Hoje o post é sobre Iron Maiden. E quem adivinhar o porquê ganha um doce.
O Iron Maiden foi formado no Natal de 1975, em Londres, Inglaterra, pelo baixista Steve Harris, que havia acabado de sair de sua banda anterior, a Smiler, e queria fundar uma nova. Ele mesmo escolheria o nome, que significa "moça de ferro", e era o nome de um instrumento de tortura medieval, uma espécie de sarcófago com pregos no interior, dentro do qual o torturado era colocado e, ao fechá-lo, tais pregos perfuravam sua carne. Harris teria a ideia do nome após assistir ao filme O Homem da Máscara de Ferro, de 1939, que faz menção ao aparelho, e achar que esse nome soava bem para uma banda de rock pesado.
A banda, que faria seu primeiro show em maio de 1976 em um pub em Strattford, teria um início complicado. Sua primeira formação, além de Harris, contava com os guitarristas Dave Sullivan e Terry Rance, o baterista Ron Matthews e o vocalista Paul Day, demitido após alguns poucos shows por não ter carisma e cantar de forma burocrática. Para o seu lugar, Harris chamaria Dennis Wilcock, um fã do Kiss que gostava de usar maquiagem e fazer performances com sangue falso enquanto cantava. Wilcock exigiria que um amigo seu, o guitarrista Dave Murray, também fosse incorporado à banda, o que desagradou aos guitarristas originais, que acharam que três guitarras eram demais. Após uma briga feia, Sullivan e Rance sairiam e o Iron Maiden seria desfeito por um tempo, retornando em meados de 1977 com Harris, Murray, Matthews e Wilcock.
Harris queria um segundo guitarrista, e contrataria Bob Sawyer, que seria demitido após apenas um show por inventar de tentar tocar sua guitarra com os dentes durante as músicas. Depois desse evento, Wilcock daria um ataque de piti, e obrigaria Harris a demitir Murray e Matthews, contratando o guitarrista Terry Wapram e o baterista Barry Purkis para suas posições, além do tecladista Tony Moore. Mais uma vez, a banda faria apenas um show com essa formação, pois Harris não gostaria da performance de Purkis, e acharia que um teclado não combinava com o som da banda. Wilcock se desentenderia com Harris, e também deixaria a banda, para formar sua própria, chamada V1. Com a saída de Wilcock, Harris chamaria Murray de volta, o que desagradaria Wapram, que queria ser o único guitarrista, e faria com que ele decidisse sair também. Assim, no início de 1978, o Iron Maiden contaria apenas com Harris, Murray e o baterista Doug Sampson, contratado antes da saída de Wilcock. Sem querer fazer shows sem um vocalista fixo, eles passariam quase todo o ano apenas ensaiando, até que, em um encontro casual, conheceriam o vocalista Paul Di'Anno. Harris adoraria a voz de Di'Anno e o contrataria em novembro de 1978, com a banda voltando a fazer shows então.
Na virada de ano de 1978 para 1979, Harris decidiria que a banda deveria gravar uma fita demo, de quatro faixas, que planejava distribuir não dentre as gravadoras, e sim dentre os gerentes de casas noturnas, buscando encontrar mais locais para tocar. Um desses gerentes, Neal Kay, era responsável por um clube noturno especializado em heavy metal no norte de Londres, chamado Bandwagon Heavy Metal Soundhouse. Ele não chegaria a contratar o Iron Maiden para tocar lá, mas passaria a tocar a fita regularmente, e suas canções logo se tornariam as preferidas dos frequentadores, o que renderia, inclusive, uma matéria na revista Sounds. Isso levaria o empresário Rod Smallwood a procurar Kay, se dizendo interssado em adquirir uma cópia da fita. Kay colocaria Smallwood em contato com Harris, e, após algumas conversas, Smallwood se tornaria o empresário do Iron Maiden. Sua primeira sugestão foi a de que eles aproveitassem o sucesso da fita e a lançassem em forma de compacto, pagando de seu próprio bolso, para chamar a atenção das gravadoras. Eles assim o fizeram, colocando no compacto o nome de The Soundhouse Tapes, em homenagem ao clube de Kay. Com apenas três faixas (uma das da fita não ficou do agrado da banda após a remasterização), o compacto foi um grande sucesso, e todas as suas cinco mil cópias gravadas venderam em poucas semanas.
Esse desempenho chamaria a atenção da gravadora EMI, que contrataria o Iron Maiden em 1979, pedindo, porém, que eles contratassem um segundo guitarrista. Murray convidaria um amigo seu de infância, Adrian Smith, mas, como ele já estava envolvido com outra banda, a Urchin, indicaria Dennis Stratton. Durante as primeiras gravações com a EMI, Sampson teria de deixar a banda por problemas de saúde, e seria substituído por Clive Burr, indicado por Stratton. As primeiras faixas gravadas pelo Iron Maiden para a EMI, Sanctuary e Wrathchild, sairiam não em um álbum próprio, mas na coletânea Metal for Muthas, lançada em 15 de fevereiro de 1980; após esse lançamento, o Iron Maiden sairia em uma turnê promovida pela EMI que contava com todas as bandas dessa coletânea, hoje conhecidas como a New Wave do Heavy Metal Britânico, movimento do qual o Iron Maiden é considerado o principal expoente - vale citar, aliás, que o Iron Maiden seria a única banda a ter duas faixas na coletânea.
O primeiro álbum do Iron Maiden, também chamado Iron Maiden - e cuja última faixa também se chamava Iron Maiden - seria lançado em abril de 1980, e seria um sucesso instantâneo de público, alcançando o quarto lugar da parada britânica e rendendo um Disco de Platina, e crítica, com alguns chegando a considerá-lo um marco na história do heavy metal. Após seu lançamento, o Iron Maiden seria convidado para sair em turnê primeiro com o Kiss, depois com o Judas Priest, abrindo os shows dessas bandas. Após a turnê com o Kiss, Stratton seria demitido por "diferenças criativas" e Smith aceitaria entrar na banda em seu lugar.
Querendo aproveitar a onda de sucesso, a EMI programaria o lançamento do segundo álbum do Iron Maiden já para o ano seguinte. Chamado Killers, o álbum seria lançado em fevereiro de 1981, e seria composto principalmente de músicas gravadas para o primeiro álbum mas não aproveitadas, com apenas duas faixas realmente novas. Insatisfeitos com o produtor do primeiro álbum, Will Malone, a banda contrataria o veterano Martin Birch, que produziria todos os álbuns do Iron Maiden até sua aposentadoria, em 1992. Killers não seria tão bem sucedido em termos de vendas quanto seu antecessor, alcançando apenas o 12o lugar da parada britânica e rendendo um Disco de Ouro, mas seria mais uma vez aclamado pela crítica; após seu lançamento, o Iron Maiden sairia em sua primeira turnê solo, que incluiria seu primeiro show nos Estados Unidos - no qual, curiosamente, não tocaram sozinhos, e sim abrindo para o Judas Priest.
Killers seria o último álbum da banda com Di'Anno; viciado em cocaína, conforme o sucesso da banda aumentava ele se drogava cada vez mais, ao ponto de quase não conseguir cumprir os compromissos agendados. Ao fim da turnê de Killers, ele seria demitido, e em seu lugar entraria Bruce Dickinson, ex-vocalista da banda Samson - que também teve uma faixa em Metal for Muthas - e indicado por Smallwood, que achava que a voz de Dickinson combinava com o som do Iron Maiden. A estreia de Dickinson à frente da banda se daria em uma pequena turnê realizada no final de 1981, com quatro shows na Itália e um em Londres, na qual a banda aproveitaria para apresentar algumas das músicas que estava preparando para seu álbum seguinte.
Lançado em março de 1982, The Number of the Beast se tornaria um dos maiores sucessos do Iron Maiden, e é considerado até hoje por muitos fãs e críticos como o melhor da banda. Alcançando o primeiro lugar na parada britânica e rendendo um Disco de Platina, o álbum também chegaria ao 33o lugar na parada da Billboard - excelente colocação para um álbum de heavy metal - e renderia um Disco de Platina nos Estados Unidos, além de ter uma estimativa de 14 milhões de cópias vendidas no mundo, recorde absoluto para um álbum de heavy metal. Suas músicas de trabalho, Run to the Hills, The Number of the Beast e Hallowed be Thy Name, são consideradas dentre as mais antológicas da banda e do heavy metal em geral. Além de colocar sua voz, Dickinson também seria co-autor de algumas faixas, como Run to the Hills, mas seria impedido de ter seu nome creditado no álbum devido a questões legais envolvendo sua saída da Samson.
O álbum também seria alvo de muita controvérsia, principalmente nos Estados Unidos, devido ao título de sua principal faixa (que era o mesmo do álbum): The Number of the Beast é o "número da besta", em alusão à passagem bíblica do Livro do Apocalipse - que inclusive é recitada na introdução da música pelo ator inglês Barry Clayton; a banda queria Vincent Price, mas o ator norte-americano, famoso por seus papéis em filmes de terror, cobrou 25 mil libras para fazer a gravação, quantia que a EMI considerou fora da realidade. Pois bem, devido ao nome da música, grupos cristãos conservadores dos Estados Unidos taxaram a banda de satanista, e começaram um movimento que pedia o boicote a seus shows e a destruição de seus álbuns - os quais queimavam no começo, mas passaram a destruir a marretadas após alguns membros se intoxicarem com os vapores liberados pelo vinil queimado. A banda sempre negou as acusações de satanismo, e Harris declarou inúmeras vezes que esses grupos estavam mais preocupados com seu preconceito do que em ler a letra da música - a qual ele escreveu inspirado por um pesadelo que teve após assistir ao filme A Profecia 2, e que realmente não tem nenhuma alusão satanista. Dickinson declararia que todo o episódio era uma grande besteira, e que só serviu para gerar publicidade grátis para a banda e alavancar as vendas do álbum nos Estados Unidos, já que os fundamentalistas os compravam antes de destruí-los.
O álbum seria seguido pela turnê The Beast on the Road, que contou com shows na Europa, Estados Unidos, Japão e Austrália - esses dois últimos pela primeira vez na carreira da banda. Após essa turnê, Burr seria substituído por Nicko MacBrain, segundo Harris, porque "atividades extra-palco" estavam prejudicando a performance de Burr. Com a nova formação, o Iron Maiden seguiria para as Bahamas, onde gravaria dois álbuns consecutivos. O primeiro, Piece of Mind, seria lançado em maio de 1983, chegaria ao terceiro lugar na parada britânica, renderia Disco de Platina no Reino Unido e nos Estados Unidos, e contaria com os sucessos The Trooper e Flight of Icarus. Piece of Mind seria seguido de uma curta turnê.
O álbum seguinte, Powerslave, seria lançado em setembro de 1984, chegaria ao segundo lugar da parada britânica, ao 21o na Billboard, renderia Disco de Ouro no Reino Unido e de Platina nos Estados Unidos, e contaria com os sucessos 2 Minutes to Midnight, Aces High e Rime of The Ancient Mariner, essa última baseada no famoso poema de Samuel Taylor Coleridge, e com mais de 13 minutos de duração. A turnê que se seguiria ao álbum, World Slavery Tour, seria a maior da história da banda, com 193 shows em 28 países ao longo de 13 meses, incluindo uma sequência de quatro shows em Long Beach, Califórnia, Estados Unidos, que seriam gravados e se tornariam o primeiro álbum ao vivo da banda, Live After Death, lançado em outubro de 1985, e que também se tornaria um grande sucesso, alcançando o segundo lugar da parada britânica e rendendo mais um Disco de Ouro.
Em 1985, o Iron Maiden também viria pela primeira vez ao Brasil, tocando dia 11 de janeiro no Rock in Rio. Esse show ocorreria ainda em meio à World Slavery Tour, que só terminaria em julho de 1985, e ao fim da qual a banda estaria exausta, exigindo seis meses de descanso (mas aceitando reduzir para quatro). Quando a EMI os informou de seus planos de começar, no fim do ano, uma nova turnê, para promover Live After Death, Dickinson ameaçaria sair da banda, o que fez com que tal turnê fosse cancelada. O álbum seguinte da banda, previsto para ser gravado ainda em 1985, também seria adiado.
Somewhere in Time, lançado em setembro de 1986, marcaria o início de uma fase de experimentação para o Iron Maiden, que passaria a usar sintetizadores para adicionar texturas e camadas ao som. Alcançando o terceiro lugar na parada britânica e rendendo Disco de Ouro no Reino Unido e de Platina nos Estados Unidos, o álbum tinha como principal destaque Wasted Years, de autoria de Smith - diferentemente da maior parte dos sucessos da banda até então, que eram de autoria de Harris. O álbum seguinte, Seventh Son of a Seventh Son, lançado em abril de 1988, seria o primeiro álbum temático da banda, com canções inspiradas no romance O Sétimo Filho, de Orson Scott Card. Segundo álbum da banda a alcançar o topo da parada britânica, Seveth Son of a Seventh Son continuaria a experimentação, incluindo nas músicas teclados, tocados por Harris e Smith. Durante sua turnê, Seventh Tour of a Seventh Tour, o técnico de som Michael Kenney assumiria o posto de tecladista, passando a ser o mais novo integrante do Iron Maiden. Um dos shows da turnê, realizado em Birmingham, seria gravado e lançado em 1994 como um álbum ao vivo chamado Maiden England - evidentemente, um trocadilho com a frase made in England, "feito na Inglaterra".
Ao final dessa turnê, a banda faria mais uma pausa de quatro meses. Durante esse intervalo, Smith gravaria um álbum com a banda ASAP, e Dickinson lançaria seu primeiro álbum solo. Também durante a pausa, a banda aproveitaria estar completando dez anos de existência e lançaria The First Ten Years, uma série de 10 CDs e 12 singles em vinil, lançados entre fevereiro e abril de 1990.
Quando a banda se reunisse para gravar seu álbum seguinte, Smith, alegando não concordar com a direção que Harris estava dando ao estilo musical da banda, decidiria deixar o Iron Maiden, e seria substituído por Janick Gers, que havia atuado como guitarrista no álbum solo de Dickinson. Com a nova formação, o álbum No Prayer for the Dying seria lançado em outubro de 1990, alcançando o segundo lugar na parada britânica e rendendo Disco de Ouro, tanto no Reino Unido quanto nos Estados Unidos. Uma de suas músicas de trabalho, Bring Your Daughter... to the Slaughter, originalmente composta para o disco solo de Dickinson, se tornaria o primeiro single do Iron Maiden a alcançar o topo da parada britânica.
No Prayer for the Dying seria seguido por uma nova turnê de doze meses e de mais quatro meses de pausa, ao fim dos quais a banda gravaria Fear of the Dark, lançado em maio de 1992. Como Birch anunciaria que se aposentaria após seu lançamento, Harris decidiria ele mesmo atuar como produtor ao seu lado, mantendo o cargo nos dois álbuns seguintes da banda. Fear of the Dark seria o terceiro álbum do Iron Maiden a alcançar o topo da parada britânica, e renderia mais um Disco de Ouro no Reino Unido - não conseguindo repetir o feito, porém, nos Estados Unidos. A curta turnê que se seguiu ao seu lançamento seria a primeira a incluir shows na América Latina, e incluiria também um show em Donington, Inglaterra, que seria gravado e se tornaria o segundo álbum ao vivo da banda, Live at Donington, lançado em novembro de 1993.
Também em 1993, Dickinson anunciaria estar saindo da banda para seguir carreira solo, mas concordaria em participar de uma turnê de despedida, chamada Real Live Tour, cujos shows seriam gravados e dariam origem a mais três álbums ao vivo, A Real Live One, somente com músicas lançadas pela banda entre 1986 e 1992; A Real Dead One, com músicas lançadas entre 1980 e 1984; e A Real Live Dead One, que também incluía faixas gravadas durante a turnê de Fear of the Dark. Os dois primeiros seriam lançados em 1993, mas o terceiro apenas em 1998 - sendo que o terceiro não estava previsto originalmente, e acabaria lançado para agradar a fãs saudosos dos vocais de Dickinson.
Essa turnê, porém, estremeceria as relações entre Dickinson e Harris, pois Harris alegaria que Dickinson só cantava adequadamente nos shows de maior visibilidade, se limitando a "balbuciar no microfone" nos demais; Dickinson, por sua vez, alegaria que, conforme a imprensa se interessava mais e mais por sua saída da banda, ficava mais difícil para ele se concentrar nos shows e se apresentar adequadamente. De fato, a imprensa deu tanta importância à saída de Dickinson que seu último show à frente do Iron Maiden seria televisionado pela BBC e lançado em home video com o nome de Raising Hell (talvez de propósito, uma expressão inglesa que significa algo como "criando confusão").
A banda decidiria realizar uma espécie de concurso para escolher seu novo vocalista, com os interessados podendo enviar fitas. Harris, entretanto, não gostaria de nenhum deles - especialmente porque muitos tentavam imitar Dickinson - e preferiria convencer Blaze Bayley, à época vocalista do Wolfsbane, a quem conheceu quando eles abriram um show do Iron Maiden em 1990, a trocar de banda. Muitos estranharam a preferência, já que Bayley tinha um estilo totalmente diferente de Dickinson e Di'Anno, mas Bayley acabaria aceitando. Sua passagem pela banda, coincidentemente ou não, aconteceria, porém, justamente na época em que o Iron Maiden passaria por sua pior fase.
O primeiro álbum com Bayley, The X Factor, seria lançado em outubro de 1995, e teria um tom bem mais sombrio que seus antecessores, motivado pelo estado de espírito de Harris, que passava por um encruado divórcio. A mudança de estilo - e de vocalista - não agradaria a fãs e críticos, o que faria com que o álbum tivesse o pior desempenho até então, alcançando apenas o oitavo lugar na para britânica e rendendo apenas um Disco de Prata. A turnê para sua promoção seria a primeira na qual o Iron Maiden se apresentaria em Israel e na África do Sul; após seu final, seria lançada a primeira coletânea da banda, Best of the Beast, que incluía uma faixa inédita, Virus.
O segundo álbum com Bayley, Virtual XI, seria lançado apenas em março de 1998, e acabaria sendo o maior fracasso da banda até hoje, alcançando apenas o 16o lugar na parada britânica e falhando em conseguir certificação. Após o fim de sua turnê, em janeiro de 1999, Bayley seria demitido, sob o argumento de que ele não conseguia cantar adequadamente as canções antigas da banda durante os shows. Virtual XI também seria o último álbum da banda com a participação de Kenney, com Harris acumulando as funções de baixista e tecladista nos álbuns seguintes.
Antes que Harris começasse a procurar por um novo vocalista, Smallwood sugeriria que ele convidasse Dickinson para retornar. A princípio ele não gostaria da ideia, mas depois pensaria "por que não?", e começaria as negociações com Dickinson já no começo de 1999. Dickinson não somente aceitaria como também convenceria Smith a retornar também; como Gers continuaria na banda, o Iron Maiden passaria a ter três guitarras. Assim como em sua estreia, Dickinson reestrearia já com uma turnê, chamada The Ed Hunter Tour, criada para promover o lançamento de sua segunda coletânea, Ed Hunter, lançada em julho de 1999 e que, além das músicas, incluía um game para PC estrelado por Eddie, o mascote da banda, presente na capa de todos os seus álbuns e, em forma de boneco, no palco de alguns de seus shows.
O primeiro álbum após o retorno de Dickinson e Smith, Brave New World, no qual o som da banda retornou ao estilo melódico e elaborado de seus primeiros álbuns, seria lançado em maio de 2000, e, embora não tenha sido um sucesso estrondoso, se saiu bem melhor que seus dois antecessores, alcançando o sétimo lugar na parada britânica e rendendo um Disco de Ouro. Brave New World seria o primeiro produzido por Kevin Shirley, que repetiria a função nos álbuns subsequentes do Iron Maiden. A turnê que o seguiu teve mais de 100 shows e culminou na segunda apresentação do Iron Maiden no Rock in Rio, em 9 de janeiro de 2001, que seria gravada e se tornaria mais um álbum ao vivo da banda, chamado simplesmente Rock in Rio, lançado em março de 2002.
2002, aliás, seria o ano do lançamento de Eddie's Archive, caixa comemorativa (atrasada) dos 20 anos da banda, que continha, além de uma árvore genealógica do Iron Maiden e de um copo para beber tequila, três CDs inéditos: BBC Archives, que trazia músicas tocadas pela banda em suas turnês entre 1979 e 1988 e, na época, transmitidas ao vivo pela rádio da BBC; Beast Over Hammersmith, gravação de um show da turnê de The Number of the Beast realizado em março de 1982 no Hammersmith Odeon, em Londres; e Best of the 'B' Sides, coletânea de "lados B" (a segunda música) dos singles da banda lançados até então. Lançada em novembro de 2002, Eddie's Archive teria primeiro uma edição limitada, com interior azul e a árvore genealógica numerada, e, posteriormente, devido a seu grande sucesso, uma edição regular, com interior vermelho e sem a numeração na árvore. Também em novembro de 2002 seria lançada a coletânea Edward the Great, que continha os maiores sucessos da banda lançados entre 1982 e 2001 - sem nenhuma faixa com os vocais de Di'Anno, portanto.
A banda começaria 2003 com uma nova turnê, Give Me Ed... 'Til I'm Dead, ao fim da qual seria lançado seu novo álbum, Dance of Death, em setembro de 2003. Mais um grande sucesso, o álbum alcançaria o segundo lugar na parada britânica e o 18o na Billboard, rendendo Disco de Ouro no Reino Unido. Durante a turnê de lançamento de Dance of Death, alguns shows davam de brinde aos fãs um EP, chamado No More Lies, que trazia versões alternativas de três faixas do álbum, além de um vídeo para a música que dava nome ao EP. Um desses shows, realizado em Dortmund, Alemanha, seria gravado e lançado como mais um álbum ao vivo, Death on the Road, em agosto de 2005.
O álbum de estúdio seguinte, A Matter of Life and Death, que trazia várias músicas que falavam sobre guerra e religião, seria lançado em agosto de 2006, e se tornaria o primeiro álbum do Iron Maiden a entrar para o Top 10 da Billboard, alcançando a nona posição, além de chegar à quarta posição da parada britânica e render mais um Disco de Ouro no Reino Unido. Sua turnê, chamada A Matter of the Beast em homenagem aos 25 anos do lançamento de The Number of the Beast, seria a primeira com shows do Iron Maiden no Oriente Médio (mais precisamente em Dubai) e na Índia - o qual também foi o primeiro show de uma banda major de heavy metal no país, por incrível que pareça.
Em setembro de 2007, a banda sairia em uma turnê chamada Somewhere Back in Time, na qual tocaria apenas músicas lançadas entre 1980 e 1988, com a decoração do palco também remetendo a esse período. Essa turnê seria a primeira na qual o Iron Maiden tocaria sozinho em um estádio em sua Inglaterra natal - tocando em Twickehnham para 60 mil pessoas em julho de 2008 - e a primeira na qual os deslocamentos aéreos seriam feitos usando o avião da banda, apelidado Ed Force One (um trocadilho com o nome do avião presidencial do Estados Unidos, Air Force One) e pilotado pelo próprio Dickinson. Para celebrar a turnê, seria lançada, em maio de 2008, uma nova coletânea, também chamada Somewhere Back in Time, e também contendo músicas do período entre 1980 e 1988. Parte da turnê também seria filmada e transformada no documentário Flight 666, que estrearia nos cinemas britânicos em 21 de abril de 2009, sendo mais tarde lançado em DVD e Blu-ray, e com sua trilha sonora sendo lançada em maio de 2009 na forma de mais um álbum ao vivo da banda.
Em agosto de 2010 a banda lançaria mais um álbum de estúdio, The Final Frontier. Para muitos, o título significava que este seria o último álbum do Iron Maiden, temor baseado em diversas declarações feitas por Harris nos anos anteriores de que a banda só lançaria, no máximo, 15 álbuns de estúdio; após seu lançamento, porém, os próprios membros da banda se prontificariam a declarar que não tinham planos de parar tão cedo, e que pelo menos mais um álbum estava em seus planos. The Final Frontier alcançaria o primeiro lugar na parada britânica (e em outros 27 países) e o quarto lugar na Billboard, rendendo mais um Disco de Ouro no Reino Unido e o primeiro Grammy da carreira do Iron Maiden, de Melhor Performance de Heavy Metal pela faixa El Dorado - esta seria a terceira indicação da banda ao prêmio, ao qual também concorreu em 1994 com Fear of the Dark (perdido para I Don't Want to Change the World, de Ozzy Osbourne) e em 2001 com The Wicker Man, do álbum Brave New World (perdido para Elite, dos Deftones).
Em junho de 2011 seria lançada uma nova coletânea, From Fear to Eternity, que servia como "complemento" para Somewhere Back in Time, contendo apenas músicas lançadas entre 1990 e 2010. O lançamento seguinte seria mais um álbum ao vivo, En Vivo!, lançado em março de 2012 e gravado durante um show no Estádio Nacional, em Santiago do Chile, em abril de 2011. Uma das faixas desse álbum, Blood Brothers, renderia mais uma indicação ao Grammy, perdido para Love Bites, do Halestorm. Após seu lançamento, a banda sairia em uma nova turnê, chamada Maiden England World Tour, acompanhada pelo relançamento do álbum Maiden England, que ganhou novas faixas e o nome de Maiden England '88. Essa turnê incluiria o terceiro show do Iron Maiden no Rock in Rio, em 22 de setembro de 2013.
O mais recente álbum do Iron Maiden foi lançado em setembro de 2015, após Dickinson se recuperar de um tumor maligno descoberto em sua língua. Chamado The Book of Souls, este é o primeiro álbum duplo da banda, assim como aquele que tem sua música mais longa - Empire of the Clouds, de 18 minutos. Como a EMI foi extinta em 2012, após ser comprada pela Universal, esse seria o primeiro álbum do Iron Maiden a ser lançado pela Warner, sob o selo Parlophone - onde o Iron Maiden foi parar quando o catálogo da EMI foi transferido pela Universal para a Parlophone, na época também de sua propriedade, mas no ano seguinte vendida para a Warner. Assim como seu antecessor, The Book of Souls já alcançou o primeiro lugar na parada britânica e o quarto na Billboard, e já rendeu um Disco de Ouro no Reino Unido. Atualmente, a banda se encontra em turnê promovendo-o, com 70 shows previstos, incluindo o primeiro show do Iron Maiden na China.
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