segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

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Futebol Americano Universitário

Eu adoro assistir futebol americano. Desde que descobri as regras desse esporte, há uns vinte anos (já? Credo!), ele entrou para a lista dos meus preferidos, e já há uns dez anos ele ocupa o topo dessa lista. Não por um acaso, evidentemente, o futebol americano foi o primeiro esporte sobre o qual eu decidi falar aqui no átomo, inaugurando uma das categorias para as quais eu mais gosto de escrever posts.

Naquela ocasião, eu fiz um post já meio com o padrão de como seriam meus demais posts esportivos, falando sobre as origens (quase nada, reconheço), as regras (até de forma bem detalhada) e os principais torneios. Na ausência de uma Copa do Mundo que preste ou de uma improvável participação nas Olimpíadas, o principal torneio de futebol americano do planeta é o da NFL, a National Football League, liga profissional de futebol americano dos Estados Unidos - sobre a qual eu também falei um pouquinho naquele post.

Acontece, porém, que já há um bom tempo o campeonato da NFL não é meu preferido. Eu tenho um time do coração (o Kansas City Chiefs), assisto a todos os jogos que consigo e fico bem empolgado para assistir ao Super Bowl, mas já há uns bons anos eu tenho preferido assistir a um outro campeonato, o da NCAA. Que, diferentemente da NFL, não é disputado por jogadores profissionais, e sim por universitários. Sim, o torneio da NCAA é o famoso college football, disputado por times das universidades norte-americanas, compostos por alunos dessa universidades, sendo que muitos deles ganham bolsas de estudo para defender o time.

Em termos de público e de valores monetários, o torneio da NCAA, evidentemente, não chega nem perto da NFL, mas ainda assim é extremamente popular nos Estados Unidos - existe até uma piada que diz que o esporte mais popular dos Estados Unidos é o futebol americano, o segundo é o futebol americano universitário, e o terceiro lugar está vago, devido à grande procura por ingressos e audiência da televisão do college football até mesmo quando comparado com outras ligas de respeito, como o basquete da NBA ou o beisebol da MLB. Em termos de regras, apenas um detalhezinho ou outro é diferente - por exemplo, na NFL, se o jogador cair no chão mas ninguém encostar nele, ele pode se levantar e prosseguir com a jogada, enquanto no college a jogada acaba ali, como se ele tivesse sido derrubado - mas, em termos de emoção, eu vejo uma grande vantagem para o torneio universitário: jogos mais disputados, placares mais apertados, erros mais frequentes - afinal, eles são jovens e não são profissionais - ingredientes capazes de transformar qualquer partida a princípio sem muito destaque em um embate memorável. A única coisa que eu lamento em relação ao college é que pouquíssimos jogos da temporada regular são transmitidos aqui para o Brasil - embora, felizmente, quase todos os bowls, os jogos decisivos da pós-temporada, o sejam.

Ano passado (ou melhor, retrasado, no final de 2013), eu quase escrevi um post sobre futebol americano universitário, mas acabei desistindo por achar que não valia a pena, já que eu já havia escrito um sobre futebol americano. Esse ano, a vontade veio de novo, e dessa vez eu resolvi me render, por dois motivos: primeiro, percebi que havia muitos detalhes interessantes próprios do futebol universitário que eu poderia abordar, como os próprios bowls. Segundo, porque no meu primeiro post sobre o futebol americano eu quase não falei sobre sua origem, então seria uma boa oportunidade, já que o futebol americano profissional é descendente direto do universitário. Diante disso, vamos em frente, pois hoje é dia de futebol americano universitário no átomo!

O futebol americano é um descendente direto do rugby, que, por sua vez, é um descendente direto do futebol. Não o futebol que conhecemos hoje e que tornou o Brasil conhecido no mundo inteiro, que é até mais recente que o rugby, mas outro futebol. Qual, ninguém sabe, já que, no século XVIII, na Inglaterra, existiam por volta de cem esportes diferentes chamados "futebol". Isso porque eles eram muito criativos, então colocavam esse nome - junção das palavras foot, "pé", e ball, "bola", em inglês - em qualquer esporte no qual a bola fosse chutada ou conduzida com o pé a qualquer momento da partida. Até mesmo o rugby, quando criado, se chamava rugby football, mesmo a bola sendo conduzida muito mais com as mãos que com os pés. O mesmo ocorre, por exemplo, com o futebol gaélico e com o futebol americano - que, aliás, é conhecido nos Estados Unidos apenas como football, sendo o "nosso" futebol conhecido como soccer, contração da palavra "association", presente no nome oficial do esporte - FIFA, por exemplo, significa, em francês, "federação internacional de futebol association" - porque a primeira entidade a codificar suas regras foi a Football Association, que é tipo a CBF da Inglaterra.

Mas isso não tem nada a ver com o futebol americano universitário. O que tem a ver é que esses futebóis todos da Inglaterra do século XVIII eram jogados, principalmente, por estudantes em suas respectivas universidades. Muitos desses estudantes, por sua vez, se alistavam no exército, e eram enviados para as colônias britânicas. Por volta de 1860, um grupo desses soldados foi enviado ao Canadá, e levou consigo as regras do rugby. Logo o rugby se tornaria bastante popular nas universidades canadenses, e acabaria tendo suas regras adaptadas de acordo com o gosto e as necessidades dos alunos de lá. A mais importante dessas adaptações seria feita na Universidade de Toronto, em 1864: partindo das regras do rugby, dois alunos, Barlow Cumberland e Frederick Bethune criariam um conjunto de regras que seria adotado por praticamente todas as universidades da região.

Como Toronto fica bem perto dos Estados Unidos, logo o esporte chegaria também até lá. O primeiro jogo entre times de duas universidades diferentes ocorreria em 6 de novembro de 1869, em New Brunswick, Nova Jersey, entre a Universidade de Rutgers e a Universidade de Princeton, com vitória de Rutgers (os donos da casa) por 6 a 4. As regras eram completamente diferentes das do futebol americano que conhecemos hoje (e do rugby também, por um acaso), sendo até bem parecidas com as do futebol, mas, mesmo assim, esse é considerado como o primeiro jogo da história do futebol americano universitário, e Rutgers costuma se autodenominar The Birthplace of College Football - algo como "o local onde o futebol universitário nasceu". É por causa desse jogo, aliás, que o futebol americano se chama simplesmente football - nome importado da Inglaterra que acabou pegando entre os alunos universitários - ao invés de ganhar um nome próprio qualquer como o rugby.

O futebol americano da forma como é jogado hoje surgiria alguns anos mais tarde, em 1880, na Universidade de Yale. Walter Camp, aluno do curso de medicina e jogador do time de futebol, sugeriu várias mudanças nas regras adotadas na época pela universidade, que eram praticamente idênticas às do rugby. Foi Camp, por exemplo, quem criou o snap, o movimento com o qual o center entrega a bola para o quarterback passando-a por entre suas pernas; o safety, situação que confere dois pontos a um time que derrube um jogador adversário que tenha a posse de bola dentro de sua própria end zone; e detalhes como quantos pontos valiam o touchdown e o field goal, quantos jogadores deveria ter cada time, e como os jogadores ficariam arrumados no início de cada jogada, dentre outras.

Mas a modificação mais importante introduzida por Camp foi a linha de scrimmage: no rugby, um jogador que cai com a bola é obrigado a soltá-la, podendo outro de seu próprio time pegá-la e continuar jogando ou um adversário roubá-la; Camp modificou essa regra, fazendo com que o time que está atacando tenha posse indisputada da bola (ou seja, o adversário não pode pegá-la após o jogador cair), com a mesma sendo colocada, ao fim de cada jogada, sobre uma linha imaginária que corta o campo no sentido da largura, de onde começará a jogada seguinte. Além disso, uma regra do rugby da época (hoje ainda presente na versão do jogo conhecida como rugby league, mas não na mais famosa, conhecida como rugby union) determinava que os jogadores de um mesmo time só podiam ser derrubados quatro vezes seguidas (hoje, no rugby league, são seis) antes de serem obrigados a ceder a bola para o adversário - ou seja, nas três primeiras vezes em que os jogadores fossem derrubados, seu próprio time poderia recuperar a bola, na quarta, a bola iria automaticamente para o adversário. Camp também adaptou essa regra, dando a cada time quatro oportunidades para avançar dez jardas, que correspondiam a um décimo do comprimento total do campo; conseguindo, a posse de bola continuava com o mesmo time, não conseguindo, ela passaria no ponto onde estava para as mãos do adversário. Essas duas mudanças foram consideradas essenciais para a separação definitiva entre o futebol americano e o rugby, e Camp passou a ser considerado o "pai do futebol americano".

Vale dizer que, embora eu já tenha lido isso em alguns lugares, Camp não inventou a bola oval. Inventada pelo sapateiro Richard Lindon, ela já era usada na Inglaterra para o rugby desde 1870, por ser mais fácil de carregar do que a redonda, e passou a ser usada também nos Estados Unidos após um jogo da Universidade de Harvard contra a canadense Universidade McGill, em Québec, Canadá, onde as bolas usadas foram desse tipo. A bola de futebol americano é hoje diferente da de rugby porque o processo de fabricação era diferente - a de futebol americana era feita de uma bexiga de porco inflada, coberta de pele de porco e costurada com um cordão, enquanto a de rugby misturava couro e borracha - e hoje, mesmo sendo de borracha e materiais sintéticos, as bolas de futebol americano mantêm o mesmo design, inclusive com o "cordão" branco, hoje feito de borracha. Uma bola de futebol americano é da cor marrom, tem 30 cm de comprimento, 15 cm de largura no ponto mais largo, e pesa entre 400 e 430 g.

As regras criadas por Camp se tornaram um sucesso gigantesco, e logo passaram a ser adotadas por todas as universidades que tinham times de futebol americano. Junto com a popularidade, porém, a violência do jogo também aumentava - o estereótipo do futebol americano, onde um coitado pega a bola e é imediatamente soterrado por um bando de truculentos, era tristemente verdade nos primeiros anos, com muitos jogadores até chegando a morrer devido à violência dos choques contra os adversários. Preocupado com a questão, o presidente dos Estados Unidos na época, Theodore Roosevelt, organizou uma reunião, em 1906, na Casa Branca, com os líderes dos times das treze maiores universidades do país. Como eles não conseguiram chegar a um consenso quanto à melhor forma de coibir a violência, Roosevelt decidiu que a única forma de garantir a integridade física dos jogadores sem banir o jogo era através de um órgão regulador. Assim, ele criaria, naquele mesmo ano, a IAAUS, a Associação Atlética Intercolegial dos Estados Unidos, que seria responsável pela codificação das regras do esporte, pela organização dos campeonatos e por todas as ações necessárias para garantir a integridade física dos jogadores, bem como seu desenvolvimento acadêmico - ou seja, garantir que nenhum aluno se matriculasse na universidade apenas para fazer parte do time, jamais concluindo curso nenhum.

A IAAUS começaria responsável apenas pelo futebol americano, mas, nos anos seguintes, passaria a cuidar de praticamente todos os esportes universitários. Ela também seria responsável por duas importantes mudanças nas regras: a possibilidade de cada time poder fazer um passe para a frente por jogada - até então, como no rugby, os passes só podiam ser feitos lateralmente ou para trás - e a proibição das jogadas nas quais os jogadores atuavam "em bloco", mais ou menos como o maul do rugby, e que eram responsáveis pela maior parte das lesões e mortes.

Em 1910, a IAAUS mudaria de nome para aquele pelo qual ela é conhecida até hoje: NCAA, da sigla em inglês para Associação Atlética Universitária Nacional. Hoje, a NCAA regula nada menos que 23 esportes universitários (atletismo, basquete, beisebol, boliche, cross country, esgrima, esqui alpino, futebol, futebol americano, ginástica olímpica, golfe, hóquei, hóquei no gelo, lacrosse, luta olímpica, natação, polo aquático, remo, saltos ornamentais, softbol, tênis, tiro esportivo e vôlei), em um total de 89 campeonatos, sendo 42 masculinos, 44 femininos e 3 mistos, por ano (alguns esportes têm mais de um campeonato, de mais de uma Divisão, por isso há mais campeonatos que esportes). Curiosamente, a NCAA tem autonomia para modificar as regras dos esportes que regula, desde que essas modificações não alterem a essência do jogo - no vôlei, por exemplo, os sets são de 30 pontos e os líberos podem sacar, o que não acontece em torneios da FIVB, por exemplo. Raramente, pode ocorrer de essas mudanças da NCAA também serem adotadas oficialmente por outras entidades - foi a NCAA, por exemplo, quem primeiro exigiu o uso de capacetes e ombreiras para os jogadores de futebol americano; antes disso, eles usavam apenas toucas de couro, semelhantes às do rugby. E, algumas vezes, também ocorre de a NCAA não respeitar uma mudança introduzida pela federação internacional de um esporte - a FIBA mudou a contagem do tempo no basquete para quatro tempos de 10 minutos cada, mas a NCAA ainda usa a contagem antiga de dois tempos de 20 minutos cada.

É importantíssimo notar que a NCAA possui regras rígidas quanto à participação dos alunos nos jogos, exatamente para garantir o tal do desenvolvimento acadêmico. Para começar, embora os técnicos e outros profissionais ligados ao time, como roupeiros e massagistas, possam receber salários, os jogadores (conhecidos como student-athletes) não podem. Um atleta que receba qualquer tipo de salário ou compensação financeira (como direito de imagem) fica imediatamente impedido de jogar por qualquer universidade; a única exceção são as bolsas de estudo, cujo dinheiro deve ser usado integralmente para pagar a anuidade da universidade, professores particulares ou material escolar. Em segundo lugar, cada aluno só pode competir no máximo durante quatro anos - todos os cursos universitários nos Estados Unidos têm duração de quatro anos, com exceção dos chamados Junior Colleges, semelhantes ao nosso curso de tecnólogo, que duram dois. Como ter boas notas é pré-requisito para poder defender a universidade - alunos que sejam reprovados sucessivamente em alguma matéria acabam excluídos do time - supõe-se que nenhum deles vá levar mais que quatro anos para concluir o curso, mas essa regra existe mesmo assim para assegurar que uma universidade não "perdoe" as notas ruins de um aluno só porque ele é bom jogador. Outro ponto importante é que cada time tem um número máximo de atletas que podem receber bolsa de estudos por ano, para evitar que uma universidade consiga vantagem sobre as outras por oferecer bolsa a todos os melhores jogadores disponíveis.

Um aparte: todos os cursos nos Estados Unidos duram quatro anos, e, curiosamente, os alunos recebem apelidos de acordo com o ano em que estão: Freshman, Sophomore, Junior e Senior, respectivamente. Esses apelidos não se referem apenas aos esportes, sendo usados em toda a vida acadêmica (dizer "I'm a Senior", por exemplo, equivale a dizer que está cursando o último ano da universidade), com os atletas também costumando ser identificados por eles - aparecendo na tela, por exemplo, "John Smith, Sophomore".

Também é importante frisar que nem toda universidade filiada à NCAA compete em todos os esportes, sendo livre para escolher quais esportes oferecerá em seu programa, e que nem todas as universidades dos Estados Unidos são filiadas à NCAA - existe uma organização rival, a NAIA, Associação Atlética Intercolegial Nacional, que regula 12 esportes, incluindo, também o futebol americano; e a NJCAA, que tem como membros apenas Junior Colleges.

Mas o que nos interessa não é a NAIA nem a NJCAA, e sim a NCAA, pois é ela que organiza o torneio conhecido coloquialmente como college football - embora, teoricamente, o da NAIA também possa usar esse nome, já que o termo significa simplesmente "futebol americano universitário". Atualmente, a NCAA conta com 1.281 membros, dos quais 636 são universidades que oferecem o futebol americano para seus alunos. Como um torneio com 636 times seria bastante difícil de organizar, a NCAA decidiu dividir essa gente toda em três Divisões, conhecidas como Division I, Division II e Division III.

O critério de divisão (sem trocadilho) é puramente técnico: à Division I pertencem as universidades que têm o maior orçamento para a parte esportiva e oferecem o maior número de bolsas de estudo a seus alunos que desejam representá-la nos esportes - em outras palavras, aquelas que, na teoria, conseguiriam montar os melhores times, "colhendo" os melhores atletas nas escolas. Pertencem às Divisions II e III as demais universidades, estando a diferença no fato de que as da Division II oferecem bolsas de estudo a atletas, enquanto as da Division III, não. A "fama" de uma universidade não influencia em sua Divisão - universidades famosas como a Johns Hopkins e o MIT são Division III, pois não oferecem bolsas de estudo a atletas. Atualmente, a Division I conta com 252 universidades, a II com 171, e a III com as outras 213. A Division I também é subdividida em Division I FBS (de Football Bowl Season, antigamente chamada Division I-A), atualmente com 128 membros, e Division I FCS (de Football Championship Season, antigamente chamada Division I-AA), atualmente com 124. A subdivisão ocorreu em 1978, e, na época, não foi criada uma "Division IV" porque o critério para ambas as subdivisões é o mesmo; a única diferença é que as universidades da FBS têm o direito de participar dos bowls, enquanto as da FCS têm um sistema de jogos eliminatórios para determinar o campeão. Como o critério de divisão é técnico, não existe acesso nem descenso (o campeão da Division II não sobre para a I no ano seguinte, por exemplo), embora, ao final de cada ano, as universidades possam pedir uma "reavaliação" para mudar de Divisão.

Além de serem filiadas diretamente à NCAA, as universidades também são filiadas a Conferências - e as Conferências também são filiadas à NCAA, ou seja, também contam para o total de 1.281 membros, assim como laboratórios anti-doping e outras entidades que não são universidades. Uma Conferência é uma entidade particular sem fins lucrativos que atua como "facilitador" para as universidades, principalmente na parte financeira - ajudando com custos de viagem e conseguindo contratos para os jogos passarem na TV, dividindo o dinheiro com as universidades cujos times serão televisionados, por exemplo. Outra vantagem é que, durante a temporada regular, cada time tem de fazer 12 jogos; se a universidade for filiada a uma Conferência, oito desses jogos serão obrigatoriamente contra outros times da mesma Conferência (os chamados jogos intraconferência), o que garante uma tabela estável e uma melhor preparação para o ano. Os outros quatro jogos (os chamados interconferência) serão contra times de outras conferências, e aí a universidade pode "dar sorte" de pegar times fracos ou "azar" de pegar times fortes. No caso da Division I, times da FBS podem enfrentar times da FCS e vice-versa nos jogos interconferência.

As Conferências não são vinculantes, ou seja, uma universidade pode trocar de Conferência quando quiser, desde que a nova a aceite como membro - a maioria das Conferências usa um critério regional, então um time da Costa Leste dificilmente conseguirá se filiar a uma Conferência da Costa Oeste. Uma universidade não é obrigada a se filiar a uma Conferência - a Universidade de Notre Dame, uma das mais famosas dos Estados Unidos, tradicionalmente não é filiada a nenhuma - atuando como Independente, mas aí não terá o apoio financeiro e terá o risco de ter uma tabela mais difícil, pois todos os seus 12 jogos serão "interconferência". Também é importante frisar que uma universidade não precisa ser da mesma Conferência para todos os esportes (até porque algumas Conferências não atuam em todos os esportes), sendo perfeitamente possível, por exemplo, uma universidade ser filiada a uma Conferência para o futebol americano e a outra para outros esportes - Notre Dame, por exemplo, é Independente no futebol americano, mas membro da Hockey East para hóquei no gelo e da ACC para os demais esportes. Cada Conferência também só pode atuar em uma única Divisão, embora essa Divisão possa ser diferente de acordo com o esporte - uma mesma Conferência pode ser Division I no basquete e Division II no futebol americano, por exemplo. Como o critério para as duas subdivisões da Division I é o mesmo, mas as Conferências são diferentes, uma universidade FCS que queira passar a ser FBS não precisa pedir reavaliação à NCAA, basta conseguir se tornar membro de uma Conferência da FBS; após ser aceita, porém, ela ainda terá um "período provisional" de até três anos, durante os quais não poderá participar dos bowls.

Como cada time só enfrentará oito de seus rivais de Conferência, e apenas quatro dos mais de 100 adversários possíveis nos jogos interconferência, a NCAA desenvolveu uma fórmula, que faz com que a tabela de cada time seja diferente a cada temporada, e garante que os adversários interconferência não se repitam por vários anos seguidos. Como essa tabela não leva em conta a força dos adversários - o que nem seria possível, já que, como a filiação às Conferências é livre, pode ocorrer de uma Conferência ter apenas um time forte e vários fracos, o que fará com que os jogos intraconferência desse time forte sejam teoricamente fáceis - a NCAA desenvolveu um sistema interessante para evitar injustiças como, por exemplo, um time que teve adversários mais fracos terminar a temporada melhor colocado que um que teve adversários mais fortes: toda vez que for ocorrer um ranqueamento - "numerar" os times, do mais bem sucedido para o menos - não é levado em conta apenas o número de vitórias, mas fatores como a força dos oponentes de cada time, sua performance em cada jogo, resultados dos times contra oponentes comuns, e até mesmo uma votação dos melhores times de cada rodada, feita pela Associação dos Técnicos de Futebol Americano da América (AFCA). Isso faz com que o ranqueamento seja mais justo, mas também mais estranho: em 2014, por exemplo, a Universidade do Estado da Flórida terminou a temporada regular invicta, mas acabou ranqueada como número 3, atrás de dois times que tiveram uma derrota cada.

Também é interessante notar que, ao final da temporada regular, o time com mais pontos em cada Conferência é coroado campeão daquela Conferência. Caso a Conferência tenha 12 ou mais membros, a NCAA permite que eles sejam divididos em dois grupos (normalmente usando critérios geográficos, como Grupo Leste e Grupo Oeste); essa divisão não influencia os jogos intraconferência - não se dá prioridade a times do mesmo grupo - mas o campeão de um grupo deve enfrentar o do outro em um décimo-terceiro jogo para determinar o campeão da Conferência. Nas Divisions II e III, essa "final da Conferência" não conta para o ranqueamento, mas na Division I é levado em conta normalmente.

O campeonato da Division III conta com 30 Conferências, divididas nas Regiões Norte, Sul, Leste e Oeste - o que é feito para cortar custos, já que todos os jogos interconferência serão contra universidades de Conferências da mesma Região; pelo mesmo motivo, os Independentes também são divididos por Região. Também para cortar custos, e porque as Conferências da Division III costumam ter menos membros, na temporada regular cada time faz apenas 10 jogos, sendo 7 intraconferência. No final da temporada, os campeões de 24 das 30 conferências (determinadas por um comitê da NCAA, mas as mesmas desde 1973) se classificam automaticamente para os play-offs; os demais times, incluindo os campeões das seis outras conferências e os Independentes, são ranqueados. Os oito melhores segundo esse ranqueamento, independentemente de a qual Conferência pertençam, se juntam aos 24 campeões, para um total de 32 times.

Esses 32 times, então, são divididos em quatro grupos de oito times cada. Essa divisão não é feita por sorteio ou ranqueamento, mas pela NCAA seguindo critérios geográficos, para que os times não tenham de cruzar o país para enfrentar seus oponentes; um dos motivos é que, por regulamento, se o jogo for a mais de 800 Km da universidade visitante, a NCAA é quem paga o voo. Dentro desses grupos, então, os times são novamente ranqueados de 1 a 8 e pareados em jogos eliminatórios. A rigor, o 1 enfrenta o 8, o 2 enfrenta o 7, o 3 enfrenta o 6, e o 4 enfrenta o 5, mas a NCAA se reserva o direito de mudar os pares para que ninguém tenha de viajar mais de 800 Km. A partir de então é feito um chaveamento, que determinará quem enfrentará quem nas oitavas de final e nas quartas de final - que, a rigor, determinam o "campeão" de cada grupo de 8. A partir das oitavas de final, a NCAA não pode mais mudar os pareamentos, tendo de assumir o prejuízo se alguém for jogar longe. Os quatro campeões dos grupos se enfrentam nas semifinais, e os vencedores das semifinais, evidentemente, se enfrentam na final, que se chama Stagg Bowl.

As partidas da primeira rodada dos play-offs, as oitavas de final, quartas de final e semifinais são decididas em jogo único no estádio do time melhor ranqueado (de acordo com o ranqueamento de 1 a 8 feito para os play-offs). Como nas semifinais só resta um time de cada grupo, pode ocorrer de dois times com o mesmo ranqueamento se enfrentarem (tipo o time 1 de um grupo contra o time 1 de outro); nesse caso, a NCAA é quem decide onde será o jogo. O Stagg Bowl é sempre disputado em campo neutro; desde 1993 ele ocorre no Salem Football Stadium, na cidade de Salem, Virgínia (aquela das bruxas). Curiosamente, o Salem Football Stadium não pertence a uma universidade, mas ao Salem High School, uma escola de ensino médio. A atual campeã da Division III é a Universidade de Winsconsin em Whitewater, que ganhou em 2014 seu segundo título consecutivo de um total de 9. A maior vencedora é a Universidade de Mount Union, com 18 títulos.

O campeonato da Division II é semelhante. Conta com 15 Conferências, divididas por critérios geográficos em quatro Super Regiões (chamadas simplesmente de Super Região 1, 2, 3 e 4); os Independentes não fazem parte de nenhuma Super Região, e podem enfrentar times de qualquer uma das quatro nos jogos interconferência. Após a temporada regular, os times de cada Super Região são ranqueados, e se classificam para os play-offs os seis melhores de cada uma, independentemente de a quais Conferências eles pertençam, para um total de 24; um Independente pode "roubar" o lugar de um desses times caso tenha um ranqueamento melhor.

Uma vez que tenham sido ranqueados, os times de 3 a 6 de cada Super Região se enfrentam na primeira rodada, com o 3 enfrentando o 6, e o 4 enfrentando o 5. Nas oitavas de final, se o time 3 vencer, ele enfrentará o 2, e o vencedor de 4 x 5 enfrentará o 1; se o time 6 vencer, ele enfrentará o 1, e o vencedor de 4 x 5 enfrentará o 2 - assim, o melhor time, ranqueado como número 1, enfrentará sempre o pior "sobrevivente". As quartas de final servem como "final da Super Região", e os campeões de cada Super Região se enfrentam nas semifinais. Como na Division III, os jogos até as semifinais ocorrem sempre no estádio do time melhor ranqueado, com a NCAA escolhendo se houver empate. Os vencedores das semifinais se enfrentam na final, também sempre disputada em campo neutro - em 2014, após 29 anos disputada no Alabama, a final passou a ser no Sporting Park, de Kansas City, Kansas, estádio do time de futebol Sporting Kansas City, da Major League Soccer (MLS), principal liga profissional de futebol dos Estados Unidos. A atual campeã da Division II é a Universidade do Estado do Colorado em Pueblo, que conquistou esse ano seu primeiro título. A maior vencedora é a Universidade do Estado da Dakota do Norte com 5, mas que, desde 2003, não pertence mais à Division II, e sim à Division I FCS.

O campeonato da Division I FCS também usa um sistema de jogos eliminatórios para determinar o campeão. A temporada regular conta com 13 Conferências mais os Independentes, mas não é feito nenhum tipo de divisão regional. Duas das Conferências, curiosamente, por opção própria, não classificam nenhuma universidade para os play-offs: a Ivy League, que conta com as universidades mais antigas e de maior prestígio do país (Harvard, Dartmouth, Yale, Princeton, Brown, Pensilvânia, Cornell e Columbia; apenas Rutgers não faz parte desse grupo, por jogar na FBS) e a SWAC, que é composta de universidades criadas para atender à comunidade negra na época em que alunos negros não eram aceitos em todas as universidades, embora hoje em dia muitas delas já nem tenham uma maioria de alunos negros. A SWAC também é a única Conferência da FCS que divide seus times em dois grupos (mesmo contando com apenas dez membros) e realiza uma final entre os campeões de cada grupo, sendo o título de campeão da SWAC bastante prestigiado dentre seus membros.

Os campeões das outras 11 conferências se classificam automaticamente para os play-offs; os demais times, independentemente de a qual Conferência pertençam, são então ranqueados, e os 13 melhores também se classificam, para um total de 24. Na segunda fase, os times são novamente ranqueados, com os oito melhores estreando direto nas oitavas de final, e os demais 16 se enfrentando na primeira rodada. Quais times se enfrentarão na primeira rodada e quem enfrentará quem nas oitavas de final é decidido por sorteio, mas o chaveamento é feito de forma que, se os oito melhores ganharem seus jogos, nas quartas de final o 1 enfrentará o 8 e assim por diante, como na Division II. Como de costume, os jogos até as semifinais são disputados no estádio do time melhor ranqueado, e a final ocorre em campo neutro - desde 2010, ela ocorre no Toyota Stadium, na cidade de Frisco, Texas, estádio do FC Dallas, da MLS. A atual campeã da FCS é a Universidade do Estado da Dakota do Norte, que conquistou esse ano seu quarto título consecutivo, e a maior vencedora é a Universidade do Sul da Geórgia, com 6 títulos, mas que, em 2014, passou a jogar o campeonato da FBS.

Originalmente, o campeonato da Division I FBS não tinha qualquer forma de se determinar um campeão. Isso ocorria porque, ao invés de ter play-offs, a pós-temporada da FBS tem os bowls. A tradição dos bowls começou em 1902, quando a Tournament of Roses Association, responsável pela famosa Parada das Rosas, que ocorre no Dia de Ano Novo na cidade de Pasadena, Califórnia, decidiu patrocinar um jogo entre a universidade mais bem sucedida da Costa Oeste (o "campeão do oeste") e a da Costa Leste (o "campeão do leste"), valendo um prêmio em dinheiro. Quando a NCAA foi criada e passou a organizar o campeonato, esse jogo foi mantido, sempre no dia 1o de janeiro e valendo um prêmio em dinheiro, mas sem que fizesse parte do calendário da NCAA - em outras palavras, era uma espécie de amistoso, não um jogo oficial.

Até 1922, esse jogo era disputado em um estádio conhecido como Tournament Park, mas, como era um estádio pequeno, e a cada ano o jogo atraía mais e mais público, a Tournament of Roses Association decidiu construir um novo estádio, ao qual decidiu chamar de Rose Bowl. A palavra bowl, em inglês, significa "tigela", e o hábito de chamar estádios de futebol americano de bowls começou não com o Rose Bowl, mas com o Yale Bowl, o estádio da Universidade de Yale, que ganhou esse apelido justamente por ter formato de tigela. O Rose Bowl seria batizado em homenagem ao Yale Bowl, mas ele é que popularizaria o nome - graças ao Rose Bowl é que surgiram o Citrus Bowl, o Sugar Bowl e todos os outros bowls, inclusive o Super Bowl, a final do campeonato da NFL, que ganhou esse nome porque era o bowl mais importante de todos.

O Rose Bowl permaneceu o maior evento da pós-temporada do college football até a década de 1930, quando outras cidades começaram a imitá-lo de olho no turismo: em 1935 surgiriam o Sugar Bowl (disputado em Nova Orleans, Louisiana), o Sun Bowl (em El Paso, Texas) e o Orange Bowl (em Miami, Flórida); em 1937 seria a vez do Cotton Bowl (em Dallas, Texas), em 1945 o Gator Bowl (em Jacksonville, Flórida, atualmente chamado TaxSlayer Bowl por razões contratuais de patrocínio), em 1946 o Citrus Bowl (em Orlando, Flórida), em 1959 o Liberty Bowl (em Memphis, Tennessee), em 1968 o Peach Bowl (em Atlanta, Geórgia), em 1971 o Fiesta Bowl (em Glendale, Arizona), e em 1976, no bicentenário da independência dos Estados Unidos, o Independence Bowl (em Shreveport, Louisiana). Depois disso, os bowls se multiplicariam como coelhos, e hoje já temos 39 deles, a maioria nomeada conforme o patrocinador, como o Outback Bowl e o Famous Idaho Potato Bowl. Tradicionalmente, os bowls são disputados em locais quentes, a maioria no sul dos Estados Unidos, pois eles sempre são disputados nas últimas semanas de dezembro ou nos primeiros dias de janeiro, quando no norte já há muito frio e neve, o que prejudicaria não só o jogo mas também a ida dos torcedores para lá. Rose Bowl, Sugar Bowl, Orange Bowl, Cotton Bowl, Fiesta Bowl e Peach Bowl são considerados os mais importantes, e vencê-los - principalmente o Rose Bowl - confere mais prestígio do que vencer os demais - embora vencer qualquer bowl seja considerado uma grande honra para as universidades.

Por mais carisma e importância que os bowls tenham, porém, eles ainda são, na essência, amistosos - até 2002 eles não eram considerados parte do campeonato, e o desempenho dos atletas neles nem era incluído nas estatísticas de suas carreiras. Um dos fatores para isso é que quem escolhe quais times vão participar dos bowls são os organizadores dos próprios bowls - o Rose Bowl, por exemplo, é um embate entre o campeão da Conferência Big Ten contra o campeão da Conferência Pacific-12. Originalmente, apenas times que não tivessem campanhas negativas (mais derrotas que vitórias) na temporada regular podiam participar dos bowls, mas, como hoje são muitos bowls, até mesmo os de campanha negativa, dependendo de sua colocação final na Conferência, acabam convidados - como a Universidade do Estado da Califórnia em Fresno, que, em 2014, teve 6 vitórias e 7 derrotas, mas, mesmo assim, foi primeira no Grupo Oeste e vice-campeã da Conferência Mountain West, o que lhe garantiu um convite para o Hawaii Bowl. Embora os bowls tradicionalmente envolvam times de Conferências, os Independentes também podem participar: Notre Dame possui um acordo com a ACC para participar de bowls que envolvam times dessa Conferência - em 2014, disputou o Franklin American Mortgage Music City Bowl (pois é) - e a Universidade Brigham Young (BYU), também independente, foi convidada para jogar o Miami Beach Bowl contra o campeão da AAC (AAC e ACC são Conferências diferentes, não foi erro de digitação) devido a seu bom desempenho na temporada regular (8 vitórias e 4 derrotas).

Como os bowls coroam apenas o campeão de cada bowl, e não um campeão geral, a NCAA decidiu determinar um sistema para que esse campeão fosse escolhido. Em 1936, ela começaria a usar um sistema de votações, envolvendo técnicos, jornalistas esportivos, jogadores profissionais e outras autoridades no assunto, que escolheriam qual teria sido o melhor time da temporada. Esse sistema foi usado durante anos, e sempre foi alvo de muitas críticas, principalmente por não ser muito preciso ou confiável - de fato, em muitas temporadas uma universidade não concordou com a escolha e clamou para si o título, sem que ninguém conseguisse decidir quem realmente foi o campeão desse ano. Por causa disso, definir quantos títulos cada universidade realmente tem na FBS é bastante difícil.

Após muitos e muitos anos de reclamações e críticas, incluindo alguns nos quais as universidades tentaram inventar uma final por conta própria, no final dos anos 1990 a NCAA finalmente se rendeu, e concordou em criar um jogo para determinar o campeão. Ao invés de um sistema de play-offs, porém, ela criaria um jogo único disputado em campo neutro, o BCS National Championship Game (BCS significando Bowl Championship Series). O critério era bem simples: usando seu sistema de ranqueamento, a NCAA determinaria quais foram os dois melhores times da temporada, ranqueados como número 1 e número 2. Esses dois times se enfrentariam no BCSNCG, e o vencedor seria o campeão. A primeira edição do BCSNCG ocorreria em 1998.

Esse sistema, porém, também foi alvo de muitas críticas, não somente porque muitos não concordavam com a escolha dos dois "finalistas", mas também porque apenas dois times para decidir um título era muito pouco. Então, após mais alguns anos ouvindo reclamações, em 2012 a NCAA novamente se rendeu, e aumentou os play-offs um pouquinho: a partir da temporada de 2014, ao invés de os dois times melhor ranqueados se classificarem, se classificariam os quatro melhores. O 1 enfrentaria o 4 enquanto o 2 enfrentaria o 3 nas semifinais, e os dois vencedores fariam a final.

Diferentemente do que ocorre nas outras divisões, na FBS as semifinais não são disputadas no estádio do time melhor ranqueado: a NCAA determinou que os seis bowls mais famosos, citados ainda há pouco, se revezarão como semifinais. Nessa temporada, foram o Rose Bowl e o Sugar Bowl; ano que vem, serão Orange Bowl e Cotton Bowl; no seguinte, Fiesta Bowl e Peach Bowl; e aí Rose Bowl e Sugar Bowl de novo, e assim sucessivamente. A NCAA também determinou que a final se chamaria College Football Playoff National Championship Game, e que seu local seria escolhido com dois anos de antecedência, com qualquer estádio com capacidade superior a 65.000 espectadores podendo se candidatar, desde que a final não seja na mesma cidade que sediou uma semifinal. A final desse ano, que ocorre daqui a pouco, será no AT&T Stadium, em Arlington, Texas, estádio dos Dallas Cowboys da NFL, entre a Universidade do Oregon, que tenta seu primeiro título, e a Universidade do Estado de Ohio, que tenta o oitavo, segundo desde que foi criada a final.

No papel, a maior vencedora da FBS é a Universidade de Princeton, com 28 títulos (mas o último conquistado em 1950), seguida da Universidade de Yale, com 27 (mas o último ainda mais longe, conquistado em 1927). Como todos esses títulos foram "conquistados" através de votação, muitos deles são contestados por rivais. A terceira colocada em títulos é a Universidade do Alabama, que tem 15, três deles conquistados desde que foi criada a final.

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