segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Escrito por em 23.1.12 com 4 comentários

Wario

Em 2010, eu decidi fazer aqui uma série sobre os spin-offs dos games de Mario, o personagem mais famoso da Nintendo - série que continua rendendo, como vocês podem perceber. Embora não pareça, foi bastante difícil escolher os seis spin-offs que fariam parte da série; como eu já disse ano passado, planejava, por exemplo, fazer um post sobre os jogos esportivos, que acabei tendo de abandonar, transformando-o mais tarde em uma nova série. Curiosamente, eu acabei substituindo esse post sobre os jogos esportivos por um sobre os jogos nos quais Mario não era o protagonista. Após escrever esse post, decidi que o seguinte seria sobre os jogos protagonizados por Wario, a contraparte maligna de Mario. Depois, achei que não tinha nada a ver, e deixei esse post pra lá também. Mas a indicação de que eu planejava fazê-lo acabou ficando lá, no post sobre os jogos que não são protagonizados por Mario.

Essa semana, sem motivo aparente, eu acabei me lembrando dessa história, e achei que seria legal fazer mesmo o post com os jogos protagonizados por Wario. Que é esse post que você está lendo agora.

Antes de começarmos a vê-los, entretanto, um aviso: decidi falar apenas sobre os jogos de plataforma, o que significa que Wario's Woods, Wario Blast e a série Wario Ware não aparecerão por aqui. Primeiro, porque, se fosse falar sobre eles, para não fazer um post imenso, acabaria tendo de criar outra série, o que não é a minha intenção no momento. Segundo, porque eu não gosto mesmo desses jogos - pois é, eu não gosto de Wario Ware, me processem.

Wario Land 3Como vimos aqui no post em duas partes sobre os jogos de Mario, a estreia de Wario foi em Super Mario Land 2: 6 Golden Coins, de 1992, para o Game Boy, no qual fazia o pepal de vilão. Segundo o manual do jogo, Wario é um amigo de infância de Mario, que sempre teve inveja do herói, e se aproveitou de uma breve ausência do encanador para dominar o Reino dos Cogumelos. Por alguma razão bizarra, o personagem agradou ao público, e retornou como protagonista no jogo seguinte, Wario Land: Super Mario Land 3, de 1994, também para o Game Boy, no qual enfrenta a pirata Captain Syrup com o intuito de juntar a maior fortuna possível e deixar Mario com inveja. Esse jogo também foi bastante bem sucedido, o que motivou a Nintendo a lançar mais um jogo protagonizado por Wario.

Esse jogo seria lançado em 1995 para o Virtual Boy, o videogame mais controverso da Nintendo, aquele que se parecia com um óculos gigante e prometia jogos em 3D com gráficos pretos e vermelhos. Chamado Virtual Boy Wario Land (no original japonês com o subtítulo Awazon no Hiho, "o tesouro secreto da Awazônia"), o jogo leva Wario a uma viagem pela selva awazônica (já entenderam o trocadilho?). Enquanto tira uma soneca, o anti-herói percebe estranhas criaturas mascaradaas usando uma passagem secreta. Seguindo-as, ele encontra um imenso tesouro, mas, antes que consiga roubá-lo, aciona uma armadilha, e cai em um labirinto subterrâneo. Cabe ao jogador guiar Wario para fora do labirinto, acumulando, no caminho, a maior quantidade de tesouro possível.

Assim como em Wario Land, Wario pode trombar com inimigos desarmados para derrubá-los e jogá-los longe, conta com um ataque de ombrada, e com a ajuda de três chapéus que lhe conferem poderes especiais: o Eagle Hat, que permite que ele voe curtas distâncias e use a ombrada no ar; o Dragon Hat, que permite que ele lance fogo pelo nariz, mas impossibilita o uso da ombrada; e o Bull Hat, que aumenta o alcance da ombrada e lhe confere um novo movimento especial, com o qual ele cai sentado, quebrando blocos e enterrando objetos; Wario também pode usar o Dragon Hat e o Eagle Hat ao mesmo tempo, para voar e lançar fogo, mas fica impossibilitado de usar a ombrada. As fases fasem amplo uso da ilusão de tridimensionalidade do Virtual Boy, com itens devendo ser buscados no fundo do cenário e as lutas contra os chefes sendo travadas em três dimensões. Ao todo, Wario deve passar por 14 fases para poder clamar o tesouro secreto da Awazônia para si.

Virtual Boy Wario Land foi eleito pela crítica especializada o melhor de todos os jogos do Virtual Boy, e só não foi um sucesso de vendas porque o próprio Virtual Boy não vendeu nada. Apesar da boa receptividade, Wario ficaria um tempo na geladeira após seu lançamento, só voltando a protagonizar um jogo em 1998, com o lançamento para o Game Boy de Wario Land II, que no mesmo ano seria relançado para o Game Boy Color - isso porque Wario Land II foi o último jogo lançado para o Game Boy preto e branco, e vendeu pouco; a Nintendo imaginou que relançando-o venderia mais, e, por incrível que pareça, estavam certos.

Em Wario Land II, Captain Syrup e seus piratas invadem o castelo de Wario, roubam todo o seu tesouro e deixam a torneira aberta para inundar tudo. Enfurecido, Wario parte para enfrentá-los e recuperar o que é seu. Curiosamente, nesse jogo Wario é totalmente imortal, jamais perdendo vidas; para que o jogo não fique sem graça, se resumindo ao jogador matar inimigos, cada fase possui vários quebra-cabeças que Wario deve resolver para conseguir avançar, além de várias barreiras que só podem ser transpostas pagando um certo número de moedas ou encontrando uma chave específica. Se procurar com atenção, o jogador pode até mesmo encontrar fases e finais secretos - a princípio, o jogo só tem quatro fases, mas seis outras fases secretas podem ser encontradas, e o final "verdadeiro" do jogo só será visto se o jogador passar por todas as dez. Um minigame ao estilo Genius também pode ser liberado encontrando alguns itens secretos.

Uma das características mais curiosas do jogo é que Wario, apesar de ser imortal e jamais sofrer dano, ao ser atingido por alguns inimigos sofre efeitos colaterais - além de perder moedas - que incluem ficar com pernas de mola e sair quicando, ser capturado por uma bolha e sair voando, ficar bêbado, enorme de gordo, achatado, congelado, virar balão, virar zumbi e encolher. Embora na maior parte das vezes esses efeitos só sirvam para irritar o jogador e atrasá-lo, alguns podem ajudá-lo a acessar novas áreas e encontrar novos itens - sendo achatado ou encolhendo, por exemplo, Wario poderá passar por aberturas apertadas.

Em 2000, Wario ganharia um novo jogo para o Game Boy Color, Wario Land 3. Desta vez, Wario encontra uma caixinha de música encantada, que dá passagem para um novo mundo, com a promessa de, se derrotar um vilão que a ameaça, receber um grande tesouro. De olho no dinheiro, Wario parte para a dimensão da caixa de música para enfrentar o palhaço Rudy. Mais uma vez, Wario é imortal e nunca recebe dano, embora agora possa morrer na luta contra Rudy. O jogo é constituído de um mundo gigantesco, com quatro submundos (Norte, Sul, Leste e Oeste) para serem explorados, nos quais Wario terá de resolver quebra-cabeças e encontrar chaves para avançar. Em alguns momentos do jogo ele também participará de um minigame de golfe, no qual precisará vencer um oponente para continuar avançando. O jogo também possui uma espécie de relógio que determina se é dia ou noite, e algumas áreas possuem inimigos, passagens ou itens diferentes dependentes dessa função - embora, em determinado momento do jogo, Wario possa conseguir um item que lhe permite alterar entre dia e noite livremente.

Wario WorldAlém dos efeitos colaterais causados pelos inimigos, incluindo alguns novos - ficar gordo, achatado, cego, bêbado, congelado, eletrocutado, virar zumbi, vampiro, homem de neve, coruja, balão, bola de futebol, sair quicando, rolando, virar uma bola de fogo ambulante, se dividir em dois e ser capturado por uma bolha que flutua - Wario ainda pode ser afetado diretamente por alguns deles - o polvo o lança pela água, com Wario só parando quando bate em alguma coisa; a raposa o congela e faz com que ele saia voando, caindo lá de cima quando o efeito acaba; e ventiladores e correntes de ar empurram Wario pelo cenário sem que você possa controlá-lo - e encontrar itens que lhe conferem poderes especiais - a jardineira permite que ele use o pisão, os pés de pato que ele nade, o capacete que ele quebre blocos com a cabeça, as luvas que ele arremesse inimigos, as botas com asinhas que ele pule mais longe, e as ombreiras aumentam o alcance da ombrada. Ao longo das fases Wario também pode encontrar moedas, que são usadas no minigame, e moedas musicais, oito por fase, que aumentam suas chances no minigame.

Em 2001, Wario chegaria ao Game Boy Advance, com o lançamento de Wario Land 4. Desta vez, Wario está lendo o jornal quando vê uma notícia sobre uma estranha pirâmide encontrada no meio da floresta, que pertenceria à Princesa Shokora, lá aprisionada por uma maquinação de sua oponente Golden Diva. Nada disso chama a atenção de Wario, mas, quando ele lê que a pirâmide guarda um tesouro, imediatamente decide rumar para lá. Ao explorar a pirâmide, entretanto, Wario acaba se perdendo, e descobrindo que a única forma de sair de lá será confrontando Golden Diva e salvando a Princesa Shokora.

Assim como Wario Land 3, Wario Land 4 é composto de um grande mundo central, com quatro submundos (Rubi, Esmeralda, Topázio e Safira). Cada um desses submundos é temático (robôs, natureza, parque de diversões e casa mal-assombrada, respectivamente) e possui outras quatro sub-áreas. Somente após concluir todas as dezesseis sub-áreas é que Wario terá acesso à parte central da pirâmide, onde enfrentará Golden Diva. Mais uma vez, as fases possuem caminhos secretos, que levam a vários finais diferentes, e agora o número de moedas que Wario recolhe durante o jogo e o tempo que ele leva para derrotar os chefes também afetam o final, com ele recebendo mais ou menos tesouro da Princesa Shokora após salvá-la. Também como nos jogos anteriores, Wario é invulnerável, mas pode ser afetado pelos inimigos, ficando enorme de gordo, achatado, virando balão, bola de fogo ambulante, morcego, zumbi, homem de neve ou sair quicando pela tela.

Em 2003, Wario ganharia seu primeiro jogo para um console, Wario World, lançado para o GameCube. Nele, Wario está descansando tranquilamente em seu castelo quando um de seus tesouros, a Black Gem, ganha vida própria e decide sacaneá-lo. Na verdade um feiticeiro aprisionado há anos por fadinhas chamadas Spritelings, a Black Gem busca vingança, e começa transformando todo o tesouro de Wario em monstros e os utilizando para capturar e prender os Spritelings. Não ligando muito para as fadinhas, mas querendo seu ouro de volta, Wario parte para quatro áreas (Excitement Central, Spooktastic World, Thrillsville e Sparkle Land), cada uma com duas fases e um chefe, para recolher moedas e salvar Spritelings, até conseguir acesso à área final, onde enfrentará Black Gem. Mais uma vez, o jogo tem vários finais, que dessa vez dependem de quantos Spritelings Wario salvou - são 40 no total.

Wario World tem jogabilidade parecida com a de Super Mario Sunshine, com gráficos em 3D e fases enormes. A jogabilidade é bastante simples, com Wario podendo correr, saltar, dar ombradas e agarrar inimigos para jogá-los longe - sendo essa a principal forma de derrotá-los, jogando-os uns contra os outros. Para passar de fase, não basta encontrar o caminho e derrotar os monstros, sendo obrigatório que Wario encontre um certo número de diamantes vermelhos em cada fase. Diferentemente de na série Wario Land, Wario aqui é vulnerável, e perde energia quando atingido, devendo usar as moedas que recolhe para comprar itens que a restoram. Algumas fases possuem ainda alçapões e passagens secretas, que levam a novas áreas com quebra-cabeças e minigames, alguns necessários para se avançar, alguns para que Wario ganhe mais moedas.

Após Wario World, Wario ficaria mais um tempo na geladeira, só saindo de lá em 2007, ano do lançamento de Wario: Master of Disguise para o Nintendo DS. Dessa vez, Wario está assistindo televisão quando encontra um programa sobre o ladrão Silver Zephyr, capaz de assumir vários disfarces para cometer roubos em um navio. Com inveja do ladrão, Wario inventa um dispositivo que permite que ele entre na televisão e rouba sua varinha mágica, com a qual ele também poderá se disfarçar. Wario e a identidade secreta de Silver Zephyr, o Conde Cannoli, então, começam uma corrida para ver quem acumula mais tesouro e quem toma posse da Wishstone, uma pedra que garante desejos a seu portador, e que está sendo transportada pelo navio. Durante o jogo, eles serão auxiliados e atrapalhados por vários personagens, como o também ladrão Carpaccio, que também está atrás da Wishstone, e a misteriosa garota Tiaramisu.

Wario: Master of Disguise é um jogo de plataforma com fases curtas e muitos puzzles. Tanto o direcional quanto os botões do DS só servem para mover Wario, com todas as outras ações sendo desempenhadas desenhando com a canetinha na touchscreen - até mesmo para Wario mudar de disfarce o jogador deve desenhar um símbolo correspondente na touchscreen. Ao todo, Wario conta com oito com disfarces durante o jogo, cada um lhe conferindo uma habilidade especial: pintor (pode desenhar caixas que ajudam a alcançar lugares altos), marinheiro (não afunda na água), astronauta (dispara lasers), dragão (cospe fogo), gênio (vê objetos normalmente invisíveis), eletricista (enxerga em salas normalmente escuras), ladrão (pula mais alto, corre mais rápido e a ombrada alcança mais longe) e morcego (voa). Cada disfarce deve ser encontrado antes de poder ser usado, e cada um, exceto o de ladrão, conta com uma joia especial que, quando encontrada, aumenta seus poderes (a joia do disfarce de marinheiro dá a Wario acesso a um submarino, por exemplo). Vale citar que Wario nesse jogo não é invulnerável nem imortal, sofrendo dano e perdendo vidas normalmente.

Wario Land: Shake It!O jogo mais recente de Wario foi lançado em 2008, para o Wii, com o nome de Wario Land: Shake It!. Dessa vez, Wario toma conhecimento de uma outra dimensão, a Shake Dimension (algo como a "dimensão sacudida"), localizada dentro de um antigo globo exposto em um museu. A governante dessa dimensão, Rainha Merelda, e seus habitantes, os Merfles, foram subjugados pelo Shake King, que dominou todo o lugar. Os Merfles, então, pedem ajuda a Wario, que parte para ajudá-los não por altruísmo, mas porque deseja para si o lendário Saco Sem Fundo da Rainha Merelda, que armazena uma quantidade infinita de moedas de ouro, deixando cair algumas toda vez que é sacudido.

Wario Land: Shake It! foi produzido pela softhouse God-Feel, mesma de Kirby's Epic Yarn, e traz gráficos semelhantes a desenhos feitos à mão com lápis de cor e crayons. O esquema da Shake Dimension é semelhante ao da Patch Land do jogo de Kirby, sendo dividida em seis submundos temáticos, cada um com quatro fases obrigatórias e duas ou três secretas. Em cada fase, o objetivo de Wario será encontrar um Merfle, e então guiá-lo novamente até a "saída" da fase em um tempo cronometrado, enfrentando inimigos e recolhendo o máximo de tesouro possível pelo caminho. Algumas fases possuem objetivos secundários, como completá-las matando todos os inimigos ou sem receber dano. A característica mais curiosa do jogo, entretanto, é que o jogador deve ficar sacudindo o wiimote praticamente o tempo inteiro: para atacar alguns inimigos, realizar alguns movimentos especiais, erguer plataformas, e até mesmo para recolher moedas de dentro de sacos de dinheiro é necessário sacudir o wiimote, o que faz de Wario Land: Shake It! um jogo tão cansativo quanto criativo.

Wario Land: Shake It! é, por enquanto, o último jogo de Wario, que, enquanto espera uma nova aventura para protagonizar, segue aparecendo como coadjuvante em jogos de Mario. Como um personagem feio, malvado, egoísta e ambicioso fez sucesso a ponto de ganhar sua própria série de jogos e legião de fãs é um mistério para mim. Mas, pelo menos, seus jogos são divertidos.

4 comentários:

  1. Artigo extremamente interessante~~ Acho que vou experimentar alguns jogos de Wario por causa dele ^^

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  2. Nossa, que comentário veloz! Nem 15 minutos depois da publicação! :D

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  3. qual é o nome do jogo na primeira imagem?

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