Nem todas as bandas das quais eu gosto figuram na lista da coluna da esquerda. Existem algumas outras das quais eu não tenho um único CD, mas gosto muito das músicas, pelo menos da maioria delas. Nesta categoria, se enquadra o Depeche Mode.
A primeira vez que eu descobri que o Depeche Mode era o Depeche Mode foi em 1990, através da Mtv, que passava os clips de Policy of Truth e Enjoy the Silence. Eu já tinha ouvido músicas da banda antes, mas não sabia do que se tratava.
Mas o álbum que eu mais gostei foi Songs of Faith and Devotion, de 1993, considerado por muitos dos fãs como um dos piores. Bem, eu não conheço muito dos demais álbuns, e este tem as músicas que estavam tocando durante a época em que eu realmente ouvia Depeche Mode com freqüência, como In your Room, Walking with my Shoes e One Caress.
Nunca me senti animado a comprar um CD do Depeche Mode. Gravei as músicas que eu gostava em fitas cassete, pegando emprestado os CDs dos meus amigos. Apesar de não me considerar um fã, adoro muitas músicas deles, mais precisamente Enjoy the Silence, Strangelove, Policy of Truth, I Feel You, In Your Room, One Caress, Walking in my Shoes e Only When I Lose Myself.
A saga do Depeche Mode começou antes de eu nascer, no já longínqüo ano de 1976, lá na Inglaterra, quando os tecladistas Andy Fletcher e Vince Clarke decidiram criar um duo de música eletrônica, chamado No Romance in China. Como não conseguiu fazer sucesso, Clarke desistiu do projeto e, em 1979, criou um novo duo, desta vez com o guitarrista Martin Gore, chamado French Look. Por alguma razão, Fletcher foi convidado para transformar o duo em um trio, após o que o nome foi mudado para Composition of Sound. Inicialmente, Clarke seria o vocalista, mas em 1980 David Gahan foi convidado para assumir os vocais, e o nome da banda foi mudado mais uma vez, para Depeche Mode.
Considerada uma das mais importantes bandas do início da década de 80, seu primeiro single, Dreaming of Me, foi um sucesso apenas superado por Just Can't Get Enough, música de trabalho de seu primeiro álbum, Speak & Spell, lançado em 1981. Pouco após o lançamento deste álbum, Clarke, o responsável por compor as músicas, deixou a banda, alegando não estar preparado para as armadilhas da fama. Martin Gore assumiu o manto de compositor, e convidou Alan Wilder para ser o quarto membro da banda.
Seus dois álbuns seguintes, A Broken Frame, de 1982 e Construction Time Again, de 1983, não foram bem sucedidos. O próximo, porém, Some Great Reward, de 1984, foi um sucesso de público e crítica não somente no Reino Unido, mas também nos EUA. Neste álbum a banda começou a adquirir um tom meio gótico, meio industrial, que se refinaria até se transformar no som característico da banda. Este álbum teve grandes sucessos, como Blasphemous Rumors, Master and Servant e People are People [Nota do Guil: Santa Ignorância, eu não conheço nenhuma destas músicas!].
O sucesso não foi passageiro, sendo confirmado pelo próximo álbum, Black Celebration, de 1986. Com faixas como Black Celebration, But not Tonight e A Question of Lust, o Depeche Mode começava a se tornar uma das mais bem sucedidas bandas da cena underground oitentista. Em um crescendo impressionante para uma banda alternativa, com o lançamento de seu álbum seguinte, Music for the Masses, de 1987, o Depeche Mode conheceu a fama internacional, foi alçado à categoria de superstar, e se tornou a primeira banda da cena alternativa a lotar um estádio durante um show. Impressionantemente, apesar deste sucesso todo, e de conter o megassucesso Strangelove, Music for the Masses é considerado pelos fãs e críticos como um dos álbuns mais fracos da banda. De qualquer forma, o tal estádio lotado, o Rose Bowl, foi o responsável pelo álbum seguinte, 101, de 1989, gravado ao vivo durante a apresentação.
Os integrantes da banda não ficaram satisfeitos com o resultado de 101 (Gahan, inclusive, achou que havia errado muitas notas, e que todas elas podiam ser ouvidas no disco). Antes de uma pausa de três anos para repensar suas carreiras, eles decidiram lançar Violator, em 1990. Novamente de forma surpreendente, este foi o álbum mais bem sucedido da banda, e o primeiro a emplacar três singles nos EUA, Enjoy the Silence, Policy of Truth e Personal Jesus. Esta boa receptividade não fez com que a banda alterasse seus planos, e a pausa de três anos foi feita.
Assim, em 1993, eles retornaram com Songs of Faith and Devotion, um álbum de certa forma muito aguardado pelos fãs. O álbum foi um fracasso de crítica, considerado como o mais fraco da carreira da banda, "com músicas que ainda procuram por sua melodia". A receptividade do público foi boa, foram trabalhadas várias músicas, como I Feel You, Walking in my Shoes, Condemnation, In Your Room e One Caress, mas mesmo assim o álbum foi considerado um fracasso. Por decisão da gravadora, também foi lançada uma versão ao vivo de Songs of Faith and Devotion, no mesmo ano.
Parecia que a banda iria entrar em uma espiral descendente. Em 1995, Alan Wilder deixou a banda, e David Gahan tentou o suicídio. Apesar de um período de inatividade, a banda decidiu não se desfazer, e continuar apenas com Fletcher, Gore e Gahan, lançando mais um álbum, Ultra, em 1997. Apesar de não ter nenhuma música que tenha se tornado um hit, e de não ter feito muito sucesso internacionalmente, Ultra foi muito bem sucedido nos EUA, onde chegou a ocupar o 4o lugar das paradas. A banda optou por não sair em turnê no lançamento deste álbum, devido ao frágil estado emocional de Gahan. Em 1998, a banda decidiu lançar duas coletâneas, The Singles 81-85 e The Singles 81-98, o que fez com que muitos pensassem que eles já tinham dado o que tinham que dar.
Em 2001, porém, contra todas expectativas o Depeche Mode decidiu voltar com força total. Gahan, aparentemente, havia conseguido exorcizar todos os seus demônios, e o grupo saiu em uma grande turnê para divulgar seu novo álbum, Exciter, que contou com uma grande campanha de divulgação, puxada pelo single Only When I Lose Myself. Em termos de vendas, este álbum não foi tão bem sucedido quanto os dos áureos tempos, mas mesmo assim foi bem recebido nos EUA e Europa.
Atualmente, o Depeche Mode trabalha em seu novo álbum, que deverá ser lançado até o final deste ano. Será um CD de remixes, chamado The Remixes 81-04. Não existem planos para um novo álbum de faixas inéditas por enquanto.
Para finalizar, uma curiosidade: Depeche Mode é o nome de uma revista francesa de moda e costura, algo como a Moda Moldes aqui do Brasil. Traduzido literalmente, seria algo como "Moda Apressada". Não consegui descobrir por que a banda teria escolhido este nome. Alguém se habilita?
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