Eu já externei aqui minha paixão pelos idiomas. Se possível fosse, eu aprenderia todas as línguas do mundo, pois poucas coisas se comparam a descobrir novas palavras em um idioma estranho, e passar a compreender coisas que antes só podíamos imaginar.
Um belo dia, tive a curiosidade de descobrir o que dizia um texto que achei aqui pela internet. A dificuldade maior era a de que o texto se encontrava em russo. Eu costumo ter dicionários online de vários e vários idiomas, mas uma página em russo me trazia uma dificuldade nova: o alfabeto. Para quem não sabe, o idioma russo não é escrito com nosso alfabeto "tradicional", mas sim com o Alfabeto Cirílico, aquele que tem um R ao contrário e mais um monte de letras esquisitas. Oras, sem saber o que significavam aquelas letras, eu não poderia saber o som daquela palavra, tampouco procurá-la no dicionário. Afinal, nem sempre um B tem som de B. Em Cirílico, por exemplo, ele tem som de V.
Assim, comecei uma busca para descobrir a que equivalia cada letra daquele estranho alfabeto. Até encontrei um site bem legal, com links para sons em Real Audio, mas eu não sou exatamente conhecido por ficar satisfeito tão fácil. Procurando mais, achei um site sobre o Alfabeto Grego. Procurando mais ainda, achei o site sobre o qual vou falar nesse post de hoje, o Omniglot. Nome genial, se me permitem um comentário.
Meu entusiasmo por este tão singular site foi tanto que ele acabou gerando um Almanaque BLOGuil (e um bocado de trabalho para o Omby). Indo direto ao ponto, no Omniglot temos explicações sobre todos os alfabetos do mundo. Todos. Em uso ou não. É divertido olhar aquele monte de letras esquisitas e tentar imaginar como os pobres Geórgicos, por exemplo, fazem para decorar todas aquelas letras. Desenhar uma a uma quando se quer escrever alguma coisa então, nem se fala. Para falar a verdade, eu nem sabia que a Geórgia tinha um alfabeto próprio (pra mim, toda a ex-URSS escrevia em Cirílico), assim como também não sabia que os coreanos tinham um alfabeto ao invés de um alfassilabário.
Falando nisso, o Omniglot é dividido em várias seções: alfabetos, abjads (alfabetos só de consoantes), alfassilabários (onde cada letra é uma sílaba, como em japonês), logográficos (ideogramas e hieróglifos), sistemas de escrita ainda não decifrados, e alfabetos alternativos, como o Braille e o Unifon. Esta última parte é tão completa que possui até mesmo alfabetos "inventados", como o Klingon, o Tengwar dos elfos de Tolkien, e até mesmo o alfabeto alienígena do desenho Futurama. Todo tipo de escrita, dos quatro cantos do mundo está presente, incluindo até mesmo alguns que já não são usados, como os hieróglifos egípcios e o alfabeto fenício. No alfabeto fenício, porém, reside o único erro identificado por mim na relação: eles consideram o fenício como um abjad, quando ele claramente possui todas as vogais.
Para que não haja problemas na hora de identificar o significado de cada letra, é apresentada a letra mais próxima no nosso alfabeto, acompanhada do som correspondente no Alfabeto Internacional de Fonemas, aquele que vem entre parênteses no dicionário, para explicar o som de uma determinada palavra. E, se você não conhece o AIF, não tem problema, no Omniglot tem um link para ele também, explicando todos os sons um por um (o que é meio sacal, admito, mas extremamente completo).
E, como se já não bastasse, os malucos que mantêm o site ainda reservaram outra surpresa: links para todos os idiomas e dialetos do mundo (bem, não sei se são todos, mas com certeza há um bocado deles lá), explicando qual é o alfabeto utilizado por aquele idioma, se algumas letras podem levar acentos ou não, e qual é o som de cada letra para aquele idioma em particular, através do AIF. Afinal, um A em inglês não é um A, mas um "ei". Aqui vocês irão descobrir que mesmo nosso velho e bom alfabeto pode reservar algumas surpresas, como uma espécie de "A com cedilha" usado no idioma turco, e um U com dois acentos agudos de uma vez só, pertencente ao idioma húngaro.
Enfim, eu estou bisbilhotando esse site tem umas três semanas e ainda não consegui ver tudo. Decorar, então, será impossível. Me concentrei no Cirílico, e hoje já consigo ler páginas em russo, o que é uma enorme satisfação. Agora só falta entender o que está escrito.
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