segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Escrito por em 19.1.15 com 1 comentário

Tanya Donelly

Acho que vocês já devem ter reparado que, em se tratando de música, eu prefiro vozes femininas. Afinal, dos 33 posts sobre música que eu escrevi até agora (sem contar o segundo da Tori Amos), nada menos que 11, um terço, são dedicados a cantoras - e nenhum é dedicado a um cantor. Mais que isso, das bandas às quais são dedicados os 22 que restam, quase a metade, dez, são bandas com vocalistas femininas. O motivo para isso é até muito simples: um dos fatores determinantes para eu gostar de uma música é a voz de quem está cantando. Por mais que eu goste de piano, ache legal um solo de guitarra, ou me amarre em uma bateria furiosa, vai depender da voz para aquela música me empolgar ou não. Não consigo gostar de Rolling Stones, por exemplo, porque não consigo gostar da voz do Mick Jagger; por outro lado, o principal motivo pelo qual eu gosto do Cake é a voz um tanto estranha do John McCrea.

E, é claro, eu gosto muito mais de timbres de voz femininos que de masculinos, por isso eu gosto mais quando uma mulher está cantando. E pode ser qualquer timbre, seja o vozeirão da Christina Aguilera, os agudos da Mariah Carey, a voz doce da Nina Persson, a grave da Shirley Manson, ou até a da Gwen Stefani, da qual, por mais que eu goste, às vezes eu acho que ela tem muita coragem de ser cantora, porque seria reprovada em qualquer concurso de talentos que se levasse a sério. Pode ser a voz suave da Sade, a de menininha da Jewel, a meio fanhosa da Dolores O'Riordan, a bem afinada da Andrea Corr, a voz grossa da Fiona Apple, a voz fina da Natalie Imbruglia, ou a voz fofa da Tanya Donelly. Que é o tema do post de hoje.

E a voz da Tori Amos, antes que alguém estranhe sua ausência na lista acima, é hors concours.

Nascida em 14 de julho de 1966 em Newport, Rhode Island, Estados Unidos, Donelly vivia em uma família que ela mesma classificava como "hippie", que se mudava muito, e que, segundo ela, a deixava envergonhada diante de seus colegas de escola. Quando ela tinha 8 anos, conheceria Kristin Hersh, uma menina de sua turma que não se importava com sua família estranha, e ambas se tornariam melhores amigas. Aos 12 anos, Donelly e sua mãe sofreriam um terrível acidente de carro, do qual escapariam por milagre, e que levaria a menina a se interessar por religião, especialmente o hinduísmo - seus pais eram ateus, e, embora ela não tivesse nenhuma orientação religiosa na família, ficaria muito impressionada com o acidente, e acreditaria que sua sobrevivência se deveu à interferência de uma força superior. Pouco depois, essa força superior pareceu agir novamente, pois os pais de Donelly se divorciaram, e seu pai se casou justamente com a mãe de Hersh, que já era divorciada, fazendo com que Donelly e Hersh, além de melhores amigas, se tornassem irmãs.

Quando ambas tinham 14 anos, o pai de Donelly e o de Hersh, ao verem que suas filhas se interessavam por música, especialmente pelos Beatles, combinaram de comprar uma guitarra para cada uma, e inscrevê-las em cursos para que aprendessem a tocar o instrumento. Logo as duas ficaram com vontade de montar uma banda, o que levou Hersh a convidar dois outros colegas de escola para ensaiar com elas na garagem de sua casa. Assim, em 1981, surgiria a banda Kristin Hersh and the Muses, que, além de Donelly como vocalista e guitarrista, e de Hersh como vocalista, guitarrista, compositora das músicas e nome da banda, contava com a baixista Elaine Adamedes e a baterista Rebecca Blumen, todas de 15 anos de idade. Adamedes e Blumen ficariam pouco tempo na banda; a primeira indicaria sua amiga Leslie Langston para substituí-la, mas, para a bateria, elas não conheciam nenhuma outra menina. Hersh convidaria, então, o primeiro integrante masculino da banda, David Narcizo, que hesitou em aceitar o convite porque jamais havia tocado bateria na vida, apenas tambor de marcha. Como a bateria pertencia a Blumen, que a pegou de volta depois que saiu, eles ainda tinham outro problema, a falta de uma bateria. Narcizo acabaria conseguindo uma bateria emprestada, mas que não tinha os pratos; ele aprenderia a tocar nessa bateria, e o fato de não usar os pratos - mesmo quando passasse a tocar em baterias que os tinham - acabaria se tornando sua marca registrada para o resto de sua carreira. Após a entrada de Narcizo, a banda também mudaria de nome, para Throwing Muses.

Com a ajuda financeira do pai de Donelly e do de Hersh, o Throwing Muses lançaria um EP (que tem poucas músicas, ao contrário de um álbum ou LP, que tem bastante), também chamado Throwing Muses, em 1984, criando um selo que chamariam de Blowing Fuses. Enquanto tocavam na cena noturna de Newport e tentavam usar o EP para conseguir contrato com uma gravadora de verdade, eles distribuiriam um conjunto de fitas demo pelas rádios universitárias da região, conseguindo emplacar até mesmo um hit, Sinkhole, que se tornaria uma das músicas mais tocadas nas universidades do nordeste norte-americano em 1985. O sucesso chamaria a atenção do empresário Gary Smith, dono do estúdio Fort Apache, localizado em Boston e usado para gravações de bandas de rock alternativo. Smith recomendaria a banda para a gravadora britânica 4AD, que estava procurando bandas novas para investir nos Estados Unidos. O dono da gravadora, Ivo Watts-Russell, viria pessoalmente a Boston convidar o Throwing Muses para assinar contrato com eles. Segundo Hersh, elas aceitariam porque ele era engraçado, e o Throwing Muses se tornaria a primeira banda norte-americana do catálogo da 4AD. Seus quatro integrantes então se mudariam para Boston, e, em 1986, lançariam seu primeiro álbum, mais uma vez chamado Throwing Muses. O álbum faria bastante sucesso dentre a crítica especializada, que elogiaria, principalmente, as letras escritas por Hersh.

A ideia da banda era lançar seu segundo disco já em 1987, mas problemas pessoais e profissionais acabariam fazendo com que, ao invés de um álbum, eles lançassem dois EPs, Chains Changed e The Fat Skier. Seu segundo álbum, House Tornado, seria lançado em 1988; graças a uma parceria da 4AD, ele seria lançado nos Estados Unidos pela Sire, gravadora bem maior e que permitiria uma melhor distribuição e volume de vendas, além de uma melhor estratégia de marketing, que faria com que o segundo álbum fosse bem mais vendido que o primeiro. No fim de 1988, convidados pela 4AD, o Throwing Muses sairia em turnê pelo Reino Unido com os Pixies.

O terceiro álbum do Throwing Muses, Hukpapa, seria lançado em 1989. Naquele mesmo ano, Kim Deal, baixista dos Pixies de quem Donelly havia se tornado amiga durante a turnê, a convidaria para um projeto paralelo. Kim escreveria várias canções, que gravaria em uma demo junto com Donelly, a violinista Carrie Bradley, o baixista Ray Halliday e três bateristas diferentes, incluindo Narcizo. Como tanto os Pixies quanto o Throwing Muses eram do catálogo da 4AD, Kim enviou a demo para Watts-Russell, que a adorou, e lhe reservou um bom orçamento para gravar um álbum.

O problema é que o projeto nem tinha nome, e, com exceção de Kim e Donelly, todos os demais membros eram temporários e não quiseram se comprometer com uma segunda banda. Kim, então, começaria a recrutar novos membros; já tendo estabelecido que ela e Donelly seriam vocalistas e guitarristas, elas precisavam de um baixista e um baterista. O primeiro foi fácil, Josephine Wiggs, da banda Perfect Disaster, com quem os Pixies haviam saído em turnê em 1988, aceitou na hora. Elas quase não encontraram um baterista, entretanto, e só conseguiram porque Steve Albini, produtor amigo de Kim que já havia trabalhado com os Pixies, e que havia concordado em produzir o álbum, convenceu Britt Walford, da banda Slint, que assim mesmo só concordou se pudesse participar usando um pseudônimo, Shannon Doughton. Faltava apenas um nome, e Kim sugeriu The Breeders.

O primeiro álbum dos Breeders, Pod, seria lançado em 1990. O álbum não seria um sucesso de público, mas seria extremamente bem sucedido com a crítica especializada, e ficaria famoso por ser frequentemente citado por Kurt Cobain, do Nirvana, como um de seus álbuns favoritos - sendo colocado, inclusive, em terceiro lugar em uma lista dos cinquenta álbuns que ele considerava ter a maior influência sobre o som do Nirvana, que ele escreveu em 1993. Após o lançamento, os membros dos Breeders retornaram para suas respectivas bandas, mas mantiveram o contato.

Ao voltar para o Throwing Muses, porém, Donelly se deparou com alguns problemas. Primeiro, Langston decidiu sair da banda, sendo substituída por Fred Abong, que gravaria com Hersh, Donelly e Narcizo o quarto álbum da banda, The Real Ramona, lançado em 1991. Apesar de ter sido bem recebido, o álbum dividiu a crítica por ter um som considerado mais pop que seus antecessores, o que também desagradou Donelly. Pouco após o lançamento, Donelly seria convidada por Kim para que ambas emprestassem suas vozes para uma das faixas do álbum Blood, da banda This Mortal Coil. A faixa, You and Your Sister, cover de uma canção de Chris Bell de 1978, faria grande sucesso na Europa, mas passaria praticamente despercebida nos Estados Unidos. Um mês depois de gravar essa faixa, Donelly decidiria sair do Throwing Muses, levando Abong junto com ela, e fundar uma nova banda chamada Belly - palavra que significa "barriga" em inglês, e que, segundo Donelly, foi escolhida por ser "feia e bonita ao mesmo tempo".

Só para ninguém ficar curioso: após a saída de Donelly, o Throwing Muses gravaria um quinto álbum, Red Heaven, que seria lançado em 1992, e contaria com o retorno de Langston e a entrada de Bernard Georges no lugar de Donelly. Enquanto eles gravavam o sexto, University, que estava previsto para ser lançado em 1993, Hersh decidiria escrever mais algumas músicas para lançar um álbum solo, Hips and Makers. Apesar de University ter ficado pronto antes, a 4AD decidiria lançar Hips and Makers primeiro, o que levaria a um atraso de quase dois anos na mixagem do álbum do Throwing Muses, com Hips and Makers sendo lançado em 1994 e University apenas em 1995. Isso faria com que as relações entre os membros da banda ficassem estremecidas, e, embora eles ainda lançassem um sétimo álbum, Limbo, em 1996, em 1997 eles decidiriam se separar, encerrando a carreira do Throwing Muses por enquanto. Hersh, depois da separação, seguiria em carreira solo, e lançaria mais sete álbuns entre 1998 e 2010.

Após sair do Throwing Muses, antes de começar a gravar com o Belly, Donelly seria contactada mais uma vez por Kim, que havia conversado com Wiggs e decidido lançar um segundo álbum dos Breeders. Devido a uma falta de coincidência de datas para que os quatro membros se reunissem, porém, apenas quatro faixas acabariam efetivamente sendo gravadas, e, ao invés de um álbum, o resultado seria um EP, Safari, lançado em 1992 e que seria o último trabalho de Donelly com os Breeders. Depois do EP, Kim e Wiggs decidiriam fazer deles uma banda em tempo integral ao invés de um projeto paralelo; Kim convidaria sua irmã gêmea Kelley para ser a outra vocalista e guitarrista, e o baterista dos Pixies, Jim Macpherson, para assumir a bateria. Com essa formação, eles lançariam Last Splash, um enorme sucesso de público e crítica, com direito a disco de platina, em 1993, e mais um EP, Head to Toe, em 1994. A banda se separaria em 1995, mas retornaria em 2002 com Title TK, e, após uma nova separação em 2003, retornaria com Mountain Battles, de 2008, o EP Fate to Fatal, de 2009, e LSXX, de 2012, por enquanto seu último trabalho.

Voltando ao Belly, Donelly convidaria para completar a banda os irmãos Thomas e Chris Gorman, guitarrista e baterista, respectivamente, seus amigos de infância e ex-integrantes da banda Verbal Assault. O quarteto gravaria um EP, Slow Dust, que seria lançado apenas no Reino Unido em 1992, mas chegaria ao topo da parada de sucessos de rock alternativo. Sua música de trabalho, Feed the Tree, faria um sucesso enorme nas rádios que tocavam rock alternativo, e acabaria incluída também no primeiro álbum da banda, Star, lançado em janeiro de 1993.

Star chegaria ao segundo lugar da lista dos mais vendidos do Reino Unido, e renderia um Disco de Ouro nos Estados Unidos. Suas três músicas de trabalho foram bastante bem sucedidas, com Feed the Tree chegando ao topo da parada de rock moderno da Billboard, Gepetto chegando ao oitavo lugar, e Slow Dog ao 17o. Feed the Tree também entraria para Top 100 da Billboard (em 95o lugar), um feito raro para uma banda de rock alternativo. Star também renderia ao Belly duas indicações ao Grammy, de Melhor Álbum de Rock Alternativo (perdendo para Zooropa, do U2), e de Melhor Artista Novo (perdendo para Toni Braxton). O sucesso do álbum também garantiria à banda duas turnês conjuntas, uma com o Radiohead, outra com os Cranberries.

Logo após o lançamento de Star, Abong decidiria deixar a banda, e seria substituído por Gail Greenwood. Greenwood era originalmente guitarrista de uma banda chamada Boneyard, mas entrou no Belly como baixista, o que resultou em uma certa mudança no som da banda, que ficou um pouco mais pesado. Donelly também aproveitou e passou a dividir os vocais com Greenwood, o que resultou em uma banda de duas vozes femininas, justamente como o Throwing Muses e os Breeders.

Talvez por essa mudança, o segundo álbum do Belly, King, lançado em fevereiro de 1995, não fez muito sucesso, nem de público, nem de crítica. Sofrendo de uma certa falta de identidade, o álbum não agradou à comunidade alternativa, que o considerou mainstream demais, nem às rádios mainstream, que o consideraram alternativo demais. Além disso, o Belly seria mais uma vítima da "maldição do grunge": suas músicas alegres cantadas pela vozinha fofa de Donelly não encontraram espaço em um mercado dominado por letras cheias de angústia, guitarras disorcidas e vocalistas que berravam de pijama, cortesia da onda grunge deflagrada pelo Nirvana. As músicas de trabalho de King, Now They'll Sleep e Super Connected, tiveram pouquíssima exposição nas rádios e na Mtv norte-americana, e nem uma forcinha dada pela revista Rolling Stone, que colocou o Belly na capa, fez com que as vendas do álbum decolassem. Felizmente, a 4AD conseguiu para o Belly uma turnê em conjunto com o REM, que rendeu uns bons trocados.

Além de sair em turnê com o REM, o Belly fez shows em conjunto com a banda inglesa Catherine Wheel e com a cantora Jewel, ambos em início de carreira. Isso faria com que o vocalista da Catherine Wheel, Rob Dickinson, convidasse Donelly para dividir os vocais com ele na música Judy Staring At The Sun, que faria um relativo sucesso nos Estados Unidos, chegando ao 22o lugar na parada de rock moderno da Billboard. Donelly também seria convidada para o projeto Saturday Morning: Cartoons' Greatest Hits, no qual artistas de renome da época regravaram em ritmo de rock canções de abertura de desenhos animados famosos das décadas de 1960 e 1970; Donelly regravaria o tema de Josie e as Gatinhas, acompanhada de Juliana Hatfield.

Em 1996, Donelly se casaria com o baixista de Hatfield, Dean Fisher, que conhecera durante a primeira turnê do Belly. Desiludida com o cenário das bandas alternativas norte-americanas, Donelly decidiria desfazer o Belly e, ao invés de criar uma banda nova, sair em carreira solo. "Sair" mesmo, tipo em uma turnê, antes mesmo de lançar um álbum solo. Donelly escreveria várias canções especialmente para essa turnê, na qual seria acompanhada de Fisher, da tecladista Lisa Mednick (também da banda de Hatfield), do baterista Stacy Jones (do Veruca Salt) e dos guitarristas Billy Coté e Mary Lorson (ambos do Madder Rose). Essas canções mais tarde seriam gravadas em estúdio e lançadas na forma de um EP, Sliding and Diving, em novembro de 1996.

O primeiro álbum solo de Donelly, Lovesongs for Underdogs, seria lançado em agosto de 1997. O álbum seria bem recebido pela crítica especializada, e suas duas principais músicas de trabalho, Pretty Deep e The Bright Light, tocaram bastante nas rádios do nordeste norte-americano, mas, no geral, não chegou a ser um grande sucesso. Após seu lançamento, Donelly tiraria um tempo livre para cuidar de si e engravidar, dando a luz, em 1999, à sua primeira filha, Grace Bee Fisher.

Em 2000, Donelly voltaria a tocar junto com o Throwing Muses em dois festivais, um na cidade de Cambridge, Massachusetts, e um em Rhode Island. Essa reunião levaria a um convite de Hersh para que ela voltasse a gravar com a banda, sem que nenhuma das duas abrisse mão de suas carreiras solo. Donelly ficou de pensar, e, enquanto isso, lançou mais um EP, Sleepwalk, de novembro de 2001, mais um álbum, Beautysleep, de fevereiro de 2002, e a coletânea Sweet Ride: The Best of Belly de julho do mesmo ano. Assim como o álbum anterior, Beautysleep agradou à crítica especializada, mas falhou em conquistar o público.

Donelly acabaria aceitando voltar a gravar com o Throwing Muses, mas sem destaque, atuando como backing vocal em mais um álbum chamado Throwing Muses, lançado em março de 2003. Ela também sairia em uma "turnê de reunião" da banda, atuando como vocalista e guitarrista. Apesar dos esforços de Hersh, o Throwing Muses não voltou de vez depois disso, passando-se mais dez anos sem que os quatro gravassem juntos.

Em julho de 2004, Donelly lançaria seu terceiro álbum solo, Whiskey Tango Ghosts, que, curiosamente, tem um som mais acústico, poucos instrumentos e músicas bem mais lentas. Para divulgar o álbum, ela faria uma série de shows no Windham Hotel, na cidade de Bellows Falls, Vermont. Esses shows teriam tanto músicas antigas quanto novas, seriam gravados, e, mais tarde, algumas de suas músicas seriam selecionadas para serem lançadas em um novo álbum, This Hungry Life, de outubro de 2006. Antes disso, em março de 2006, ela teria uma segunda filha, Harriet Pearl Fisher.

Ainda em 2006, Donelly gravaria Heart of Gold, para um álbum de covers de canções de Neil Young cujas vendas seriam integralmente destinadas a projetos de caridade. No ano seguinte, ela aceitaria fazer dois shows acompanhada de Hersh em Cambridge. Em 2008, mais uma cover, Lovecats, para um tributo ao Cure. Ela ficaria praticamente dois anos sem um novo lançamento, até que, em 2010, gravaria o single Girl with the Black Tights. Cada vez mais, Donelly se dedicaria à família ao invés de à carreira, com suas apresentações e aparições públicas se tornando cada vez mais espaçadas.

Então, em agosto de 2013, Donelly surpreenderia os fãs ao lançar, exclusivamente online para download, uma série de quatro EPs, Swan Song Series ("swan song" é o "canto do cisne", e, para bom entendedor, meia palavra basta), numerados de vol. 1 a vol. 4 e lançados, respectivamente, em julho, setembro, outubro e novembro, cada um contendo canções nas quais Donelly trabalhava com amigos, músicos e colaboradores prévios. Em outubro de 2013 ela ainda faria uma pequena participação em mais uma tentativa de retorno do Throwing Muses, o álbum Purgatory/Paradise, no qual a banda tentou mais uma vez voltar com a formação composta por Hersh, Georges e Narcizo. Como eles não saíram em turnê depois disso, nem lançaram outro álbum ainda, não dá para saber se o Throwing Muses está de volta ou não.

Depois da Swan Song Series, Donelly se aposentaria definitivamente do mundo da música, para se dedicar em tempo integral a suas filhas. Depois de ter fundado três bandas e de ter tocado com membros de quase todas as de rock alternativo que existem, eu diria que o descanso é merecido.

Um comentário:

  1. também sou muito fã de "mina no vocal"... valeu pelo post!

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