segunda-feira, 4 de julho de 2011

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Kirby (II)

Hoje daremos prosseguimento ao post com os jogos estrelados por Kirby, começando por sua estreia no mundo da terceira dimensão!

Kirby 64Lançado em 2000 para o Nintendo 64, Kirby 64: The Crystal Shards (Hoshi no Kirby 64 no Japão) ainda era um jogo de plataforma tradicional, mas com gráficos poligonais em 3D - estilo que, mais tarde, ganharia o apelido de "2,5D". O vilão era mais uma vez Dark Matter, que, agora, decidiu ameaçar outro planeta, chamado Ripple Star, habitado por fadas. Durante o ataque de Dark Matter, uma dessas fadas, Ribbon, tentou fugir do planeta levando seu maior tesouro, o Grande Cristal, para escondê-lo e protegê-lo. O vilão, entretanto, percebeu e a atacou, fragmentando o cristal. Ribbon caiu em Pop Star, onde foi acolhida por Kirby, que decidiu ajudá-la. Caberá a Kirby encontrar o fragmento que caiu em Pop Star, então visitar quatro outros planetas vizinhos atrás de mais fragmentos, e chegar até Ripple Star para remontar o cristal, o que dará acesso a Dark Matter e à luta final. Curiosamente, em sua aventura Kirby contará com a ajuda de Adeleine, Waddle Dee e King Dedede, que o ajudarão a vencer os obstáculos e recuperar os fragmentos.

Além da ajuda dos ex-vilões, Kirby conta com sua já característica habilidade de engolir inimigos para ganhar seus poderes, que agora conta com uma novidade: Kirby pode combinar dois poderes para resultar em um poder maior - combinando o poder da flecha com o do fogo, por exemplo, Kirby se torna capaz de lançar flechas incendiárias. Ao todo, o jogo traz sete poderes diferentes, que resultam em 35 combinações - isso porque você pode combinar qualquer poder com ele mesmo, para aumentar sua força. Kirby 64 é para um único jogador, mas traz três minigames que podem ser jogados por até quatro: 100-Yard Hop é um estranho jogo de corrida no qual se deve correr pulando, Bumper Crop Bump é uma competição para ver quem consegue recolher mais frutas que caem das árvores, e Checker Board Chase é disputado em um tabuleiro de xadrez cujas casas podem ser removidas para que os oponentes caiam, sendo vencedor quem sobrar no tabuleiro por último.

Ainda em 2000, Kirby chegaria ao Game Boy Color com um dos jogos mais curiosos de seu catálogo: Kirby Tilt n' Tumble (Korokoro Kirby, algo como "Kirby Deita e Rola", no Japão). Mais uma vez, o pobre Kirby é feito de bola, e deve rolar por oito mundos de quatro fases e um chefe cada, recolhendo estrelas para passar de fase e deter, mais uma vez, os planos sórdidos de King Dedede. A curiosidade do jogo fica por conta de que o jogador não usa o direcional para controlar Kirby, e sim o próprio Game Boy Color: inclinando o portátil, Kirby rola na direção "do chão", como se o videogame fosse uma bandeja e ele estivesse sobre ela; jogando o GBC para cima rapidamente, Kirby pula. Para permitir essa jogabilidade, o cartucho de Kirby Tilt n' Tumble tinha um acelerômetro embutido, o que fazia com que ele fosse maior (e mais caro) que um cartucho comum. Por causa disso, curiosamente, se alguém tentar jogar Kirby Tilt n' Tumble em um Game Boy Advance SP, terá de fazer os movimentos todos invertidos, já que no Game Boy Color o encaixe do cartucho fica no canto superior, enquanto no Advance SP o encaixe é no canto inferior, o que faz com que o acelerômetro fique de cabeça para baixo.

Falando em Game Boy Advance, Kirby faria sua estreia nesse portátil em 2002, com o lançamento de Kirby: Nightmare in Dream Land (Hoshi no Kirby: Yume no Izumi Deluxe, "Kirby das Estrelas: Fonte dos Sonhos Deluxe", no Japão). Nightmare in Dream Land não é um jogo novo, mas um remake de Kirby's Adventure, do NES, no mesmo estilo de Super Mario Advance, com novos gráficos e música remixada, além da adição de alguns minigames - inclusive um no qual se pode jogar com Meta Knight - e de um modo para até quatro jogadores simultâneos, no qual cada um controla um Kirby de uma cor diferente.

Em 2003, Kirby faria sua estreia em mais um videogame diferente, o GameCube, com o lançamento de Kirby Air Ride, um jogo de corrida inicialmente previsto para o Nintendo 64, mas adiado devido a inúmeros problemas na produção. Masahiro Sakurai, o criador de Kirby, inclusive, ficou extremamente insatisfeito com a forma como a Nintendo se intrometeu no desenvolvimento do jogo, e acabou pedindo demissão após seu lançamento, o que acabou resultando no cancelamento de um segundo jogo, este de plataforma, para o GameCube, que acabou ficando mesmo só com um jogo de Kirby.

Kirby Air Ride é um jogo extremamente simples. Para começar, o jogador não precisa fazer nada para que o veículo no qual Kirby está se mova para a frente; o direcional analógico é usado para o veículo ir para os lados, e um mesmo botão é usado para todo o resto: freio, turbo, sugar inimigos que aparecem nas pistas, engoli-los e usar seus poderes. Cada corrida permite até quatro participantes, todos no mesmo GameCube ou usando até quatro GameCubes diferentes, através de um adaptador de rede lançado pela Nintendo. A princípio, cada um controla um Kirby de uma cor diferente, mas, cumprindo certos requisitos do jogo, pode-se liberar Meta Knight (que não usa veículo nenhum, mas sim voa pela pista) e King Dedede (que corre de bicicleta), além de novos veículos para Kirby e pistas secretas.

Kirby Air Ride tem três modos de jogo. O principal também se chama Air Ride, no qual de dois a quatro jogadores podem competir para ver quem cruza a linha de chegada primeiro em oito pistas diferentes disponíveis desde o início e uma secreta. As corridas podem ser por número de voltas - que podem ser escolhidas pelo jogador entre 1 e 99 ou deixadas a cargo do computador, com cada pista tendo um número de voltas diferente - ou por tempo, com o jogador que cruzar a linha de chegada primeiro após o tempo se esgotar sendo o vencedor. Air Ride também pode ser jogado por um único jogador, com o objetivo de concluir uma volta ou a corrida no menor tempo possível.

As corridas no modo Air Ride são vistas por de trás do personagem, como em Mario Kart, mas, no segundo modo de jogo, Top Ride, elas são vistas de cima. Top Ride conta com sete pistas diferentes, que podem ser jogadas por de dois a quatro jogadores com o objetivo de completar um número pré-estabelecido de voltas antes dos demais, ou por um único jogador visando completar uma volta ou uma corrida no menor tempo possível. A principal característica do modo Top Ride, entretanto, são seus controles: estão disponíveis apenas dois veículos, sendo que o vermelho é controlado pelo direcional, enquanto o azul é controlado inclinando o joystick.

Finalmente, há o modo City Trial, uma espécie de story mode, no qual Kirby começa com um veículo bem furrequinha e, enquanto corre em uma imensa cidade (passando também por florestas, cavernas e vulcões), recolhe itens que aprefeiçoam o veículo, lida com eventos como chuvas de meteoros, e tem de enfrentar inimigos como Dyna Blade. A corrida possui vários objetivos secundários para serem cumpridos, além de se chegar ao final antes dos demais competidores.

Em 2004, Kirby voltaria ao Game Boy Advance em Kirby & The Amazing Mirror (Hoshi no Kirby: Kagami no Daimeikyuu, "Kirby das Estrelas: O Grande Labirinto do Espelho", em japonês). Esse é o único jogo de Kirby no qual King Dedede não aparece; o vilão da vez é Dark Meta Knight, uma cópia maligna de Meta Knight criada através do reflexo de emoções malignas no Mundo Espelho. Antes que essas emoções destruam toda Dream Land, Kirby deve viajar até o Mundo Espelho e derrotar o vilão.

Kirby & the Amazing MirrorKirby & The Amazing Mirror traz de volta os chapéus que adornam a cabeça de Kirby cada vez que ele ganha um poder, além de um modo cooperativo para até quatro jogadores, cada um controlando um Kirby de cor diferente; curiosamente, estes kirbies coloridos estão presentes também no modo de um jogador, controlados pelo computador, e, em determinados momentos, Kirby pode pedir sua ajuda. Ao todo, o jogo tem nove mundos, cada um com um chefe, e mais a batalha contra Dark Meta Knight; a maior novidade aqui é que esses mundos não são lineares, mas compostos de vários caminhos ligados por espelhos que funcionam como portais, mais ou menos como Megaman ZX. Isso significa que Kirby pode explorar os mundos livremente, indo e voltando quando quiser, e precisando adquirir certos poderes ou resolver certos quebra-cabeças para alcançar determinadas áreas do jogo. Além de ganhar poderes engolindo inimigos, em determinados momentos do jogo Kirby pode encontrar copy pedestals, que lhe darão acesso aos poderes a qualquer momento. Finalmente, o jogo conta com quatro minigames, a maioria repetido de outros jogos da série, nos quais de um a quatro jogadores podem participar.

No ano seguinte, 2005, Kirby estrearia no Nintendo DS, com Kirby: Canvas Curse (lançado como Touch! Kirby no Japão e Kirby: Power Paintbrush na Europa). Como era de se esperar, o jogo faz amplo uso da touchscreen e da canetinha, tanto que, apesar de ser um jogo de plataforma, o jogador não controla Kirby com o direcional e os botões, mas com esses dois elementos. Mais uma vez, Kirby assume seu modo de bola, e deve rolar pelas fases; para ajudá-lo, o jogador pode usar a canetinha para desenhar rampas e pontes ou clicar sobre Kirby, o que faz com que ele dê uma pequena corrida. Desenhar as rampas e pontes gasta um suprimento de tinta, que recarrega automaticamente, mais rápido se Kirby estiver em contato direto com o chão do que se estiver no ar ou sobre uma rampa ou ponte. Rampas e pontes desaparecem sozinhas após algum tempo, mais rápido se outra rampa ou ponte já tiver sido desenhada.

Em relação aos inimigos, o jogador pode desenhar muros para proteger Kirby deles e de seus ataques, ou então clicar sobre eles para atordoá-los e deixar Kirby rolar para esmagá-los ou impusioná-lo para que ele os atropele com uma corrida. Alguns inimigos, quando destruídos, dão a Kirby novos poderes que substituem a corridinha, ou seja, são acessados clicando em Kirby. Ao todo, o jogo possui sete mundos de três fases e um chefe cada, mais uma batalha contra o último chefe, Drawcia, uma entidade que veio de outra dimensão e transformou Dream Land em um mundo de tinta. Kirby, para reverter o processo, a segue até sua dimensão, onde o jogo acontece. Enquanto a ação ocorre na touchscreen, a tela de cima é usada para mostrar mapas e outros detalhes.

Canvas Curse seria o primeiro de três jogos de Kirby lançados para o DS; o segundo seria lançado em 2006, com o nome de KIrby: Squeak Squad nos Estados Unidos, Kirby: Mouse Attack na Europa e Hoshi no Kirby: Sanjo! Daroach Dan ("Kirby das Estrelas: Chamando a Gangue Daroach!") no Japão. Curiosamente, este é um jogo de plataforma mais tradicional, com pouco uso da touchscreen, e não foi desenvolvido pela HAL, mas por duas softhouses pequenas, a Flagship e a Natsume.

Desta vez, os vilões são um grupo de ratos conhecidos como Squeaks, liderados por um rato de nome Daroach (por isso eles são a Gangue Daroach no original japonês). Kirby começa a enfrentar os Squeaks porque eles roubam uma torta de morango que ele iria comer, mas Daroach também havia roubado um baú que contém um inimigo terrível aprisionado, e não pode ser aberto sob hipótese nenhuma. Ganha uma torta de morango quem adivinhar se o baú foi aberto ou não.

Squeak Squad tem sete mundos de cinco fases e um chefe cada, mais um oitavo mundo de três fases e o último chefe. Kirby tem sua habilidade original de engolir inimigos para ganhar seus poderes, e, assim como em Kirby 64, pode combinar alguns deles entre si para que resultem em poderes diferentes. Curiosamente, alguns itens também podem ser combinados para resultar em um item mais poderoso, e há um item novo, um pergaminho, cuja função é amplificar os efeitos do poder que Kirby está usando na hora em que o pegou. Outra curiosidade do jogo é que Kirby pode armazenar diversos itens em seu estômago, podendo descartar alguns deles para fazer espaço para novos itens se for preciso.

O terceiro jogo lançado para o DS, Kirby Super Star Ultra (Hoshi no Kirby Ultra Super Deluxe no Japão), de 2008, é um remake de Kirby Super Star do Super Nintendo, com novos gráficos, novas cut scenes e seis novos jogos. Três são minigames, para até quatro jogadores cada, e fazem uso da touchscreen: em Snack Tracks, comida está vindo por esteiras rolantes, e o vencedor será aquele que comer mais, evitando os itens não-comestíveis. Em Card Swipe, o jogador deve memorizar figuras em cartas dispostas sobre uma mesa, que então são viradas com a face para baixo; quando uma carta aparecer no topo da tela, o primeiro a clicar na carta virada com a mesma figura ganha pontos. E Kirby on the Draw é uma galeria de tiro onde figuras devem ser clicadas com a canetinha, com o jogador ganhando pontos por clicar em inimigos e perdendo ao clicar em comida e outros itens.

Além desses minigames, há três novos jogos de plataforma, mas não muito originais: Revenge of the King é uma versão mais difícil de Spring Breeze; Meta Knightmare Ultra usa fases de diversos jogos do original, e tem Meta Knight como personagem controlado pelo jogador ao invés de Kirby; e Helper to Hero é uma versão de Arena na qual o jogador joga com os ajudantes que Kirby pode recrutar, e não com o próprio Kirby.

O mais recente jogo de Kirby foi lançado em 2010 para o Wii. Kirby's Epic Yarn (Keito no Kirby, "Kirby de Linha", no Japão) leva Kirby para um novo mundo, Patch Land, onde tudo é feito de pano: o céu é de tecido, os habitantes são de linha, e muitos botões, fios de lã e zíperes enfeitam a paisagem. Patch Land é governada pelo Príncipe Fluff, mas está sob o jugo do feiticeiro Yin-Yarn, que tricotou várias ameaças que o ajudaram a dominar tudo. Kirby se envolve na história quando Yin-Yarn decide dominar também Dream Land, invadindo-a e teletransportando Kirby para Patch Land através de uma meia mágica.

Kirby's Epic Yarn


Ao chegar a Patch Land, Kirby se torna feito de linha, como os demais habitantes do local. Isso faz com que ele se torne incapaz de sugar inimigos ou ar para voar, já que o ar passa através de seu corpo. Em compensação, Kirby ganha um novo poder, um chicote de linha com o qual pode desfiar inimigos, enrolá-los em um novelo que então arremessa, e agarrar itens do cenário como zíperes e botões, que lhe dáo acesso a locais inacessíveis pelos meios normais. Kirby também ganha a habilidade de se transformar em vários objetos, como um paraquedas para cair mais lentamente, um carro para correr mais rápido ou um submarino para navegar na água. Em algumas fases, itens especiais transformam Kirby em tanque, locomotiva, disco voador e outros veículos, cada um com habilidades próprias necessárias para que ele avance. Curiosamente, Kirby nesse jogo também é imortal: durante as fases, ele pode ir recolhendo contas, que servem como dinheiro e para ganhar certos itens secretos; se for atingido por um inimigo ou cair em um buraco, Kirby simplesmente perde uma determinada quantidade de contas, não perdendo vidas jamais.

Kirby's Epic Yarn foi desenvolvido pela softhouse Good-Feel, e, originalmente, não seria um jogo de Kirby, mas um jogo novo chamado Keito no Fluff, no qual o Príncipe Fluff tentaria salvar Patch Land de Yin-Yarn. Foi sugestão da Nintendo adaptar o jogo para que Kirby fosse o protagonista, e, quando a Good-Feel aceitou, a HAL se envolveu no projeto como co-desenvolvedora. O Príncipe Fluff acabou mantido no jogo, e, além de conversar com Kirby no modo de um jogador, pode ser usado pelo segundo jogador em um modo cooperativo - no qual ambos jogam a mesma fase ao mesmo tempo.

Kirby's Epic Yarn tem sete mundos de quatro fases comuns, duas fases secretas e um chefe cada, mais um mundo inicial com uma fase feita para o jogador se acostumar com os controles. Ao longo do jogo, Kirby também pode fazer amigos que lhe propõem desafios, como revisitar uma fase recolhendo um número pré-determinado de contas ou destruindo uma certa quantidade de inimigos antes que um tempo escolhido pelo amigo se esgote - no total, há nada menos que 100 desafios destes. Além disso, o jogo tem um lado mais relax, oferecendo ao jogador vários itens de valor apenas estético, que podem ser colecionados como em um álbum de figurinhas. Kirby's Epic Yarn é até hoje o jogo mais elogiado de Kirby, a cereja num bolo que começou muito bem - Kirby's Dream Land e Kirby's Adventure também renderam fartos elogios - mas que, para alguns, vinha se desgastando.

Graças a esse sucesso, já está previsto um novo jogo de Kirby, cujo título provisório é apenas Kirby, para ser lançado ainda esse ano para o Wii. Este seria o jogo do GameCube que foi cancelado após a demissão de Sakurai, no qual a HAL voltou a trabalhar após o sucesso de Kirby's Epic Yarn. Tudo o que se sabe sobre esse jogo é que, assim como Kirby 64, ele terá gráficos 3D em um ambiente 2D; assim como em Kirby's Dram Land 2 e 3 Kirby terá companheiros animais que poderão carregá-lo; e, como novidade, Kirby poderá sugar mais e mais inimigos enquanto já estiver com alguns na boca, juntando-os até criar uma estrela gigantesca que, então, poderá cuspir. Mais que isso não foi divulgado.

Para quem começou como um tapa-buraco em um jogo em desenvolvimento, até que é uma bela carreira.

Kirby

Parte 2

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