domingo, 25 de setembro de 2022

Escrito por em 25.9.22 com 0 comentários

Dhoom

Hoje eu vou voltar ao cinema indiano, para falar de uma trilogia de filmes de ação. Hoje é dia de Dhoom no átomo!

Dhoom (palavra que significa algo como "euforia") é uma espécie de Velozes e Furiosos de Bollywood, mas, ao invés de carros, usa motos. O filme foi uma criação do produtor Aditya Chopra, que, por mais que negue, deve ter sim se inspirado em Velozes e Furiosos, lançado três anos antes, porque não é possível que todos os pontos em comum tenham sido coincidência - inclusive, originalmente, ele queria usar carros, sendo convencidos a usar motos pelo diretor do filme, Sanjay Gadhvi, que foi fanático por motos em sua juventude, e usou o argumento de que, com motos, os rostos dos atores apareceriam na tela por mais tempo. O roteiro ficaria a cargo de Vijay Krishna Acharya, em sua estreia como roteirista de Bollywood. Apesar de esse roteiro ter sido criticado e considerado fraco, Dhoom seria extremamente elogiado por suas cenas de ação, se tornaria um marco do cinema de ação indiano, e daria origem a duas sequências, todas bem sucedidas. Inclusive, há anos que rolam boatos de que estaria sendo produzido um quarto filme, e ninguém entende por que ele jamais saiu do papel.

Na cidade de Mumbai, uma gangue de motociclistas, liderada pelo carismático Kabir Sharma (John Abraham, que, apesar do nome, é filho de indianos, nascido e criado em Mumbai), comete crimes audaciosos, usando motos customizadas de última geração para roubar caminhões de carga, bancos e lojas, desaparecendo ao chegar à Western Express Highway, a principal rodovia da cidade. O policial Jai Dixit (Abhishek Bachchan) é designado para o caso, mas todas as suas ideias para capturar os bandidos falham, e logo a imprensa começa a questionar se ele está mesmo preocupado em solucionar o caso ou se ainda está em lua de mel com sua namorada de adolescência, Sweety (Rimi Sen), com quem acabou de se casar.

Para tentar obter uma vantagem sobre os criminosos, Dixit recruta Ali Akbar Fateh Khan (o comediante Uday Chopra, em seu primeiro papel em um filme de ação), dono de uma oficina de customização de motocicletas, que participa de corridas de rua ilegais, e acaba se apaixonando pela bela e perigosa Sheena Rai (Esha Deol), sem saber que ela é membro da gangue de Kabir. A dupla se vê em maus lençóis quando Kabir desafia Dixit na TV, dizendo a hora e o local de seu próximo crime, e, mesmo assim, o policial não consegue impedi-lo - durante a ação, entretanto, um dos membros da gangue, Rohit (Rohit Chopra), é morto por Dixit. Culpando Ali pelo fracasso da ação, Dixit decide desfazer a parceria; Kabir, sabendo do envolvimento de Ali com Sheena, o convida para substituir o falecido na gangue - para desespero do segundo em comando, Rahul (Aarav Chowdhary), irmão de Rohit, que não confia em Ali e acha que ele é um policial infiltrado. Kabir, porém, precisa de Ali porque precisa de quatro motoqueiros para fazer funcionar seu próximo plano, aquele que será o roubo mais ambicioso de todos, rendendo tanto dinheiro a cada membro da gangue que também será o último, após o qual eles se aposentarão: invadir e roubar o maior cassino da Índia, na cidade de Goa, exatamente na virada do ano, quando todos estiverem ocupados comemorando.

Com 129 minutos de duração (pouco mais de duas horas, pra quem não quiser fazer a conta), considerado curto para um filme de Bollywood, Dhoom estrearia nos cinemas indianos em 27 de agosto de 2004. Produzido pela Yash Raj Films, seria o primeiro filme de ação do estúdio desde Vijay, de 1988, com a Yash Raj se concentrando apenas em dramas e comédias românticas ao longo desses 16 anos. Com orçamento de 110 milhões de rúpias, renderia nada menos que 724,7 milhões apenas na Índia, mais 157 milhões em bilheteria internacional, sendo 330 mil dólares nos Estados Unidos, valor considerado alto para um filme de ação indiano naquele país. A crítica indiana, como já foi dito, caiu de pau em cima do roteiro, e comparou Dhoom desfavoravelmente a filmes norte-americanos como Velozes e Furiosos e Onze Homens e um Segredo; a execução das sequências de ação e o ritmo frenético do filme, por outro lado, foram extremamente elogiados, assim como as atuações do trio masculino de protagonistas, em especial de Uday Chopra, que, segundo os críticos, roubou o filme. Dhoom ganharia dois Filmfare Awards, de Melhor Edição e Melhor Edição de Som, sendo indicado também a Melhor Filme, Melhor Vilão, Melhor Diretor Musical e Melhor Playback Singer Feminina.

Falando nisso, a música-tema do filme, chamada Dhoom Machale (algo como "ficando eufórico"), interpretada por Sunidhi Chauhan, seria um gigantesco sucesso, se tornando uma das mais tocadas nas rádios e festas indianas e ganhando o prêmio de Música do Ano do Zee Cine Awards, além de dois prêmios de Melhor Playback Singer Feminina para Chauhan, o do Zee Cine Awards e o International Indian Film Academy Awards (IIFA), só faltando mesmo o Filmfare. Dhoom Machale também ganharia uma versão internacional, cantada em inglês pela cantora tailandesa Tata Young e chamada Dhoom Dhoom, cujo clipe, incluído nos créditos do filme, se tornaria um dos mais exibidos nas TVs indianas em 2004 e 2005. Contando com essas duas, a trilha sonora do filme teria sete músicas, todas compostas por Pritam com letras de Sameer Anjaan, interpretadas por grandes nomes da música indiana como KK, Shreya Ghoshal e Abhijeet Bhattacharya, o que faria com que o álbum da trilha sonora de Dhoom fosse o terceiro mais vendido de 2004 na Índia.

Além de ser um sucesso de público, Dhoom causaria um gigantesco impacto cultural na Índia, sendo considerado responsável por um aumento na venda e nos serviços de customização de motocicletas, bem como de incidentes envolvendo corridas de rua, roubo de motos e realização de manobras perigosas em rodovias. Na cidade de Chelembra, no estado de Kerala, uma gangue de quatro motociclistas conseguiu invadir um banco e roubar 2,5 milhões de rúpias e 80 kg de ouro, no que foi considerado o maior roubo da história de Kerala; os criminosos acabaram presos, e, na delegacia, confessaram que tiveram a inspiração para realizar o roubo após assistir o filme, com a história se tornando um prato cheio para a imprensa indiana.

O grande sucesso de Dhoom nas bilheterias motivaria Aditya Chopra a começar a trabalhar em uma sequência quase que imediatamente após seu lançamento, mantendo Gadhvi como diretor e Acharya como roteirista. Yash Chopra, pai de Aditya e dono do Yash Raj Films, pediria para que nem Kabir, nem Sheena estivessem no filme, para dar a oportunidade a Dixit de trabalhar em outros casos, e Aditya sugeriria que o vilão fosse um criminoso internacional, para que o filme fosse mais grandioso que o primeiro; com isso em mente, Yash Chopra escalaria para o elenco dois dos maiores nomes do cinema indiano, Hrithik Roshan e Aishwarya Rai. Curiosamente, Rai havia acabado de ganhar peso para seu papel em Bride & Prejudice, e Yash Chopra deu um prazo para que ela se tornasse "sensual e curvilínea" ou seria cortada do filme, ainda usando Deol como exemplo, alegando que ela "cumpriu o que foi pedido pelo papel, e isso fez bem à sua carreira". Para que isso não se tornasse um escândalo, Aditya Chopra divulgaria para a imprensa que Roshan também teve de perder 5 kg para o papel, e que a exigência feita a ele e a Rai decorria das sequências de ação do filme.

Em Dhoom 2, o antagonista é o criminoso internacional conhecido apenas como A. (Hrithik Roshan), que consegue executar roubos impossíveis ao redor do planeta, e está a caminho de Mumbai para roubar um enorme diamante em exposição em um museu da cidade. A agente da Interpol responsável pela investigação é Shonali Bose (Bipasha Basu), que foi colega de Dixit na academia de polícia, e, ao saber que o criminoso está a caminho de Mumbai, pede ajuda a seu antigo colega e a seu novo parceiro Ali, promovido a sub-inspetor de polícia - quem não gosta muito da história é Sweety, que está grávida e cheia de desejos, porque Dixit e Shonali foram namorados na época da academia. Enquanto está em Mumbai, A. também acaba encontrando uma parceira: Sunehri Rawat (Aishwarya Rai), ladra ao estilo Mulher-Gato que sempre teve admiração pelo criminoso internacional, e, após demonstrar suas habilidades superando-o em um roubo, o convence a levá-la junto em seu assalto seguinte.

E agora vem a razão pela qual eu resolvi falar sobre Dhoom no átomo: o golpe seguinte de A. é no Rio de Janeiro. Isso mesmo, na segunda metade do filme, A. e Sunehri vêm à Cidade Maravilhosa para roubar um conjunto de moedas raras em exposição no Museu de História Natural; Dixit fica sabendo, vem também, e traz Ali junto. Shonali não vem, mas é como se viesse, porque ela tem uma irmã gêmea, chamada Monali Bose (também interpretada por Bipasha Basu), que mora no Rio de Janeiro há vários anos, e se oferece para hospedar os dois policiais. Monali é, digamos, menos esperta que Shonali, e Ali, que já tinha uma quedinha pela agente, se apaixona por ela; Sweety também não vem, por estar grávida, e fica morrendo de ciúmes. Enfim, uma vez no Rio de Janeiro, cabe a Dixit descobrir qual será o alvo de A. e tentar deter o ladrão de uma vez por todas, encerrando sua carreira de crimes.

Dhoom 2 seria o primeiro filme de Bollywood a ser gravado no Brasil, com cenas rodadas na Lapa, no Aterro do Flamengo e na Praia de Copacabana, em frente ao Hotel Copacabana Palace. Curiosamente, alguns dos locais que, no filme, ficam no Rio de Janeiro, como um shopping que Dixit visita, um restaurante onde A. almoça, um estádio de futebol e o tal Museu de História Natural onde acontecerá o roubo, na verdade ficam em Durban, na África do Sul, onde o filme também foi gravado - também ocorreram gravações na Namíbia, onde foi filmada a sequência inicial e cenas bizarras segundo as quais o Rio de Janeiro conta com um cânion e cachoeiras. Falando em cenas bizarras, o filme tem um festival de dança com passistas de escola de samba, tochas fincadas na areia, open bar e DJ no meio da praia de Copacabana como se isso fosse a coisa mais normal do mundo e um desfile de escolas de samba na Marquês de Sapucaí fora do Carnaval, mas talvez o detalhe mais inacreditável de todos é que Monali mora em um barraco de madeira construído na areia da praia, a poucos passos da água - quem diz que Caminho das Índias não retratou a verdadeira Índia pode acreditar que Dhoom 2 deu o troco ao retratar o Rio de Janeiro. Outra curiosidade é que uma sequência que no filme é ambientada em Fiji também foi filmada no Rio de Janeiro, para aproveitar que a equipe já estava aqui.

Dhoom 2 seria muito mais caro que seu antecessor, custando 350 milhões de rúpias, em parte por causa das gravações internacionais. A pedido de Ghadvi, para que o filme não parecesse mais do mesmo, muito poucas cenas trariam motocicletas; em compensação, os golpes de A. seriam extremamente fantásticos, fazendo uso de paraquedas, pranchas de snowboarding e cordas de rapel - tanto Roshan quanto Rai fariam suas próprias cenas de ação, com apenas Bachchan e Uday Chopra usando dublês. Dhoom 2 também usaria bastante chroma key e computação gráfica para as sequências mais, digamos, absurdas, como a de abertura, na qual A. luta contra a polícia em cima de um trem em movimento, e uma na qual Dixit pula de um lago pilotando um jet ski. Os efeitos especiais ficariam a cargo de Allan Amin e Tata Elxsi, que trabalhavam para a própria Yash Raj, sem envolvimento de companhias externas à produção.

A trilha sonora mais uma vez ficaria a cargo de Pritam e Sameer, com exceção de Dhoom Again, nova versão de Dhoom Machale, com arranjo e letra levemente diferentes, composta por Pritam e Asif Ali Beg e interpretada por Vishal Dadlani e Dominique Cerejo. Com seis faixas, cantadas, dentre outros, por Sunidhi Chauhan, KK, Sonu Nigam e Suzanne D'Mello, a trilha sonora de Dhoom 2 seria o álbum mais vendido do ano na Índia em 2007, embora nenhuma de suas músicas tenha tido tanta exposição quanto Dhoom Machale.

Com 152 minutos de duração (praticamente duas horas e meia), Dhoom 2 estrearia em 24 de novembro de 2006, na época batendo o recorde de maior número de salas para uma estreia na Índia, com 1800, sendo 250 cópias em formato digital, o que também foi um recorde. Ajudou o fato de que, além de ser lançado em hindi, o filme seria dublado em tâmil e telugo para lançamento simultâneo, quando o normal é as versões dubladas estrearem depois. O filme seria muito melhor recebido pela crítica que o primeiro, com quase todos os críticos concordando que se tratava de um dos melhores filmes de ação da história de Bollywood, e elogiando especialmente a atuação de Roshan - que ganharia um Filmfare Award de Melhor Ator, único conquistado por Dhoom 2 em meio a oito indicações, que incluíam Melhor Filme, Melhor Atriz (Rai), Melhor Diretor, Melhor Diretor Musical, Melhor Trilha Sonora, Melhores Efeitos Especiais e Melhor Sequência de Ação.

Dhoom 2 quebraria vários recordes de bilheteria quando de sua estreia, incluindo maior bilheteria para o primeiro dia, para o primeiro fim de semana e para a primeira semana. O filme renderia 803 milhões de rúpias na Índia e 1,5 bilhão ao se somar a bilheteria do mundo inteiro, incluindo 979 mil dólares nos Estados Unidos, onde seria exibido em um número recorde de 63 salas, se tornando a terceira maior bilheteria no fim de semana de estreia para um filme de Bollywood e 17o filme estrangeiro de maior bilheteria nos Estados Unidos em todos os tempos. Vale citar como curiosidade que os cartazes do filme, mesmo na Índia, traziam um subtítulo para o filme (Dhoom: 2 - Back in Action, "de volta à ação"), mas esse subtítulo não aparece na tela, nem faz parte do registro do filme no governo indiano.

Com medo de que o filme desse origem a mais uma onda de crimes e de comportamento irresponsável de jovens em rodovias, causando acidentes, o Comissariado de Polícia de Mumbai pediria para que todas as cenas que envolvessem veículos em alta velocidade fossem censuradas nos cinemas da cidade, o que não foi atendido pela Yash Raj, que ainda soltou um comunicado no qual dizia que as sequências de ação do filme não eram inspiradas em crimes reais, e que, por sua natureza, sequer deveriam ser tentadas por imitadores. De fato, diferentemente do que ocorreu na época do primeiro filme, não se notou nenhum aumento de qualquer atividade lícita ou ilícita envolvendo motocicletas ou relacionadas a quaisquer das cenas do filme; o único incidente registrado foi um jovem que se vestiu como A. e deixou "na cena do crime" a marca do criminoso do filme ao roubar seu próprio tio.

Com todo o sucesso de Dhoom 2, era esperado que uma sequência viesse em seguida, mas apesar de boatos sobre o elenco e sobre a história rolarem durante vários anos, Aditya Chopra sempre negava que um Dhoom 3 estivesse em produção, e, quando perguntado sobre o motivo, dizia simplesmente ainda não ter encontrado a história certa. Passariam-se sete anos até que Dhoom 3 finalmente saísse do papel e se tornasse realidade.

O vilão do terceiro filme é Sahir Khan (Aamir Khan), artista circense de profissão e criminoso nas horas vagas, que consegue efetuar roubos com escapadas aparentemente impossíveis. Após um audacioso roubo a um banco em Chicago, a policial encarregada do caso, Victoria Williams (a atriz australiana Tabrett Bethell) decide pedir ajuda a Dixit e Ali, por sua experiência no caso envolvendo A. Ao perceber que o criminoso é também dono de um circo, Dixit recruta a dançarina Aaliya Hussain (Katrina Kaif) para conseguir um papel no espetáculo e informar os policiais sobre os passos de Sahir - o que se torna uma dificuldade quando Aaliya e Sahir se apaixonam. O filme também conta com a participação especial do famoso ator de Bollywood Jackie Shroff como Iqbal Haroon Khan, pai de Sahir e dono original do circo; Rimi Sen, por outro lado, havia se aposentado da carreira de atriz, o que fez com que Sweety e o bebê que ela estava esperando no segundo filme desaparecessem por completo, sequer sendo citados.

Outro que não retornou para a sequência foi Gadhvi, envolvido com as filmagens da comédia romântica Ajab Gazabb Love; Acharya, ainda responsável pelo roteiro, seria promovido então a diretor - muitos acham que essa foi sua estreia no cargo, mas ele também havia dirigido a comédia de ação Tashan ("estilo"), de 2008, da qual também foi roteirista. Aditya Chopra queria que o filme fosse filmado em 3D, mas seria convencido do contrário pelo ator Aamir Khan, que acreditava que o formato não iria contribuir em nada para as cenas de ação do filme, e ainda poderia encarecê-lo. Inicialmente, a protagonista feminina seria interpretada por Deepika Padukone, substituída por Katrina Kaif após pedir para sair do projeto alegando razões pessoais. E, dessa vez, quem teve de emagrecer foi Bachchan, que teve de perder 9 kg para poder voltar ao papel do policial Dixit. Bachchan, aliás, foi responsável por uma entrevista polêmica: em todos os três filmes de Dhoom, o nome do ator que interpreta o vilão vem primeiro nos créditos; perguntado se isso significava que os vilões eram mais importantes para a história que o policial, Bachchan responderia que "Dhoom é meu filme, e ninguém vai tirar isso de mim, é um filme sobre Jai e Ali, e, se eles não estiverem lá, não é Dhoom".

Inicialmente, Dhoom 3 teria lançamento programado para o Natal de 2012, mas as filmagens demorariam para começar, primeiro porque Uday Chopra estava de licença paternidade, depois porque Aamir Khan tinha compromissos com o programa de TV Satyamev Jayate e com a promoção do filme Talaash. Previstas para começarem em novembro de 2011, as filmagens se iniciariam apenas em junho de 2012, o que tornaria impossível sua conclusão antes do fim do ano e forçaria seu adiamento para o Natal de 2013. Enquanto o primeiro filme é ambientado totalmente na Índia, e o segundo metade na Índia, metade no exterior, Dhoom 3 é totalmente ambientado no exterior, mais especificamente em Chicago, com apenas as cenas em estúdio e as do circo tendo sido filmadas em Mumbai; as demais gravações ocorreriam em Chicago, Los Angeles, Orlando, Nova Iorque e na Suíça, nas cidades de Zurique e Ticino, onde fica localizada a represa na qual foi gravado o clímax do filme.

A trilha sonora, mais uma vez, seria obra de Pritam e Sameer, exceto por duas músicas, uma composta por Amitabh Bhattacharya e outra por Kausar Munir. Mais uma vez, a música-tema ganharia uma nova versão com arranjo e letra levemente diferentes, dessa vez chamada Dhoom Machale Dhoom, interpretada pela cantora Aditi Singh Sharma. No total, a trilha sonora teria nove músicas, mas duas eram instrumentais (uma presente em um número de sapateado interpretado por Aamir Khan) e outras duas eram "versões internacionais" de Dhoom Machale Dhoom, uma em árabe, interpretada pela cantora libanesa Naya, e uma em espanhol, interpretada pela cantora peruana Mia Mont. A única intérprete presente nas trilhas sonoras dos três filmes seria Sunidhi Chauhan, que, em Dhoom 3, canta a música-tema de Aaliya. Assim como Dhoom 2, Dhoom 3 teria versões dubladas em tâmil e telugo para seu lançamento; Dhoom 3, porém, também teria trilhas sonoras lançadas em tâmil e telugo, o que faria com que Dhoom Machale Dhoom tivesse um total de cinco versões (com tanto a versão em tâmil quanto a em telugo também sendo interpretadas por Sharma).

Com 172 minutos de duração (quase três horas), Dhoom 3 estrearia em 20 de dezembro de 2013. Seria o primeiro filme de Bollywood distribuído exclusivamente em formato digital, e o primeiro a ser lançado no formato IMAX. O filme mais uma vez seria recordista de salas na estreia, com 4500 apenas na Índia; no exterior, sem contar a China, seriam 750, também um recorde - somente na China seriam 2000, em 400 cidades, recorde para um filme estrangeiro no país. E esses números todos eram necessários porque Dhoom 3 foi um filme absurdamente caro, custando 1,75 bilhão de rúpias; na Índia, ele seria recordista de bilheteria no primeiro dia, no primeiro fim de semana, na primeira semana, e o filme mais rápido da história a atingir a marca de 1 bilhão de rúpias na bilheteria, o que conseguiu em quatro dias. Ao todo, o filme renderia 5,892 bilhões de rúpias no mundo inteiro, sendo 3,72 bilhões na Índia, 2,4 bilhões na China, e 639 milhões nos Estados Unidos - o equivalente a aproximadamente 8 milhões de dólares, novo recorde para um filme de Bollywood no país. Vale citar que o filme também seria recordista de bilheteria na história do Paquistão, onde renderia 121 milhões de rúpias indianas (ou 245 milhões de rúpias paquistanesas), o que foi considerado uma grande proeza.

A crítica também ficaria extremamente empolgada com o filme, elogiando principalmente a direção de arte, cenas de ação, efeitos especiais, trilha sonora e a atuação de Aamir Khan, que, segundo os críticos, "carrega o filme nas costas"; apesar disso, o roteiro mais uma vez foi considerado fraco, com as motivações do vilão sendo consideradas rasas e infantis, o filme foi considerado longo demais, com a edição sendo especialmente criticada, e muito se comentou que Uday Chopra tem menos tempo de tela que nos dois filmes anteriores, o que foi considerado um desperdício do personagem Ali, até então um dos destaques da franquia. Dhoom 3 seria indicado a apenas um Filmfare Award, o de Melhores Efeitos Especiais (que ficaram a cargo, mais uma vez, de Tata Elxsi), ganhando a estatueta; no Golden Kela Awards (uma espécie de Troféu Framboesa indiano; kela significa "banana" em hindi), Dhoom 3 seria indicado aos "prêmios" de Pior Filme, Pior Sequência ou Remake, e Aamir Khan ganharia o de Pior Ator.

Devido ao imenso sucesso nas bilheterias de Dhoom 3, volta e meia surgem boatos de que estaria sendo produzido um Dhoom 4 - os primeiros ainda em 2014, quando foi noticiado que Akshay Kumar seria o vilão, o que foi desmentido pela Yash Raj em uma declaração oficial. Em 2018, seria a vez de Shah Rukh Khan ser noticiado como o vilão, o que seria desmentido pelo próprio ator. No mesmo ano, estrearia Thugs of Hindostan, filme épico também escrito e dirigido por Acharya, e que também contava com Bachchan, Aamir Khan e Katrina Kaif no elenco; aí seria a vez de os jornais noticiarem que a produção de Dhoom 4 dependeria do sucesso desse filme, o que Aditya Chopra desmentiu dizendo que isso não fazia o menor sentido. Ano que vem, Dhoom 3 completa dez anos de lançamento, e, daqui a dois anos, Dhoom completa vinte, o que, aliado ao fato de que Bachchan já passou dos 45 anos, parece indicar que Aditya Chopra está satisfeito com o fato de que Dhoom é uma trilogia, e não está pensando em novos vilões ousados para serem detidos por Jai Dixit e Ali Akbar Fateh Khan.

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