segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Escrito por em 15.8.11 com 0 comentários

Dinosaucers / Sky Commanders

Hoje veremos mais desenhos dos anos 80 aqui no átomo. Eu não planejava fazer disso uma série, mas a toda hora me lembro de mais alguns, então vamos ver até quando eles vão durar. Hoje, por exemplo, começarei com um do qual me lembrei quando escrevia o post dos Centurions: Dinosaucers.

Dinosaucers foi uma imensa co-produção. Sua criação ficou a cargo da DIC - mesma responsável por Pole Position, Jayce e M.A.S.K. - mas, desta vez, sem o envolvimento de Jean Chalopin. A produção ficou a cargo da DIC e da canadense Nelvana, em associação com a francesa Ellipse Programé. Os desenhos foram feitos no Japão, e ficaram a cargo da japonesa Madhouse e da sul-coreana DR Movie. A distribuição nos Estados Unidos foi feita pela Sony Pictures Television, e o dinheiro para fazer isso tudo veio da Coca-Cola, que na época havia praticamente comprado a Columbia Pictures, e decidiu investir em séries de TV através da marca Coca-Cola Telecommunications, ou CCT. Diferentemente de outras séries da DIC e da época, Dinosaucers não era baseado em brinquedos, quadrinhos ou filmes; foi uma criação original, que tentou pegar carona em uma certa febre de dinossauros que surgiu lá pelo meio dos anos 80, originou outros desenhos como Denver, o Último Dinossauro, e, segundo muitos, alcançou seu ápice com o lançamento de Jurassic Park.

Febre ou não, eu sempre gostei muito de dinossauros, então Dinosaucers tinha tudo para se tornar um dos meus desenhos preferidos. Infelizmente, faltava alguma coisa nele que o elevasse ao mesmo patamar de concorrentes da época, e acabou que, para mim, ele foi apenas um desenho bem legal e nada mais. Talvez infelizmente, essa opinião na época não foi só minha, mas geral, e Dinosaucers só teve uma temporada, sendo cancelado por baixa audiência. O desenho estrearia já em syndication - em vários canais ao mesmo tempo - em setembro de 1987, e ficaria no ar até dezembro daquele mesmo ano, para um total de 65 episódios - o normal para uma temporada de um desenho que passava de segunda a sexta.

No desenho, os Dinosaucers eram guerreiros do planeta Reptilon. Lá, eles estão em guerra contra os Tyrannos, um grupo de dinossauros renegados que planeja derrubar o governo e assumir o poder. Após anos de lutas, os Tyrannos pegam suas naves espaciais e partem em busca de algo que possa lhes dar uma vantagem na guerra. Um pequeno grupo de Dinosaucers decide segui-los. Evidentemente, ambos os grupos vêm parar aqui na Terra, onde ficam encalhados por diversas razões, e continuam brigando como se jamais tivessem deixado Reptilon.

Tanto os Dinosaucers quanto os Tyrannos são dinossauros antropomórficos e inteligentes, um pouco menores que dinossauros comuns, mas ainda bem maiores que um ser humano. O líder dos Dinosaucers é Allo, sobrinho dos governantes de Reptilon, sério, calmo e com grande senso de justiça. Seus principais colegas são Dimetro, um dimetrodon muito inteligente mas um tanto ingênuo, que atua como mecânico e cientista da equipe, e Bronto-Thunder, um apatossauro, o mais forte dos Dinosaucers, mas de coração tão grande quanto sua força. Completam a equipe Stego, um estegossauro não muito corajoso, mas que compensa essa falha sendo extremamente leal a seus amigos e devotado à batalha; o triceratops Tricero, que era um policial em Reptilon, e sempre tenta agir como a voz da razão, resolvendo problemas através da lógica; o paquicefalossauro Bonehead, sobrinho de Allo, nem um pouco inteligente e inocente como uma criança, mas excelente em combate, principalmente por causa de sua cabeça dura; o ictiossauro Ichy, que tem o poder de falar com as criaturas marinhas; e Teryx, a única Dinosaucer fêmea, uma arqueoptérix que trabalhava como atriz em Reptilon, e é secretamente apaixonada por Ichy.

Quando chegaram à Terra, os Dinosaucers fizeram amizade com um grupo de adolescentes humanos, aos quais deram anéis mágicos capazes de ampliar suas habilidades atléticas - força, velocidade e agilidade - durante um curto período de tempo. Atuando como membros honorários dos Dinosaucers, esses adolescentes ficaram conhecidos como Secret Scouts, e é neles que a maior parte dos episódios é centrada. Os quatro Secret Scouts são Ryan, o que tem cabeça mais fria e raramente se mete em confusão; sua irmã Sarah, campeã de ginástica olímpica e principal fonte de informações dos Dinosaucers sobre a Terra; Paul, gênio da computação que acha muito divertido passar seu tempo com dinossauros do espaço; e David, arquetípico garoto-problema dos anos 80, que anda de skate, é membro de uma banda e tem problemas com autoridade. Os Secret Scouts também foram presenteados pelos Dinosaucers com quatro motos voadoras, as quais normalmente usam durante suas aventuras contra os Tyrannos.

Os Tyrannos são liderados pelo impiedoso Genghis Rex, um tiranossauro cabeça-quente que quer o governo de Reptilon para si, além de ser apaixonado por Teryx e querer forçá-la a casar-se com ele. Seus principais tenentes, nenhum dos dois muito esperto, são Ankylo, um anquilossauro puxa-saco com uma arma que dispara uma corrente capaz de prender os Dinosaucers, e Quackpot, um hadrossauro piadista que não costuma levar suas tarefas muito a sério. Os demais Tyrannos são o braquiossauro Brachio, o típico capanga fortão mas não muito inteligente, que segue ordens ao pé da letra; o estiracossauro Styraco, que era dentista em Reptilon, e de certa forma não está muito satisfeito em guerrear na Terra; o plesiossauro Plesio, mais velho de todos, cientista e inventor da equipe, astuto e traiçoeiro; e o pteranodonte Terrível-Dáctilo, espião da equipe, cuja principal missão é bisbilhotar o que os Dinosaucers estão fazendo. Em alguns episódios também aparecem a Princesa Dei, um deinonico, irmã de Genghis Rex e comandante dos Tyrannos que ficaram em Reptilon; e os piratas espaciais Capitão Dente-de-Sabre e Smilin' Don, dois tigres de dentes de sabre.

Cada Dinosaucer e cada Tyranno tem uma nave espacial que imita suas características - a de Bronto-Thunder tem um "pescoço comprido", a de Stego tem placas na parte de cima, e assim por diante. Os Tyrannos também têm uma enorme nave-mãe em formato de tiranossauro, que usam como base e fica estacionada dentro de um poço de piche. Já a base dos Dinosaucers fica dentro de um vulcão inativo, e abriga a nave-mãe com a qual eles vieram de Reptilon.

Os Dinosaucers possuem uma habilidade que os Tyrannos não têm, chamada Dinovolução. Com ela, eles podem se transformar durante um curto período de tempo em dinossauros normais, ampliando sua força, seus ataques e defesas, mas mantendo sua inteligência a capacidade de falar. Vários episódios foram centrados na tentativa dos Tyrannos de roubar o segredo da Digivolução, mas o mais perto que eles conseguiram chegar foi uma arma chamada raio devolvedor, que também transforma seu alvo por um curto período de tempo em dinossauro, mas com a inteligência de um dinossauro, o que não é exatamente uma boa coisa.

Assim como aconteceu com quase todos os desenhos dos anos 80, os Dinosaucers também ganharam uma linha de brinquedos, produzida pela LJN, e composta de Allo, Stego, Bronto-Thunder, Bonehead, Genghis Rex, Ankyo, Quackpot e Plesio. Os bonecos eram bem maiores que os de outras linhas - o que fazia sentido, já que no desenho eles eram bem maiores que os humanos - e tinham a cabeça, braços e pernas feitos de borracha, com apenas o meio do corpo sendo de plástico duro. Esses bonecos venderam aqui no Brasil e eu quis todos, mas, como eram caros, meus pais só puderam me dar um, um Bronto-Thunder que acabou não sobrevivendo quando sua cabeça foi arrancada acidentalmente. Mais tarde, eu herdei também um Bonehead que era do meu primo, mas aí o desenho já não passava há tempos, e Bonehead não era um personagem tão legal, então ele não ficou muito tempo lá em casa, sendo doado rapidamente.

O segundo desenho do qual falaremos hoje, Sky Commanders é bem mais obscuro. Eu mesmo quase não o assisti, não me lembro de quase nada, e foi apenas com grande sacrifício que eu consegui descobrir o nome. Mesmo assim, me lembro que eu gostava muito do desenho, no qual os personagens se locomoviam com mochilas em cabos de aço amarrados por todos os lados.

Ambientado no futuro, Sky Commanders se passa em um novo continente, localizado no Pacífico Sul, e chamado apenas de Última Fronteira (High Frontier no original). Esse continente surgiu graças à ação de um novo elemento, radioativo e altamente instável, até então desconhecido, mas que brotou do centro da Terra, sendo batizado de Phata 7. Além de criar a Última Fronteira, o Phata 7 agiu sobre as criaturas locais, transformando-as em monstros e mutantes que habitam o local.

Como se já não bastassem esses monstros e mutantes, a alta instabilidade do Phata 7 faz com que as características geológicas da Última Fronteira também sejam altamente instáveis, com a ocorrência frequente de terremotos, deslizamentos, desabamentos e rodamoinhos. Isso tudo, aliado à localização erma do novo continente, faz com que seja extermamente difícil estabelecer bases de pesquisa por lá.

Ainda assim, o Phata 7 é considerado um elemento extremamente importante, e sua obtenção e estudo são prioritários para o desenvolvimento do planeta. Com este fim, foram criados os Sky Commanders, um grupo de pesquisadores e soldados especialmente treinados para sobreviver na Última Fronteira. Com muito esforço e contando com as mais modernas arquitetura e tecnologia, os Sky Commanders conseguiram estabelecer na Última Fronteira uma base de operações, chamada Vector Command. De lá, eles partem para obter o Phata 7, que só pode ser estabilizado se colocado em um compartimento que o congela a menos de 200 graus negativos.

Como a locomoção no instável terreno da Última Fronteira é praticamente impossível, os Sky Commanders contam com os Laser Cables, um equipamento especialmente desenvolvido para transitar entre o Vector Command e os pontos de pesquisa e obtenção de Phata 7. Cada Sky Commander usa uma enorme mochila capaz de disparar os tais Laser Cables, que saem de canhões especiais na forma de raios de energia, para a frente e para trás. Quando as duas "pontas" atingem superfícies estáveis, o laser se solidifica, se transformando em um cabo de aço no qual a mochila, então, corre como uma espécie de tirolesa. Ao todo, existiam cinco tipos de mochilas: a Rollerball, modelo padrão para se locomover pelos cabos; a Ascender, ideal para subir encostas; a Geyser Attack, armada com dois lasers e com a capacidade de pular entre um cabo e outro; a Cable Cannon, que podia disparar dois mísseis, um em cada direção, que corriam pelos cabos; e a Search and Rescue, para resgatar pessoas feridas.

Além das mochilas, os Sky Commanders ainda contavam com veículos estrategicamente guardados no Vector Command e que podiam ser usados para trafegar nos cabos, como o Outrider, que podia fixar sua parte traseira a uma encosta enquanto a dianteira se desacoplava e voava como uma nave; o Flex Wing, que também voava sem o auxílio dos cabos, e podia se pendurar em encostas como um morcego; o Bomb Blast, que soltava bombas enquanto corria pelos cabos; e o Track Patrol, que patrulhava os cabos próximos ao Vector Command em busca de inimigos.

Os Sky Commanders eram liderados pelo General Mike Summit, e incluíam o cientista Cliff "Books" Baxter, o destemido Jim Stryker, o veterano Rex "Cutter" Kling, o caubói Jack "Spider" Reilly, o esquimó Kodiak, o um tanto inconsequente R.J. Scott; e a única mulher da equipe, Red McCullough. Além de obter e estudar o Phata 7 e de lidar com a geologia instável e os monstros, os Sky Commanders ainda tinham de lidar diariamente com um time rival, os Raiders.

Liderados pelo belicoso General Lucas Plague, que quer o poder do Phata 7 para dominar o mundo, os Raiders eram um grupo de vilões com os mesmos equipamentos dos Sky Commanders, que foram à Última fronteira com o exclusivo intuito de roubar quanto Phata 7 conseguissem. Suas fileiras contavam com a bela e letal cientista Dra. Erica Slade; o capanga fortão Mordax; o psicopata Kreeg; e Raider Rath, que, por algum motivo, traz o nome de sua equipe no seu.

Os Raiders só tinham dois tipos de mochilas, a Cable Raider, capaz de disparar múltiplos cabos em diversas direções ao mesmo tempo, para que vários Raiders façam um ataque em conjunto; e a Deception, preferida do General Plague, extremamente silenciosa e armada com lasers e mísseis, ideal para ataques furtivos. Seus veículos eram o Jackal, capaz de se fixar a uma encosta e disparar sua cabine em um cabo, enquanto atacava de seu ponto fixo com lasers, mísseis e até um aríete; e o Locust, que também podia fixar sua traseira a uma encosta, e contava com lasers e um gancho que derrubava Sky Commanders de seus cabos, fazia desabar encostas próximas e alcançava depósitos de Phata 7 para serem roubados.

Produzido pela Hanna-Barbera e distribuído em syndication, Sky Commanders estreou em 12 de julho de 1987 como parte do programa The Funtastic World of Hanna-Barbera, bloco de uma hora e meia exibido nos domingos pela manhã (sábados pela manhã em algumas cidades) entre 1985 e 1994, do qual também fizeram parte os Snorks, os SWAT Kats, os Paw Paws e os Dois Cachorros Bobos. Infelizmente, os Sky Commanders não fizeram tanto sucesso quanto esses, e foram cancelados ainda em 1987, ficando com apenas 13 episódios.

Curiosamente, a linha de brinquedos associada ao desenho, lançada pela Kenner - e que eu não sei se chegou a ser lançada no Brasil - foi um imenso sucesso, sendo vendida até 1989. Com exceção do Vector Command, cada conjunto à venda consistia de um bonequinho, uma mochila ou veículo e dois metros de cabo sintético. A ideia era que as crianças prendessem o cabo entre dois móveis ou duas paredes, e então colocassem os veículos e as mochilas para correr por eles. Apesar de, na visão dos pais, isso ser um convite à bagunça, devo confessar que, na visão das crianças, isso devia ser o máximo, e que eu gostaria muito de ter tido pelo menos um.

Todos os veículos e mochilas mostrados no desenho foram lançados como brinquedos, mas nem todos os personagens tiveram a mesma sorte, com Stryker, Kodiak, McCullough e Slade não ganhando versões em bonequinhos. Curiosamente, entretanto, os brinquedos trazem um Sky Commander chamado Comandante Pete Crane, que não aparece no desenho. Vai entender.

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