sábado, 12 de janeiro de 2008

Escrito por em 12.1.08 com 2 comentários

Pica-Pau

Quando eu era criança, não existiam canais a cabo que passavam desenhos animados 24 horas por dia; o mais perto que tínhamos disso era o SBT, que passava um programa infantil atrás do outro, das primeiras horas da manhã até o finalzinho da tarde, então a chance de que a qualquer hora que você ligasse a televisão estivesse passando um desenho era bem grande. Mesmo sem um canal especializado, porém, tínhamos dezenas de desenhos no ar, em uma espécie de luta pelo ibope que levava os canais a tentar adquirir sempre as últimas novidades - infelizmente, nem todas elas boas - mantendo as pobres crianças ligadas em sua programação ao invés de na da concorrente. E, mesmo com todas as "novidades" sendo exibidas diariamente, você pode confirmar com qualquer criança dos anos 80 que um dos melhores desenhos que podíamos assistir na época era o Pica-Pau, que já era bem velho quando o conhecemos.

Claro que o sucesso do Pica-Pau não é nenhum assombro - como bem disse um amigo meu, seus desenhos devem estar dentre os mais criativos jamais feitos - mas ainda assim é curioso que ele tenha conseguido derrotar a pesada concorrência da época, sendo tão bem sucedido ao ponto de frases como "vodu é pra jacu", "ei, moço, podemos brincar por aqui", "e lá vamos nós" e tantas outras terem ficado gravadas para sempre na mente das crianças da época. Sério, pergunte a alguém uma frase memorável do He-Man ou dos Thundercats, vamos ver se alguém se lembra (só não vale a musiquinha do Gorpo com a Drielle).

Mesmo sendo um desenho de tanto sucesso - inclusive é exibido até hoje, agora na Record - alguns fatos sobre o Pica-Pau permanecem desconhecidos da população em geral. Há quem ache, por exemplo, que o desenho era produzido para a televisão, ou que os episódios mais novos eram da própria década de 80, com apenas aqueles do "Pica-Pau Maluco" sendo mais antigos. Para estas pessoas, pode ser incrível descobrir que ambas as assertivas anteriores são falsas. Portanto, para trazer ao mundo algumas verdades sobre a vida do pássaro de cabeça vermelha e risada engraçada mais querido dos desenhos animados, hoje no átomo teremos um post dedicado ao Pica-Pau! Como se vocês já não soubessem disso...

he he he HE he!Apesar de seu sucesso no Brasil ser "recente" (coisa de uns 20 ou 30 anos), o Pica-Pau é um desenho velho, bem velho. Sua primeira aparição se deu em um desenho de Andy Panda, chamado Knock Knock (Pica-Pau Ataca Novamente em português, embora eu não saiba como alguém pode "atacar novamente" em seu primeiro episódio), em 25 de novembro de 1940, há pouco mais de 67 anos, portanto. Sua origem é um tanto obscura: seu criador, o cartunista e animador Walter Lantz, afirmava ter tido a idéia para o personagem durante sua lua-de-mel, quando um pica-pau irritante não deixava que ele e sua esposa dormissem em um chalé que haviam alugado. Quando o pássaro finalmente foi embora, começou a chover, e aí o casal Lantz descobriu que o pica-pau havia aberto um monte de furos no telhado do chalé, por onde a água da chuva começou a entrar, arruinando a noite de vez. Grace Stafford, a esposa de Walter, então teria dado a idéia para que o marido criasse um pica-pau irritante para figurar em seus desenhos, e assim teria nascido o Pica-Pau, que em inglês tem nome e sobrenome, Woody Woodpecker (woodpecker significa "pica-pau", e wood significa "madeira", sendo que Woody é o apelido para quem se chama Woodrow nos Estados Unidos). Esta história, porém, tem um furo maior que aqueles que o pica-pau teria feito no teto do chalé: Walter e Grace não eram casados na época em que o Pica-Pau fez sua estréia nos desenhos animados - eles realmente se casaram em 1940, mas depois que o desenho já havia estreado.

Seja como for, a verdade é que o final da década de 30 e o início da de 40 foram prolíficos em apresentar ao mundo personagens amalucados, cuja única função na vida era irritar seus coadjuvantes, e muitas vezes também o espectador. Lantz já produzia desenhos com seus próprios personagens, como o próprio Andy Panda, mas nenhum deles era amalucado o suficiente. Não importa de onde veio a inspiração, mas o fato é que um dia Lantz pediu a um de seus colaboradores, Ben Hardaway, que esboçasse um pica-pau amalucado para estrelar um desenho, e, gostando do resultado, o teria incluído no tal desenho de Andy Panda para "testá-lo".

O Pica-Pau deste primeiro desenho é conhecido por muitos hoje como "Pica-Pau Maluco": com pés enormes e grandes olhos verdes que giram e de vez em quando olham em direções opostas, língua ocasionalmente para fora e dentes brotando de seu bico, ele não deixava nenhuma dúvida sobre ser mentalmente instável, e atazanou Andy e seu pai, Papa Panda, até o pequeno panda conseguir colocar sal em seu rabo, quando foi levado para um hospício. Fosse hoje em dia, talvez esta criatura irritante teria sido execrada pelos críticos, mas, como eu já disse, personagens loucos de pedra estavam na moda, então o Pica-Pau foi um enorme sucesso, e ganhou sua própria série.

Para a TV? Claro que não! Era 1940, lembram? Tanto os desenhos do Andy Panda como os primeiros do Pica-Pau eram produzidos para o cinema, e distribuídos pelos estúdios Universal. Hoje pode parecer estranho que alguém fosse ao cinema para assistir a um desenho de seis minutos, mas naquela época era superdivertido. Produzir um desenho para o cinema em 1940, porém, era bastante complicado, de forma que só eram lançados uns três ou quatro desenhos do Pica-Pau por ano.

O Pica-Pau Maluco atazana Andy PandaO primeiro desenho protagonizado pelo Pica-Pau estreou em 1941, dirigido pelo próprio Walter Lantz, com o Pica-Pau dublado por Mel Blanc, talvez o maior dublador da história, responsável ao longo de sua carreira pelas vozes de praticamente todos os personagens dos Looney Tunes, além de muitos outros da Hannah-Barbera. Blanc, porém, só dublou os quatro primeiros episódios, devido a um contrato de exclusividade que firmou com a Warner Bros; nos episódios seguintes, o Pica-Pau seria dublado pelo próprio Ben Hardaway, que também o desenhava. A saída de Blanc, porém, gerou um mal-estar entre ele e Lantz: Blanc alegava ter criado a famosíssima risada que se tornaria a marca registrada do Pica-Pau - em um episódio anterior de Looney Tunes, inclusive, Hortelino dá uma risada até bem parecida - mas Lantz dizia que a risada havia sido criada por ele, baseada no canto do pica-pau verdadeiro.

O Pica-Pau manteria seu visual "maluco" apenas em seus nove primeiros episódios, os três de 1941 (dirigidos pelo próprio Walter Lantz e dublados por Mel Blanc), mais três em 1942 e três em 1943 (estes dirigidos por Alex Lovy e dublados por Hartaway). Em 1944, os animadores Emery Hawkins e Art Heinemann assumiram a produção, e decidiram dar um trato ao pássaro, para que ele ficasse com uma aparência menos demente e mais simpática, algo que já havia ocorrido com os personagens da Warner (como o Pernalonga) e da MGM. O primeiro desenho a mostrar o Pica-Pau com seu novo visual foi O Barbeiro de Sevilha, de 1944. Apesar da nova aparência, o diretor Shamus Culhane se recusou a "domesticar" o Pica-Pau, mantendo seu comportamento tresloucado. O episódio seguinte, O Doido da Praia, inclusive, traria a estréia do personagem que viria a ser o maior alvo das maluquices do pássaro, a morsa Leôncio (que em inglês se chama Wally Walrus, sendo que walrus significa "morsa").

Culhane ao todo dirigiria dez desenhos do Pica-Pau, três de 1944, quatro de 1945 e três de 1946. Ainda em 1946, ele passaria a direção a Dick Lundy, que havia trabalhado na Disney. Lundy foi o responsável por amansar o personagem, que de um lunático encrenqueiro passou a só se defender quando atacado - e é claro que em cada episódio haveria alguém para atacá-lo, para que ele pudesse aprontar das suas. O primeiro episódio dirigido por Lundy seria Hora do Banho, de 1946. Ele ainda dirigiria mais seis lançados em 1947, o último ano do contrato de Lantz com a Universal, que, devido a algumas divergências, acabou não sendo renovado. Ao todo, a Universal distribuiu 26 episódios do Pica-Pau aos cinemas, sendo que dois deles, O Acrobata Maluco, de 1943, e Trechos Musicais de Chopin, de 1947, foram indicados ao Oscar de Melhor Curta-Metragem, mas infelizmente não ganharam.

Sem o contrato com a Universal, o Pica-Pau poderia ter ido parar na geladeira, mas Lantz até que conseguiu um bom plano para mantê-lo "no ar", que começou com a contratação dos animadores Fred Moore e Ed Love, ambos da Disney. O Pica-Pau passou por uma nova repaginada, com seus desenhos ficando mais parecidos com os produzidos na época pela Disney, incluindo o visual do personagem. Embora o orçamento continuasse o mesmo, a qualidade dos desenhos era visivelmente mais alta, e com eles Lantz conseguiu um contrato de distribuição com a United Artists, que distribuiu seis episódios, cinco em 1948 e um em 1949. 1948, aliás, foi um ano especialmente feliz para o Pica-Pau, que no episódio Apólice Cobertor não somente ganhou mais um antagonista para atazanar, Zeca Urubu (Buzz Buzzard em inglês, sendo que buzzard significa, adivinhem, "urubu"), mas também sua própria música-tema, que imita sua risada em alguns acordes, e foi indicada ao Oscar de Melhor Canção. Além disso, no episódio O Fila-Bóia, ele contracenaria mais uma vez com Andy Panda, que também havia sido repaginado para ficar mais parecido com um personagem da Disney ou da Warner.

Mas nem tudo eram flores para o Pica-Pau no final da década de 40. O único episódio lançado em 1949, Delícia Gelada, na verdade havia sido produzido em 1948 - o contrato com a United Artists se mostrou bem menos vantajoso que o anterior, e o estúdio de Lantz começou a amargar sérios prejuízos. No final de 1948, Lantz se viu obrigado a demitir grande parte de sua equipe - incluindo Lundy e Hardaway - e fechar as portas. Ele conseguiria uma nova injeção de dinheiro em 1950, graças a um novo contrato com a Universal, mas novos episódios só chegariam aos cinemas em 1951. Para dublar o Pica-Pau nestes novos desenhos, foi escolhida ninguém menos que Grace Stafford, a esposa de Lantz - embora ele alegue que ela tenha mandado uma fita com nome falso para um teste, o que fez com que ele a escolhesse sem saber que era ela.

De qualquer forma, foi uma boa maneira de cortar os custos, principalmente quando combinada ao fato de que o próprio Lantz voltou a dirigir os desenhos. Ele dirigiu 7 desenhos lançados em 1951 e mais 4 lançados em 1952, quando o estúdio conseguiu se reerguer, em grande parte devido ao sucesso do Pica-Pau. Satisfeito, Lantz passou a direção para Don Patterson, que dirigiu mais dois desenhos lançados em 1952, seis em 1953 e mais seis em 1954. Junto com a direção de Patterson, no episódio O Grande Quem-Faz-Isso, LaVerne Harding assumiu os desenhos, e criou o visual que até hoje é considerado o "oficial" do Pica-Pau, tornando o personagem menor e com formas mais arredondadas.

O Pica-Pau de 1940, o de 1952 e o de 1944Esta nova e última repaginada foi a responsável por terminar de domesticar o pássaro, que agora se comportava como qualquer desenho normal da época, e não mais com a veia anárquica que havia lhe dado fama - embora ele ainda "se vingasse" de uma eventual armação de seus antagonistas, o normal era que ele se visse envolvido em situações surreais enquanto apenas tentava viver sua vida em paz. Muitos dos desenhos mais famosos no Brasil são desta época, que durou até o final deste contrato com a Universal, em 1962. Paul J. Smith, que já havia substituído Patterson na direção em dois episódios, um de 1953 e um de 1954, assumiu como diretor a partir de 1955, e dirigiu um total de 47 episódios até 1962. Até 1960, em oito ocasiões - normalmente uma por ano - ele foi substituído na direção por Alex Lovy; e entre 1960 e 1962 foi substituído em mais 8 episódios por Jack Hannah, um ex-animador da Disney.

Durante este período, novos personagens se uniram ao Pica-Pau, Leôncio e Zeca Urubu, incluindo um novo antagonista, Zé Jacaré (Gabby Gator em inglês), que estreou no episódio Hospitalidade Gélida, de 1960. Antes disso, em 1957, no episódio Pica-Pau Internacional, o Pica-Pau também ganharia uma namorada, Paulina (Winnie Woodpecker) e dois sobrinhos, Toquinho (Knothead) e Lasquita (Splinter).

Também durante esta época o Pica-Pau finalmente chegaria à televisão, com a estréia do programa The Woody Woodpecker Show, exibido pela ABC entre 1957 e 1958. O programa não trazia episódios inéditos, mas uma abertura onde Lantz contracenava com o Pica-Pau, depois da qual eram exibidos três dos desenhos que antes haviam passado nos cinemas. Este foi o programa comprado pelas televisões brasileiras, que o dublaram, exibiram e o reprisam até hoje. Nos Estados Unidos, ele foi reprisado por várias emissoras até 1966, depois ganhou "novos episódios" exibidos pela NBC entre 1970 e 1972, quando também passou a ser reprisado em vários canais. Lantz relutou o quanto pôde antes de levar o Pica-Pau para a TV, principalmente porque teria de editar algumas cenas especialmente violentas dos episódios mais antigos, e só o fez porque o estúdio estava novamente passando por dificuldades financeiras, e ainda assim ele continuou produzindo desenhos inéditos para o cinema.

Em 1963, Lantz conseguiu uma renovação de contrato com a Universal, que lhe garantia pelo menos mais dez anos de distribuição. O sucesso do Pica-Pau, porém, já não era mais o mesmo devido a uma ampla gama de fatores, como as dificuldades financeiras pelas quais o estúdio estava passando, a popularização dos desenhos feitos diretamente para a TV, e até mesmo a invenção do videocassete, que chegou ao mercado norte-americano em 1965, e afastou grande parte do público dos cinemas. Mesmo lutando contra todos estes inimigos, Lantz ainda conseguiu produzir 74 episódios do Pica-Pau entre 1963 e 1972 - até 1966 alguns episódios eram dirigidos por Sid Marcus, outros por Paul J. Smith, mas a partir de 1967 Smith assumiu a direção de vez - mas a resposta do público já não era a mesma, e muitos fãs reclamavam quanto a criatividade dos roteiristas, que segundo eles estavam cada vez menos inspirados, e tentavam constantemente fazer do Pica-Pau uma espécie de herói, incluindo muitos episódios ambientados no Velho Oeste, onde ele sempre era o xerife ou um forasteiro que ensinava uma lição a um bandido usando de sua esperteza - foi nesta época, inclusive, que surgiu mais um coadjuvante famoso, o cavalo Pé-de-Pano (Sugarfoot), no episódio O Paladino do Oeste, de 1967.

A abertura do programa de TVCom todas estas dificuldades, em 1972 Lantz não teve outra saída a não ser fechar as portas de seu estúdio de vez. Durante um tempo, ele sobreviveu dos direitos devidos pela exibição do programa do Pica-Pau em vários canais de TV, mas quando o programa saiu do ar por um tempo em 1985, ele decidiu vender todos os episódios do Pica-Pau para a Universal, que criou uma terceira versão do Woody Woodpecker Show, exibida em vários canais a partir de 1988. A Universal também aproveitou e fez com que o Pica-Pau e Paulina se tornassem os mascotes oficiais de seus parques temáticos na Flórida e no Japão.

Em 1988, o Pica-Pau fez uma participação no filme Uma Cilada para Roger Rabbit, produzido pela Disney. Junto com Betty Boop, Koko e Droopy, ele foi um dos únicos personagens a aparecer no filme que não pertenciam nem à Disney nem à Warner. Apesar disso, seu sucesso nos Estados Unidos já não era mais o mesmo, principalmente pelo enorme hiato de mais de quinze anos sem um episódio inédito; no Brasil, porém, graças às incessantes reprises de seus desenhos na televisão, o Pica-Pau atravessou as décadas de 80 e 90 com uma popularidade enorme, que lhe rendeu, inclusive, uma honra curiosa: quando a Tec Toy decidiu criar o primeiro jogo de Mega Drive totalmente produzido no Brasil, em 1995, fez uma pesquisa dentre os jogadores, para saber qual personagem deveria ser usado. Vencendo escolhas mais óbvias como a Mônica ou algum super-herói, o Pica-Pau acabou sendo o escolhido, e o argumento até que era bastante interessante: ainda não havia nenhum jogo do personagem no mercado. O resultado acabou sendo Férias Frustradas do Pica-Pau, um jogo simples mas até bastante divertido, lançado para Mega Drive e Master System em 1996. E o Pica-Pau não deve ser mesmo um personagem muito popular para games, porque depois deste só foram lançados mais três: Woody Woodpecker Racing, um jogo de corrida lançado em 2000 para Dreamcast, PlayStation, PC e Game Boy Color; Woody Woodpecker: Escape from Buzz Buzzard Park, lançado em 2001 para Game Cube, PC e Playstation 2; e Woody Woodpecker in Crazy Castle, jogo de 2003 para Game Boy Advance.

Em 1999, a Fox fez um contrato com a Universal que lhe garantia os direitos de exibição do Pica-Pau na TV, e passou a exibi-los em seu canal Fox Kids. Aproveitando a deixa, ela decidiu produzir um novo desenho do Pica-Pau, que chamou de The New Woody Woodpecker Show. Este novo programa finalmente traria episódios inéditos, sendo sempre dois do Pica-Pau e um do pingüinzinho Chilly Willy em cada exibição. Curiosamente, o visual do Pica-Pau nestes episódios não é o mais recente, mas o criado por Hawkins e Heinemann em 1944, com olhos verdes e o topete virado para trás. O novo programa ficou no ar até 2002, quando os desenhos antigos voltaram a reprisar em outros canais que não a Fox Kids.

Hoje em dia, o Pica-Pau é um dos personagens mais queridos e facilmente reconhecíveis do mundo. Ele mesmo, sua inconfundível risada, ou trechos de seus desenhos fizeram aparições em diversos filmes e episódios de séries de TV, como Os Simpsons, SeaQuest, Seinfeld e muitos outros. E pensar que tudo começou com um pássaro insano que não tinha mais nada a fazer do que importunar uma pobre família de pandas...

2 comentários:

  1. estou projetando esculpir o oica pau com 165 cm
    meu email; artesaod@yahoo.com

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  2. bacana. boa pesquisa.
    sou fã do pica-pau.
    o perna grossa, cara de maluco.
    valeu!

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