuleiro de jardim, usando um sistema bem parecido com o de Pavilhão de Verão: cada peça possui um custo (árvores custam 1, pássaros 2, borboletas 3, flores 4, plantas 5 e fleurs de lys 6), que deve ser pago descartando peças. Assim, se um jogador quer passar uma peça amarela de borboleta para seu tabuleiro de jardim, deve ter, em seu tabuleiro de reserva, 3 peças com borboletas, cada uma de uma cor diferente, ou 3 peças amarelas, cada uma com uma figura diferente; ele coloca a borboleta amarela em um espaço vazio de seu jardim e descarta as outras duas peças para a torre. Para efeitos de descarte, expansões de jardim contam como peças, com expansões descartadas sendo colocadas no fundo da pilha de estoque. Caso não tenha peças ou expansões suficientes para descartar, o jogador pode substituir algumas delas por peças-curinga, mas peças-curinga jamais podem ser colocadas no jardim.

Ao colocar uma peça em seu tabuleiro de jardim, o jogador deve colocá-la em um espaço que já não tenha uma peça ou desenho; além disso, a peça só pode ser colocada adjacente a outra peça se ela tiver a mesma cor ou desenho, mas não ambos - uma peça roxa com um pássaro pode ser colocada adjacente a outra peça roxa, a outra peça com um pássaro, mas nunca adjacente a outra peça roxa com um pássaro. Quando duas peças ficam adjacentes, elas formam um grupo; um mesmo grupo não pode ter duas peças idênticas, o que significa que o jogador não pode colocar uma peça num espaço que uniria dois grupos criando um grupo maior se ele for desrespeitar essa regra. Se, ao colocar peças no tabuleiro, um jogador cercar uma casa que tenha uma fonte, estátua, banco ou pavilhão, ele ganha peças-curinga (1, 2, 2 e 3, respectivamente), que devem ser colocadas em seu tabuleiro de reserva; caso não haja espaços livre para elas, ele ganha o máximo possível. As peças-curinga são infinitas, ou seja, se todas as que vieram com o jogo já estiverem de posse dos jogadores, e um jogador for ganhar mais, pode utilizar um substituto qualquer.

Inicialmente, cada jogador só poderá colocar peças em seu quadro de fonte; para ter mais espaços livres para colocar peças, ele deverá colocar expansões de jardim em seu tabuleiro de jardim, que é a terceira coisa que ele pode fazer na fase de ação. O jogador pode escolher passar uma expansão de seu tabuleiro de reserva para seu tabuleiro de jardim, pagando o custo normalmente, como se ela fosse uma peça, ou pegar uma expansão do topo do estoque, mantendo-a com o anverso para cima, mas perdendo 6 pontos - nenhum jogador pode ter pontuação negativa, mas jogadores que tenham 5 ou menos pontos ainda podem realizar essa ação. Uma expansão de jardim deve ser "encaixada" no quadro de fonte, e, caso ela tenha uma figura, deve seguir as mesmas regras da colocação de peças em relação a adjacência e criação de grupos.

A quarta e última coisa que um jogador pode fazer é passar a vez, sendo que um jogador que não puder mais comprar peças ou expansões nem colocá-las em seu tabuleiro de jardim é obrigado a passa a vez. O primeiro jogador a passar a vez recebe o marcador de primeiro jogador, perde 1 ponto, e será o primeiro a jogar na rodada seguinte, com os demais seguindo no sentido horário. Um jogador que passa a vez pode descartar qualquer número de peças e expansões de seu tabuleiro de reserva, colocando as peças na torre e as expansões no fundo do estoque, perdendo 1 ponto para cada descarte feito dessa forma. Como já foi dito, um jogador que passe a vez não pode mais jogar nessa rodada.

A segunda fase é a da pontuação: cada jogador ganha pontos pelas peças com as figuras ou cores mostradas pela roleta, sendo que uma mesma peça pode pontuar duas vezes, uma pela figura, uma pela cor; cada peça vale um número de pontos igual a seu custo, ou seja, uma árvore vale 1, uma fleur de lys vale 6. Além disso, cada jogador ganha 1 ponto para cada pavilhão em seu tabuleiro de jardim.

Se essa for a primeira, segunda ou terceira rodada, a terceira fase é a da preparação. A roleta é girada uma vez para a esquerda, o que faz com que as cores e desenhos pontuando na rodada seguinte sejam diferentes; o marcador de primeiro jogador volta para o centro da mesa; todas as expansões de jardim da rodada atual são descartadas para o fundo do estoque; todas as peças que estavam nelas são descartadas para a torre; e a pilha de expansões de jardim da rodada seguinte vem para o meio da mesa, com o primeiro jogador sorteando quatro peças do saco de tecido e colocando sobre ela. Começa, então, uma nova primeira fase.

Se for a quarta rodada, ao invés da fase de preparação, ocorre a fase de pontuação final. Cada jogador ganha 1 ponto para cada peça-curinga que ainda tiver em seu tabuleiro de reserva, mas, para cada peça ou expansão que tiver em seu tabuleiro de reserva, ele perderá uma quantidade de pontos igual ao seu custo (por exemplo, perde 4 pontos por uma expansão que mostre uma flor). Cada jogador também ganha pontos de bônus por seus grupos de peças: um grupo da mesma cor, mas figuras diferentes, vale uma quantidade de pontos igual ao seu valor total (por exemplo, um grupo amarelo com árvore, pássaro, borboletas e planta vale 11 pontos, 1 + 2 + 3 + 5), enquanto um grupo da mesma figura, mas cores diferentes, vale um número de pontos igual ao valor da peça multiplicado pelo número de peças (pr exemplo, um grupo com 4 pássaros vale 8 pontos, 2 x 4). Para valer pontos, um grupo deve ter no mínimo 3 peças, e, se o grupo tiver 6 ou mais peças, o jogador soma 6 pontos de bônus ao valor total do grupo. O marcador de avaliação é usado como ajuda para os jogadores não se esquecerem de pontuar nenhum grupo, com todos os jogadores marcando os pontos pelo tipo de grupo que ele indica antes de movê-lo para o tipo seguinte.

Além desses dois novos títulos, a Família Azul ganharia três expansões. A primeira seria Azul: Joker Tiles, lançada em 2017, um conjunto composto por um pequeno saco de tecido e dez azulejos transparentes com o símbolo do jogo. Esses azulejos são adicionados normalmente aos expositores de fábrica, e funcionam como curingas, substituindo qualquer um dos outros no tabuleiro - o lado ruim é que eles não valem pontos de bônus no fim do jogo. A segunda seria Azul: Mosaico de Cristal (Azul: Crystal Mosaic), de 2020, que trazia quatro novos tabuleiros dupla-face, com disposições diferentes para os azulejos serem colocados, o que significava duas novas versões do jogo; o nome da expansão seria por causa de quatro overlays de acrílico, "bandejas" que podiam ser colocadas sobre os tabuleiros para que os azulejos e o marcador de pontuação se encaixassem, tornando o jogo mais bonito e mais seguro, já que não havia como mudar acidentalmente os azulejos de lugar. E a terceira seria Azul: Pavilhão Envidraçado (Azul: Glazed Pavilion), de 2021, expansão para Pavilhão de Verão no mesmo estilo de Mosaico de Cristal, trazendo quatro novos tabuleiros de jogador dupla-face, um novo tabuleiro comum dupla-face, cinco overlays (quatro para os tabuleiros de jogador e um para o tabuleiro comum) e quatro novos marcadores de pontuação cúbicos (porque os originais eram cilíndricos, e as casas da trilha de pontuação são retangulares, então não tinha como fazer um overlay em que os originais se encaixassem).

Finalmente, em 2022 seria lançado Azul: Master Chocolatier, uma edição limitada do jogo original na qual as peças imitam chocolates e bombons, e os jogadores, ao invés de mestres azulejeiros decorando um palácio, são mestres chocolateiros em uma competição de quem monta o portifólio mais delicioso. De acordo com o escrito na caixa, as peças não são comestíveis.

Azul

Pavilhão de Verão
Jardim da Rainha

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